Estaremos sempre juntos



Era uma ensolarada tarde de verão e o jovem Severo Snape caminhava alegremente ao encontro de Lílian Evans naquele velho parquinho. Ele, um mestiço de aparência apática, e ela, uma bela nascida trouxa, eram o que as pessoas chamavam de opostos.




Quando ela o avistou, foi correndo ao encontro do amigo e lhe deu um forte abraço, fazendo com que ele desse um sincero e belo sorriso.




- Tudo bom Sev?




Aquelas palavras fizeram com que Severo perdesse toda a amargura que trazia consigo, as palavras de Lílian sempre exerciam nele um poder revigorante.




- Tudo ótimo Lily, meus pais continuam brigando como sempre, mas já me acostumei com isso. E as coisas na sua família como estão?




Severo se sentiu meio irritado ao dizer aquilo. Dias antes ele acertara a irmã dela com um graveto, deixando a amiga muito furiosa. Ele havia feito o que achou certo fazer, pois a garota ironizara sobre a roupa que ele usava na ocasião.




- Você sabe como minha irmã é! Eu já te falei que você me deixou desgostosa. Túnia gostaria de ter os nossos poderes, é muito para ela saber que nunca será uma bruxa.




- Mas Lily, você viu o que ela falou da minha roupa e...





- Chega Severo - Lílian disse com um tom que fez parar na hora - Você sabe que ela ama largar ironias, por vezes fortes insultos, mas não devemos ligar para o que ela faça ou deixa de fazer, Sev. Você tinha me prometido que iria contar sobre a seleção das casas!




Ela falou aquilo de um modo tão sério e decisivo que desarmou Snape, que não conseguira ficar sério nem por mais dois segundos ao ver a expressão de felicidade que cobria o resto da jovem Evans.




- Eu prometi e vou cumprir Lílian. Eu já estava me esquecendo, dias atrás eu tinha te falado sobre os feijõezinhos todos os sabores, você se lembra?




- Claro que lembro - falou uma Lílian muito animada ao ver aquele pacote de gomas saindo da mochila do garoto - Mas isso ai mais parece as gomas que os trouxas comem, elas não se parecem nem um pouco com aquelas que você me assustou.





Surgiu uma expressão de desafio no rosto de Lílian, fazendo com que ele começasse a rir. Quando percebeu, ela já estava com o pacote nas mão e provava uma rosa-clara.




- Viu o que te falei Sev, estas balas são iguais as que conheço! Posso pegar mais?




Ela estava tão animada que, Snape, parecendo estar no meio de um ataque de riso, mal conseguia falar, fazendo apenas um aceno confirmativo com a cabeça.




Pegando aleatoriamente mais uma “goma”, ela levantou uma vermelha, que fez Snape parar de rir abruptamente e falar com uma voz aos soluços.




- Lily, eu acho melhor você não comer esta, seria melhor você pegar outra, porque...





- Nada disso Severo Snape - falou Lílian em um tom de desafio - eu comi uma bala deliciosa e esta provavelmente esta é de cereja, a minha preferida.





Ela colocou aquela bala na boca com uma voracidade que fez Severo prender a respiração, já prevendo o que aconteceria em seguir. Em menos de dois segundos ela cuspira a bala e aos prantos tentava falar com ele:




- Sev... Na minha bolsa... Água... URGENTE!




Já percebendo o que havia acontecido, Snape pegou a garrafinha dentro da bolsa e entregou para Lily, que após se acalmar, respondeu aos soluços:




- Eu – nunca – mais – como – estas - balas! Isto aqui era pimenta pura!




Os olhos dos jovens se encontraram, e eles começaram a rir. Logo estavam comendo mais balas, embora Lílian parecesse relutante com algumas.





- Já está entardecendo, se você quiser saber algo sobre a fundação de Hogwarts, temos de parar logo com estes feijõezinhos, ou não teremos tempo. Você não tinha dito que seus pais queriam que você não voltasse muito depois do entardecer?





- Sim Sev - falou Lílian um pouco triste - acho bom eu dar uma pausa com estes docinhos, mas você promete trazer mais outro dia?




Severo pensou em dizer não para a garota, apenas para ver o rostinho de decepção que ela faria, mas ela falou de um jeito que o fez mudar de idéia.




- Claro que trago Lily, quantas vezes você quiser. Você sabe que eu faço qualquer coisa pra te ver sorrindo deste jeito.




Snape percebeu que a garota ficou envergonhada ao ouvir aquilo, já que as maças de seu rosto ficaram rosadas, mas estranhamente o mesmo aconteceu com ele.




- Você se lembra o que te falei sobre a escola? - Pediu em um tom mais sério.




- Você disse que há mais de mil anos, Slytherin, Ravenclaw, Hufflepuff e Gryffindor se uniram para fundar Hogwarts, onde formaram as quatro casas.





- Elas que funcionam como uma a família para cada estudante. A seleção para uma das casas é feita pelo Chapéu Seletor. Ele tem aparência gasta e desfiada, levemente sujo até. Ele fala através um rasgo próximo à borda, como uma boca.





- Sev, me diz uma coisa: - falou Lílian interrompendo o garoto - como um chapéu neste estado pode fazer a seleção para uma escola tão importante?





- Calma Lily, eu já te explico, mas me diga se você não aprendeu nada com os feijõezinhos de todos os sabores? – Ela fez uma expressão de desgosto e ele continuou - O chapéu pertencia a Gryffindor e foi enfeitiçado pelos quatro fundadores, de forma que possuísse inteligência. Os estudantes do primeiro ano sentam-se num banquinho, colocam o chapéu e esperam ele dar o veredito.





- Mas Sev - disse bem apreensiva - E se o chapéu não falar nada para mim?





- É claro que isso não acontecerá Lilian, você é uma bruxa poderosa antes mesmo de ir para Hogwarts, mesmo tendo nascido em família trouxa. Ele vai ver suas características mais relevantes na sua mente e então dizer em que casa você irá ficar.




Lílian parecia mais aliviada com o que acabara de ouvir, mas ainda estava receosa.




- Não sei nada sobre as casas, Sev, mas espero ficar na mesma casa que você.





Ela se afastou e foi embora, deixando-o ali com um sorriso de quem acabara de saber que o Natal havia sido antecipado.

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