C. V



“Você vai ao baile?” foi a mensagem que eu recebi no meu celular da Lily, há cinco minutos atrás. Respondi que não, lógico. Porque eu não vou. Até a Alice já desistiu de me convencer e já foi pra casa se arrumar (sim, ela tinha vindo até aqui pra me convencer, e falhou).


“Te vejo por lá” ela respondeu. Oi? Qual a parte do “NÃO” ela não entendeu? Nem vou responder também, tô meio de mau humor hoje. E o motivo é o Remie, que voltou a não falar comigo, parece que ele esqueceu o que aconteceu no jogo e até se pegou com a Emmeline um dia desses (pelo menos foi o que eu ouvi).


- Dorcas – minha mãe gritou – Tem uma amiga sua aqui embaixo.


Alice não pode ser, porque ela saiu tem uma meia hora, ela não voltaria aqui agora. E eu não me lembro de nenhuma outra amiga na minha vida.


Mas não é que, pra minha surpresa, a Marlene tava lá, sorrindo pra mim?


- Marlene? – perguntei, sem acreditar no que eu via.


- Dorcas – ela sorriu pra mim, pediu licença pra minha mãe e já foi me puxando pro meu quarto.


Foi quando eu notei que ela tinha sacolas grandes na mão.


- O que é isso? – apontei pra elas.


- Você vai saber logo.


Não vou gostar disso. Já não to gostando disso.


 


                                                            X


 


- Tá lindo! – ela disse.


- Não tá e eu não vou ao baile. Posso tirar o vestido agora?


- Não! – ela gritou – Senta aqui – bateu na cama, indicando o espaço ao lado dela.


- Foi a Alice que te mandou aqui? – perguntei sem nem pensar que isso era loucura.


- Não... – ela respondeu calmamente, pensando na mesma coisa que eu pensava agora: que pergunta idiota – Eu vim porque eu quero e preciso que você vá. E porque você respondeu pra Lily que não ia.


- Eu não vou, Marlene. Se você veio por isso, desiste. Nem a Alice conseguiu me convencer.


- Você não me conhece ainda, Meadowes.


Que MEDO.


- Ah é? E o que você vai dizer pra me convencer?


- O Remie não pegou a Emmeline no meio da semana, ele mal foi à aula. É uma fofoca sem sentido, e eu acho muito que foi ela mesma que inventou. O Brad também não quis ela, então ela está tentando voltar com o Remus, mas não consegue.


Oh. Isso muda tudo. Mentira, não muda nada, só torna meu mau humor em bom humor.


- E por que ele me ignorou?


- Aí você vai ter que perguntar pra ele. Quer situação melhor do que o baile?


- Eu não vou. E você sabe por que ele me ignorou sim, me conta.


- Ele deve estar com vergonha, sei lá. Sabe como os meninos são. Enfim. Você quer mesmo perder seu melhor amigo?


- Não – me joguei na cama.


- Então, trate de ir arrumar! Eu vim da minha casa até aqui pra a) te deixar linda e b) te levar pra essa porcaria do baile. Não saio daqui sem isso, Dorcas.


- Tá legal. É mais difícil resistir a você do que à Alice – bufei, sentando na cama de novo – Pode começar seu ritual.


- Ótimo – ela disse, pegando as coisas que tinham dentro das outras sacolas, o que incluía secador, prancha, aquela coisa de enrolar o cabelo e maquiagens caras.


Vai ser uma tarde longa... Ah, vai sim.


 


                                                                  X


 


- Estou pronta – ela saiu do meu banheiro com um vestido prata igual o da Lily Allen no clipe 22. E um batom igual também. Aliás, as diferenças se resumiam a: a) a Marlene ser infinitamente mais linda, com aqueles cabelos negros um pouco pro lado direito, meio ondulado b) a Marlene ter aqueles olhos azuis super claros de matar c) ela ter uma tatuagem diferente da que a Lily Allen tem, que é um dragão, que só tá aparecendo um pouco. Fim.


