Não se manda no coração



N/A: Nenhum desses poemas ou frases são meus, nem os personagens (óbvio). Alguns dos trechos aqui eu não sei quem fez, então espero que os autores não se zanguem e se quiserem me escrevam, para que eu possa colocar seus nomes aqui.
Enfim os nomes que eu sei são: Victor Hugo, Luís de Camões, Manuel Bandeira, Olavo Bilac e Alceu Wamosy. Agradeço a todos por terem feito esses poemas.


Acho que vc devia saber o que aconteceu na minha vida pra eu ter "mudado". Então peço-lhe, por favor leia essa carta por completo, pois ela vai dizer muito.


“Se alguém te falar que não gosta de vc,
manda ir se fuder, afinal vc não é doce de coco”



Tá ninguém sabe qual será o amanhã, mas no meu caso o ‘amanhã’ foi muito mais surpreendente do que vc pode imaginar.
Lá estava eu, cansada de escutar aquele garoto arrogante falando asneiras para mim...e para o resto do mundo né!? Então não agüentei mais, comecei a discutir com ele, o falatório estava alta e muitos que andavam pelo corredor nos olhavam e alguns até pararam para ver no que ia dar essa “briga”.

Teve uma hora que eu disse:

-Por que vc vive fazendo isso?
E ele apenas respondeu:

-Porque eu não gosto de vc.
Ai foi necessário eu responder:

-Ah é!? Então vai se fuder.
Então sai de perto dele e fui para a minha aula, não sou doce de coco para todos gostarem né?


“O homem é águia que voa; a mulher um rouxinol que canta
-Voar é dominar o espaço
-Cantar é conquistar a alma”



Eu sei que, falando assim é até surpreendente, logo eu a santinha da família, falando palavrão. Mas juro que foi sem pensar...se bem que mesmo pensando, eu teria falado do mesmo jeito. Enfim não estou aqui para falar desses pormenores.
E as brigas continuaram, mas um dia lá estava ele voando calmamente envolta do campo e eu tive a ‘infelicidade’ de aparecer no campo na mesma hora. Só que eu não o vi, mas ao contrário de mim, ele me enxergou perfeitamente.
Eu estava triste e comecei a cantar. Ele me falou que se aproximou para mandar eu sair, mas quando escutou minha voz parou e ficou admirando a canção. Ele só saiu do “transe” quando alguém gritou:

-Malfoy, vamos.

Eu também sai dos meus devaneios, mas a única coisa que vi foram os sonserinos sobrevoando o campo, e o Malfoy estava tão longe que eu nunca pensaria que ele tinha ficado perto de mim, ouvindo minha canção. Mas por algum motivo achei que ele naquela hora, parecia uma águia ágil no céu...e ele pensou em mim, como um rouxinol que tinha uma bela voz.

Acho que ele exagerou quando falou isso. Mas tudo isso foram coisa de minuto e depois o ódio que sentíamos voltou à tona.


“O que os olhos vêem e não enxergam
O que o corpo sente e não diz.”



Vc verá que nada aconteceu de uma hora para outra (como vc um dia falou), agora já estávamos no mês de Novembro. Nos cruzamos de novo, e ele não mexeu comigo, na verdade nem olhou na minha cara, só se virou para a sonserina que estava do lado dele e disse:

-Como tem fedelhos nesse colégio, não conseguimos achar um corredor vazio.

Fiquei furiosa, quem ele pensava que era para me chamar de fedelha? Só que acabei me controlando e fui falar com a Mione.
Foi nesse dia que me tornei voluntária na enfermaria, Hermione me encheu tanto que acabei aceitando a oferta dela (já que a própria, não tinha tempo para fazer o trabalho).

Só que o importante desse dia, foi que na hora de dormir...eu não conseguia pegar no sono, virava de um lado para o outro e a única coisa que acontecia, era aparecer na minha frente o rosto de Draco e aquela voz irritante falando:” -Como tem fedelhos nesse colégio não conseguimos achar um corredor vazio”.
Nessa noite até a hora que consegui dormir, meu sangue ferveu várias vezes, e isso acontecia mais quando eu lembrava da cara da garota. Só que eu não percebia isso...


“Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói, e não se sente;”



E mais um mês se passou, e eu comecei a agir estranho, não percebia que às vezes ficava mais desligada do que já sou, e também não falava com as pessoas direito. Mas as briga semanais com o Malfoy continuavam, quem não via agente discutindo nos corredores? Até vc, nos pegou batendo boca pelo colégio, é claro que quando ele te via se esquecia de mim e ia de infernizar, mas pelo menos começos de discussões vc deve ter visto.

