Férias não tão ruins



Capítulo 1


Férias não tão ruins




Era uma sensação estranha. Ele não conseguia se mexer. Seus pés pareciam pesar toneladas, mais do que ele imaginava que fosse possível. Suas mãos pareciam não existir, ele não as sentia. Sua cabeça doía e parecia girar com uma enorme velocidade. Tudo estava escuro e, embora não pudesse ver nada, sentia que estava correndo perigo, que estava tudo errado. Não devis estar escuro, ele não devia estar sentindo tudo aquilo. Queria saber o que estava acontecendo, mas nunca conseguiria continuando paralisado ali.


Percebeu, ao tentar abrir os olhos, que eles pareciam estar pregados. Era impossível abri-los, era impossível ver qualquer coisa a não ser a escuridão que existia; talvez exatamente por isso estivesse tão escuro.


Seu peito doía. Não era uma dor qualquer, não era uma dor física, era uma dor que não media tamanho. Como se outra pessoa, uma pessoa que ele gostava muito, estivesse sofrendo tanto ao ponto da dor da tal pessoa atravessar seu corpo também.


Ele tentou gritar. Sua boca se abriu, mas nenhum som saiu por ela. Tornou a fechá-la, sentindo-se fracassado em sua tentativa de auto-salvamento do desconhecido.


- Não... – sussurrou alguém, de repente.


Harry tentou se concentrar naquele som, como se disso dependesse sua vida; e ele não duvidava que realmente dependesse. O que mais o chocou foi o poder que aquela única palavra teve sobre ele. Não o animou nem nada, longe disso. Aquilo parecia ter saído da boca de alguém que estava realmente sofrendo. Perto daquilo, a estranha sensação que sentia não era nada.


- Por favor, não... – ouviu novamente. – Harry...


Ele não sabia se tinha ouvido direito. A pessoa havia mesmo dito seu nome? Estava mesmo chamando por ele? Imaginou que talvez aquela pessoa o conhecesse. Isso apenas intensificou a dor que ele sentia dentro dele mesmo. Ele também devia conhecer aquela pessoa e, aparentemente, a pessoa estava sofrendo por ele. Ou com ele; não saberia dizer.


- Harry... – ouviu um soluço alto e doloroso. – Não faz isso comigo, por favor...


O quê?, ele teve vontade de perguntar. Não estava mais agüentando. Queria abrir os olhos e ver quem era que estava sofrendo tanto e porquê, mas seus olhos não abriam. Queria falar, perguntar o que estava acontecendo, obter respostas, mas sua boca se recusava a obedecê-lo.


- Harry, eu não posso... Desculpe, mas eu não vou... Não vou conseguir... – dizia a pessoa.


Subitamente, - como se sempre soubesse, mas sua mente estivesse demasiada lenta para lhe dar essa informação - ele sabia quem era. Era Gina. Saber disso não lhe ajudou nem um pouco.


- Não vou conseguir... – disse ela, deixando escapar mais um soluço. – Não sem você...


Harry queria gritar pra ela que estava bem, queria que ela parasse de chorar, queria acabar com a dor dela. Mas ele não conseguiu fazer nada disso. Ficou parado ali, na escuridão, escutando seu choro, que a cada segundo parecia ficar mais distante. Ela não podia estar se afastando. O que estava acontecendo?  E então, ela gritou.


- Harry!


Um grito cheio de dor que o atingiu e fez com que ele abrisse a boca, tendo a certeza de que sua voz finalmente sairia e que tudo aquilo iria acabar.


 


***


- Gina!


Harry sentou na cama depressa, sentindo o coração bater impiedosamente dentro do peito. Estava no seu quarto, sem nenhum sinal de Gina. Percebeu que estava coberto de suor. Respirou fundo, tentando se acalmar, tentando não pensar naquele sonho, que o deixara tão perturbado. Desejou esquecer aquilo, tirar da sua memória o som do choro de Gina, mas aquilo ficou ecoando em sua cabeça como um CD arranhado.