Eu estou com o vestido que ela escolheu pra mim, que é um vestido longo, não rodado, pra me deixar o mais alta possível. Ele é branco, e dá peitos à pessoa, isso é o mais lindo. Mas eu não fiquei tão bonita nele assim. Bom, vou tentar explicar. Ele tem um corte tipo V achatado, a parte de cima é daquele tecido que estica e aperta um pouco o peito, que é onde a pessoa parece ter mais, e a alça dele é de strass. Logo depois do peito ele é de seda, todo solto, mas reto, e eu tô usando um sapato muito lindo dela aqui, preto, estilo bonequinha só que com salto alto muito grande.


Fim. Ah é, ela fez uns negócios no meu cabelo de deixar ele liso com cachos pequenos nas pontas e blablá. Eu pareço um anjinho da mamãe, ela parece uma mulher, ou a mamãe gostosa. Legal Q.


Mas eu não posso reclamar, ela me deixou mais bonita do que nunca.


- Você tá linda, de verdade.


- Obrigada Dó – ela sorriu pra mim – Você também.


- Claro, foi você que me arrumou. Mas tipo, eu não tô falando linda assim... Você tá realmente mais linda do que já é, Lene.


- Obrigada mesmo – ela riu um pouquinho e guardou as coisas na sacola, colocando elas no canto do meu quarto – E bom, eu também tô te achando linda assim, mais do que você já é, absurdamente. Você não enxerga porque não quer: você é mais linda do que eu.


Eu ri. Ri muito. Tipo, muito mesmo, saca?


- Ah, tá bom.


- Eu tô falando sério. Não sou só eu que acho isso não. Você tem uma beleza tão diferente, tão pura, tão... sei lá, surreal. Eu gosto dela – e então o celular dela tocou – É... O Sirius vai demorar um pouco.


- Sabe – ignorei totalmente a parte em que ela viaja – Eu queria ter ouvido sua história aquele dia.


- Queria? – ela pareceu surpresa – Bom, eu posso te contar, mas não tem nada demais.


- Conta, por favor – pedi super empolgada – Se você quiser, claro.


- Certo – ela riu um pouco da minha empolgação – Eu conheci o Sirius pelo James, que era meu amigo de ônibus. E o James tinha me avisado “você vai achar meu amigo o cara, mas eu não te deixo pegar ele, tá?”. Quando eu o conheci eu entendi perfeitamente o que o James estava falando; lógico que eu achei o Sirius o cara mais lindo do mundo. Mas eu não o peguei de cara... A gente começou sendo amigo, por incrível que pareça. Ele já tinha pegado a Emmeline e ela ainda tentava pegar ele.


- Ela tipo corria atrás dele?


- Isso. E ela era minha amiga até pouco antes disso. Quando eu fiquei sabendo que ela começou a pegar todo mundo e virou o que é, eu discuti com ela e a gente se afastou um pouco. Mas assim que ela soube que eu peguei o Sirius, ela veio falar que era injusto eu roubar o homem dela, e eu falei que ele não era dela, muito menos meu; e que além do mais, eu não fazia questão dele. Uns dias depois ela me pediu desculpa, toda falsa, e voltou a ser minha amiga, acho que pra garantir que eu não roubaria o Sirius. Mas ele não se importou com ela ser minha amiga e saber, ele queria me pegar de novo. Eu admito que eu queria também, porque o Sirius sabe bem o que faz – deu um sorriso malicioso.


- AH MARLENE – brinquei e ela revirou os olhos, rindo.


