Prologue



Ela correu até o quarto de monitora chefe e fechou a porta. Uma coruja pousou no parapeito da janela no exato momento em que entrara no quarto, pontualmente. A Poetisa sentou em sua cama, cujas cortinas eram cor de champagne, privilégio de alunos destaque, monitores, ou qualquer estudante que houvesse feito qualquer coisa pra merecer tratamento diferenciado, como era o caso dela. Abriu um botão do uniforme, esbarrando com as pontas dos dedos na serpente que jazia em seu peito, cuidadosamente costurada e agradeceu mentalmente ao chapéu seletor. A escolha fora dela.


Retirou a pena de dentro da gaveta do criado mudo, conjurou um pergaminho perfumado e deixou as palavras escorrerem por entre suas mãos e repousarem no papel, enquanto a luz da lua encontrava sua pele alva e o céu coloria seus olhos.


Poesia.

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