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Legenda: T= Pensamentos do Tom
                  B= Pensamentos da Belly


Não acredito nisso. Sério. Por que eu? - T


E lá estava eu. O grande idiota chamado Tom. Não sabia nem ao certo como chamar uma garota para o baile de inverno.


 


Quatro anos antes…


E eu estava ali, que nem um idiota, encarando a pequena coruja que bicava graciosamente o batente da janela a procura de algo para comer com uma carta grande e com um selo estranho estampado em sua pata.


- Tom – minha mãe, que estava ao meu lado na cozinha, disse atônita – você sabe me dizer por que tem uma coruja na nossa janela?


- Não faço a menor idéia – eu olhava espantado para a ave.


A coruja piou alto, como se estivesse impaciente para eu pegar a carta.


- Pegue a carta – minha mãe me disse – e mande essa coruja embora.


- Vou tentar – eu estendi minha mão e retirei a carta da pata da coruja. Ela entrou na cozinha, com um pequeno grito de protesto da minha mãe.


- Calma mãe, eu acho que ela só quer algo pra comer. Tem milho?


- Claro, eu sempre compro milho para as nossas galinhas – ela me olhou sarcasticamente.


- Aô educação, não dona Wendy?


- Pergunta cretina, resposta idiota, sinto muito – ela riu.


Eu procurei algo que uma coruja gostaria de comer na despensa. Peguei um Ruffles, abri e coloquei na frente do bico da coruja.


- Come – ela entrou no saco de batatas fritas.


- RUFFLES?! Filho, isso é CARO! – minha mãe estava meio nervosa hoje. Que saco.


- Mãe, eu compro outra com meu salário, ok? Agora me deixe abrir esta carta. Parece ser interessante.


Peguei uma faca de cima da mesa e rasguei o envelope.


- Que meio mais antiquado para mandar a correspondência! – minha mãe olhava a carta como se fosse algo de outro mundo.


- É de algum lugar chamado Hogwarts… LONDRES?! COMO ESSA CARTA VEIO PARAR AQUI?


 


“Prezado Sr.Stunner,


 


Você está convocado para ingressar no primeiro ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Queira registrar que o novo ano letivo começará em 1º de setembro. O Expresso de Hogwarts partirá da estação de King’s Cross, plataforma nove e meia, às onze horas.


Os alunos nascidos trouxas (quem não é bruxo) necessitam entregar a autorização anexa ao seu pai ou guardião para que a assine.


Estamos anexando, nesta oportunidade, a lista de livros para o seu primeiro ano em Hogwarts.


Atenciosamente,


Profª. M. McGonagall


Vice-Diretora”


 


- Parece que tem algo aqui para você – eu entreguei o anexo para minha mãe.


- O que? – ela logo foi pegando a carta da minha mãe.


Depois de uma rápida lida ela estava com dois olhos enormes.


- NÃO… ACREDITO – ela olhava a carta – Não. Você não vai.


- Mãe! – eu revirei os olhos – Por favor!


- Tom Grindewald. Você bateu a cabeça? – ela estava nervosa E espantada. Droga.


- Não mãe. Agora, por favor, assine a droga do formulário e me deixe ir!


- VOCÊ ESTÁ NOS ESTADOS UNIDOS, COMO ESPERA IR À LONDRES?


- Mãe! Eu arranjo dinheiro com o vovô… por favor, me deixe ir!


- Não. Essa é a minha resposta final.


Nesse momento ela deixou algo cair. Eram duas passagens de avião no meu nome.


- MÃE! Eles me mandaram até uma passagem!


- Não. Tom, você tem apenas onze anos. Por favor, me entenda…


- Se eu não for por bem, eu vou por mal. Você fez sua escolha.


Estendi meu braço e olhei para a coruja. Ela pulou em meu braço.


- Vou mandar uma carta para a… como é mesmo? Isso. Professora M. McGonagall.


Subi as escadas batendo os pés.


Cheguei ao quarto, peguei uma folha de sulfite e uma caneta e comecei a redigir a minha carta para a tal professora.


Terminei. Coloquei na pata da coruja e ela voou pela janela do meu quarto.


 


Droga. Por que eu não consigo? - B


E lá estava eu. A frágil Belly sonhando com aquele garoto na minha cama de dossel em Hogwarts. Eu precisava fazer o que para ele me chamar para o baile de inverno?


 


Quatro anos antes…


- MÃE! CHEGOU!


