Contra-Ataque



 


Liu bateu com as costas no teto enquanto as chamas fortes atingiam sua barriga com petulância, perfurando seu organismo e o transformando em uma chuva de cinzas antes mesmo que pudesse urrar de dor. Gary olhou para Harry com uma expressão confusa e pasma, afastando alguns passos ao encarar os olhos verdes e brilhantes do garoto no chão.

- O que você fez com ele?

- Isso não é motivo para se preocupar... A pergunta é: O que eu vou fazer com você? – Disse Harry num tom ameaçador que surpreendeu a si próprio, algumas mudanças estranhas estavam acontecendo em seu organismo.

À vontade de brigar era tão intensa dentro de si que a dor dos cacos de vidro cravados nas costas não passavam de meras casquinhas. Draco vislumbrou Harry levantar e deslizar as mãos pelas vestes, vincando a testa de raiva e nojo. Como aqueles vampiros idiotas poderiam ser tão ruins? Perguntou o vampiro-bruxo para si mesmo. A blusa em suas costas estava suja de bebidas, um pouco de pó e sangue. Vários cortes rasgavam o tecido e a pele, sendo que muitos cacos de vidro ainda estavam cravados profundamente em regiões que, no passado, teriam feito muito estrago.

- Você é um mestiço. – Grunhiu Gary expondo os dentes. – Mas nunca vi esses olhos verdes antes...

Harry retribuiu a ameaça cerrando os punho e arreganhando o cenho.

- E acredito que você não vá ver mais nenhuma cor. – Rosnou Harry saltando sobre o balcão e inclinando-se como um animal selvagem sobre a madeira.

“Como ele está diferente.” Pensou Draco respirando ofegante e fazendo um esforço para sentar. “É quase como se não fosse o Potter...”

Gary fez menção de saltar sobre o inimigo, mas o “bruxo” já estava em pleno salto no final do pensamento. Harry desferiu um soco na face do vampiro, agarrou-o pelo colarinho e atirou-o na estante em que estava a televisão. O móvel se curvou ao ser atingido, derrubando porta retratos, estilhaços de televisão e madeira pela sala. Gary tossiu, apertando as costelas quebradas e doloridas. Seus olhos acenderam como brasa ardente e iluminaram o lugar espectralmente, porém sua demonstração de raiva foi ignorada. Harry avançou mais uma vez contra ele, mas errara o soco e recebera outro no estômago e no rosto. Recuou alguns passos, agarrando o punho de Gary em pleno ar e apertando com força. Os ruídos dos ossos partindo preencheram o silêncio da sala em questão de segundos.

- SEU MESTIÇO! Achas mesmo que vai ganhar de mim? – Urrou Gary de dor e raiva.

- Eu já ganhei. – Murmurou Harry sorrindo com malícia e puxando o vampiro para perto num movimento.

Com a mão livre agarrou o pescoço de Gary e o ergueu no ar como se não pesasse uma grama. As lembranças da noite em que estivera sozinho na floresta vieram à tona com todos os sentimentos de raiva e amargura, talvez Ângela tivesse exagerado para um primeiro treinamento, mas se não fosse por ela as chances dele estar vencendo o vampiro daquela forma seriam minúsculas.

- Me diga! Porque estão atacando a cidade?

Gary riu com o pouco de ar que saía pela garganta apertada.

- Isso... não.. é...

Harry o atirou contra o sofá, arrastando o móvel alguns metros até que ele tombasse virado. E usando uma velocidade absurda que nem Malfoy percebera a locomoção, ele estava parado com a perna sobre o peito de Gary e com o corpo encurvado para frente, de forma a encará-lo perfeitamente de perto.

- Eu vou fazer essa pergunta mais uma vez.

Os olhos do vampiro apagaram instantaneamente, enquanto uma expressão de pânico tomava seu rosto. Jamais vira tanto poder assim em um único bruxo, com exceção de... Alberon. “Que tipo de ligação existe entre esses dois?” Perguntou Gary mentalmente. “Seja lá o que for, eu não quero estar aqui para ver.” A pressão do pé de Harry sobre seu peito era gigantesca.

- Tudo bem! Eu respondo.