Seu berro, que ele julgou ser suficientemente alto para acordar a rua inteira, aparentemente não acordara nem os Dursley. Ao olhar pela janela, percebeu que já era manhã. O relógio em cima da mesa de cabeceira, marcava pouco mais das seis horas. Respirou fundo, levantando da cama. Apesar do sol ainda não estar no céu, estava quente e ele sentia calor. Foi até a janela e abriu deixando o vento fresco da manhã entrar no quarto.


Sentou novamente na cama. O CD ainda rodava na sua cabeça e ele ouvia tudo que Gina falara no sonho, seu choro, seus soluços. Foi só um sonho, disse a si mesmo. Não era real.


Sentiu a extrema necessidade de falar com Gina, de perguntar se ela estava bem, precisava dessa certeza. Mas, como o relógio dizia, ainda era muito cedo. Provavelmente ela ainda estava dormindo, não queria acordá-la. Sentiu-se frustrado. Mesmo que falasse com Gina, o que diria pra ela quando perguntasse o motivo do seu alarme? Que tivera um sonho? Não queria deixá-la preocupada, não com isso. Decidiu esquecer aquilo.


Foi tirado de seus pensamentos, quando escutou barulhos de asas. Olhou imediatamente para a janela, onde viu a coruja de Rony, Pichi. Trazia uma carta na pata e entrou pela janela em um vôo rápido. Harry precisou abaixar pra que a coruja não batesse em sua testa.


Pegou-a, com alguma dificuldade, e tirou a carta que trazia. Olhou para o envelope, franzindo a testa. Sentou na cama novamente, abrindo-a e começando a ler.




Oi, Harry.


Você deve estar se perguntando porque eu estou te mandando essa carta se posso falar com você a hora que eu quiser, certo? Pois bem, a culpa é do Rony. Ontem, na hora do almoço, quando estávamos todos à mesa, o idiota do meu irmão me perguntou porque eu ainda não havia escrito pra você nenhuma vez, nessas duas semanas. Admito que a pergunta me pegou de surpresa, eu não havia pensado nisso. Como eu já te disse, parece que às vezes, mas só às vezes, o meu irmão pensa. Todos na mesa olharam pra mim como se quisessem saber a mesma coisa. Eu fiquei tão surpresa na hora que nem ao menos lembrei de ficar irritada, como os outros esperavam que eu ficasse. Pra não levantar mais suspeitas, eu resolvi te mandar essa carta. Não é porque ele escreve pra Mione quase todo dia que eu tenho que fazer igual a ele. Mas se bem que se eu não pudesse falar com você como eu posso, acho que realmente escreveria todo dia. Mamãe manda lembranças e quer saber como você está. E eu estou morrendo de saudades. Sei que já lhe disse isso, mas tenho que dizer aqui, certo? Eu sugiro que você também me escreva, mamãe não vai acreditar se eu disser que andei conversando com você mentalmente.


Beijos, eu te amo!


Gina Weasley


PS: Mande a resposta por Pichitinho.


 


Harry ficou algum tempo parado, olhando para o pergaminho em suas mãos. Pichitinho voava ao seu redor, rodeando a sua cabeça, esperando a resposta para a carta que acabara de trazer. Era verdade, eles não haviam pensado que os outros pudessem desconfiar se não escrevessem um para o outro. Falavam-se tão constantemente, que somente lembravam-se do fato de estarem distantes um do outro quando percebiam que não podiam se tocar, o que acontecia com mais freqüência do que Harry gostaria que acontecesse.


Franziu a testa novamente. Gina provavelmente mandara aquela carta agora pela manhã, então isso podia significar que ela já estava acordada. Ficou em dúvida: devia contar a ela sobre seu sonho ou não? Tentou se concentrar, afastando a preocupação.


- Gina? – chamou.


- Eu. – disse ela. Ele sorriu.


- Bom dia. Pensei que ainda estivesse dormindo.


