O BALADOR E O TREVO



CAPÍTULO UM:

O BALADOR E O TREVO 


 


_Podemos tentar mais na frente – Rose falou passando por um grupo de quartanistas da Lufa-Lufa que pareciam ter encontrado uma cabine com amigos.


_Todo mundo parece tão animado sobre isso – Alvo disse seguindo Rose, Tiago me contou histórias sobre Hogwarts que sinceramente assustam.


_Tiago é travesso – Rose disse andando cada vez mais rápido – Ele gosta de brincar com quem é menor que ele, tentou me vender um doce falso da Dedosdemel que sinceramente me faria ter pesadelos com criaturas por semanas.


_Vou tentar ficar longe dele no começo – Alvo falou olhando pela janela de vidro de uma cabine com apenas duas pessoas, um garoto com cabelos loiros platinados e dentes separados e uma menina com os olhos grandes e roupas verdes chamativas.


_É essa mesmo – Rose falou abrindo a porta e diante dos olhares curiosos se sentando sorridente.


_Oi – disse olhando para os dois bruxos a sua frente, ambos lhe encarando com surpresa.


_Oi – o menino disse e seu cabelo arrepiou por alguns segundos. – Sou Rose Granger, prazer. – e ela estendeu a mão para cumprimentar o garoto, que apenas disse, com a voz fraca:


_William Drake – e então desviou um olhar para a menina ao lado, que apenas continuou lendo seu livro com tranqüilidade – Pode me chamar de Will.


_Ótimo – Rose falou enquanto Alvo se sentava – E você, como se chama?


A menina com roupas verdes e arregalados olhos azuis apenas disse, depressa e com uma voz suave:


_Emily.


_Alvo Potter – Alvo disse se sentando – Prazer.


Will sorriu enquanto Emily apenas olhou por cima de seu livro, um pouco intrigada.


_O que você está lendo? – Rose perguntou curiosa – Vejo muitos livros na casa da minha mãe, mas nunca vi nada parecido com esse.


Emily olhou Rose por um breve instante e respondeu, calma:


_Esse livro não é muito comum fora da Irlanda, fala sobre os Leprechauns em geral. Eu o encontrei em uma poça de lama perto da minha casa enquanto tentava encontrar um gnomo que estava assustando o cachorro do vizinho.


_E você o encontrou? – Alvo perguntou em voz baixa.


_Não – Emily respondeu – Mas eu acredito ter visto um dos pés dele desaparecerem em um dos arbustos mais baixos. Quando me aproximei, encontrei o livro, eu gostaria de devolvê-lo, mas não sei a quem, então tenho lido.


_O que é um Leprechaun? – Will indagou constrangido.


Emily folheou algumas páginas do livro e leu lentamente:


 


“Muito conhecido na Irlanda, o leprechaun é apresentado como um diminuto homenzinho, sempre ocupado a trabalhar em um único pé de sapato em meio às folhas de um arbusto ou sob uma folha de labaça. Ele é tido como o sapateiro do povo das fadas. Também são conhecidos pelos nomes de Tumores, Duendes ou Gnomos.


Os leprechauns são considerados guardiões ou conhecedores da localização de vários tesouros escondidos. Para obter tais tesouros (normalmente um pote de ouro) é preciso capturar um leprechaun e não perdê-lo nunca de vista. Caso contrário, ele desaparece no ar. Acredita-se que eles também tenham uma moeda de prata mágica, que volta a sua bolsa, depois de ser gasta.”


 


Emily folheou as páginas novamente e os olhos de Will, ao seu lado, saltaram.


_O que é isso?! – ele perguntou assustado olhando para uma das páginas no livro.


_A estátua do Leprechaun dourado – ela respondeu sorrindo por um instante – É uma história intrigante... Dizem que há muitos anos a Escola de Concentração Mágica de Bounstouns, na Irlanda, presenteou Hogwarts com essa estátua depois que os fundadores foram cruciais na libertação do mago Lekronius, líder do vilarejo Bounstouns, aonde ensinavam há jovens bruxos a arte da mais encantadora magia conhecida até então.


“O Leprechaun de Ouro’’, como é conhecido, foi levado à Hogwarts uma semana depois da morte de Lekronius, logo após a abertura do castelo de Bounstouns; Mas a estátua logo desapareceu, sendo encontrado apenas seu par de sapatos, considerados até então, o único feito pelo Leprechaun de Ouro.


 


Emily parou por um instante e olhou para Rose com surpresa, ela parecia especialmente interessada na história.


 


Dizem que o único Leprechaun de ouro da história, surgido logo após a morte de Lekronius, está preso em uma magia desconhecida e inquebrável.