Harry sorriu de canto. Draco apoiou os braços no balcão, ficando de pé após muito esforço. Olhou para a conversa “pacífica” entre os dois vampiros com receio, temendo pela própria integridade da cabeça aos pés.

- Então me diga! Porque estão atacando a cidade?

- Porque faz parte da revolução! Alberon quer guerra... – Respondeu Gary com dificuldade.

- É mentira! Não é apenas isso, caso contrário não teriam retornado. Eu ouvi o outro dizer que tinham mais vampiros aqui... Quantos são?

- Talvez uns dez...

Harry fez mais pressão no peito do inimigo.

- Ok! Ok! São setenta! Setenta vampiros!

“Isso não é apenas uma chacina...” Refletiu Harry aliviando um pouco o peito de Gary.

- Porque estão aqui?

- Eu já disse... – Gaguejou Gary, mas sua voz falhou covardemente. – Se me deixar viver, eu conto a você.

Harry assentiu positivamente, claro que não o mataria... Não era sua intenção que Liu tivesse morrido, mas mesmo após o incidente não tinha nenhuma centelha de remorso em mente. Se acontecesse... Bem, não ia fazer diferença, ia?

- É o cérberus... Ele está aqui e está guardando... aquilo...

- Aquilo?

A mente de Harry foi invadida por um jorro de lembrança: À noite em que o ministro Rufus visitou Dumbledore para alertá-lo e eles acabaram falando sobre o “Apocalipse de Sangue”. As palavras de Dumbledore ecoavam em sua mente:

##


“- Isso é apenas blasfêmia. – Defendeu-se ele. – Você acha que aquele vampiro imbecil tem capacidade de completar uma profecia como aquela? Deixa de ser, - Rufus mediu as palavras. – Ingênuo.

- Por mais que negue, Ministro, você teme exatamente o que nega. Onde está ela? No mesmo lugar de sempre? O cérberus ainda a protege? – Dumbledore fala curto e direto, tocando exatamente onde queria tocar.”


##

- O que exatamente é aquilo?

- Eu não sei... Alberon não nos disse nada! Só falou para encontrarmos o esconderijo guardado pelo cérberus e pegar o que ele guardava!

Harry ergueu o rosto e olhou além da janela mais adiante, fitando a rua vazia e escura. “Não vejo sentido nessa história... Dumbledore falou-me uma vez a respeito do livro dos shamans, mas da maneira como esses vampiros falam e como o próprio diretor falou... Parece ser outra coisa.” As duas mãos fortes de Gary o empurraram para trás, atirando-o de encontro ao balcão. Bateu as costas na madeira e grunhiu de dor, balançando a cabeça até recobrar o fio do pensamento.

- Ele fugiu. – Sentenciou Draco com um tom sombrio. – O que vamos fazer agora? Existem setenta vampiros sedentos de sangue lá fora! E... Ele pode falar da nossa presença!

- Precisamos encontrar o cérberus. – Concluiu Harry levantando e retirando a blusa rasgada e empapada de sangue que usava com um puxão.

Draco riu secamente.

- Você quer ir atrás de um cão de três cabeças? Você nem sabe o que está procurando!

Harry fechou os olhos e fez uma careta enquanto os cacos de vidros, ainda preso em suas costas, soltavam e caiam no chão. A dor de usar a cicatrização era horrível, porém extremamente eficaz contra fatalidades. Draco olhou com nojo os ferimentos fecharem rapidamente diante de seus olhos sem deixar quaisquer cicatrizes. Algumas manchas de sangue seco sujavam a pele alva.

- Será que você não percebeu ainda? Dumbledore nos mandou para cá de alguma forma! Eu e você, juntos! Não faço a mínima idéia do porque, mas ele sabia que deveria nos mandar para cá... Ou eu acho. – Refletiu o mestiço em voz alta. – Nós precisamos pegar o que esse Cérberus está protegendo e deixar longe de Alberon.

Draco apenas pensou em revidar, mas não teve coragem de agir. Quando ergueu o pulso para apontar para a saída, a corrente pendia com os elos soltos e partidos na metade. Os dois se entreolharam rapidamente, pegando as pontas partidas para olhar. Não haviam rastros de que tinham se partido... Estavam juntos novamente.

