Chegando em casa



Welcome to Dead House – Capítulo 1



   Jake e eu detestamos nossa casa nova.


É verdade que ela era bem grande e parecia uma mansão comparada à nossa antiga casa. Era uma casa alta de tijolos vermelhos, com um telhado preto inclinado e fileiras de janelas emolduradas por venezianas pretas e velhas. Que casa escura, pensei, observando-a da rua. Todo o prédio estava envolvido pela escuridão, como se estivesse se escondendo nas sombras das árvores velhas e retorcidas que se curvavam sobre ela.


Estávamos no meio de Julho, mas o jardim da frente estava coberto de folhas mortas, e nossos tênis fizeram barulho ao passar por cima delas quando subimos a entrada de carros coberta de cascalho. O mato alto aparecia em todos os lugares entre as folhas mortas e também tinha tomado conta de um velho canteiro de flores ao lado da varanda da frente.


Essa casa é assustadora, pensei infeliz.


Jake deve estar pensando a mesma coisa. Olhamos a velha casa e soltamos um gemido alto.


O Sr. Black, o jovem simpático da imobiliária local, parou perto da calçada e se virou.


-Tudo certo aí? – ele perguntou, olhando primeiro para Jake e então para mim, com seus olhos mel.


-Jake e Hermione não estão contentes com a mudança – papai explicou, puxando as calças para cima. Papai é um pouco magro, e suas calças caem toda hora.


-É difícil para os adolescentes – minha mãe acrescentou, sorrindo para o Sr. Black com as mãos enfiadas nos bolsos dos jeans, enquanto continuava a subir até a porta da frente. – Sabe como é...deixar todos os amigos, mudar para um lugar novo e estranho.


-É estranho mesmo – Jake disse, balançando a cabeça. – Essa casa é horrível.


-É uma casa velha, com certeza – o Sr. Black concordou, rindo a dando um tapinha nas costas de Jake.


-Ela só precisa de um trato, Jake – papai disse, sorrindo para o corretor – Faz tempo que ninguém mora aqui, portanto está precisando de alguns consertos.


-Olhe como é grande – mamãe ajuntou, ajeitando os cabelos cheios e sorrindo para Jake – Vamos ter espaço para um escritório e talvez também uma mesa de pingue-pongue. Você gostaria disso, não é, Hermione?


Eu dei de ombros. Uma brisa gelada me fez estremecer. Na verdade, era um dia lindo e quente de verão, mas, quanto mais chegávamos perto da casa, mais frio eu sentia.


Imaginei que era por causa das árvores velhas e altas.


Eu estava vestindo um short e uma camiseta sem mangas azul. Tinha estado muito quente no carro, mas agora eu estava congelada.


-Quantos anos eles tem? – o Sr. Black perguntou à minha mãe, subindo na varanda da frente.


-Hermione tem dezesseis e Jake fez quatorze no mês passado.


-Eles são muito parecidos – ele replicou.


Acho que é verdade. Jake e eu somos altos, magros, temos cabelos escuros e ondulados e olhos castanhos como os de meu pai.


-Eu queria mesmo era ir pra casa – Jake comentou com a voz hesitante. – Detesto esse lugar.


Meu irmão é a criatura mais impaciente do mundo e, quando toma uma decisão, nada faz ele mudar de idéia. Ele é um pouco mimado. Pelo menos é o que eu acho. Sempre que faz a maior confusão sobre alguma coisa, ele geralmente consegue o que quer. Nós podemos ser fisicamente parecidos, mas, na verdade, somos muito diferentes. Sou muito mais paciente que Jake e muito mais sensata. Provavelmente, porque sou mais velha e porque sou menina.


Jake segurava a mão do meu pai e tentava puxá-lo de volta para o carro.


-Vamos, pai, vamos embora.


Eu sabia que, desta vez, o meu irmão não iria conseguir o que queria. Nós estávamos mudando para aquela casa, não havia dúvidas nisso. Afinal, ela não tinha custado nada. Um tio-avô de papai, um homem que ele nem tinha conhecido, tinha morrido e deixado a casa para ele em seu testamento.


-Bom, vamos entrar? – perguntou Sr. Black


-Vou ficar aqui fora – Jake teimou.


Ás vezes, Jake é muito cabeça-dura. Eu estava tão infeliz quanto ele quando vi a casa escura e velha, mas nunca iria me comportar dessa forma tão infantil.


Nós dois olhamos para o primeiro andar. Havia duas janelas com sacada, uma do lado da outra. Elas pareciam dois olhos escuros que nos observavam.


-Vamos entrar. É muito legal. Vocês vão ficar surpresos. – todos seguimos Sr. Black, menos Jake.


-Têm outros adolescentes nesse quarteirão? – ele perguntou, em tom de desafio.


-A escola fica a duas quadras daqui. – ele contou, apontando para a rua.