Nunca em todos esses anos a estátua foi encontrada ou pistas foram deixadas, os sapatos dourados foram colocados de modo que todos esperassem que ele voltasse para buscar, mas isso não aconteceu. Os sapatos apenas desapareceram e nunca mais foram encontrados.


 


_Espere um pouco – Alvo falou sério – Era uma estátua que tinha vida.


_Não – Rose falou – Eu nunca ouvi falar nada sobre essa história, mas fica fácil de entender que na verdade é uma estátua que quando perde seus sapatos ganha vida e que com eles é apenas uma estátua. O Leprechaun de ouro nunca deve ter voltado para buscá-lo pois não queria perder a sua chance de viver.


_Talvez – Will disse – Mas será que ele está vivo depois de tantos anos?


_Sim – Emily falou consultando o livro – Dizem que o espírito do Leprechaun de ouro se renova a cada cento e cinqüenta anos trazendo heróis de diferentes épocas para viverem dentro de si.


_Eu aposto que ele deve estar na Irlanda! – Alvo disse animado – É a casa dele!


_Por isso mesmo não estaria! – Will cortou – Ele não quer ser pego, então ali seria o último lugar que esperaria estar.


_Já se fazem muitos anos, ninguém mais deve estar a sua procura, ele deve viver em paz hoje – Rose disse e Emily apenas balançou sua cabeça negativamente folheando o livro para uma das últimas páginas.


_Aqui diz que aquele que levar os sapatos dourados ao Leprechaun e o fizer calçar conseguira a moeda de prata que ele carrega em sua bolsa para todo o sempre.


_Essa é a recompensa? – Will perguntou parecendo não impressionado – Deve ter um valor absurdo.


_Não apenas isso – Emily disse – Dizem que quando o Leprechaun for pego, todos os espíritos que ele aprisionou durante os anos sairão e poderão dizer o maior segredo entre os Leprechauns já guardado até hoje.


_Segredo? – Alvo repetiu tão baixo que pareceu um murmúrio.


_O Círculo da Fênix Prata. Apenas os Leprechauns sabem como chegar lá e apenas com a moeda de prata do Leprechaun de ouro é possível libertar a Fênix que ali está aprisionada.


_Uau... – Will suspirou.
_A maior Fênix de todas – Emily continou – Mãe de todas as Fênix, ela é a única que pode dar imortalidade a qualquer ser vivo e com sua bondade a paz no mundo bruxo pra sempre seria mantida. Ela ainda daria a aquele que a libertasse a maior riqueza mágica já registrada em toda a história.


_Eu adoraria conseguir libertar a Fênix – Rose falou sonhadoramente – Imaginem o quanto linda ela deve ser...


_Imaginem quanto dinheiro ela nos daria – Will disse em seguida.


_E a paz que antes foi tão dificilmente conquistada para sempre seria mantida – Alvo disse pensando em seu pai e todas as histórias que já ouvira sobre seu passado de lutas e desafios.


Emily fechou o livro naquele momento e o guardou em uma mochila marrom simples, com um “E” bordado em um canto.


_Você esperam entrar para qual casa? – Will perguntou e imediatemente Alvo soltou um “Grifinória’’ sincero e decidido.


_Grifinória – Rose respondeu sorrindo.


_Minha mãe pertenceu a Corvinal e meu pai a Grifinória, espero estar em uma dessas – Emily respondeu tranqüila.


_A minha família tem sido da Lufa-Lufa há muito tempo, eu admiro muito todos eles e realmente pareço muito com meu pai, que foi um ótimo jogador de Quadribol e preparador de Poções, eu quero muito estar na Lufa-Lufa também.


_Ótimo! – Alvo disse – É uma ótima casa!


 


 


O trem de Hogwarts caminhou pelos trilhos ao longo que a noite caía e apenas quando as montanhas e os pinheiros ficaram perdidos na escuridão o castelo começou a aparecer, imponente, belo e cheio de borrões amarelos refletidos nas águas negras ao redor.


Quando o trem parou e os alunos começaram a descer, Alvo ouviu uma voz rouca e alta anunciar: “Alunos do primeiro ano por aqui, venham comigo, alunos do primeiro ano, estou aqui, venham por este caminho!’’


E saindo para a plataforma de chegada, ao lado de Rose, Will e Emily viu um bruxo alto, de cabelos brancos longos e uma barba também branca abanando uma das mãos bem alto.


Todos os alunos do primeiro ano foram em direção a ele, Scorpio o enviava olhares indesejáveis enquanto caminhavam para um túnel sombrio e longo.


_É assustador – Alvo murmurou para Rose – Assim como Tiago disse, mas não deixe ninguém saber sobre isso.