Eu saí gritando pela casa.


- O quê filha? – minha mãe levitava as roupas e a fazia cair sobre o tanque.


- MINHA CARTA DE HOGWARTS! – nesse momento ela parou o feitiço e a pilha de roupas foi ao chão.


- Parabéns filhona! – ela gritou – vamos contar ao seu pai.


Ela fez um pequeno feitiço na lareira e a cara do papai apareceu.


- Querida?


- Ah, querido, a carta de Hogwarts da Belly chegou!


- Parabéns Belly! E aí, o que você vai querer de presente?


- Hm – eu pensei – uma vassoura. Nimbus 2000.


- Não pode… algo mais?


- Tá, então eu quero um gato.


- Tem certeza…? – meu pai me olhou estranhamente.


- Não pode também?!


- Isso pode… mas dá muito trabalho!


- Não me importa. Vou levar um gato.


 


E eu era uma garotinha tão bobinha. Nem pensei que um gato não seria o melhor meio de se levar cartas, então tive que desistir da idéia de um gato e resolvi levar uma coruja no segundo ano.


 


Qual o melhor jeito? - T


Você já ouviu falar daquele tal de Harry Potter? É, ele estuda no quarto ano. O mesmo ano que eu e a… Belly. Ah, a Belly.


Eu tenho algumas aulas com ele, mas eu sou tão quieto e envergonhado que ele nem deve saber meu nome. Mas aquela garota da Corvinal, a Belly, é muito linda. E quando é que eu vou conseguir pedir a ela para ir comigo ao Baile de Inverno?


Ah, eu esqueci de te dizer. Estamos em meio a um Torneio Tribruxo ou qualquer coisa do gênero. Meus amigos me disseram que é algo muito importante e que raramente aconteceu em Hogwarts, e parece que eles pararam de fazer esse tal torneio depois que uma pessoa morreu por causa dele. E isso não é nada. O bom é que temos outras duas escolas além de Hogwarts por aqui. Uma delas é a Durmstrang, uma escola tradicional, ninguém sabe exatamente muita coisa sobre ela, apenas que ela é muito estranha, que ela fica em algum lugar da Rússia e que, umas fofocas dizem que ensinam magia negra por lá, e que o diretor da escola já foi um grande partidário de Você-Sabe-Quem.


Uma outra escola que está aqui chama Beuxbatons, é uma escola apenas de meninas. Tem a fama de ter umas garotas muito bonitas, mas não gostei de nenhuma. Na verdade eu não gostei muito das meninas da Beuxbatons, elas me parecem meio… oferecidas, no sentido mais sujo da palavra. Mas a Belly… Ah a Belly… Ela não é oferecida não. Ela é A garota.


Bom, chega de falar da Beuxbatons, vamos falar da Belly. Eu estou pensando em mudar algumas aulas dos meus horários para ficar junto com ela todas as aulas. Mas eu nem sequer falei com ela!


Já sei. O dia dos namorados já chega. Acho que vou presentear ela com algo especial. Ou será que ela gostaria se eu apenas desse um buquê de flores e a chamasse para o baile de inverno? Alguém poderia, por favor, me dar socorro?


 


Como eu me aproximarei? - B


Bom, acho que hoje já dei um grande passo. Perguntei o nome dele para o Prof. Flitwick. O nome dele é Tom, ele é meio brincalhão, mas muito inteligente. Ele é meio maroto, isso eu já percebi, mas nem tanto quanto aquele tal de Harry Potter. Sério, aquele garoto, o Harry Potter, chega a ser meio pirado de vez em quando. Ele me assusta.


Mas o Tom não. O Tom me encanta. Ele me faz bem, sabe?


Eu não sei, estou meio abobalhada com aquele garoto. Será que ele sabe que eu existo?


Estou pensando num jeito de me aproximar e me apresentar. Será que alguém me diz um meio fácil de fazer isso, por favor? Ou pelo menos uma dica. Ia me ajudar muito. Mas infelizmente ninguém pode me ajudar.


Acho que preciso ir com calma e tentar descobrir se ele tem uma família bruxa, se é que me entende. Porque casar com um trouxa iria manchar muito a reputação da minha família!


E sabe do que mais? Estou pensando em dar alguma coisa para ele no dia dos namorados. Estou precisando mesmo me aproximar de alguém que ele conheça… espere aquele ali não é o amigo dele? Dino qualquer coisa? É… ele está vindo falar comigo… AI.

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