- ENFIM. Eu não precisava dele, mas gostava de ter ele ali. Era o que eu achava. Foi quando ele disse que gostava de mim e eu fiquei meio com um pé atrás. Ele quis namorar e eu fiquei com dois pés atrás. Foi muito esquisito. Só que quando eu notei, eu não gostava de ter ele ali, eu precisava mesmo. Conversei com o James, que sempre me aconselhou a não ligar pro Sirius, muito menos me apaixonar, e ele disse que aprovava nosso namoro, porque nunca tinha visto o Black daquele jeito. Eu ri, eu lembro de ter rido muito. Justo eu, a que menos queria, menos esperou, eu consegui o Sirius pra mim. Nessa época a Emmy já tinha mudado de alvo pro James. A gente começou a namorar, terminamos uma época porque eu quis, depois eu voltei porque descobri o quanto amava ele, daí a gente teve aquele último rolo e agora estamos de volta. Inclusive, eu já sei a quem eu devo agradecer por isso, além do Remie – ela olhou pra mim.


- Ah, eu não fiz nada. Eu só li a carta linda que você escreveu.


- Linda? Já escrevi coisas melhores. E só por isso eu não queria que o Sirius lesse. Eu ia reescrever, mas tudo bem, deu certo do mesmo jeito – ela deu de ombros.


- Vocês são tão lindos! Tão fofos! – abracei-a.


- Você diz isso porque não viu o Sirius quando tem crise de romântico incorrigível. Isso é fofo de verdade – os olhinhos dela brilhavam quando ela falava dele, e foi a primeira vez que eu notei.


- Você ama muito ele, né?


- Oh. Mais do que tudo na minha vida.


- É tão estranho... Você descobriu isso de repente?


- Eu aceitei de repente, eu acho que sempre soube. Eu o vi e senti algo diferente, mas eu interpretava tudo do jeito errado, entende? Pra mim era físico, mas quando eu o deixei, eu descobri que era muito mais do que físico... Eu era completamente apaixonada por ele.


- Que lindo – berrei, praticamente.


Ela riu um pouco e balançou a cabeça, concordando comigo. Ela é realmente fofa, e ela não parece fofa quando você olha de fora; ela parece só foda. AE, SIRIUS CHEGOU!


Pelo menos eu acho. Ela tá conversando com alguém no telefone e me chamando pra descer. E eu sou boa de leitura labial, foi isso que ela disse sim.


- Estamos descendo já, amor – ela desligou o telefone – Corre que o Sirius tá desesperado.


Corre? Como ela me diz “corre” sabendo que eu tô usando um salto de 47 centímetros? Ela é louca! E MEU DEUS, EU ESQUECI COMPLETAMENTE:


ESTOU-INDO-PRO-BAILE.


 


                                                                           X


 
- Marlene, – eu sussurrei perto do ouvido dela – Estou com medo.


- Vai dar tudo certo – ela falou sorrindo e pegou minha mão, segurando ela bem firme.


Logo depois eu vi o Sirius abrindo a porta de trás do carro e estendo a mão pra me ajudar a sair.


- Você tá linda, Dorcas – ele disse, arrancando de mim uma risadinha.


- Obrigada, Sirius. Digo o mesmo de você – falei do mesmo jeito formal que ele tinha falado.


Ele fez um simples cumprimento com a cabeça e foi estender a mão agora para sua mulher de verdade. Eu, lógico, faço mais do que questão de ver a cara dele ao ver ela.


- Meu Deus, Marlene... – ele parecia perdido, sem saber direito pra onde olhar primeiro – Estou sem palavras pra você.


Ela arrumou um pouco a gola do terno dele e entrelaçou sua mão na dele.


- Estamos ou não um casal arrumadinho hoje? – ela perguntou pra mim, em tom de brincadeira.


- Até demais! – eu ri um pouco e nós entramos.


Ela não me deixou, pelo contrário, ficou ali, perto de mim, com a mão encostando de leve no meu braço, como que dizendo que não importava o que fosse acontecer, ela estaria ali. A primeira pessoa que veio falar comigo quase berrando foi Alice; ela achou inacreditável que eu estivesse ali, ainda mais com a Marlene.


- Marlene, você tá linda – ela falou – E você, Dorc! Que inacreditável... Não me diga – ela olhou então pra Marlene de novo – Que você convenceu ela a vir?


- Não é tão difícil assim.


- Tá brincando! Você é minha diva – riu.