Rose apenas riu baixo.


Após andarem por túneis de pedra que desciam cada vez mais chegaram a um lugar aonde haviam vários barcos lado a lado e o castelo dali parecia majestoso e ainda mais imponente que pela visão do trem. As águas negras pareciam exigir coragem de alguns, haviam algumas poucas ondas que Hagrid estava tentando controlar com seu guarda-chuvas, e parecia que a qualquer momento um grande dragão dos mares sairia dali.


_Vamos depressa! – Hagrid falou apontando para os barcos – Vamos aproveitar que está melhor! Vamos! Senhoritas primeiro!


Alvo montou no mesmo barco que Will, enquanto Rose e Emily seguiram com outras três meninas em um barco distante.


Hagrid seguia no barco mais a frente se encarregando de manter a luz bem alta e levando todos pelo caminho correto.


Alvo não conversou muito durante a viagem, ela parecia tão longa quanto a do trem, principalmente quando o castelo desapareceu da vista e apenas árvores escuras e sombrias podiam ser vistas distantes, na temida Floresta Proibida (como Tiago sempre enfatizava ao dizer).


Um filho de Neville Longbottom estava no mesmo barco que Alvo, ele se chamava James e parecia muito com o pai, o rosto redondo e os dentes saltados, os cabelos muito escuros e a expressão assustada.


 


Assim que os barcos chegaram ao castelo e os alunos foram conduzidos até o castelo de Hogwarts, quatro fantasmas lado a lado estavam a espera de todos. Uma professora baixinha com cabelos vermelhos e brancos, óculos redondos e cinza quase na ponta do nariz e olhos escuros fitava quem vinha em sua direção.


Após subirem uma longa escada e chegarem até ela, os fantasmas trocaram murmúrios e o silêncio tomou conta do ambiente.


_Bem vindos à Hogwarts – a bruxa disse com uma voz aguda e rápida – Vocês serão encaminhados até suas casas neste momento. Antes, porém, passarão por uma breve seleção e juntamente com os fantasmas caminharão para suas respectivas mesas no salão principal.


A bruxa olhou por um instante para todos e Scorpio sorriu ao olhar para Barão Sangrento, Will estava fitando Frei Gorducho, parecia intrigado, como se todos da sua família tivessem falado sobre ele por muitos anos.


_Por aqui – a bruxa pediu indo em direção a uma porta de carvalho no fim de um corredor e estendendo um pergaminho longo. – Quando eu chamar seus nomes, entrem nesta sala e sentem-se no banco ao centro, a seleção deverá ser breve. O Chapéu Seletor dirá o nome do fantasma que você deverá seguir depois da seleção.


No momento seguinte a bruxa ajeitou seus óculos e se voltou ao primeiro nome da lista:


_Liz Pettibone.


Uma menina de cabelos escuros e olhos assustados caminhou em direção a porta e adentrou, fechando-a logo em seguida.


O silêncio era absoluto.


Após poucos instantes que pareceram longos minutos para Alvo, a menina saiu e caminhou até a Dama Cinzenta, ficando ao seu lado.


_Rose Granger – a bruxa chamou e Rose abaixou sua cabeça, desviando um olhar rápido à Alvo e caminhando para a sala.


Alvo sentia-se cada vez mais gelado, como se um cubo de gelo tivesse caído em seu estômago, era difícil permanecer tranqüilo com o olhar julgador dos fantasmas. Eles pareciam já terem decidido quem queriam para suas casas e a bruxa parada ao lado da porta parecia tão séria e centrada quanto seu pai dissera sua antiga professora de Transfiguração ser.


A porta no instante seguinte se abriu e Rose caminhou rapidamente até Nick-Quase-Sem-Cabeça, sorrindo, ela deveria imaginar que seu pai ficaria orgulhoso.


_Themo Fraque – a bruxa chamou em seguida e um bruxo alto e magro saiu depressa entre as pessoas, entrando na sala com confiança.


Quando Themo deixou a sala e caminhou até o Frei Gorducho, a bruxa parecia ter desviado um olhar a Alvo e então sentiu que aquela seria a sua vez.


_Alvo Severo Potter – ela chamou e vários olhares correram pelo corredor procurando quem era.


Alvo passou por dois meninos altos e sérios e caminhou para a porta aberta mais a frente, tudo na sala seguinte parecia absolutamente escuro e nada convidativo.


