A festa de aniversário

A festa de aniversário



 



(...)



The angel on the stairs
Will tell you I was there
Under the front porch light
On a mystery night


(…)


The things I left behind
Have melted in my mind
And now there's a purity
Inside of me


(This Time)



 


 

- Sirius, querido, falta muito para o James ficar pronto? - perguntou gentilmente a Sra. Potter.


- Ele parece pronto para mim – respondeu Sirius descendo as escadas em suas vestes formais verde-musgo – Mas ele não sai da frente do espelho, passando a mão no cabelo e ajeitando cada detalhe da roupa.


- Realmente eu não queria chegar atrasada...- a Sra Potter suspirou resignada, mas logo em seguida se pôs a falar de modo animado - Estou tão ansiosa para ver Elizabeth! A mãe dela é minha amiga desde Hogwarts, você sabia? Muito amiga, como você e o James.


Sirius sacudiu a cabeça de forma negativa. Claro que ele já ouvira falar disso, mas não tinha idéia de que as famílias fossem assim tão próximas.


- Quando casamos continuávamos a nos reunir, então quando tivemos nossos filhos no mesmo ano foi maravilhoso. Elizabeth vinha sempre brincar com o James. Eles não se desgrudavam, mas agora não é mais assim – comentou, a testa ligeiramente enrugada, porém, rapidamente seu rosto suavizou – Mas suponho que seja assim mesmo, não é, depois que se cresce... E como ela cresceu! Sempre foi bonita, é óbvio, mas agora está ainda mais. Gosto tanto dela, tão bonita, inteligente... Eu quis ser sua madrinha, mas a irmã do pai dela pressionou, então eu não fui, mas...


Sirius desistiu de acompanhar o raciocínio da mãe de James. Ele seria sempre grato a ela e ao Sr. Potter por tudo que tinham feito por ele, mas acompanhar todos aqueles elogios a uma garota em que ele não via nada demais estava acima de sua capacidade. Elizabeth King não o interessava. Só voltou a si cinco minutos depois, e parecia que a Sra Potter, que gostava tanto de falar, estava ainda no mesmo assunto.


- E Sara me informou que ela obteve 9 N.O.M.´s – comentou, como se aquilo fosse a cereja do bolo – Gostaria tanto que houvesse interesse entre eles e que se cassassem!


Sirius foi acometido de uma súbita tosse para disfarçar a gargalhada prestes a explodir no seu peito. Eles deveria significar Elizabeth e James, mas, obcecado do jeito que James estava com Evans, ele nunca pensaria em outra garota, ainda mais sua amiga de infância e a melhor amiga dela.

- Oh, Sirius, você está bem? – a Sra Potter perguntou, visivelmente preocupada. O garoto foi salvo de responder pela chegada do Sr. Potter, que vinha com um pedaço de pergaminho nas mãos, também em seus trajes formais.


- Veja, Sirius. Seu tio me escreveu agradecendo por você estar aqui, mais uma vez. É um homem muito bom, esse Alfardo. Mas eu repetirei o que disse a ele essa manhã: é um prazer que você esteja aqui, e é óbvio que não permitiremos que você vá embora.


Sirius sorriu agradecido ao pai de James. Ele tinha se horrorizado com sua história, assim como a Sra. Potter. Naquela manhã, houvera uma visita do tio Alfardo, que ficara igualmente chocado. Ele dera todo apoio ao sobrinho, e insistira em deixar toda sua fortuna a ele. Também afirmou que lhe daria uma boa quantia mensal até que ele fizesse dezessete anos e pudesse se manter. Sirius protestara afirmando que ele lhe emprestaria e devolveria assim que começasse a trabalhar, ao que o tio respondera, rindo, que descontaria da sua herança.


- James, desça já ou iremos sem você! – gritou a Sra. Potter para o andar superior. O filho apareceu sem mais demora em vestes azul-escuras e ainda passando a mão pelos cabelos a fim de deixá-los mais bagunçados. E dava palmadinhas nas roupas para tirar alguma poeira, invisível para todos. Sua mãe não parecia nada feliz.


