A garota do fim da rua



N/A: Modifiquei os dois primeiros capítulos e decidi postá-los juntos logo. Tentarei ao longo dessa semana editar os outros 3 já escritos para postar no próximo fim de semana, depois disso tentarei uma agenda de atualizações, mas manterei vocês avisados.


Disclaimer: Os personagens presentes nessa fic são da obra de J..


Obs: essa fic segue o máximo possível dos livros, assim os saltos temporais representam que os acontecimentos do livro aconteceram normalmente.


Herança de um passado perdido


Capítulo 2: A garota do fim da rua


- Eles chegaram, mãe!


Mesmo quando a voz conhecida de Rony entrou por seus ouvidos, Harry ainda se encontrava com a cabeça nas nuvens.


- E então, Harry? Qual foi o resultado?


O Sr. Weasley, vendo que Harry ainda estava com a cabeça na estranha garota que haviam visto, respondeu em seu lugar.


- Inocente de todas as acusações.


- Eu sabia! Você sempre consegue.


O grito de Rony foi suficiente para Harry voltar a prestar atenção no que acontecia a sua volta.


- Eles tinham que inocentar você.


Harry focalizou Hermione e finalmente conseguiu sorrir e falar.


- Vocês parecem bem aliviados para quem tinha certeza que eu seria inocentado.


Logo Harry ouviu uma pequena música de comemoração vinda dos gêmeos e de Gina, mas parou de prestar atenção quando o Sr. Weasley começou a falar.


- Escute aqui, Sirius, Lucius Malfoy estava no ministério, conversando com Fudge no nível nove, depois foram juntos para a sala do ministro. Dumbledore precisa saber disso.


- Com certeza, eu o avisarei.


Harry se sentiu meio decepcionado com o Sr. Weasley por ele não ter comentado sobre a garota, e não pôde deixar de pensar se ele abordaria isso apenas quando ele não estivesse presente.


- Aconteceu outra coisa também, uma garota estranha estava parada aqui na porta, mas Harry pode explicar com maiores detalhes. Tenho que ir, Molly, eu não volto para o jantar, vou cobrir a Tonks.


Assim que o Sr. Weasley saiu da cozinha, todas as atenções se voltaram para Harry. Se ele estava reclamando da falta do assunto, agora não queria ser ele a contar tudo sozinho.


- Bem... Quando chegamos tinha uma garota aqui na frente, mas foi estranho porque ela estava vendo a casa e disse que a casa piscava.


- Piscava?


A interrupção de Sirius foi suficiente para Harry ter tempo de sorrir.


- Ela queria dizer que a casa aparecia e sumia toda hora, analisou a gente um pouco e percebeu que morávamos aqui, mesmo o Sr. Weasley dizendo que só estávamos de passagem, então o celular dela tocou e ela foi embora.


Todos ficaram em silêncio absoluto, mas era claro para Harry que tanto Sirius como a Sra. Weasley estavam preocupados.


- Achei que o feitiço de Dumbledore fizesse a casa não ser vista por ninguém.


Antes que a Sra. Weasley arriscasse responder Hermione, Sirius foi mais rápido.


- E devia fazer isso mesmo, e não só o feitiço dele, os que meu pai aplicou a casa também impossibilitariam trouxas de vê-la.


A Sra. Weasley se apressou a responder para que dessa vez não fosse passada para trás.


- E quem garante que a garota seja trouxa?


- Eu tenho certeza que nunca a vi em Hogwarts, seu sobrenome também não é conhecido e, considerando a aparência dela, ela devia estar no quinto ano também, fora que não acho que um bruxo tenha celular.


- Ela podia estar disfarçando, Harry, talvez fosse algum comensal querendo descobrir onde você estava.


Harry não pôde deixar de se lembrar da forma como ela parecia realmente não saber seu nome e o quanto parecia sincera ao dizer o seu.


- Ela disse que mora no final da rua, podemos descobrir se era verdade indo até lá.


- E se isso for exatamente o que eles querem, Harry?


O garoto olhou para Hermione, mas foi incapaz de responder, e logo a Sra. Weasley se pronunciou propondo almoço.


Tudo relacionado à misteriosa garota foi tratado como um tabu, e não foi surpresa para Harry quando a Sra. Weasley pediu a Lupin que ficasse ali, provavelmente a intenção dela era fazer Remus colocar limites nele e em Sirius.


