Dia de azar



Tudo Culpa do Gato Preto


 


Autor: Perséfone Black


Tipo: Shortfic – Comédia


Resumo: Quando alguém tem um dia péssimo, pode acreditar que teve muita má sorte ao acordar.


Disclaimer: Nada disso é meu, mas resolvi brincar um pouquinho.


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            Todo mundo já teve um dia ruim. Daqueles que você levanta já querendo matar o primeiro que aparece na sua frente. Em que você chuta um maldito gato preto que metera sob seus pés quando foi calçar as pantufas. E, ao já estar vestido, abaixa para pagar as chaves e ouve aquele som detestável de tecido rasgando, dando-se conta de que aquela calça de boutique de chique não tinha nada.


            Aqueles dias em que você desce pro café da manhã e só tem aquela gororoba que chamam de geléia e aquela lama num prato que tentam enganá-lo dizendo que é mingau há anos. Então você pega torradas, sem geléia, e as ingere com tanta raiva que elas parecem suas inimigas mortais. E, para não engolir no seco, você bebe um copo de suco como se ele fosse veneno.


            Aqueles dias em que você sai de casa xingando mundos e fundos e depois de passar todas as trancas, cadeados e ferrolhos descobre que esqueceu os documentos na escrivaninha. Então, finalmente, você sai pro trabalho. Atrasado, diga-se de passagem.


            Como se já não bastasse, um maldito motorista trouxa, dentro de um amaldiçoado carro preto, faz o favor de bater em você no semáforo perto do Ministério, fazendo-o derrubar todo o café do chefe em seu termo claro. Isso porque você não renovou a licença para aparatar e não tinha flú, então resolveu descer do trem uma estação antes do Ministério, pelo simples motivo de que uma velha fedorenta e bêbada parecia sentir uma atração irresistível pelo seu pescoço.


            É. Essa era a cara do Kingsley Shacklebolt, que estava sentado ao meu lado no Três Vassouras.


            - Como vai o dia, Shacklebolt? – pergunta idiota, eu sabia muito bem como estava sendo o dia dele. Azarado.


            - Não muito bem, Jones. – eu tinha a impressão que ele mandara às favas sua calma habitual.


            - Algo ruim no trabalho? – claro que não. Dias ruins são presságio de uma vida pessoal relegada em segundo plano, o que nos leva a inferir que ele se sai bem no trabalho. Quer apostar?


            - Não. – curto e grosso. Há. Quem apostou contra, perdeu. – Não estou tendo um dia muito bom.


            - Azar? – eu ri. – Supersticioso, Kingsley?


            - É. – ele riu anasalado e bem irônico. – Eu diria que é tudo culpa daquele maldito gato preto que eu fiz de bichinho de estimação.


            A conversa parou por aí, ele estava realmente muito irado. Ele olhava para o relógio a todo instante, parecia apressado em demasia. Tomei calmamente minha cerveja amanteigada, engasgando pelo susto que o grito que ele me deu.


            - Hei, seu garçom! Faz meia hora que estou esperando meu lanche! Isso é um estabelecimento de respeito ou não?


            O garçom saiu praticamente voando para a cozinha, a voz grave do auror poderia ser um ótimo calmante – não se ele estivesse irritado ao extremo. O-oh. Acho que ele vai explodir.


            O coitado do garçom voltou em meio segundo com o lanche da criatura nefasta e azarada. A expressão de alivio que ele fez foi impagável! Juro que só faltou o coral de anjos entoando um “Aleluia, aleluia, aleluia”!


            Ele esticou as mãos para pegar a bandeja e quando os dedos estavam a centímetros do lanche tão esperado, um vulto – que descobrimos ser o vagabundo preguiçoso do Mundungo – arrebatou a comida da bandeja e aparatou mais rápido que Snape correndo de xampu.


            Levantei, paguei o consumo e saí, deixando um furioso e infortunado Kingsley para trás discutindo com Madame Rosmerta.


            Uma certeza em mente: com um dia daqueles, era melhor nem ter levantado.


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N/A: Um texto que escrevi para a minha amiga e ela praticamente me obrigou a pôr aqui! Uahsuhashauhsashashauhs’ Espero que tenham gostado, comentem! =*


 


 

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