- Se eu tivesse tido uma filha, ela com certeza não demoraria tanto! – resmungou ela – Espero que não sejamos os únicos a chegar a essa hora! Vocês farão Aparatação Acompanhada. Venha, cá, James – disse, oferecendo o braço. James suspirou audivelmente enquanto enlaçava o braço da mãe. Ela humilhante ir a algum lugar daquela maneira. Não podia esperar para fazer dezessete. Sirius ainda ria ao pegar no braço do Sr. Potter e só parou quando tudo pareceu desmanchar e desintegrar enquanto aparatavam.


De repente estavam parados por entre as velhas árvores de um bosque.


- Vamos, o castelo é logo ali. – comentou o pai de James, apontando à frente. Quando Sirius saiu de entre as árvores, pode avistar o castelo medieval que se erguia adiante. Ele pareceria de brinquedo comparado ao tamanho de Hogwarts, mas ainda assim, era um belo castelo e dava testemunho de sua antiguidade. No entanto, pensou, aquela família era rica, tão ou mais rica que a sua, certamente orgulhosa de sua nobreza, sua residência, sua prataria.... Não conseguiu evitar um inconfundível tom de desdém ao falar:


- Então é mesmo um castelo. Devem ser tão ricos que não se pode imaginar...


- Bem, companheiro – disse James de forma sensata – não é como se sua família fosse pobre – e sob o olhar de Sirius ele engasgou – quer dizer, não é como se eles fossem pobres. São muito ricos também.


- Ok, Pontas, eles são. Mas, por favor, não se refira a eles como minha família, porque uma família não faz o que eles fizeram. – Sirius tentou afastar a lembrança de como o seu próprio pai tentara atingi-lo com um feitiço quando viu que o filho pulara a janela. E em parte conseguira. Foi com o braço sangrando abundantemente que ele acenara para o Noitibus Andante a fim de vir para a casa dos Potter.


- Desculpe, Almofadinhas.


Sirius deu um sorriso quase feliz ao amigo. Aquilo era passado, agora ele estava livre da casa e se pudesse, nunca, nunca mais tornaria a ver seus pais, ainda que tivesse de cruzar com Regulus em Hogwarts. Hoje era sábado e eles partiram naquela segunda-feira. Entretanto, esse era o momento de aproveitar a festa.



Conforme andavam, viam que outras pessoas aparatavam nos jardins ou chegavam por Chaves de Portal. Sirius notou que o bosque era extenso e se encontrava ao sul do castelo. Tudo ali era distante de qualquer habitação trouxa. Havia velas flutuantes iluminando o lugar e luzes ao redor das árvores próximas ao castelo. Antes mesmo de entrar, encontraram Remus Lupin e Peter







Pettigrew. Após se cumprimentarem, a primeira coisa que Remus falou foi:

- Sirius, cara, você está bem? – os amigos souberam do que acontecera por carta, de uma maneira superficial.


- Estou ótimo - ele comentou, forçando um sorriso.


- Mas... – começou Peter.


- Bem, se vocês não se importam, não quero falar sobre isso agora. Depois falamos. – falou baixinho Sirius.


- Está tudo bem, Almofadinhas – observou Remus – só fale se e quando quiser.


- Obrigado, Aluado.


Os pais de James se aproximavam.


- Olá, garotos – cumprimentaram. - Bem, por que não vamos indo lá para dentro? – perguntou a Sra. Potter, parecendo ansiosa.


- Vocês viram Lily? – perguntou James, nervoso.


- Não, cara, acabamos de chegar por uma chave de Portal, mas ela deve estar lá dentro. Ouvi dizer que ela passou parte das férias com Elizabeth.


Encontraram os irmãos Prewett dentro do saguão. Gideão estava no sexto ano da Corvinal e Fábio no sétimo da Grifinória. Após se cumprimentaram, Fábio comentou:


- Então, James, aposto como você vai ser promovido a capitão esse ano.