- Vou buscar um copo de qualquer coisa, alguém mais quer? – Sirius ofereceu.


- Eu quero o que você quiser, amor – Marlene sorriu pra ele e veio pra mais perto de nós.


- Eu quero qualquer coisa sem álcool – falei, e ele riu de um jeito que eu interpretei como “a parte do sem álcool foi ignorada” – Ele me ignorou, né?


- Provavelmente – ela deu uma risadinha – Mas relaxa, ele não vai trazer nada forte. E você não precisa beber muito, mas um copo só não faz mal.


- Tá – eu me rendi, pois sabia que acabaria me rendendo uma hora, então estava me poupando saliva – Então, Alice, você tá linda!


- Imagina. Você que tá! Foi você que fez isso com ela? – perguntou pra Marlene outra vez, e esta confirmou com a cabeça – Meu Deus, você é realmente minha diva número um!


E então, antes que eu fosse falar alguma coisa sobre “É tão difícil assim me deixar linda?”, quando Lily apareceu atrás de mim, apertando minha barriga e me fazendo dar um salto.


- Lily! – gritei – Você me assustou e – parei pra olhar o vestido lindo dela – Caramba, que vestido perfeito! Você tá muito, muito linda.


- Fato – Alice concordou, também admirada.


Alice usava um vestido que eu tinha escolhido com ela, roxo claro, um pouco rodado em baixo, que a deixava parecendo uma princesa, só que, devido aos detalhes que ela providenciou, uma princesa revoltada (o que ela provavelmente era). Seu cabelo cacheado estava meio preso, e ela estava mais bonitinha do que nunca. E Lily usava um vestido amarelo bebê, que podia deixar ela parecendo um ovo, tirando o fato do cabelo vermelho dela estar num penteado estilo Marilyn e do vestido deixar ela mais gostosa do que tudo; era comprido, não rodado também, com tiras cruzando nas costas inteira e uma abertura na saia que ia até uma parte grande da coxa, deixando mais do que a mostra sandália abotinada preta perfeita que ela usava.


Sério, eu estava quase morrendo de inveja (que novidade).


- E você? – ela me abraçou muito forte – O Remie vai morrer! A Marlene é tão boa no que faz, tão boa no que faz – ela então me soltou e eu pude ver que ela sorria sincera pra mim.


Seria legal ficar amiga delas, porque elas são realmente legais.


- Sou sim – Marlene concordou.


Mas calma, o Remie o que?


- O que você disse do Remie?


- Nada – ela riu um pouco e abraçou Alice também, dizendo que ela estava linda.


De repente, o Sirius já tinha voltado e com ele estava James e Frank. Ou seja, de repente eu era a única pessoa sozinha. Peguei a bebida que o Sirius tinha escolhido pra mim, nem me importando mais se tinha álcool, e disse que ia atrás de alguém.


Eles tentaram me mandar voltar, mas eu fingi que não escutei, até porque, o barulho tava alto. E lá estava ela, com seu vestido vermelho super decotado e seus cabelos loiros ondulados perfeitos caindo com perfeição sobre o vestido; lá estava ela, olhando pra mim com um ódio nos olhos, provavelmente por achar que eu seria a terceira roubar um namorado em potencial dela. Não acho que eu vou roubar, mas eu garanto que se depender de mim, ela não namora ele mais. Ela nem chega perto dele, aliás.


Pude ver que ela vinha na minha direção, provavelmente tentar me humilhar com aqueles peitos tamanho 38/40, mas antes dela me alcançar, alguém apareceu na minha frente. Era o Wally, e eu tive que segurar uma risada.


- Dorcas? – ele perguntou, provavelmente tentando confirmar que era eu, porque de fato, eu estava um pouco diferente do normal.


- Sim – falei o mais simpática possível.


- Eu queria... ahm, falar com você – ele deu uma fungada, daquelas nojentas que ele costuma dar (todo mundo sabe disso).