Só que um dia ele apareceu na enfermaria com um espinho de Rosa-Perfeita...aquela flor que se vc encostar no espinho dela acaba ficando com os músculos dormentes...Só que no caso dele ele não tinha se encostado à flor, ele tinha um espinho cravado no rosto, o que fazia seus braços estarem dormentes, e se aquilo não fosse tirado rápido e o remédio fosse dado, ele entraria em estado vegetativo pelo menos por três meses (eu sei que o seu pensamento agora é: “E por que não deixaram ele assim? Seria um bem para a humanidade”. Só que tanto Madame Pomfrey, quanto eu, não podíamos deixar de ajudar alguém, mesmo que esse alguém fosse o Malfoy).

Madame Pomfrey mandou que eu, com uma pinça tirasse o espinho do rosto dele, enquanto ela ia pegar o remédio, eu receosa peguei a pinça, ele fez cara de nojo e eu também.

-Fique parado, não vai doer nada- tentei acalmá-lo, não que ele parecesse nervoso.

Ele não respondeu, havia perdido a fala também, eu confesso que naquele momento (e em outros também) eu gostei dele mudo.

Então fiz...talvez a coisa mais “errada” de minha vida, toquei no rosto dele. Ele estremeceu no primeiro minuto, mas depois relaxou, seu rosto era inexpressivo, mas eu sentia o seu corpo meio que se aquecer com o meu toque.

Comigo foi diferente eu senti um friozinho gostoso invadir meu ser, uma coisa estranha que nunca senti antes, mas Madame Pomfrey voltou.

-Já retirou srtª Weasley?

-Sim senhora- falei eu, puxando o espinho e mostrando a ela.

-Então de isso a ele- falou ela me entregando um copo com um líquido azul petróleo.
“Mas por que ela não faz isso?” pensei de mal-humor. Toquei o rosto dele de novo, e de novo ele e eu sentimos algo estranho, mas voltei à realidade e lhe dei o remédio.

-Agora deite-se e descanse senhor Malfoy- falou Madame Pomfrey

E lá foi eu ajudá-lo a se deitar, depois me afastei, tinha mais o que ‘fazer’...tinha que ficar longe dele.

No outro dia quando ele foi embora (já novinho em folha), os gorilas que andam com ele foram pegá-los.

-E aí Draco vc tá bem?- falou o Crabbe (eu não gosto dele...nem do Goyle)

-Tô ótimo.

-Que bom que temos ótimas enfermeiras em Hogwarts.

-Não fale asneiras Goyle. Essa garota aí, só fica pra lá e pra cá, obedecendo ordens e

Madame Pomfrey não seria nada sem as poções do profº Snape.

-Cavalheiros se retirem por favor- falei educadamente

-Diga-me Weasley, está trabalhando aqui para ajudar a sua família a comprar comida?

-Saia-daqui-agora!- a raiva estava começando a querer sair

-Por que vai me morder?

-Não vou arrancar suas amídalas sem anestesia e depois vou decepar seu órgão reprodutor e deixar vc sangrar até morrer-disse eu entre dentes.

-Vc tem peito pra isso Weasley?-falou ele com a maldita sobrancelha erguida

-Draco eu acho que ela tem peito- falou um dos bocós do lado dele, olhando para os meus seios.

-Se retirem ou terei que chamar Madame Pomfrey?-respondi arrumando as vestes.

-Calma ruiva, estamos saindo. Afinal não quero me contaminar com vc.

-Já está contaminado...eu tratei vc- falei com um olhar triunfante

-Não me lembre disso- ele não parecia ter gostado dessa lembrança

-Os pacientes querem calma e vcs estão incomodando. Será que saíram por bem, ou terei que “contaminá-lo” mais um pouco?

-Com essa ameaça, eu saio.

-Percebi que a primeira não funcionou...vc não liga para o seu amiguinho de baixo.

Ele deu um sorriso malicioso, mas acho que pensou bem antes de falar o que veio na sua mente e acabou desistindo. Se virou para a porta com os seus guarda-costas e foi saindo, mas antes de se retirar completamente disse:

-Weasley, o Crabbe está certo, vc realmente tem peito...e que peito hein!?

Juro que no momento em que ele saiu do ala hospitalar eu desabei em uma cama (ainda bem que o local estava vazio, até Madame Pomfrey tinha saído para resolver alguns assuntos) e comecei a chora. Por que?

Oras, eu sabia o que estava começando a sentir por aquele canalha, e tinha certa ilusão que ele se sentisse pelo menos atraído pela minha pessoa, só que aí ele disse isso pra mim...essa coisa machista e grosseira, meu mundo caiu...e meu ódio por ele voltou de novo.