Quando atravessou a porta e ela se fechou sozinha, olhou ao redor e viu muitas velas flutuando. No fundo haviam quatro bandeiras bonitas, a primeira uma azul com detalhes prateados, com uma água no centro, Corvinal; a segunda, um leão de ouro com detalhes vermelhos, Grifinória; Uma terceira muito bonita, negra com detalhes dourados e com um texugo no centro, Lufa-Lufa; e uma última verde com detalhes prateados, com uma serpente ao meio, Sonserina.


Além das velas e das bandeiras havia apenas um banco no centro, com um chapéu muito velho, com alguns rasgos no alto.


_Se aproxime, não tenha medo – o Chapéu disse e Alvo andou depressa, seu coração batendo muito rápido.


Apanhando o chapéu e sentando, o colocou em sua cabeça e a um silêncio aconteceu por alguns instantes, pensou que deveria fazer algo ou ter colocado o chapéu errado, mas então, com uma voz rouca e cansada o Chapéu anunciou:
_GRIFINÓRIA!


Alvo saltou do banco tão repentinamente que o chapéu quase caiu da sua cabeça.


_Vá até o Sr.Nicholas de Sir Pompigton. – o Chapéu continuou.


_Obrigado – Alvo disse depressa saindo para fora da sala e indo até o velho Nick parado ao lado de Frei Gorducho.


Em meio ao silêncio e ordem, Alvo e Rose trocaram olhares alegres e tudo pareceu correr melhor na hora seguinte. Will, assim como sua vontade, foi para a Lufa-Lufa e Emily seguiu para Corvinal, o que lhe parecera deixar feliz pois saiu aos saltos da sala.


Após todas as seleções terem sido feitas, todos caminharam até o salão principal e quando as duas grandes portas da entrada se abriram e todos se viraram para os recém chegados, um bruxo de cabelos quase acinzentados, olhos grandes e vestes roxas começou a aplaudir na cadeira mais majestosa na mesa dos professores.


Todos aplaudiram a chegada dos novos alunos. Alvo e Rose seguirem Nick para a mesa de Grifinória enquanto os outros alunos se acomodavam em suas mesas.


O diretor, o bruxo que aplaudia, parecia alguém realmente sério e até assustador, a sua barba era mais escura que o cabelo, havia muitas estrelas douradas nas suas roupas roxas, muitos anéis nos dedos, um longo chapéu pontudo na cabeça e os olhos eram claros e pequenos, verdes e com uma expressão bondosa, porém séria. Ele era ainda mais velho que a bruxa que recebera todos e a primeira coisa que disse após todos terem chegado foi seu nome: Kingston Blazein.


 


Os alunos partiram para as salas comunais aonde receberam dos Monitores-chefes as orientações necessárias e assim poderam descansar, a noite estava um pouco quente e o silêncio absoluto, o que era convidativo há logo adormecerem.


 


Na manhã seguitne, Emily, na mesa da Corvinal continuava a ler o livro sobre os leprechauns, ela parecia muito entretida dessa vez e quase não percebera que o horário já passara e que deveria ir para a primeira aula.


O professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Napóleo Tellingtow, parecia um pirata, um dos olhos eram tampados por uma faixa preta enrolada na cabeça enquanto um dos dentes, dourado, parecia brilhar mais a cada frase que terminava. Ele tinha uma voz rouca e forte e andava depressa, com as mãos balançando alto, muitas pulseiras douradas com pingentes com cabeças de caveira e outros símbolos estranhos.


_Dizem que ele já foi auror e foi expulso depois de um surto de loucura aonde quase matou outros aurores. – Rose disse enquanto caminhava com Alvo, Emily e Will para a sala de aula.


_E ainda deixam um bruxo desses ensinar? – Will resmungou preocupado.


_Isso foi há muitos anos – Emily disse antes de fechar o livro sobre Leprechauns.


_Descobriu algo mais? – Alvo perguntou quando se aproximaram da aglomeração de alunos em frente a sala.


_Sim – Emily falou enquanto guardava o livro em sua mochila – Parece que a única forma possível de se encontrar os sapatos do Leprechauns são através de um instrumento chamado “O Balador’’ que tem um alto poder de precisão para encontrar relíquias de Leprechauns. Existe apenas um no mundo e ele era usado pelos Leprechauns antigamente para encontrar bruxos e alguns outros fujões. Não é visto há muitos anos.


_Parece interessante – Alvo falou e de repente um silêncio se fez, o professor, alto e magro, com seu aspecto assustador saiu e olhou para todos com seu único olho bem aberto. Abrindo a porta com um rugido apenas disse:


_Entrem.


Os alunos, em absoluto silêncio, caminharam para dentro da sala soturna e logo foram se acomodando nas mesas, centenas e centenas de objetos pendurados no teto, balançando devagar enquanto caixas e gaiolas estavam por todos os lados, empilhados. Alvo pensou ter visto algo dentro das gaiolas, mas pareciam apenas borrões quase transparentes.