†††

- Rony! Rony! Acorda! – Chamou Gina baixinho. – Anda! Levanta daí!

O Wesley franziu a testa e abriu os olhos, irritado por ter sido acordado naquela hora.

- Gina? – Perguntou ele rabugento. – O que você faz aqui?

- É Harry. – Quem respondeu foi Hermione, que estava ajoelhado ao lado da ruiva. – Precisamos ajudar Harry!

O garoto pareceu demorar-se em pensamentos, mas levantou de supetão quando finalmente compreendeu o que elas queriam dizer.

- Perigo? Perigo de que?

- Eu acabei dormindo na biblioteca esta noite... Fui estudar para a prova de poções e acabei adormecendo na mesa! – Explicou Mione. – Quando eu acordei, juntei as minhas coisas e sai... E adivinha quem eu encontrei no caminho? Era Ângela. A porta de sua sala estava entreaberta e eu a vi falando com Mr. Avada através da lareira. Ele parecia estar apavorado!

- O que ele dizia? – Perguntou Rony engolindo a seco.

- Que a cidade estava sendo atacada novamente por vampiros! – Acrescentou Gina que já estava a par da história. – E que Harry e Draco estavam desaparecidos. Eles estão em perigo! Nós precisamos achá-los.

- Ah... Essa não! – Murmurou Rony lembrando da conversa que tivera com Harry na noite anterior. – E se ele foi falar com Alberon?

Hermione soergueu as sobrancelhas com uma expressão aterrorizada. Gina não parecia chocada, porque também sabia a respeito daquela conversa.

- Isso não importa! Nós precisamos ir até a cidade e ajudar o Harry.

Rony trancou a respiração.

- Vou trocar de roupa. Peguem o que for necessário para a viagem... – Murmurou ele baixinho. – Nos encontramos no saguão em dez minutos.

As duas levantaram.

- Cuidado com o Filch. – Lembrou o ruivo.



†††





Harry corria ao lado de Draco, que mais abraçava a garota do que ela a ele. As ruas estavam, por incrível que parecesse, vazias. Novas listras de fumaça percorriam o céu acompanhado por feixes coloridos de luzes proporcionados por feitiços. Draco parecia ter mudado... Agora ele não falava mais, como se tivesse aceitado o fardo que deveria carregar. Harry corria em silêncio, atento a qualquer barulho ou cheiro que o rodeasse. Ele não sabia farejar direito e seus reflexos não estavam tão bons... Ainda tinha muitos treinamentos a fazer com Ângela. Mas desde a noite em que ficara na floresta.... Algo havia mudado nele. Uma estranha sensação percorria suas veias, fazendo com que seu coração batesse cada vez mais devagar. Mesmo que corresse sem parar durante horas, jamais seria a mesma coisa...

- Espere. – Pediu Harry antes de atravessar a rua, erguendo o braço para impedir Draco de continuar.

Os dois recuaram para trás, aproveitando um muro baixo para se esconder. Um grupo de cinco vampiros passou correndo gritando e fazendo escândalo. Cada qual carregava uma tocha ou alguma arma para amedrontar humanos, já que não precisavam disso.

- Preste atenção...

Harry apontou para os pulsos dos vampiros. Quatro dos vampiros usavam faixas vermelhas nos pulsos e apenas um usava uma faixa verde.

- Se quisermos informações, melhor conseguirmos direto com o líder.

Draco assentiu silenciosamente. Os três esperaram que o grupo de vampiros sumisse de vista para continuar, dobrando a rua assim que chegaram na esquina. Por onde olhassem, o clima de morte pairava sobre as cabeças. Aurores brigavam por toda a parte.... Draco pensou ter visto um auror passar voando numa vassoura sobre eles e ser atingido por uma barra de metal. Os vampiros eram selvagens... Nada do que Harry imaginava que encontraria. Seria ele um dos únicos da espécie que acreditava na benevolência dos vampiros? Não era possível que não existissem criaturas conscientes. Alberon concedeu poderes aos humanos errados. Vampiros que eram vampiros não chegariam aquele ponto...

- Para onde pretende ir? – Perguntou Draco enquanto corriam rumo ao calor da batalha.