-Nah – disse ele, passando a mão pelo cabelo fingindo displicência – Pode muito bem ser o Sirius, ou Elizabeth.


- Tá bom, - disse Sirius, ironizando – como se alguém do time voasse melhor que você.


- Bom, com certeza haverá testes esse ano, pretendo me inscrever para batedor. - informou Fábio.


-Legal – disse Sirius. Naquele momento um homem moreno e corpulento aproximou-se, dos pais de James, acompanhado por uma mulher pequena e loira. .Sirius pensou vagamente que já os tinha encontrado antes


- Minha querida!- disse a mulher, abrindo os braços para a Sra Potter – Que bom que você veio. – Ah, sim, Sirius pensou, esses são os King. Já os vira antes na plataforma de embarque de King´s Cross.


- Lúcia! Hugo!


- Então, o James, onde está? – perguntou o Sr. King.


-Ah, está ali – disse a Sra. Potter apontando. O grupo se encaminhou na direção dos Marotos e dos Prewett.


- James, como você cresceu nesse verão! Vocês também, Gideão, Fábio – comentou Lúcia – E vocês devem ser os amigos de Elizabeth...


- Onde está ela? – interrompeu-a a Sra. Potter.


- Já deve estar descendo – informou Hugo – Não sei por que se arrumam tanto – a Sra Potter abriu a boca e James sentiu seu estômago se contrair. Será que a mãe reclamaria dele ali, na frente de todo mundo? Mas ela foi impedida de falar por Hugo – Ah, aqui está ela – comentou, apontando uma escada que ficava ao lado direito.


Sirius se virou e viu que Elizabeth vinha na direção deles. Mesmo achando-a irritante, não pode deixar de admirá-la naquela hora. Um vestido negro com alguns pequenos bordados cintilantes, da mesma cor, combinava com seu cabelo e destacava a brancura aveludada da sua pele. As pedras de sua pulseira e brincos azuis tinham a mesma cor dos seus olhos. Siriu nunca tinha reparado direito neles... Como eram grandes, tinham um tom raro de azul... Mas eles subitamente lhe pareceram frios, frios como ela e Sirius se lembrou porque Elizabeth o irritava. Nada nunca a atingia, ela se esmerava em ser perfeita, sempre ostentando aquele ar glacial, como se tivesse muito acima dos mortais.


Então ele abriu seu sorriso para ela, um sorriso que não podia evitar, porque de repente lhe ocorreu uma idéia muito divertida. Será que ela era mesmo assim? Talvez se ele a beijasse, o humor dela melhorasse e assim ele faria um favor à humanidade. Como seria divertido tentar conquistar alguém impenetrável!



Enquanto Elizabeth se encaminhava em direção aos seus pais e colegas da Grifinória, ela sabia que tudo saíra como planejado porque tinha se esmerado em toda festa. Os King eram muito bem relacionados e ali estavam reunidas algumas famílias bruxas mais importantes, do lado bom, é claro. Ali não havia ninguém da Sonserina, a não ser o professor



Slughorn. Ele fora convidado porque seu pai pertencera ao Clube Slughorn, e ela mesma também. Além disso, era uma das poucas pessoas da Sonserina que não praticavam e idolatravam Arte das Trevas e que nada tinham contra trouxas.

Ela sabia também quão bonita estava. Podia dizer isso pelos olhares dos meninos. Havia a mesma admiração nos olhos de Peter, Remus e Gideão. Já James sorria para ela como para um menino e isso não a surpreendeu: desde crianças eram amigos, como poderia vê-la senão assim? Já Fábio olhava para ela com um ar abobado, estranho, que fez com que sentisse um frio no estômago. Ele era legal, monitor-chefe, loiro e alto... Então os olhos de Elizabeth encontraram os olhos cinzentos de Black e toda a sensação agradável passou. Ele tinha aquela expressão no rosto, o sorriso meio superior, o ar absurdo de quem se acha irresistível e a encarava como se a avaliasse. De jeito nenhum ele a faria desviar o olhar ou enrubescer... E também havia pessoas mais importantes.