Mas eu nem achei ele esquisito (apesar da fungada ser nojenta), e estava prestes a aceitar, quando ele tocou o ombro de Wally, pedindo licença por um segundo. Wally não teve alternativa a não ser aceitar e se afastar de nós, até porque, né.


- Lupin – eu tentei ser o mais fria possível, porque ele ainda tinha me ignorado a semana toda, mas foi difícil fazer isso vendo ele tão lindo na minha frente, com aqueles cabelos cor de mel caindo sobre os olhos praticamente, e aquele terno cinza claro perfeito.


- Lupin?


- Agora você lembra que eu existo? – era pra ter saído um pouco mais “ridículo!” do que saiu.


- Me perdoa – ele se aproximou de mim um pouco mais, mas eu me afastei, com medo do que aquilo podia significar – Eu tentei, mas estava me matando de culpa.


- E por isso você se afastou? Qual a lógica disso, Remus?


- Não sei. Não tem. Eu estava retardado demais nos últimos dias. Mas de qualquer forma, eu estava pensando sobre várias coisas, e eu não queria falar com ninguém, principalmente com você. Eu tava com medo do que eu poderia dizer ou fazer, ou sei lá.


- Remus? Para de falar coisas aleatórias, você tá me deixando confusa.


- Eu te amo – ele disse de repente, levantando os olhos e encarando os meus.


 Eu abri a boca pra perguntar o que ele queria dizer com aquilo e meus olhos já estavam molhados, quando Emmeline tocou seu ombro, de um jeito bem mais sensual do que o que ele fez com Wally, e começou a passar o dedo em seu queixo, o puxando pra um beijo.


Por um segundo eu achei que fosse ver os dois se beijando na minha frente.


- O que deu em você? – ele perguntou e afastou ela – Eu já te expliquei tudo, Vance. Não vai rolar mais, você é vadia demais pra mim.


Pude ver que os olhos dela se encheram de lágrimas e ela saiu correndo pro banheiro mais próximo. Eu admito, eu fiquei com muita dó. E estou considerando ir atrás dela, porque não custa nada. Aliás, deve ser mais difícil pra ela do que pra todo mundo.


- Eu vou atrás dela, mas não some, ok? Quero que você explique isso depois – e sai correndo até o banheiro, deixando pra trás um Remus mais do que confuso; não só um Remus mais do que confuso, mas um Remus que tinha acabado de dizer que me amava.


É bom isso valer a pena.


- Emmy? – bati na porta da cabine da qual vinha um choro incessante.


- Que é? Você não tá feliz ainda não? – ela respondeu de lá.


- Não mesmo. Abre pra mim?


Pensei que ela fosse me ignorar, mas depois de um tempo em silêncio ela abriu a porta pra mim. Eu entrei e a abracei o mais rápido que eu pude, tentando fazer com que ela se sentisse bem. Quando ela se tocou, ela se afastou de mim.


- O que você tá fazendo, Meadowes?


- Tentando te ajudar. Você não precisa ser assim pras pessoas gostarem de você, pra ser popular e muito menos pra conseguir um namorado, Emmy. Você já é linda, aliás, é uma das mulheres mais lindas que eu já vi.


- Então me explica, nanica: se eu sou tão linda, por que todos os homens que eu quero eu não consigo? Até pra você eu perdi! – ela continuava chorando.


Ignorei as criticas diretas à minha pessoa.


- Porque você escolhe os homens de maneira errada. Você escolhe por eles serem bonitos ou populares, e não porque você gosta deles. Daí alguém que gosta deles de verdade vem e “rouba” eles – ela não falou nada e eu a abracei de novo – Sério, você tem potencial. E você pode mudar a partir de hoje, de agora. Eu posso te ajudar e aposto que as meninas te aceitam de novo se você prometer que vai ser diferente dessa vez.


- Eu não preciso da sua ajuda, Meadowes – ela se afastou de mim de novo e se levantou – Vou conseguir sozinha.


Dizendo isso saiu da cabine, me deixando lá, sentada, pensando no porque deu ter ido mesmo falar com ela, considerando que eu sabia que seria perda de tempo.