“Se queres sentir a felicidade de amar, esquece tua alma
A alma é que estraga o amor...
...Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.”



Já estávamos em Fevereiro e parece que nossas brigas aumentaram, só que diferente de antes agora ninguém nos via (ainda bem, se não eu tinha sido expulsa).

Mas um dia, aconteceu uma das coisas mais assombrosa da minha vida.

-Malfoy vc é um imbecil.

-E vc é uma pobretona, quem liga?

-Realmente ninguém liga! Se ligassem, não haveria tantas garotas atrás de vc.

-Está com ciúmes Weasley?

-Óbvio que não Malfoy. Sem contar que vc é um coco, por isso que elas te rodeiam...são moscas.

-E o que vc é um parasita?

-Não sou um ser humano, independente.

-Vc quer dizer dependente do Potter né?

-EU NÃO TENHO NADA COM O HARRY.

-Calma, eu não disse nada.

-Estou cansada dessas especulações. Sem contar, que ele nada sente por mim.

-Coitada vc é uma rejeitada.

-Pode até ser. Meu irmão não sai de perto do ‘Potter’, eu não tenho amigos e estou falando com um completo imbecil...pois é, eu sou uma rejeitada e tapada.

-Foi vc quem disse.

-E digo mais, sou infeliz, só feia, sou ingênua demais, e não devia estar falando com vc, que é mais miserável que eu.

-É vc tem razão- arregalei meus olhos- Sou mais infeliz que vc, mas pelo menos não fico me lamentando.

-Parabéns a vc...nessa data querida- vc acredita que eu fui sarcástica? Nem eu.

-Hilário Weasley. Sua família além de ser pobre, ainda é sem graça!

-Se vc falar da minha família, de novo eu arranco a sua cabeça fora...sabe, eu não sei porque perco tempo discutindo com vc...Por que vc discuti tanto comigo hein?-pergunta errada, vc diria...

-Por isso...-ele só queria a deixa certa, se eu nada falasse, ele teria feito a mesma coisa, quando eu ameaçasse ir embora...enfim nos beijamos, não gostaria de dar muitos detalhes (e vc também não os quer não é!?), mas o importante saber é que naquele momento (creio eu) Draco e eu esquecemos tudo e as nossas mentes se esvaziaram, meus conceitos sumiram, não éramos nada nem ninguém e tudo era o beijo. Me senti nas nuvens, meu corpo amoleceu, mas ele me segurou firmemente pela cintura (desculpa estou começando a dar detalhes)...Nenhum dos dois queria parar o beijo, mas precisávamos de ar. E por causa desse ar, é que voltamos a raciocinar e nossas almas voltaram aos nossos corpos.

-Vc...-tentei falar

-Eu não...-ele tomou fôlego- consegui me controlar. Weasley eu sinto algo muito forte por vc.

Eu fiquei sem saber se ficava vermelha de vergonha por causa dessa “revelação” ou se ficava pálida por causa do choque. Só seu que quase desmaiei, só que ele me segurou.

-Vc está bem?

-Mas...como?

-Não sei explicar...acho que não foi de repente...mas eu só percebi isso naquele dia na ala hospitalar.

-Mas quando vc se recuperou...

-Eu não podia deixar meus sentimentos transparecerem.

-Vc não tá querendo brincar...

-Nunca pense nisso. Vc acha que eu diria isso, se não fosse verdade? Se eu não fosse arcar com as conseqüências?

-Draco eu...também sinto algo por vc.

E a única coisa que eu posso dizer é que eu vi felicidade naqueles gélidos olhos e nesse mesmo dia nos começamos a sair.


“Só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”



Último dia de aula...na verdade última noite em Hogwarts. Nos encontramos na sala de Astronomia. Quando eu cheguei, ele estava mergulhado em pensamentos e olhava fixamente as estrelas.
-Pensando em mim- disse lhe ao ouvido. Ele sorriu, um sorriso que eu conheço, que é meu...que eu amo.

-Também. Eu estava pensando no que vamos fazer. Nossa vida vai continuar assim?

-Eu gosto de namorar escondido-falei maliciosamente

-Eu também gosto. Mas tem horas que do nada quero te abraçar e não posso, ou quero socar algum babaca que olha pra vc e não posso...se bem que depois eu faço alguma coisa para o mané. Mas eu quero que todos saibam que vc é e minha namorada.

-Ow meu amor...é melhor começarmos pela nossa família então!

-Nesse caso eu vou ter que comprar uma casa.

-Por que?-eu fique assustada.

-Meu pai vai me expulsar.

-Então não diremos nada...vamos esperar eu me formar...

