Novo Snape



Duas semanas se passaram lentamente. Harry estava ocupado com os treinos de quadribol, o capitão logo seria nomeado. Hermione estava evitando-o o máximo possível. E cada vez mais Rob conseguia conquistar a confiança de todos ao seu redor, cada vez mais as pessoas falavam dele na sala comunal, na mesa da Grifinória, as garotas também comentavam muito. Alguns o chamavam de sr. Perfeição, principalmente alguns garotos. Harry e Rony estavam nos jardins sentados na grama olhando para o lago.

-Quem você acha que vai ser o novo capitão?

-Quem mais? o sr. Perfeição é o mais cotado.

-Não brinca Harry. Você tem todas as chances, além de ser o melhor apanhador que a Grifinória já viu, nesses últimos tempos.

-Olha Rony, sem querer ser chato, mas agora as atenções são pra ele.

E eu até o agradeço, quase não se fala mais de mim.

-Ok. Se você acha... Olha quem está vindo...- comentou Rony com um tom de desgosto.

Um certo garoto de cabelos loiros, e olhos platinados, caminhava em direção dos dois.

-Vamos Harry, o ambiente aqui ficou pesado.

-Eu não vim aqui tirar vocês do lugar. Só estava passando Ronald.

-Ronald? Está doente Malfoy?

-Não. E se estivesse não... quer dizer, eu não tenho nada.

-Sei... Vamos Rony, não temos nada pra fazer aqui, perdeu a graça.

-Até mais rapazes.

-Até nunca Malfoy.

Os dois saíram calmamente, estranhando a situação de alguns segundos. Às suas costas se encontrava um Malfoy, com um sorriso malicioso pelo canto dos lábios. Rony subiu para o dormitório, e Harry ficou em uma poltrona do salão, observando como Hermione se divertia ao lado do sr. Perfeito. A conversa deve estar ótima, pensou Harry. Ficou ali por um tempo, percebeu que algumas vezes ela o tinha notado. Na ultima vez ela se levantou e caminhou para a poltrona ao lado da dele.

-Oi Harry.

-Pensei que não falava mais comigo. Desde as últimas semanas, você tem me evitado ou é impressão minha?

-Harry, eu realmente não estou com muita disposição para conversar com você. Cada vez que eu olho nos seus olhos eu sinto que tenho urgentemente que te dar uma resposta.

-Boa justificativa. Ou talvez você tenha que passar mais tempo ao lado do Rob, pelo menos junto dele, não tem que a cada palavra pensar que está me devendo uma resposta.
< p>-Eu...

-Não precisa dizer nada, eu já percebi que você está mais que decidida. O que eu tenho que fazer é te esquecer, e tentar levar uma vida normal como antes?

-A decisão é sua.

-Está bem, muito bem. Eu vou te deixar com o Rob, eu tenho algumas coisas pra fazer, vejo você depois.- disse, virando as costas para ela, com passos largos até o dormitório.

Rony, estava arrumando algumas coisas espalhadas na cama, Harry já estava com passos frouxos, e ao mesmo tempo se sentia a pior coisa do mundo. Disse que estava com dor de cabeça, mas não adiantou muita coisa, Rony não parava de falar coisas que Harry ao menos sabia do que se tratava. Saiu do quarto, sem rumo. Ela já estava de novo com o sr. Perfeição, conversando mais animadamente que antes. Harry olhou de esguelha e saiu como se não tivesse visto nada. Seguiu sem direção pelo castelo. Foi até a sala Precisa. Dessa vez estava quase vazia exceto por um sofá e uma poltrona de frente pra uma janela. Foi ali que ele passou o resto da tarde mergulhado em pensamentos.

Anoiteceu, ele foi ao salão principal, pegou uma fruta qualquer, e saiu novamente sem falar com ninguém. Resolveu fazer uma visita a Hagrid. Pegou a capa da invisibilidade, saiu do castelo, atravessou os jardins, até a cabana do gigante.

-Hagrid?

-Quem está ai?-perguntou uma voz melosa.

-Sou eu o Harry.

-Está tarde, vá embora!

-Eu não vou sair daqui enquanto você não me deixar entrar.
A porta se abriu. Uma figura de barbas curtas, cabelos queimados na ponta apareceu entre uma fresta, suficiente para que Harry entrasse.

-O que aconteceu Hagrid?

-Nada. O que você quer aqui?

-Vim apenas fazer uma visita.

-E cadê os outros?

-Ficaram no castelo. Tinham que fazer alguma coisa de monitores.

-Ah, entendo.

-Hagrid, o que aconteceu com você? Sua barba, seu cabelo, e seus olhos vermelhos e lacrimejantes, te condenam.

-Harry é melhor que não se meta. E já está tarde é melhor você ir.

-Eu não vou enquanto você não me contar.

-Se não for por bem, eu te levarei até lá, e não vai ser nada bom ser levado pela gola.

-E o Grope? Como está? Aprendeu a falar alguma coisa?

Hagrid soluçou estridente. Lagrimas rolaram até o que lhe restava de barba. Harry já sabia do que se tratava.

-O que aconteceu com ele?

-Ele...Harry...ele...

-Ele o que?

-Ele fugiu.- disse numa voz quase inaudível.

-Pra onde? Por que?- perguntou Harry com pena da situação do amigo.

-Não sei Harry, ele fugiu. Ele matou....Ele matou um centauro.

-Matou um centauro!- deixou-se exclamar.

-Psiu! Fale baixo, ninguém sabe da existência dele, e não podem saber o que aconteceu.

-Eu não contarei nada a ninguém que não saiba.