Viu os pais de James e sentiu, contra a vontade, seus lábios se abrirem em um sorriso e ela se jogou nos braços da Sra. Potter, que se começou a falar:


- Parabéns, anjinho, você está tão bonita! - Anjinho? Sirius pensou sarcasticamente... Mas a olhando assim, com os longos cílios fechados, os traços delicados, a boca rosada curvada em um doce sorriso, ela parecia mesmo um anjo. Todos lhe deram Parabéns, foi abraçada por alguns, mas Sirius a cumprimentou de onde estava.


- Bem – Elizabeth virou-se para os pais – Vocês já conhecem Gideão e Fábio. Esses- comentou ela, indicando cada um – são Remus Lupin, Peter Pettegrew e Sirius Black – Sirius achou que o tom dela fora menos caloroso ao pronunciar seu nome e que Hugo King crispara levemente os lábios.


- Então, Liza, onde está Lily?


- Conversando com Dorcas no Salão – e quando ele fez menção de sair, ela segurou em seu braço e disse com firmeza – Agora, eu preciso falar com você em particular.


James ergueu as sobrancelhas para Elizabeth, enquanto ela o arrastava para longe.


- Agora – disse, parando e cruzando os braços – Somos amigos, quero dizer, muito amigos?


- Claro que sim, você é minha melhor amiga. Quer dizer, sei que já não passamos tanto tempo juntos....


- Eu sei –interrompeu Liza – Sou sua melhor amiga, mas você tem melhores amigos que ocupam seu tempo porque vocês tem os mesmos interesses em aprontar por aí. Tudo bem, eu entendo. Mas agora quero te fazer um pedido e te dar um aviso.


-Manda – James disse com um sorriso.


- Bem, sei que você adora a Lily, mas você pode ser muito insistente e isso a incomoda. Será que não vê? Parece que você está perseguindo ela! Lily nunca vai aceitar sair com você assim! Então... Vou te pedir para não ficar atrás dela aqui, nem tentar para sair com ela hoje, por mais difícil que isso possa ser... Esse verão não está sendo legar para Lily. E isso é um aviso: apesar de você ser meu melhor amigo, se estragar a festa dela, eu vou te azarar!


James estava com uma cara um tanto confusa. Bem, já que ele não se irritara, ela podia cumprimentar os outros convidados que chegaram e estavam procurando por ela. Dando algumas pancadinhas no ombro de James, Elizabeth saiu.


Parecia que a maioria das pessoas havia chegado, e elas se lançavam em sua frente para falar com Elizabeth enquanto se encaminhava para o Salão. Havia muitas mesas redondas dispostas ao longo das paredes enquanto uma grande pista de dança com luzes piscantes ocupava o centro. Ela estava quase vazia naquele momento, apesar da banda de rock tocar uma música animada em um palco que fora armado.


Deviam estar envergonhados, então Liza passou por seu irmão Alberto, que estava no último ano na Grifinória, e o puxou para a pista. Eles dançavam no ritmo, de maneira agitada. Depois de alguns minutos ela rodopiou até Lily e Dorcas e as trouxe também. Logo a pista se encheu e num dos giros, sem saber como, ela estava dançando com Fábio Prewett.


Alberto, que a essa altura estava em uma mesa com os Marotos, observando-os, comentou enquanto tomava uma cerveja amanteigada:


- Bem, - disse, franzindo a testa – só espero que esse cara não tente ter nada com Elizabeth!


- Pensei que Fábio fosse seu amigo – comentou Remus


- E é, meu melhor amigo. Quer maior traição do que essa?


Todos riram. Sirius se levantou, dizendo: – Vou dançar. – então puxou Caroline McMilliam da Lufa-Lufa para a pista. Eles andavam de sorrisinhos e conversas desde os últimos dias de escola antes das férias, e Sirius achava que ela era bonita, com seu cabelo curto e olhos castanhos. Dançavam bem juntos, mas a tão esperada música lenta não vinha.