Bruxos passavam correndo em pânico por eles. Um ou dois chegaram a esbarrar em Harry, empurrando-o para o lado. Porém, ao encontrarem contra o corpo resfriado do vampiro, afastavam-se bruscamente de medo. Draco parou a corria e a corrente pendeu, impedindo a corrida. Harry olhou para trás de soslaio.

- Eu não...

Mas Harry se calou. Dois raios laranjas passaram por cima de sua cabeça, carregando alguns fios embaraçados. Quando olhou para trás, viu um bruxo caindo após receber um soco no estômago e um vampiro gigante, aparentemente sozinho, gargalhando em voz alta. O ar descontraído com que ele realizava o golpe congelou o interior de Harry.


Daniel, um vampiro de estatura forte como um touro e cabelos crespos compridos, andava com os punhos fechados pela rua estreita sem saída. Um grupo de pessoas indefesas prensava-se contra o muro alto de uma casa que bloqueava a passagem. Eram ao todo cinco mulheres e cinco crianças. Os homens, provavelmente maridos ou filhos mais velhos, jaziam desmaiados mais adiante após, inutilmente, tentarem impedir o vampiro.

- E agora, animais? Olhem para vocês... – A voz grossa do vampiro de olhos vermelhos rubros era grossa e abafada. – São animais encurralados, acuados e que me servirão como comida.

- Não... as... mate! – Gemeu um garoto de aproximadamente vinte anos no chão. Estava sangrando e engatinhava no chão com a mão para cima. – Por favor! Beba meu sangue, mas as deixe em paz.

Daniel riu grosseiramente, estalando os lábios finos.

- Sangue de mulher é mais saboroso. – Ele fechou o punho direito. – Além do mais, pretendo me divertir um pouco ainda.

- Não... – Exclamou ele engasgando com sangue enquanto duas lágrimas rolavam por suas faces. – Por-favor...

O vampiro aproximou-se do bruxo agonizante no chão, chutando seu estômago já ferido sem pena. Ele rolou alguns metros, comprimindo o ferimento.

- Vai falar mais alguma coisa?

O garoto cuspiu no chão, encarando o vampiro com cara de nojo.

- Filho! – Gritou uma das mulheres. – Não! FILHO!

- Seu sanguessuga dos infernos! A sua raça é um lixo! - Gritou o rapaz. Já que ia morrer, que morresse ao mínimo com estilo.

- O que você disse? – Perguntou Daniel aproximando-se dele em passos largos, abaixando e agarrando o garoto pelo pescoço, içando-o no ar sem dificuldades. – Agora vou beber seu sangue até a morte! E depois matarei a todos os outros... Não deixarei ninguém vivo por sua causa!

O bruxo agonizou enquanto tentava se livrar das mãos fortes do vampiro. Daniel abriu a boca, mas ele mal sabia que não chegaria nem perto de morder aquele garoto.

- Harry, não sei se é uma boa idéia. – Pediu Draco. Conseguia enxergar as intenções nos olhos do vampiro-bruxo.

- Você não está vendo o que está acontecendo?

“O que meu pai faria?” Perguntou-se Harry. “O que James Potter faria?”


Daniel estava preste a morder o jovem bruxo a sua frente quando sente algo batendo contra si e o jogando dentro de uma casa quase toda destruída que avia ao seu lado, meio atordoado por não ter percebido quem ou o que bateu contra si, começou a procurar o seu atacante, mas para a sua surpresa quando olha para a sua frente vê parado ali dois garotos, um loiro o qual carregava nos braços uma pequena criança que dormia, e um moreno cujo olhos brilhavam num verde demoníaco, e seus caninos se sobreponham por cima do lábio, e seu rosto demonstrava uma fúria a muito contida, e quando viu aquilo, sabia que se fosse humano teria se arrepiado só de olhar para aquele ser a sua frente.


†††



No castelo de Hogwarts duas garotas estavam paradas no meio do saguão, a que aparentava ser a mais nova carregava uma mochila e uma vassoura no braço, a outra carregava apenas uma pequena bolsa de contas, elas estavam ali há dois minutos, quando um garoto ruivo aparece também com uma mochila e uma vassoura no braço. Já junto delas começou a falar baixo.