Ela demorou alguns segundos a mais do que geralmente demorava, antes de responder.


- Estava, mas já acordei. – disse. – Você está bem?


- Claro. – disse confuso. – Porque não estaria?


- Nada, acho que... acho que fiquei tempo demais longe de você. Você nunca fala comigo às seis da manhã. Aconteceu alguma coisa?


- Sua carta acabou de chegar. – disse ele.


- Pichitinho não te acordou, acordou? – perguntou ela. – Quando ele chegar aqui, vou depená-lo. Brincadeira.


Harry riu fracamente.


- Não, ele não me acordou. Já estava acordado. – suspirou. - Devíamos ter pensado nisso, certo? – perguntou a ela.


Gina se mostrou confusa.


- O quê?


- A carta. Devíamos ter pensado que os outros iriam perceber que não estávamos mandando cartas um para o outro.


- Sim. A possibilidade de te mandar uma carta realmente não passou pela minha cabeça. Mamãe deve estar achando que eu sou uma namorada desnaturada.


Harry sabia que ela devia estar rindo seja lá onde estivesse, por isso sorriu.


- Estou ansiosa pra receber a resposta do meu namorado, o que será que ele vai escrever?


Ela fingia estar realmente ansiosa e curiosa. Harry não agüentou e deixou escapar uma gargalhada. Não estava ligando nenhum pouco se seus tios escutassem e deduzissem que ele era louco por estar rindo sozinho. Levantou da cama, abriu seu malão e pegou um pergaminho e a pena.


- Ok, e o que eu escrevo? – perguntou segurando a pena, pronto para escrever.


- Ora, e eu lá vou saber? Você que tem que escrever.


- Gina, a carta é pra você. Eu poderia dizer que estou bem, mas você sabe disso. Você está falando comigo nesse exato momento.


- Mas mesmo assim você tem que dizer que está bem.


- Você não perguntou isso na sua carta. – acusou Harry, mas ele sorria divertido.


- Claro, Harry. Ninguém viu a minha carta. Mas mamãe vai querer ver a carta que você me mandar. Enquanto ela não vir, não vai acreditar que os trouxas não te mataram de fome.


- Tudo bem. Eu vou escrever uma carta normalmente, como se realmente estivesse longe de você por duas semanas.


- Faça isso. – disse Gina.


Harry sorriu e começou a escrever.




Oi, Gina.


Eu estou bem, não se preocupe comigo. E avise a sua mãe para não se preocupar também. Os trouxas estão agindo como sempre. Eu não vejo a hora de sair daqui, mas os dias parecem que estão se arrastando. Estou morrendo de saudades de você, você nem imagina o quanto. Mande lembranças aos outros.


Eu também te amo!


Harry Potter




Harry terminou e leu o que escreveu.


- Acabei. – disse à Gina. – Só escrevi o básico, tem algum problema?


- Claro que não. Se você escrevesse apenas um bilhete com um simples “Eu estou vivo”, tenho certeza que a mamãe já ficaria bem mais tranqüila.


- Então está bom. – disse Harry, olhando mais uma vez a carta.


Levantou, pegou Pichitinho e, com alguma dificuldade já que a pequena coruja não parava quieta, colocou a carta em sua pata. Levou-a até a janela e soltou-a. Observou a ave sumir e depois voltou para a cama.


- Eu quero que você venha logo pra cá. – falou Gina. Harry deu um sorriso triste, enquanto observava o teto de seu quarto. – Eu preciso de você aqui.


- Eu sei... eu também... – disse Harry.


- Eu realmente estou considerando seriamente a idéia de mandar um berrador para o Dumbledore.


Na sua cabeça, Harry pôde ver a imagem de um berrador gritando com a voz de Gina para Dumbledore, que o observava assustado. Riu com a idéia. Seria bem cômico.


- E por acaso a senhorita sabe como mandar um berrador?


- Bem, saber eu não sei. Mas eu pergunto pra mamãe.


- E você acha que ela vai te dizer?