_Bem vindos primeiro ano – o professor disse indo até a frente da sala – Meu nome é Napóleo Tellingtow e sou seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, espero que simpatizem com meu único olho pois nos veremos muitas vezes na semana.


Algumas meninas riram, não por terem achado engraçado, mas como forma de tentarem aliviar a tensão.


O professor olhou depressa para todos ali e apontou para uma das gaiolas mais altas, aonde não havia absolutamente nada dentro.


_O Rato Coveiro – ele disse – Impossíveis de se ver, antigamente usados pelos coveiros dos cemitérios para cuidar dos túmulos enquanto descansavam na calada da noite. São criaturas absolutamente perigosas e cruéis, tendo habilidades que variam muito ao longo dos seus poucos seis anos de vida.


O Rato Coveiro não apenas fere o seu alvo como tenta matá-lo, desferindo uma mordida venenosa que faz o alvo cair morto em instantes. Com olhos hipnotizantes, uma velocidade assustadora e se movendo silenciosamente pelos caminhos, são vistos como uma das criaturas mais perigosas já existentes.


Eu os treinarei para descobrirem como retirarem sua transparência, quebrarem o encanto hipnotizante de seus olhos e ainda os abaterem de forma definitiva. – o professor andou pela sala e sacando a sua varinha continuou: - Jamais apenas derrubem um Rato Coveiro, vocês devem matá-lo ou do contrário quando se levantar o perseguira por toda vida através do cheiro que jamais esquecerão e você dificilmente escapara dessa maldição.


 


A aula prosseguiu depressa e quase todos os alunos foram relativamente bem nas práticas dos feitiços. Quando os alunos comeram a partir Alvo notou que Emily parecia olhar para o professor com interesse, mas então ela se levantou e partiu depressa.


_Espere! – Alvo a chamou e Rose e Will se viraram para ele. Emily veio em sua direção e o seguiu até o professor. – Desculpa – falou a ele e o professor se virou depressa – Eu acredito que o senhor saiba muitas coisas sobre magias negras e talvez sobre história da magia, então eu gostaria, bem, eu gostaria de saber o que o senhor pode nos dizer sobre O Balador.


Napóleo fitou Alvo por um instante e depois olhou para Will, Rose e Emily intrigado.


_Bem Potter – ele falou com sua voz forte – Não há muitas informações sobre O Balador há mais de cem anos, a única notícia divulgada foi quando uma bruxa chamada Cornélia Coyle havia encontrado O Balador após adquirir uma casa na Irlanda, mas que logo ela se livrou dele por achar que se tratasse de magia negra e desde então todos acreditam que ele foi quebrado.


_Hum, que pena – Alvo falou decepcionado.


_Vocês poderiam perguntar melhor à Madame Coyle, que administra Astronomia, ela é neta de Cornélia e poderia contar detalhes realmente interessantes à vocês.


Will puxou um pergaminho de um dos bolsos e consultou.


_Não temos Astronomia hoje.


_E não terão o ano todo – Napóleo falou depressa – O primeiro ano não cursa Astronomia.


Rose olhou para Emily e perguntou depressa:
_E aonde poderemos encontrar ela?
_Em sua sala, toda noite, sétimo andar, logo após a estátua do Ocário, o Menino Rei.


_Ah, muito obrigado! – Alvo falou e então caminhou para fora da sala depressa. – Podemos andar pelo castelo até as sete horas, assim que terminar a última aula nos encontramos no saguão de entrada e então iremos até lá.


_Certo! – Will falou.


_Combinado – Emily disse se adiantando para perto de um grupo de alunos da Corvinal que caminhavam para a aula de Herbologia.


_Seria uma aventura e tanto descobrir algo sobre esse Balador – Alvo falou excitado apenas ao imaginar essa aventura.


_Não podemos arranjar problemas – Rose disse séria – Mal chegamos.


_Estamos apenas tentando nos divertir – Alvo disse animado.


_É – Will falou sorrindo – Apenas isso.


 


Após a aula de feitiços acabar, Rose e Alvo partiram para o saguão de entrada enquanto aguardavam Emily e Will, eles retornariam da aula de Poções nas masmorras, o que não era muito longe.


_Ele parece legal – Emily falou à Will enquanto se aproximavam.


_Não acredito – Will discordou – Ele parece exigente.


_E então, prontos para ir? - Alvo perguntou e ambos balançaram a cabeça positivamente.


 


O caminho para o sétimo andar era particularmente difícil, ainda mais porque Alvo pensou ter visto Pirraça em um dos caminhos e como seu pai orientara, evitou cruzar com ele.