- Estou cansada – gritou ela para ser ouvida em meio ao som alto, as faces vermelhas.


- Quer tomar um ar lá fora? – perguntou ele. Então eles saíram em direção ao jardim dos fundos, que também estava decorado. Aquela gente sabia como dar uma festa. Não se parecia em nada com aqueles malditos jantares que seus pais davam, com direito às baixelas de Brasão Black e convidados sonserinos puro-sangue.


- E então - perguntou ela – como foram as férias de verão?


- Bem – mentiu Sirius. Seu braço sangrara tanto pelo feitiço que seu pai lançara que ele chegara a pensar que nunca se curaria – E você?


- Ah, foi muito legal. Fomos á Itália, conhecemos algumas cidades. Roma tem coisas fascinantes sobre bruxos da antiguidade. Mas o que eu mais gostei mesmo foi Veneza... – e ela enrubesceu. Estavam muito próximos agora, ela era alta, quase da mesma altura que Sirius. Por isso ele só teve de baixar um pouco a cabeça para beijá-la.


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Elizabeth poderia flutuar de tão feliz. Aproveitara ao máximo sua festa de dezesseis anos e ela logo estaria no fim. Muitos já haviam ido embora, somente os mais íntimos ainda permaneciam. O que era bom, porque de certa maneira, queria que a noite nunca acabasse. Estava em uma mesa com seus amigos da Grifinória, agora podia lhes dar mais atenção, conversar sobre as férias, sobre Hogwarts. Foi então que uma coruja marrom entrou por uma grande janela do salão e foi parar bem em frente ao seu pai, esticando a pata.


Ela observou Hugo enrugar a testa enquanto lia e virar-se em direção ao Auror Alastor Tonto-Moody. Então Liza se levantou, com um mau pressentimento. Mas antes que pudesse chegar até eles, uma cabeça masculina apareceu por entre as chamas.


- Hugo! Você está aí, Hugo? – o homem de rosto ossudo gritava. Elizabeth julgou reconhecer Julian Bones, do Departamento de Execução das Leis da Magia. A banda havia terminado a música anterior e não começara outra, distraída pela aparição. Os casais que haviam dançado lentamente na pista, como Sirius e Caroline, agora se encontravam parados, olhando a cena, curiosos.


- Calma, Julian – disse seu pai, agachando-se em frente à lareira – Tem um monte de gente aqui, sabe, estamos em uma festa. Você não acha melhor aparatar...


- Não tenho tempo para isso, Hugo! – gritou o homem. Realmente, ele parecia transtornado, os olhos arregalados. Não seria capaz de ouvir ninguém. – Precisamos de você e Alastor agora, houve um ataque a trouxas por Comensais da Morte! Alguns morreram, outros estão gravemente feridos e perturbados, você precisa...


- Eu sei muito bem o que eu preciso fazer, Julian, obrigado – disse Hugo secamente – Já havia sido informado por uma coruja, eles obviamente não queriam alarmar ninguém, ao contrário de alguns – comentou, olhando feio para a cabeça do colega - Não foi longe daqui. Então Alastor e eu vamos imediatmente.


- Obrigado, Hugo, Alastor! – e dizendo isso, Julian desapareceu.


Elizabeth forçou as pernas em direção ao pai.


- Papai...


- Fique bem, querida – e falando em seus ouvidos- acalme os convidados,e sua mãe também, você sabe como ela é. – e lhe deu um rápido beijo no rosto


Alberto tinha o rosto apreensivo enquanto observava o pai abraçar sua mãe rapidamente e, juntamente com Alastor, desaparecer por entre as chamas verdes. Elizabeth sentia sempre o coração apertado quando chamavam seu pai assim daquela maneira. Porém, o que mais queria era ser Auror como ele, caçar os bruxos que estavam fazendo essas coisas horríveis com trouxas inocentes. Ficou ali parada, e foi Alberto, não ela, que tratou de acalmar os convidados e fazer a banda tocar novamente.