- Tenho certeza que não. – falou ela. E logo acrescentou: - Mas também tenho certeza que os gêmeos devem saber. Eu pergunto pra eles.


- E você acha que eles vão te dizer? – perguntou Harry.


- Claro que vão. Nem que eu tenha que arrancar a informação deles à força. Quero ver eles não me dizerem.


Ela soava tão brava que Harry também imaginou a cena: ela, provavelmente no quarto, sozinha, cruzando os braços emburrada. Riu novamente.


- Não está sendo tão ruim, Gina. – disse querendo tranqüilizá-la. – Você não sabe como está sendo bom poder conversar com você sempre que eu quiser. Estranho, mas muito bom.


- Eu sei... – ela ficou algum tempo em silêncio e Harry podia jurar que ela estava pensando em alguma coisa. – Mas ainda assim, eu não vou ficar parada.


Ele estava certo.


***


Aquele dia estava sendo particularmente desagradável. No quarto ao lado do seu, Harry podia ouvir as risadas de Duda e de mais dois amigos que estavam passando o dia com ele. A desculpa era que estavam estudando no quarto, mas Harry podia ouvir o barulho do computador e do videogame ligados. Seus tios com certeza deviam estar se fazendo de surdos, porque não falavam nada.


Mas o que estava o incomodando mais do que tudo, era o fato de não ter conseguido falar com Gina, nem ao menos uma vez, durante o dia inteiro. Chamava, mas ela não respondia. Será que tinha acontecido alguma coisa? Será que ela estava bem? E se Voldemort a tivesse pegado? Porque ela não respondia? Já estava preocupado, e começando a ficar desesperado. Andava pelo quarto, de um lado par ao outro, impaciente.


- Gina... – chamou novamente. Não obteve resposta. – Gina, eu estou preocupado. Por favor, me responde. Está tudo bem?


Mas ela não respondia. Já fazia um pouco mais de um mês que estava na casa de seus tios. Sabia que Gina queria fazer alguma coisa pra tirá-lo dali. E se ela tivesse saído da Toca esperando fazer alguma coisa? E se Voldemort tivesse aproveitado essa chance e tivesse a pegado? Não, isso não podia ter acontecido. Ela não seria louca o suficiente pra sair sozinha da Toca. Ou seria? Não, não seria. A Toca estava protegida, ela não se arriscaria assim por nada. Pelo menos Harry esperava que não.


- Potter! – gritou tio Válter lá de baixo. E não parecia de bom humor.


Harry suspirou desanimado e saiu do quarto, descendo as escadas. Gina tinha que estar bem. Seu tio estava na sala, a porta estava aberta, posicionado de frente para ela. Tinha o rosto de um vermelho púrpuro, aquilo não podia ser um bom sinal.


- Que foi? – perguntou Harry.


Tio Válter não respondeu. Ele deixou a porta aberta e se afastou, saindo em direção a cozinha onde tia Petúnia estava preparando o almoço. Harry, curioso, se aproximou da porta. Seu queixo caiu.


- Oi! – disse Gina, pulando em seus braços e o abraçando.


- Gina? – perguntou sem acreditar.


- Eu mesma. – disse ela animada. – Por acaso o senhor estava esperando mais alguém?


- Eu... não, mas... – ele balançou a cabeça tentando colocar os pensamentos em ordem. – O que está fazendo aqui? Você veio sozinha?


- Não, eu vim com o papai. – respondeu ela. Parecia incapaz de parar de sorrir. – E eu vim te resgatar.


- Me resgatar?


- Harry, você está lento hoje. – provocou ela. – Eu, Gina Weasley, sua namorada, estou aqui para levar você para a Toca. Hoje. Agora.


- E porque não me avisou? Ou melhor, posso saber porque a senhorita resolveu me deixar sozinho hoje?


Gina riu.


- Desculpe. Eu queria fazer uma surpresa. – disse ela, sorrindo. – E se eu falasse com você, eu não conseguiria manter a boca, a mente, ou o que seja, fechada.