_Parece que é por aqui – Emily disse em frente a um corredor escuro e com apenas uma estátua iluminada por um castiçal.


Rose andou depressa até ela e sorriu:


_Definitivamente essa é a estátua de Ocário.


Alvo correu até ela e logo avistou uma porta escura ao lado, quase perdida na escuridão.


Indo até ela deu dois toques e uma pequena janela se abriu.


_Quem está aí? – uma voz fina e alta perguntou.


_Madame Coyle, gostaríamos de falar – Alvo disse vendo apenas dois olhos verdes o fitarem por detrás da janela.


_Sobre o quê? – a bruxa perguntou parecendo apressada.


_O Balador – Will respondeu e um silêncio incomodo surgiu no instante seguinte. Madame Coyle fechou a janela rapidamente e todos pensaram que ela não os atenderia mais.


_Não precisava ser tão direto! – Rose retorquiu brava, mas então a porta se abriu lentamente.


_Entrem – Madame Coyle pediu e Alvo adentrou, olhando para o luxuosa e bonito quarto da professora com espanto.


Madame Coyle era uma bruxa magra, com olhos profundos e pequenos, mãos com dedos longos e cabelos da cor vinho amarrados em um coque elegante.


As vestes eram verdes esmeraldas e ela parecia pronta para uma festa de gala, com um colar dourado muito longo com uma peça particularmente bonita na ponta, uma bússola prateada com apenas uma seta dourada e muitos símbolos ao redor.


_Por aqui – ela disse apontando para um dos sofás próximos da lareira. Assim que Rose, Will, Alvo e Emily se sentaram ela os olhou e fez um movimento simples com a mão. – Tomem um chá – e xícaras brancas com detalhes vinho flutuaram no ar – Sempre faço antes de dormir, mas nunca tenho visitas para me acompanharem.


Se sentando em seguida, todos se olharam por um instante e então a professora disse:
_O que desejam saber sobre o Balador?


_Na verdade é apenas uma curiosidade – Will falou – Estávamos lendo um livro sobre Leprechauns durante o trem de ida para Hogwarts e achamos interessante, por isso queremos saber algo mais.


_Bem – Madame Coley disse – Minha avó realmente possuiu o Balador durante uma breve noite na Irlanda, após se mudar para uma casa nos campos. O Balador estava no porão da casa, amarrado a um livro muito antigo, ela acreditou ser magia negra e imediatamente os retirou de sua casa, e...


_A senhora não sabe o que ela fez exatamente? – Rose cortou em voz baixa.


_Não – Madame Coley respondeu parecendo ser sincera – A minha avó morreu dois meses após chegar a casa e dizem terem encontrado livros queimados no porão, e afirmam que esse foi o destino do livro que estava com o Balador. O objeto em si jamais encontraram, pessoas próximas da casa afirmam tê-la visto ir a casa de minha mãe horas antes da morte, parecendo muito aflita e trêmula.


_Ela não pode ter levado o Balador até sua mãe? – Alvo perguntou a cada instante mais interessado.


_Minha mãe afirmou nunca ter visto o objeto e nunca ter ouvido alguma palavra sequer sobre isso com ela. Minha mãe afirma que o que minha avó foi levar até ela era apenas isso. – Madame Coley mostrou o colar que trazia em seu pescoço e naquele instante Emily puxou o livro sobre Leprechauns da sua mochila.


O colar no pescoço de Madame Coley começou a saltar por todos os lados e então ela soltou um grito e caiu desmaiada no sofá. A bússola no colar brilhou intensamente e então o livro flutuou das mãos de Emily, abrindo em uma das últimas páginas e fazendo com que ali uma nova página surgisse.


Alvo correu até ele e o olhou, a figura da bússola havia surgido com o nome “O Balador’’ escrito em cima, com uma letra fina e pequena.


Alvo, Rose, Will e Emily se entreolharam e depois para a bússola no colar.


Alvo imediatamente apanhou a bússola e todo o brilho desapareceu. A seta dourada girou para todos os lados loucamente e então parou, mostrando um dos símbolos mais apagados, o de um trevo de quatro folhas.


_O que isso quer dizer?! – Will pergunton extasiado como o que acabara de acontecer.


_Não sei – Alvo respondeu sentindo seu coração pulsar a cada segundo mais rápido devido a emoção – Mas talvez devamos achar o trevo e ali estará os sapatos do Leprechaun de Ouro...


_E vamos deixá-la aqui?! Desmaiada? – Rose exclamou chocada.


_No fim da noite traremos de volta e ela ficará bem – Alvo respondeu.