No dia seguinte, a faxina continuava e parecia ainda mais pesada do que antes, a Sra. Weasley não queria deixar nenhuma brecha para Harry discutir sobre a garota.


Mas foi enquanto limpava a sala que Harry a viu através da janela, estava no mesmo lugar que no dia anterior, olhando a casa, e em algum momento a casa ficou visível para ela, porque ela acenou para Harry.


- Ela está lá fora.


Rony, Hermione e Gina, que estavam mais próximos a Harry, correram para a janela tentando ver a garota.


- Ela é bonita.


O comentário de Rony não foi bem recebido pelas duas garotas, causando olhares furiosos em sua direção.


- Por que a gente não desce para dar uma espiada nela?


O grupo gelou, afinal, a proposta não havia partido de nenhum deles, e sim de Sirius, que estava atrás do grupo.


- Sirius, você sabe que não pode sair... E se ela for mesmo uma comensal da morte?


- Hermione, se ela fosse mesmo uma comensal, ela não teria voltado, ou teria matado Harry ontem, era a chance perfeita.


Hermione não respondeu, mas sua expressão mostrava que não pensava da mesma forma, mesmo assim, Sirius insistiu em sua proposta.


- E então?


- Também estou curioso, vamos.


- Harry!


Mas Harry sequer deu importância e foi com Sirius, e logo Rony também os seguiu. Não demorou para que as garotas também seguissem o grupo.


- Onde pensam que vão?


O grupo parou perto da porta da sala ao ouvir a voz de Lupin.


- A garota está lá fora, vamos apenas dar uma espiada, eu vou como cachorro, não vai ter nenhum problema. Eu sei que você também ficou curioso.


Lupin suspirou, sabia que seu amigo iria tomar tais atitudes, mas esperava ter mais força para resistir a sua própria curiosidade.


- Eu vou com vocês, mas se Molly disser alguma coisa, a culpa foi sua, Sirius.


Dando um sorriso maroto, Sirius se transformou em um cachorro e logo Harry abriu a porta.


- Achei que você não fosse sair, já estava indo embora.


O grupo olhava atentamente para a garota, de perto ela era ainda mais bonita, mas Remus e Sirius a olhavam de forma estranha.


- Demoramos para sair, tivemos que pedir permissão.


- Entendo... Não conheço seus amigos, acha que pode me apresentar? Ou vou ter de perguntar por mim mesma?


O tom levemente arrogante surpreendeu a Harry, mas acentuou a expressão estranha no rosto de Remus.


- Bem... esses são Hermione Granger, Rony e Gina Weasley, meus colegas de escola e esse é Remus Lupin, um amigo dos meus pais e meu antigo professor, e é claro, meu cachorro, Snuffles.


- Os ruivos são filhos daquele senhor? São parecidos.


Harry apenas fez um aceno com a cabeça e observou a garota, ela vestia roupas simples de trouxa, mas agora possuía o cabelo preso, acentuando ainda mais seu rosto fino.


- E o que a Srta. fazia aqui?


A garota olhou bem fundo nos olhos de Lupin antes de responder.


- Estão colocando as peças da mudança lá em casa, achei melhor sair de perto da bagunça, quando estiver tudo certo eu volto e arrumo meu quarto.


- Harry comentou mesmo alguma coisa sobre você estar mudando para cá.


Um silêncio se formou e durou por muito tempo, até que Sirius resolveu se aproximar da jovem e cheirá-la, como se tentando detectar nela um inimigo, mas apenas lhe vinha um cheiro de frutas vermelhas.


- Seu cachorro é engraçado e bonitinho, embora mal cuidado.


Mesmo sabendo que o cachorro era Sirius, Harry não pode deixar de se sentir ofendido.


- Por que mal cuidado?


- Ele está muito magro e parece que não faz nenhum tipo de exercício a décadas, além de precisar de uma boa tosa. Você precisa fazer uma dieta de engorda pra ele e levá-lo para passear mais vezes, faça ele correr um pouco, e leve-o a um veterinário, porque não acho que esteja muito saudável.


- Você parece entender muito de animais.


Todos se viraram para Rony, ele estava completamente certo em sua observação.


- Pretendo ser veterinária, mas o fato de meu pai ser médico ajuda muito a aprender algumas coisas, mesmo se tratando de um cachorro.


Sirius começou a latir e abanar o rabo, havia gostado da atenção da garota.


- Então, Snuffles, está a fim de correr? Harry, tem um parquinho perto de casa, que acha da gente ir lá? Tem bastante espaço pra seu cachorro brincar.