Harry ficou parado olhando para ela. Gina mantinha um largo sorriso no rosto.


- O que foi que você fez? – perguntou ele, lentamente. Dessa vez, ela gargalhou.


- Se eu disser que mandei um berrador para o Dumbledore, você acredita?


- Não. – respondeu Harry.


- Porque não?


- Você não teria coragem de fazer isso.


Gina riu novamente e o beijou.


- Eu estava morrendo de saudades. – sussurrou ela, entre um beijo e outro.


- É, eu também. – disse Harry.


- Olá, Harry.


Os dois se separaram imediatamente, corados.


- Oi, Sr. Weasley. – disse Harry, desconcertado.


O Sr. Weasley sorria do constrangimento dos dois.


- Suas malas já estão prontas, Harry? – perguntou ele.


- Não. Eu não sabia que iriam vir me buscar hoje, então...


- Então é melhor você arrumá-la logo. Gina, você pode ir ajudá-lo. Eu vou esperar no carro. – ele se afastou.


Harry olhou para Gina e ela sorriu.


- Vamos. – chamou ele, pegando em sua mão e subindo as escadas.


Já no quarto, Harry pegou seu malão, colocou-o em cima da cama e abriu-o. Pegou as coisas que precisaria e literalmente jogou-as lá dentro. Gina balançou a cabeça e riu.


- Não sabia que meu namorado era desorganizado. – provocou.


- Não sou desorganizado. – disse se defendendo. – É a pressa.


- Sei... – falou ela. – Mas observe como se faz.


Harry olhou pra ela com curiosidade. Gina respirou fundo e olhou para o malão fixamente, franzindo a testa em concentração.


- Gina, o que você está fazendo? – perguntou Harry, olhando dela para o malão e de volta para ela.


- Você vai ver. – disse ela em voz baixa.


Harry olhou novamente para o malão. Foi com espanto que ele viu o momento em que todas as coisas do malão começarem a se organizarem. As roupas se dobraram sozinhas, separando-se a um canto, enquanto no outro ficavam os livros e outros objetos, a capa da invisibilidade, o mapa do maroto... Harry olhou para Gina com a boca aberta. Ela sorriu.


- Vendo por esse ângulo é bom, não? – perguntou ela, descontraidamente, como se não tivesse acabado de fazer uma coisa que não era normal de se fazer daquele jeito.


- O que... como... Como você fez isso? – perguntou Harry.


- Bem... com meus poderes. – respondeu ela, como se fosse óbvio. E era. Mas o que Harry não conseguia entender era...


- Mas como conseguiu fazer? Digo, - acrescentou, quando ela pareceu confusa. – e o Ministério? Quer dizer, magia feita por menores, essas coisas.


Gina fez uma careta, antes de responder.


- Não sei. – disse, dando de ombros. – Eu tentei algumas coisas bem simples durante esse tempo em que estive em casa. Nada muito grande, mas considerável. Acho que é porque eu não usei varinha. Eles não poderiam detectar um sinal de magia feita por menores na minha casa quando ela está cheia de bruxos maiores que podem ter feito o feitiço, certo?


Era algo plausível. Ela estava certa. Mas o que mais surpreendeu Harry foi justamente o fato dela conseguir fazer aquilo sem a varinha.


- Impressionante. – sussurrou. Gina sorriu novamente.


- Então acho que já podemos ir, não é? – perguntou ela.


Harry encostou a porta do quarto atrás de si ao mesmo tempo em que saía do quarto com Gina, puxando o malão junto com ele. Mas para sua imensa falta de sorte, antes mesmo que pudesse alcançar as escadas, a porta do quarto do seu primo Duda se abriu e ele saiu, acompanhado dos dois amigos. Os três riam, mas pararam assim que viram os dois ali. Harry não teve um bom pressentimento.


- Harry... – disse Duda, com um sorriso estranho. – O que está fazendo aqui?


Harry franziu a testa para ele.