_E se algo de ruim acontecer a ela, e se alguém vê-la assim, seremos expulsos! – Rose retorquiu furiosa.


_Vamos arriscar – Alvo falou – Pelas histórias que meu pai contou, essa não seria nem um pouco arriscada perto do que ele já passou e olhem só, ele está vivo e é admirado por todos!


Rose olhou para todos contrariada e então olhou para a porta.


_Vamos fazer isso o mais rápido possível, não podemos andar até mais tarde no castelo.


_E se o trevo não estiver aqui – Will disse – Pode estar em qualquer lugar do mundo.


_Não – Emily disse – O Balador apenas funcionaria próximo dos sapatos, do contrário ele ficaria adormecido.


_Não entendo – Will disse – Se estamos próximos, porque ele não despertou antes, no pescoço de Madame Coyle, ela deve estar aqui há anos e isso com ela há mais tempo ainda.


_O livro – Rose respondeu enquanto deixava a sala de Madame Coyle e colocava um feitiço na porta para que ninguém conseguisse entrar com facilidade. – O livro que estava com o Balador na casa da avó de Coley era o que estava com Emily, quando os dois se reuniram novamente ele foi despertado.


_Não há mais tempo para explicações, temos que encontrar isso o mais rápido possível. – Alvo disse e ao lado de Rose, Emily e Will saiu a correr.


_Vamos nos separar – Will falou assim que chagaram no quarto andar – Rose, procure no primeiro, segundo, terceiro andar e banheiros. Emily, procure no quarto, quinto, sexto, sétimo andar e na Torre de Corvinal, eu irei até a Torre de Lufa-Lufa, depois aos banheiros masculinos, e procurarei por todas as salas. Alvo, vá para os campos, não há muita coisa para se ver, mas são distantes. Se alguém encontrar o trevo, vai até os outros.


_Certo – Rose disse olhando para Alvo – Fique com o Balador, ele parece seguro em suas mãos.


_O.K – Alvo concordou saindo corredor afora, rumo aos campos.  - Isso parece maior do que imaginava – disse a si mesmo após passar pelo campo de quadribol e procurar nos arbustos. Caminhando até em direção ao que parecia ser uma nuvem de fumaça no alto e torcendo para que alguém tivesse achado o trevo e estivesse vindo em sua direção, caminhou para o que pensou ser uma cabana alta e simples, cheia de madeiras empilhadas ao redor. A fumaça saia da chaminé com alguns tijolos faltando e havia um flash de luz saindo de uma janelinha alta.


Com a luz da varinha se aproximou da cabana e foi iluminando as paredes e o chão, tentando não fazer barulho. Assim que deu a volta na cabana chegou a um ponto em que a luz da sua varinha apagou e assim permaneceu, não conseguindo realizar o feitiço de luz novamente.


Procurando em meio a escuridão pelo símbolo do trevo, puxou algumas madeiras para fora de uma pilha e viu um borrão quase escondido pela grama. Não enxergando direito, e não conseguindo ascender sua varinha aproximou a bússola do trevo e um brilho intenso surgiu dela, dourado e poderoso, iluminando todos os campos ao redor. Alvo se abaixou um pouco mais e pode ver o pequeno e quase apagado trevo na última pedra da cabana, quase em meio a terra.


_O que está havendo, que luz é essa?! – uma voz resmungou e a porta se abriu depressa. Alvo tentou apagar a luz da bússola com todos os movimentos possíveis, mas não foi possível. Hagrid o pegou no momento preciso, o olhando com surpresa. – O que está fazendo com as minhas madeiras? Que luz é essa na sua mão?


_Deculpe-me – Alvo falou se levantando e se afastando do trevo, e então a luz se apagou – Eu preciso contar aos meus amigos sobre isso.


_Sobre o quê?! – Hagrid resmungou coçando a barba branca.


_O Trevo do Balador – Alvo respondeu e os olhos pequenos e negros de Hagrid, mais parecidos com dois besouros, se abriram surpresos.


_O que têm ele?! – indagou com a voz fraca.


_O encontrei – Alvo disse – Não conte a ninguém, voltarei em breve. – e saiu a correr pelos campos, tão feliz como jamais imaginou que poderia ficar no seu primeiro dia em Hogwarts.


Assim que Alvo adentrou o castelo, um fantasma passou por cima da sua cabeça e se virando viu Frei Gorducho olhando-o surpreso.


_Para quê tanta pressa Potter! – ele esbravejou.


_Hey Frei – Alvo disse animado – Poderia fazer um favor para mim?


Frei revirou os olhos e acenou positivamente com a cabeça.