Mas dois segundos depois ela estava de volta, ou apenas seu rosto na porta.


- Aliás, obrigada. De verdade – ela limpou os olhos e sorriu pra mim, saindo definitivamente do banheiro.


E eu me lembrei do porque deu ter feito aquilo. Me lembrei também que o Remie me esperava em algum lugar do salão e fui atrás dele, o encontrando do lado de fora, encarando a fonte do colégio, que estava ligada. Me sentei silenciosamente do lado dele.


- Eu não acredito que pude ser cego por tanto tempo – ele disse, após um tempo – Tava muito óbvio, todas as pistas na minha cara.


Não soube dizer se ele estava falando do fato deu gostar dele ou da Emmeline ser uma vadia, porque ambos eram óbvios.


- Você me perdoa, né? – ele olhou pra mim.


- Claro, Remie. Eu já deixei de perdoar alguma vez? – sorri pra ele.


Ele também sorriu pra mim, aquele sorriso que eu ainda acho que iluminaria a cidade inteira, e se aproximou, me puxando pra ficar de pé.


- O que... – tentei contestar o fato dele obviamente estar me fazendo dançar, mas ele me calou com um beijo.


Girassóis, girassóis! Eu vi girassóis ao fechar os olhos, senti cheiro de canela e um gosto muito bom de menta com morango, que eu imaginei ser da bebida de menta que ele bebia antes e do chiclete de morango que ele mascava. Minha barriga sofreu de um embrulho que era parecido com uma excitação, e eu me senti viva; além de esquecer de respirar, enquanto sentia todos os melhores sentimentos do mundo ao mesmo tempo.


- Me dá uma chance, Dorcas? – ele me pediu, e eu pude ver que ele estava sendo sincero, não estava agindo só por dó de mim ou coisa assim – Eu demorei um pouco pra perceber o quão perfeita você é e o quanto o jeito que eu gosto de você é diferente, diferente do jeito normal de se gostar das amigas.


- Eu dou, com uma condição.


- Qual?


- Que você me conte o que tem na segunda gaveta do seu quarto e que você use aquela cueca do Aquaman com mais freqüência e que eu possa te ver nela também. Ah é, e que você não me acorde mais às sete da manhã!


- Já são quatro condições, Dorc – ele riu.


- Olha, você sabe contar – brinquei – É, seu lugar é comigo mesmo.


Ele riu ainda mais da minha frase totalmente sem lógica; eu sempre quis falar que o lugar dele era comigo, mas nunca achei o momento, então, soltei ela ali, pra pelo menos ter falado.


- Enfim – falei – Temos um acordo?


- Eu prometo tudo, menos a parte de te acordar às sete da manhã.


- Tudo bem, a parte da cueca era a mais importante mesmo – dei de ombros e fiz uma careta, e ele, rindo ainda, me beijou outra vez.


E todos os sentimentos voltaram, numa intensidade maior, provavelmente porque dessa vez ele me beijava de verdade. Ah Remie, como você pode não saber durante esse tempo todo? Seu lugar é comigo. Sempre.

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MMcK: Tadã, fim da fanfic! Admito que não foi uma das minhas melhores, apesar deu simpatizar com ela, porque eu acho a Dorcas fofa e tals. Eu não sou muito fã de DR (nota-se pelo número de fanfics que eu já escrevi em que eles ficam juntos no final, HE), e muito menos gosto da Emmeline como ridícula e vilã da história, mas eu queria escrever essa fic. Não é pela música, porque eu nem gosto muito da música e não gosto nem um pouquinho da Taylor, é mais pela parte do clipe em que eles conversam por papelzinho. Sério, aquilo enterneceu meu coração demais, velho! Daí eu tive que escrever, HE. Espero que vocês comentem e tals, porque isso me deixaria mais feliz. Vou tentar não fazer mais fanfics High School assim, prometo UIASUHSAUHISAIUH Enfim. É isso. Obrigada aos que acompanharam <3
Beijócas! 

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