Esperando que ninguém notasse, foi encostar-se a uma parede, em um canto escuro. Não demorou muito e sentiu uma mão no seu ombro e antes mesmo de olhar para o lado ou ouvir sua voz, já sabia que era Lily.


- Vai ficar tudo bem - a amiga disse, naquele tom calmante. Liza deu um meio-sorriso triste para ela, mas respirou fundo.


- Acho que vou caminhar um pouco lá fora – ela comentou.


- Posso ir com você? – perguntou Lily, visivelmente preocupada.


Elizabeth assentiu com um movimento de cabeça. Do jardim, olhando o castelo, ela comentou:


- Temos tantos feitiços para proteção aqui, que mais parece um núcleo de defesa de guerra.


- Bem, é normal, não é? Quer dizer, seu pai é um Auror.


- É verdade – Liza disse sombriamente – Mas em outros tempos, não haveria tantos assim. E mesmo com tudo isso... Dizem que quando Você-Sabe-Quem quer realmente encontrar alguém, ele encontra.


Antes que Lily pudesse dizer algo, eles ouviram a voz de James chamando por Liza. Ela parou de caminhar, esperando. James, Peter, Remus, os Prewett e Sirius de mãos dadas com Caroline.


- Ei – disse Remus, sempre gentil – você está ok? Quer dizer, você sabe que ele ficará bem, não?


- É verdade – sorriu James – seu pai é realmente muito bom!


- É, ele é. – Liza forçou um sorriso otimista no rosto.


- Pena que isso estragou seu espírito festivo, não é ? – Essas foram as palavras de Sirius e Elizabeth não conseguia acreditar em seus ouvidos. Que importância tinha a festa perto do assassinato de pessoas inocentes?


- É verdade, isso estraga o espírito festivo de uns – disse ela com desprezo –mas alimenta o de outros. Se você correr para casa, Black, talvez ainda consiga ir à comemoração.


O ar pareceu ficar pesado de tensão.


- O que você quer dizer com isso? – perguntou Sirius de modo áspero.


- Ora, Black, acho que está muito claro. Seus pais, irmão e amigos devem estar brindando a morte dos trouxas nesse momento. Você está perdendo essa festa.


Sirius sentiu que involuntariamente apertava a varinha dentro das vestes.


- Não diga isso, Liza! – horrorizou-se James – Sirius jamais...


- Como é que você pode saber? – perguntou venenosamente - Não são todos do lado de Você-Sabe-Quem que se declaram abertamente. E você sabe o que dizem. Um tigre nunca muda suas listras, ou o mais adequado nesse caso, Filho de peixe...


Agora Sirius havia puxado sua varinha e apontava para Elizabeth. Ele não iria tolerar que falassem isso dele. Sentiu que na mesma hora Caroline, James e Remus seguravam seu braço, interpondo-se entre os dois.


- Ela não quis dizer isso, Sirius...Ela só está chateada...


Mas tudo que Sirius podia ver agora é que ela não parecia chateada agora. Parecia uma rainha da fúria fria, os olhos mais glaciais que nunca. Não fizera nem menção de puxar a varinha, só ficou ali, ereta, encarando-o com repulsa.


- Você pode fazer isso, Black – e virando-se para seu amigo - Não, James. Eu estou chateada, mas foi exatamente o que eu quis dizer. Um Black – disse lentamente – é sempre um Black. – Então deu as costas para a varinha apontada para ela, e saiu andando na direção oposta, com os cabelos negros esvoaçando ao vento.


Quando ela desapareceu, os amigos pareceram achar seguro soltar Sirius. Ele abaixou sua varinha, um buraco doloroso dentro dele e fora a garota King que cavara. Um anjo?, pensou, lembrando-se das palavras da Sra. Potter. Só se fosse um anjo-mau.



 



 



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