_Veja para mim se há três alunos pelos andares e chame-os até aqui, são Will, Rose e Emily e entenderão ao dizer meu nome.


_O.K Potter – Frei falou murmurando ao sair pelo caminho - Potter... Potter... agradeça ao nome que tem... Potter.


Não havia ninguém ali no saguão de entrada há essa hora, e tudo estava se tornando mais escuro com o passar do tempo. O Balador não brilhava mais longe do trevo e quando Emily chegou acompanhada de Will e Rose guardou-o depressa.


_Frei não veio conosco – Rose disse depressa – Foi resolver um problema no banheiro feminino do sexto andar.


_E então?! – Will exclamou – Achou?


_Sim! – respondeu e os olhos de todos saltaram – Achei, venham, é por aqui. – e assim que deixou o castelo viu uma coruja muito distante voando para fora.


_Oh não – Emily murmurou. – Você contou a alguém sobre isso?


_Não – Alvo respondeu – Bem, vocês entenderão.


Alvo saiu correndo pelos campos irritado porque provavelmente Hagrid teria mandado uma coruja ao Ministério avisando sobre o descoberto, por isso deveriam ser rápidos e agir logo.


Assim que chegaram a cabana, o Balador explodiu em luzes novamente e Alvo se virou para Hagrid, parado na porta:


_Porque mandou a coruja?! Eu pedi que não o fizesse!


_Acalme-se garoto – Hagrid falou cansado – Será para seu bem.


_Pois então – Rose disse se aproximando do trevo quase apagado – Os sapatos dourados devem estar por aqui.


_Sim – Emily concordou – Devem estar enterrados.


_Como vamos tirar? – Will disse puxando a varinha.


_Deixem comigo – Emily falou calma – Meu pai me ensinou alguns feitiços sobre terra para fertilizar melhor, então sei como retirar sem muita sujeira.


Emily puxou a varinha e pronunciando poucas palavras fez luzes verdes formarem um quadrado em frente ao trevo e com um movimento calmo e certeiro retirou o bloco de terra para cima, o jogando em seguida. – Estava definitivamente pesado. – ela falou guardando a varinha.


_Por isso – Alvo disse indo até o bloco de terra retirado. Em meio a terra havia uma pequena caixa escura e bonita, com a face de um Leprechaun de ouro na tampa.


Alvo tentou abrir a tampa, mas ela estava emperrada.


_Agora é comigo – Will falou já com varinha em mãos – Alorromorra! – a caixa sacudiu mas não abriu.


_Precisa de algo melhor que isso – Rose falou puxando a sua própria varinha.


_Isso ainda é comigo – Will falou e sacudindo a varinha disparou uma língua de fogo que nocauteou a tranca e abriu a caixa.


Todos imediatamente olharam para o que havia dentro, inclusive Hagrid.


_Os sapatos... – Emily murmurou.


Haviam dois sapatos ali, pequenos e completamente dourados, naturalmente de ouro, e reluzentes, brilhantes e os mais belos sapatos que Alvo já vira.


_Sem nenhum arranhão – Hagrid disse em voz baixa.


_A estátua – Rose falou fechando a caixa – Temos que achar a estátua e devolver os sapatos.


_Irlanda – Hagrid falou – Vocês viajarão para Irlanda agora – e os olhares de todos saltaram – Mandei uma coruja para meu amigo Ernesto Mughlin e ele os levará aonde quiserem. Ele possui um modo único de aparatação e poderá levá-los a qualquer lugar do país.


_Mas como chegaremos até lá?  - Rose perguntou desacreditada.


Hagrid deu uma piscadela e fez um movimento positivo com as mãos. Quatro hipogrifos pequenos surgiram da escuridão.


_Oh, o que é isso?! – Will exclamou se afastando.


_Vocês saberão melhor no terceiro ano, não tenham medo, são Hipogrifos pequenos ainda, porém são treinados pelo Ministério desde que nasceram, estão preparados para emergências e os levarão seguros a qualquer lugar desse mundo.


_Eu não sei voar nem em vassouras, imagina em um desses! – Alvo falou assustado – E Hagrid, porque você está nos ajudando?


_Porque eu sei que você é como seu pai Alvo, e assim como acredito que quando montar nesse Hipogrifo seu maior desejo vai ser voar o mais rápido possível, sei que no final você vai encontrar o Leprechaun e quebrar todas as maldições que ninguém conseguiu em tanto anos.


Alvo sentiu seus olhos arderem por um instante, mas então se viraram para os Hipogrifos.


_Não se intimidem – falou apanhando a caixa – Iremos até a Irlanda agora e ainda está noite encontraremos o Leprechaun, queira ele ou não.

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