-Não. Quando vc chegar na sua casa e tomar coragem, conte a sua família, eu vou fazer o mesmo com a minha. E seja o que Merlin quiser.

-Ok- ele não sabia, mas essa era a coisa que eu mais queria fazer, contar a verdade para todos.

-Sabe o que elas me contaram- ele voltou a fitar as estrelas.

-O que?-ele me abraçou e falou:

-Que vc é a mulher da minha vida.

-Sério?

-Claro. Pergunte para elas alguma coisa.

E eu perguntei: “quem é o homem da minha vida”. E por incrível que parece as estrelas pareceram se mover e escreveram o nome de Draco no céu e em seguida uma voz muito fina disse “Draco Malfoy” ou meu ouvido.
Eu o olhei perplexa.

-O que elas disseram?

-Nada de novo.

-Seu amor é o Potter?-falou ele sarcasticamente (odeio quando ele é sarcástico)

-Não. É vc seu bobo-e ele me beijou, mas parou abruptamente e falou:

-O Potter vai morar na sua casa, não é?

-Sim.

-Se ele chegar perto de vc...

-Não seja ciumento.

-Eu não sou ciumento. Apenas não gosto dele- ele tentou justificar

-Draco ele me vê como uma irmã, assim como eu o vejo como um irmão.

-Então ele é bem incestuoso.

-Pare com isso...vc sabe que só tenho olhos para vc.

Enfim ficamos lá olhando as estrelas, aproveitando (no bom sentido) as últimas horas juntos. Ficamos lá até o Sol nascer, depois fomos para nossas casas.

O dia da volta para casa foi muito doloroso pra mim. Vc se lembra como eu chorava? Mas no trem eu me acalmei mais, a Mione é boa em deixar agente tranqüila. Só que ai aconteceu à conversa a ‘sós’:

-Cadê a Mione?-“eu não devia ter dormido” pensei- Já chegamos Harry?

-Ainda não. A Mione e o Rony foram monitorar os outros vagões.

-A tá.

-Gina eu preciso te falar uma coisa.

-Fala.

-É que...

“Ow...ele está vermelho demais para o meu gosto.”- pensei

-Se vc quiser agente conversa outra hora- falei tentando fugir daquele momento

-Não. É melhor agora que não tem ninguém.

-Harry cuidado com o que...

-Eu gosto de vc.

-Eu também gosto muito de vc- eu realmente fiquei muito sem graça naquele instante

-Gina não desse jeito. Eu gosto de vc, como um homem gosta de uma mulher.

-Harry...eu sinto muito mas...

-Tudo bem eu já entendi.

-Eu vou dar uma volta.

-Não espera...-eu não consegui ficar lá

Em outro vagão, encontrei Draco, nada disse sobre a conversa a ‘sós’ (ele mataria um...se é que vc me entende?).

Mas por fim eu e ele estávamos nos despedindo (de novo) com um simples beijo, e vc apareceu...armou aquele barraco e nunca mais me dirigiu a palavra. Essa parte do expresso eu nem precisava falar, vc sabe muito bem o que aconteceu...

Todos com muita luta aceitaram o meu namoro com o Draco (até a Mione, que já foi tão humilhada por ele...Tá ele pediu desculpas para ela, por isso ela aceitou), mas vc parece que nunca vai mudar de opinião, nunca vai se convencer de que é impossível eu voltar atrás e de que no coração não se manda.


“Há de ficar comigo uma saudade tua...
Há de levar contigo uma saudade minha...”



Sabe, tenho saudade de quando nós ficávamos juntos, de quando vc tentava me contar seus temores, de quando eu às vezes lhe falava os meus, sei lá, tenho tantas saudades e tantas lembranças.

Sei que vc também deve ter saudade de mim de como éramos a algum tempo atrás, da confiança que havíamos conquistado um do outro...isso não mudou. Não é porque eu amo o Draco como homem, que não amo vc também...só que amo vc como irmão essa é a única diferença (e cá entre nós, o amor fraternal é bem mais duradouro que o sentimental).

Só estou na verdade te escrevendo isso, porque precisamos fazer as pazes. Sabe acho “meio” chato morarmos na mesma casa e não conversarmos, não rirmos juntos....vc sabe o que eu tô dizendo. Quero voltar a compartilhar alegrias e tristezas com vc. Não importa com quem eu namore, vc sempre será o meu predileto...vê se para de cabeça dura e tenta conhecer o Draco melhor (ele não morde).

Seria bom ter vc perto de mim, não só tê-lo na mesma mesa do café (porque no almoço e no jantar, vc sempre dá um jeito de comer depois de mim).

Mil beijos.

Da sua irmã que sempre te amara Gina.

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