- Nada. Vamos embora, Gina. – chamou Harry segurando em sua mão.


- Não vai me apresentar a sua amiga? – perguntou Duda, se aproximando e se dirigindo à Gina. – Olá, eu sou Duda Dursley. Esses são meus amigos: Paul e Brian.


Os dois amigos de Duda lançaram a Gina um olhar que Harry decididamente não gostou. Estreitou os olhos para os dois.


- E você, quem é? – perguntou um dos garotos.


- Sai pra lá, Brian. – disse o outro. – Olá gracinha, eu sou Paul Bulk, mas pode me chamar apenas de Paul. E você tem nome?


- Tenho, mas, definitivamente, não é gracinha. – respondeu Gina, vermelha. Aquilo não era um bom sinal.


Se o garoto pareceu desconcertado, não demonstrou. Sorriu ainda mais, juntamente com os outros.


- Então, qual é seu nome? – perguntou Duda, sorrindo.


Harry abriu a boca para mandá-lo para um lugar não muito educado, mas antes que conseguisse fazer isso, a lâmpada do corredor explodiu. Ele olhou para Gina. Ela olhava para os garotos, parecendo concentrada. Ele apertou sua mão e, o que quer que ela estivesse fazendo, ela parou no mesmo instante. Olhou para ele, parecendo confusa.


- O que aconteceu com a luz? – perguntou Brian, assustado.


Ninguém respondeu. Duda olhava de Harry para Gina e novamente para Harry, com os olhos arregalados.


- Ela não... Você... – gaguejou ele. – Ela é...


Ele não terminou a frase, mas tanto Harry quanto Gina sabiam do que ele estava falando.


- Sou. – respondeu Gina, calmamente. – Algum problema com isso?


- N-não. – gaguejou, Duda, recuando um passo. – Vamos embora.


- Porque? – perguntaram os dois garotos juntos.


- Porque eu estou dizendo. – disse Duda.


Eles entraram novamente no quarto de Duda, que parecia aterrorizado demais para sequer olhar para Gina uma segunda vez. Harry olhou para ela, que deu de ombros.


- Hum... o que você estava fazendo? – perguntou Harry, hesitante. Gina franziu a testa, confusa.


- O quê?


- Você parecia... concentrada. – disse ele. – O que queria fazer?


- Deve ter sido impressão sua, Harry. – disse ela, sorrindo. – Eu não lembro de ter me concentrado pra nada. É melhor irmos, papai já deve estar impaciente.


Harry assentiu, recomeçando a andar. Olhou para Gina novamente e viu que ela franzia a testa confusa, como se tentasse se lembrar de algo. Alguma coisa dizia que não havia sido impressão sua, Gina realmente estava se concentrando naquela hora. Pra quê, ele não sabia. Mas teve a estranha sensação de que ela estava escondendo alguma coisa.


Continua...




 


N/A: Olá, pessoas do meu coração! =D Eu estava morrendo de saudades de todo mundo.


Eu demorei, não foi? (Ninguém vai dizer não? :/) É, eu sei que demorei. Mas, como vocês já sabem, meu computador me odeia e ele deu problema mais uma vez  ¬¬’ Alguma coisa na memória da rã ou algo assim.


E também me deu um bloqueio, sabem? Uma coisinha chamada inspiração resolveu me deixar e sair pra passear. Aí quando ela voltou, ainda voltou meio doente e eu não sei se vai ficar muito bom T.T


Eu estou com a idéia dessa fic inteirinha na minha cabeça, mas aí complica quando eu tento passar ela pro computador, nunca acho que tá bom o suficiente. Mas eu juro que o problema é só com essa fic. Eu to escrevendo outras e elas estão ficando tão boas *o* Todas H/G u.u


Espero que gostem. Amanhã o homenzinho vem trocar a memória da rã do meu computador. Comentem, eu quero saber o que vocês acharam do capítulo e quero meio que rever vocês de novo! \o/ Saudade! Beijos no coração de todos!


Bruna Potter.

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