Capítulo 2



Capítulo II


Harry a observou por mais um momento antes de se fazer notar.


Hermione ergueu os olhos atentos para o lugar de onde ouvira o barulho, só para abrir um sorriso ao se dar conta de que era apenas Harry, observando-a.


Ela retirou os óculos de leitura, postando-o sobre a escrivaninha, e deslizou uma mão sobre seus cabelos enquanto sentava-se com melhor postura na cadeira de mogno. – Eu pensei que chegaria amanhã.


-E eu pensei que estaria dormindo – retrucou erguendo a sobrancelha, ao se dirigir ao encontro dela.


A morena virou os olhos, deixando que ele se aproximasse mais. – Você sabe que eu não consigo dormir bem quando está fora. Eu apenas imaginei que, se não posso dormir, ao menos faria algo proveitoso com essas horas ociosas.


-Venha para cama, senhorita Granger – estendeu a mão para ela.


Sorrindo levemente, a morena o fitou nos olhos. Era só mais uma análise para ver o quão bem Harry estava. E então aceitou a oferta, deixando que a erguesse.


As mãos de Harry deslizaram pela seda do robe dela e chegaram à sua cintura, ela se deixou então envolver pelo abraço dele, retribuindo de forma desnecessariamente apertada.


-Senti sua falta.


-Quanto? – ele perguntou em tom de brincadeira.


-Horrivelmente – retrucou suavemente.


Ele acariciou suas costas e parou. – hm, Herms?


-Sim?


-Você... tem algo sob este robe?


Ela riu afastando-se para olhá-lo. – Não se preocupe – contrapôs antes de retirar o nó do robe e abri-lo. Mostrando-lhe como estava vestida: Sutiã e calcinha, da mesma cor do robe. Preta.


Quando ela tornou a erguer os olhos, um sorriso secreto tomava conta de seus lábios. – Você parece ligeiramente desapontado...


Os olhos de Harry a brindaram com o mesmo ar travesso dos lábios dela, mas ele não disse nada enquanto a dirigiu às escadas. – Se apenas você lesse minha mente.


Ela riu gostosamente.


--


“Você irá me acompanhar?” Harry indagara. Obviamente que ela iria. Mesmo que não fosse dormir um segundo sequer.


Então ela retirara o robe e esperara ele se despir e se acolhera de bom grado no abraço que Harry lhe oferecera.


Hermione sabia muito antes de se deixar levar para cama que seria incapaz de dormir. Utilizara-se de tanta cafeína que era impossível pensar em ‘sono’, mesmo que Harry estivesse ali... Ainda que ele a estivesse abraçando e que o cheiro dele chegasse às suas narinas de forma reconfortante. Mesmo que só por ele estar ali, em seu abraço, seu coração pesado se acalmasse.


Ela traçou de forma leve o lado do rosto dele e lhe beijou suavemente o pescoço. Harry suspirou e a apertou contra si. A morena sorriu, ergueu a cabeça apenas para observá-lo.


-Você deveria descansar um pouco, meu amor – Harry murmurou rouco de sono, ainda de olhos fechados.


Mesmo sabendo que ele não podia vê-la, a morena virou os olhos. – Apenas durma, Harry. Não sou quem está exausto de uma viajem a trabalho. - Erguendo-se sobre ele para lhe falar ao ouvido:


-Ficarei velando seu sono – disse antes de beijar-lhe os lábios levemente.


Harry se forçou a abrir os olhos, um sorriso lento e sonolento em sua boca ao observar a amiga muito de perto. – Você é doce demais pra existir, Mione. Toda você o é – acrescentou deslizando numa caricia uma das mãos por suas costas quase nuas; ela estremeceu e suspirou pela forma preguiçosa como Harry o fazia, ela gostava quando ele a tocava, gostava demais, verdade seja dita.


Quase por instinto ela se deixou descender ao encontro do rosto dele, apenas para juntas suas testas e fechar os olhos enquanto sentia como a mão de Harry tornava a serpentear por suas costas.


Algo na forma como ele fazia deve ter ligado um link para alguma parte obscurecida pelo álcool de sua mente, porque no instante seguinte um flash piscou em sua mente.


[Flash]


Ela estava de joelhos na cama com Harry pregado ao seu corpo, também de joelhos. Os braços dela o envolviam, ao redor do pescoço do moreno. E o contato de suas peles a deixava constantemente arrepiada e quente.


Ela sabia, simplesmente sabia, que fora ela quem retirara a camisa dele e que a culpa era sua pelas manchas vermelhas e pequenos arranhões na pele dele... O sutiã dela ainda resistia, apesar de uma das alças já ter desistido... – sem contar seu vestido que sumira assim que suas bocas se encontraram pela primeira (?) vez, no hall de entrada... (ela lembrava vagamente de um beijo particularmente violento quando estavam pregados à porta, do lado de fora, mas queria acreditar realmente que a parte – episódio - do vestido ser retirado acontecera dentro de casa).


E ele tinha a boca de forma totalmente não-platônica em seu ombro enquanto uma de suas mãos a segurava com firmeza nas costas. E a única coisa que ela conseguia fazer era fechar os olhos e segurá-lo com força.