De repente, ouvimos Petey latindo e uivando do carro parado na entrada da casa. Petey é nosso cachorro, um terrier branco de pêlo encaracolado, bonitinho e geralmente bem comportado.


-Petey! Quieto! – eu gritei. Petey normalmente me obedecia. Mas não desta vez.


-Vou deixar ele sair – Jake avisou e saiu em direção ao carro.


Segundos depois, Petey atravessou o jardim correndo, espalhando folhas mortas para todos os lados. Então, para nossa surpresa, começou a latir ameaçadoramente para Sr. Black. O homem parecia assustado com a reação do animal.


Finalmente, Jake pegou Petey no colo e afastou-o do corretor.


- Pare Petey! – Jake brigou, segurando o cão perto do rosto. – O Sr. Black é nosso amigo.


Petey choramingou e lambeu o rosto de Jake. Alguns segundos depois, Jake colocou-o no chão. Petey olhou para o Sr. Black, depois para mim e, então, decidiu farejar o jardim.


-Vamos entrar – insistiu Sr. Black, passando os dedos pelos cabelos escuros e compridos até o ombro. Ele destrancou a porta da frente e a abriu. Ele abriu a porta de tela para passarmos e comecei e seguir meus pais para dentro da casa.


- Vou ficar aqui fora com Petey – Jake repetiu, observando o cachorro cheirar o canteiro de flores mortas. Sr. Black fechou a porta de tela, olhando uma última vez para Jake.


-Ele vai ficar bem – ele disse, devagar, sorrindo para minha mãe.


-Às vezes ele é tão teimoso... – mamãe se desculpou, dando uma espiada na sala de visitas. – Sinto muito por Petey. Não sei o que deu nele...


-Não se preocupe. Vamos começar pela sala de visitas. É verdade que precisa de uma reforma...


Ele nos mostrou todos os aposentos, e eu estava começando a ficar entusiasmada. A casa até que era legal e tinha muitos quartos e armários. E o meu quarto era enooooorme! Tinha seu próprio banheiro e um banco antigo, na frente da janela, onde eu podia enxergar a rua.


Eu queria que Jake tivesse entrado conosco. Tenho certeza de que ele iria ficar mais satisfeito se visse como a casa era grande.


- Bom, acho que mostrei tudo a vocês – o Sr. Black disse, olhando o relógio e andando até a porta da frente.


-Espere! Quero dar mais uma olhada no meu quarto – eu disse entusiasmada. – Volto já!


Cheguei ao primeiro andar, corri pelo corredor estreito e entrei no meu quarto novo.


Puxa! Como era grande! Dei mais uma olhada no armário enorme que tinha uma lâmpada no teto e prateleiras ao fundo.


Eu estava indo para a porta pensando em que pôsteres eu iria colar na parede quando vi o menino.


Ele ficou parado na entrada durante um segundo e, então, virou-se e desapareceu pelo corredor.


-Jake? – eu chamei – Ei! Venha dar uma olhada!


Assustada , percebi que não era meu irmão.


Para começar, o garoto era ruivo.


-Ei! – chamei e corri para o corredor, parando na frente do meu quarto e olhando para os dois lados – Quem está ai?


Mas o corredor comprido estava vazio, e todas as outras portas estavam fechadas.


“Ei, Hermione”, eu disse em voz alta.


Será que estou vendo coisas?


Meus pais estavam me chamando no andar de baixo. Dei uma última olhada no corredor e desci para encontrá-los.


-Ei, Sr. Black – chamei enquanto descia os últimos degraus da escada – Esta casa é assombrada?


Ele riu. Deve ter achado a pergunta engraçada.


-Não, eu sinto muito – ele retrucou, observando-me com os seus olhos mel. – Fantasmas não estão incluídos nessa casa. Dizem que muitas casas nesta região são assombradas, mas eu acho que esta não é uma delas.


-É que...eu achei que tinha visto alguma coisa – contei, sentindo-me um pouco boba.


-Provavelmente eram só sombras – minha mãe deduziu. – A casa fica muito escura com todas essas árvores.


-Porque você não sai e conta para Jake o que achou da casa? – papai sugeriu – Sua mãe e eu temos algumas coisas para acertar com Sr. Black.


-Sim senhor! – eu concordei, rindo para meus pais. Obediente, corri para fora para contar á Jake tudo o que ele tinha deixado de ver. – Ei Jake! – chamei, procurando pelo quintal, ansiosa. – Jake?


Fiquei assustada.


Jake e Petey tinham sumido.


 


*-*-*-*-*-*-*-*-*


N/A: Oi gentee! E ai? Gostaram do capítulo?


 


Queria dizer que esse cap. É uma introdução para a real fic. Há coisas muito importantes nesse capítulo que influenciarão no decorrer da história.


Quem não entendeu, a história é narrada pela Hermione, tah?


Bom, espero coments, hein? Obrigada por lerem!


Beijinhoos!

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