Antes que Harry pudesse responder, Hermione interveio:


- Não acho que seja uma boa ideia, Harry.


Mas Harry não pode responder o comentário de Hermione, Sirius começou a latir e mostrar que estava muito interessado em correr um pouco.


Vendo a reação do cachorro, Lily sorriu de lado.


- Quem chegar por último paga prenda!


Assim que a garota gritou, ela saiu correndo, sendo seguida por Sirius e logo depois Harry.


- Vamos atrás deles!


Assim que ouviram Lupin, o grupo correu atrás do trio, parando apenas na pracinha.


- Weasley chegou por último, pague uma prenda.


Lilian e Sirius pareciam realmente estar se divertindo pela brincadeira, deitando em um escorregador para tentar recuperar o folego enquanto Harry se limitava a rir.


- Temos que voltar, não deveríamos ter vindo até aqui.


- Ah tio, deixa de ser tão chato, só estávamos correndo um pouco.


Todos olharam um pouco espantados pela forma que a garota falou com Remus, ela era bem solta quando queria, mas nenhum deles estava acostumado a isso.


- Olha só, quando falaram que a esquisita tinha mudado pra cá eu achei que fosse brincadeira.


A frase fez o grupo se virar em direção a voz, mas Lilian parecia a única realmente irritada com ela.


- Eu tenho mesmo muita sorte! Com tanta gente no planeta, o poderoso Tyler tinha que morar perto de mim...


Harry e seus amigos ficaram meio assustados pela briga que se iniciava, mas, principalmente, pelo tom ácido na voz da garota.


- Fica quieta, esquisita!


- Mas olha só Tyler, ela arrumou amigos...


- Aposto que eles nem sabem... Você contou a verdade pra eles, esquisita? Contou pra eles que você é um monstro?


Todos olharam pra garota, uma mistura de curiosidade com assombro, mas ninguém havia ficado tão incomodado com o tratamento como Remus, ele conhecia aquelas palavras e sabia a dor que elas causavam.


- Vá embora e me deixa em PAZ!


O grito da garota foi seguido por algo assustador, a areia do chão começou a rodar a dupla de amigos, a areia começou a atacá-los até que eles corressem gritando.


- Podem correr vocês também, pode falar que eu sou um monstro.


O tom de voz era amargurado, era visível que coisas como aquela já aconteciam a um bom tempo e com certa frequência.


- Foi você que fez aquilo?


Ron estava impressionado, assim como o resto, não por ela fazer magia, mas por ela fazê-lo sem varinha.


- Foi


Lilian olhou fixamente para o grupo, como em desafio e os olhos do grupo se arregalaram


"Ótimo, eles vão sair correndo também..."


- Você é uma bruxa?


A garota fez a cara mais ofendida possível vendo a pergunta de Ron, ninguém nunca havia usado aquele apelido com ela.


- Mas que insulto! Eu sou telecinética, se quer saber!


- Tele... O que?


- Telecinésia é o dom de mover objetos com a mente, mas eu achava que isso era brincadeira.


Todos olharam para Hermione, mas a garota não parecia saber mais que aquilo.


- Na verdade a telecinésia é falsa, normalmente são bruxos fazendo truques simples pra ganhar dinheiro, acredito que Arthur já tenha lidado com casos do gênero, é comum para enganar trouxas.


A garota olhou Lupin de uma forma confusa, quase como se ele fosse louco.


- Bruxos? Não viaja... E o que são trouxas? É algo relacionado a algum livro?


Ninguém sabia o que responder, ela parecia claramente ser uma bruxa, então porque fingia não saber de nada?


- Crianças, vamos voltar. Lilian, ninguém aqui vai te discriminar, eu sei bem o que é ser chamado de aberração e monstro, nunca faria isso com alguém e tenho certeza que nenhuma dessas crianças também. Mas eu acho que você não deveria usar seus poderes na frente dos outros.


A fala de Remus deu a todos um olhar triste por lembrarem-se da sina do ex-professor, assim como gerou algumas perguntas, afinal como poderia ela fazer magia e não saber do mundo mágico e suas leis? Claramente não era a primeira vez que ela usava mágia na frente daqueles trouxas, mas ninguem disse mais nada e logo o grupo se dividiu e estava bem claro para Lilian que ela finalmente havia feito amigos que não achavam seus estranhos poderes algo monstruoso.


Bem gente, vejo vocês no próximo capítulo: Desconfiança

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.