-Acho melhor você ir, as circunstancias não estão seguras pra você ficar aqui a essa hora. Eu te acompanho até o portão.

Ele não respondeu nada. Seguiu no caminho calado, relembrando as informações que acabara de ouvir. Despediu-se de Hagrid, quando ouviu a porta fechar, cobriu-se com a capa, fazendo o caminho até a torre da Grifinória. Chegando lá, já sem a capa, encontrou Rony e Hermione sentados, com o salão vazio.

-Por onde esteve?

-Por ai.

-Você sabe que é perigoso.

-Não precisam se preocupar comigo. Eu sei me cuidar.

-Mas com Voldemort todo cuidado é pouco.- falou Mione, causando um susto em Rony.

-Não interessa isso agora. Acabo de vir da cabana de Hagrid. Grope fugiu.

-O que??

-Isso mesmo. Ele matou um centauro e fugiu.- disse num tom baixo.

-Não é possível. Ele não podia ter feito isso. Ele...

-Não podia mas fez. Hagrid está arrasado, suas barbas estão curtas, os cabelos metade queimados, os olhos estão muito vermelhos. Está num estado deplorável.

-Pobre Hagrid. Com aquele tamanho todo, mas tão sensível.

-Não podemos fazer nada agora.

-Amanhã iremos fazer uma visita a ele.

-An han.

-Agora vou dormir, já está tarde, acho que já falei tudo.

-Não Harry, nós precisamos conversar. O Rony está subindo, ele está morrendo de sono.

-Eu? Isso mesmo. Boa noite.

O ruivo desapareceu na porta do dormitório. Harry continuou de pé, encostado em uma poltrona. Mione o fitava.

-Eu queria te dizer uma coisa.

-Pois fale.

-Eu não posso dizer que sim a você, eu estou meio que gostando de outra pessoa e...

-Se você gosta do Rob eu não vou interferir. Se isso era tudo boa noite e seja feliz.

-Harry, eu...

Ela não concluiu, o garoto já estava na metade das escadas, triste demais para ouvi-la. Uma lagrima solitária descia pelo rosto. Mione se encontrava mais uma vez confusa, ficou extremamente chateada com o que aconteceu.

-Será que fiz a escolha certa?- pensou em voz alta.

-Claro. Eu fico muito feliz de saber que você retribui o meu sentimento Hermione. – uma voz familiar soou atrás dela.

-Rob? Você estava ai o tempo todo?

-Digamos que ouvi o principal. E fiquei extremamente feliz.

-Isso não significa que teremos alguma coisa.

-Não seja tola, meu amor. Seremos muito felizes como ele mesmo desejou.- disse a beijando.

Amanheceu chuvoso. Harry levantou preguiçosamente da cama. Olhou por um tempo pela janela. Tomou banho, e fez questão de bagunçar mais ainda o cabelo. Quando voltou, Rony já estava de pé, indo para o banho. Os dois foram juntos para o treino, encontrando Gina pelo meio do caminho. Vestiram os uniformes, pegaram suas vassouras e subiram. Harry fazia questão de não olhar para Rob. O treino foi difícil, a chuva atrapalhava um bocado. Mas foi muito produtivo. No final do treino Madame Hooch anunciou o que todos esperavam.

-Como vocês sabem, o seu time precisa de um capitão. Temos ótimos jogadores e estrategistas neste time. E no meu ponto de vista, a pessoa mais indicada para ser o capitão, é Rob Revians.
Pausa para aplausos dos presentes.

-Professora, eu agradeço muito o cargo a mim oferecido. Mas não posso aceita-lo. Creio que Harry Potter saiba muito bem como comandar o time, afinal ele está aqui desde o primeiro ano, conhece o time como ninguém. Se me permite, prefiro que o cargo seja dele.

-Claro Revians. Basta o Sr. Potter aceitar.

-Eu aceito.- Harry limitou-se a dizer.

As palmas foram entusiasmadas. Pelo menos no quadribol, ele ainda era reconhecido, mesmo que as custas do sr. Perfeição.

-Parabéns Harry. Soube que foi nomeado o novo capitão.- falou Mione.

-Obrigado.- disse com um sorriso falso estampado.

-Acho que temos que ir. A aula de defesa contra as artes das trevas.

-É mesmo.

Pegaram as mochilas e seguiram para a sala. Snape usava uma capa bege, e uma espécie de traje muito bonito, num tom amarelado.

-Bom dia alunos. Teremos uma aula sobre os denvilions. O que vocês me dizem a respeito dele?

Hermione levantou a mão.

-Srta. Granger?

-São criaturas de meio metro, que trocam as almas das pessoas durante o sono.

-Muito bem. E onde são encontrados?

-Em florestas tropicais e ilhas inabitáveis.

-Exatamente. Cinco pontos para a Grifinória.

Os alunos não puderam evitar os cochichos e exclamações, com relação ao comportamento do professor, que antes ranhento e extremamente mal humorado. Agora com uma aparência normal, e com os cabelos num penteado caprichado.

-Sei que meu traje está muito exagerado, mas é o único sem ser preto que eu tenho.

Estranharam mais uma vez ele responder o que não perguntaram, apesar de quase cem por cento da sala querer saber. A aula seguiu muito interessante e tranqüila, com pontos distribuídos entre alunos de varias casas.

-A aula prática será na próxima aula. Façam uma redação de 20 cm, também para a próxima aula. Até mais.

Os alunos caminharam pela porta em silencio. Era incrível a mudança de Snape. Pra quem achava que as aulas dele iam ser o inferno, estava sendo o paraíso.

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