Harry ascendera com a boca para encontrar a dela, Hermione simplesmente já estava esperando isto no momento que ele tocara sua nuca, segundos atrás.


[Fim do Flash]


Foi assustadora como, ao abrir os olhos, ela sentia o gosto dele de uma forma que só poderia fazê-lo se o tivesse beijado naquele momento. Harry ainda mantinha os olhos abertos sobre ela e havia indagação neles.


E ela sorriu para despreocupá-lo – ele fitando-a insistentemente. – Então, lentamente, deixou-se cair sobre ele; suas mãos, ao envolvê-lo no pescoço, indo para trás dele, sob ele. Uma das pernas dela ao lado da dele, a outra entre as dele. Ela estava sobre o peito desnudo dele e parecia a coisa mais natural do mundo, mesmo que Harry estivesse apenas com uma cueca box e ela com seu conjunto de lingerie. E eles não fossem um casal.


Mesmo que pudesse rir como se nada estivesse acontecendo e lhe desejar boa noite encerrando o assunto, ela não queria o fazer. – Tive um flash curioso.


-Sobre?


Hermione lhe lançou um olhar como se ponderasse se deveria falar, e se falasse, quanto. Ele sabia, no entanto, que desde o momento que ela dissera o assunto, ela iria lhe contar tudo.


-O natal. Depois da casa dos Weasley.


-Talvez... muito comprometedor para que me conte?


Hermione quase riu, antes de atalhar:


– Mais comprometedor que acordar pela manhã no quarto de seu melhor amigo, ambos nus, sabendo que fizeram coisas muito malvadas?


Ele riu. – Eu sei, foi um pergunta tola.


-Foi só um beijo. O que eu vi, quero dizer. Nada comprometedor – “tirando a parte de estarmos nos agarrando com uma firmeza possessiva e a forma completamente enlouquecedora que você me beijava e / ou tocava”. Hermione mordeu o lábio inferior.


Não importava quão sonolento Harry estivesse, ele percebeu o gesto meio inseguro dela e ergueu a sobrancelha. Podia-se ler “Mione...”.


-Parecia divertido – murmurou deslizando distraída as unhas pela nuca dele. Ela não o olhou ao falar, parecia totalmente fora de tom comentar. E incrivelmente masoquista da parte dela lembrar. Afinal, a morena ainda não havia se recuperado da idéia de que uma recaída não faria mal.


-Eu posso imaginar por quê – ele a apertou levemente.


A morena riu, erguendo os olhos para encará-lo. – Mas nós somos melhores amigos platônicos.


Ela queria beijá-lo. Era tão frustrante. Por que deveriam ter aquele rótulo? Eles não poderiam ser melhores amigos totalmente não platônicos?


Harry aquiesceu, meneando a cabeça. – Totalmente platônicos.


O movimento fora planejado. Lentamente, para que ele pudesse ter escolha, mas continuo, para que ela não perdesse a coragem.


E quando sua boca tornou a tocar a dele, não era um beijo casto de “boa noite” que costumavam trocar. Era suave, mas também quente e recoberto de indagações.


“Não pare” foi a resposta de Harry. Os lábios dele requerendo os dela de novo e de novo e de novo.


“Deus, isso deve ser algo perto do que é chamado de ‘perfeição’” Hermione pensou sentindo todo seu corpo reagir a Harry, e o melhor: o dele ao seu. Era como se eles soubessem naturalmente quem eram e do que precisavam.


Eles riram, fitando-se, ao cortar o beijo. – Eu pensei que estivesse com sono – Hermione sussurrou erguendo a sobrancelha, um sorriso de absoluto orgulho feminino aquecendo ainda mais a Harry.


-Você parece muito orgulhosa de si – o homem retrucou rouco.


A morena mordeu o lábio inferior. - Um pouquinho, talvez – acrescentou movendo com cuidado a perna que se encontrava entre as dele.


Harry expirou com força, virando o rosto para o lado; mas sorriu ao instante. Quase que perverso.


Então ele correu as mãos pelos lados da amiga, antes de postá-las em suas nádegas e, voltando a olhá-la, apalpá-las e apertá-la contra si, movendo seu quadril para cima. Hermione gemeu, seus lábios permanecendo entreabertos.


Instintivamente ela se moveu ao encontro dele outra vez e fechou os olhos com um sorriso ao ouvi-lo resmungar. Harry refez o movimento e a morena respondeu de imediato.


O rosto dela foi ao encontro do ombro de Harry. – Li em algum lugar que amigos não dividem o travesseiro assim – ela brincou.


-Isso não se adequa à gente – ele disse, como ela fizera a várias noites atrás. - Somos melhores amigos – Harry acariciou os cabelos dela.


-Não creio que melhores amigos ‘façam’ dessa forma, Harry.


O moreno pareceu ponderar, antes de sugerir: - Então que tal: melhores amigos a caminho de uma recaída nessa estranha amizade apaixonada? Soa melhor?


Hermione assentiu - Parece agradável – murmurou, sua cabeça sobre o peito dele. “E certo”.


E tudo pareceu se encaixar.


Fim




N/a: Bem, não se parece com um fim não é mesmo? Rs.


Espero que tenham se divertido.


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