- Faremos o seguinte, como a Mione não sabe voar eu irei levar ela comigo, Gi você sabe onde é que eles estão. Então você irá nos guiar ate lá e como eu tenho certeza que lá... Agiremos do seguinte modo: Eu e a Mione vasculharemos uma área e você outra. Quem achar o Harry e o Malfoy dispara pra o alto. – Recebendo um sinal de confirmação das garotas completa. – Vamos então.

E o rumo estava feito tendo como destino um local desconhecido para prestar socorro a um amigo que eles achavam que podia estar em perigo, sendo guiados por uma pequena ruiva que ia rapidamente na frente com o coração na mão e a varinha em outra.


†††



- Eu to vendo o que está acontecendo, mas ainda acho que não é uma boa idéia fazer isso! É arriscado demais. – Fala Draco tentando arranjar um jeito do moreno não fazer o que estava prestes a fazer. Um receio incomum se apontava em seu peito.

- Esquece, é a nossa única chance e eu tenho uma idéia.


 


Harry tomou a frente após desferir um chute no vampiro, pegando-o desprevenido e liberando o jovem ferido. A franja comprida e rebelde tapava sua testa, único fator que o destacaria dos demais e revelaria sua identidade. Seu rosto sujo por poeira, cinzas e sangue seco lembravam um obra abstrata de terror.



- Ah, mas vejam só quem quis aparecer para a nossa festinha! Ô vampiro cicatriz, o que você acha que esta fazendo? – Pergunta Daniel irritado com a intromissão do garoto na hora que ia se divertir um pouco.

- Concertando algo que vocês não deveriam ter feito. – Rosna ele em resposta. – E agora eu exijo que vocês parem imediatamente o ataque!

- E quem você acha que é para ordenar alguma coisa aqui garoto, você não passa de um idiota que virou um vampiro por acaso do destino! – Rugiu o grandalhão levantando do meio dos destroços e limpando o canto da boca com a manga.



Draco cerrou os punhos e correu até o rapaz estirado no chão. Ao constatar que estava bem, apesar de tudo, ficou de pé e olhou para Harry com raiva. Elizabeth agarrou-se a sua perna direita, escondendo o rosto diante da figura ameaçadora do vampiro líder. O segundo ataque havia recaído sobre a cidade em peso, obrigando os aurores cansados a lutarem por suas vidas. Feixes coloridos pintavam o céu, lembrando uma vira de ano que comemorava a destruição e a morte.


 


- Eu não agüento mais isso, Harry. Não somos animais... Não merecemos passar por isso! – Rugiu Malfoy cerrando os dentes. – Isso não é uma revolução por direitos, é uma chacina!


 


Harry respirou fundo. Estava cansado... Não agüentava mais aquela cena se repetindo. Estava levando a pior para aquelas criaturas, mas jamais seria fraco para proteger que amava. Quando percebeu, um grupo de cinco vampiros começaram a rodeá-los sobre a copa das árvores e os destroços das casas.


 


- Malfoy... Eu quero que você vá atrás do cérberus. – Pediu Harry cerrando o punho direito. – E quando o achar, me espere... Eu não vou demorar aqui.


 


Malfoy não pestanejou e juntou Elizabeth no colo.


 


- Não pense que irá se divertir sozinho, Potter. – Ironizou ele. – Ou acha que eu permitirei que pense que seja mais forte que eu?


 


E saiu correndo antes que o número ao redor deles aumentasse. Como encontraria o cérberus? Era isso que ainda pensava antes de desaparecer na esquina com a varinha em punho na mão livre. Daniel riu com gosto e foi acompanhado por seus amigos.


 


- O que te faz pensar que eu deixarei seu amiguinho fugir? Ninguém sairá dessa cidade hoje.


 


Agora eram mais de dez vampiros compondo a platéia. Todos atentos e risonhos, sacolejando e urrando a cada frase dita por seu líder.


 


- Cala a boca! CALA A BOCA! – Urrou Harry sentindo uma dor terrível no peito. – Eu não agüento mais ouvir falar de vocês! Não são vampiros, são assassinos!


 


- É isso que somos, moleque! Nós somos vampiros! Somos assassinos! E você logo será um de nós! Agora saia da minha frente!


 


O bruxo caiu de joelhos arquejando e produzindo ruídos guturais de dor. Fechou as mãos em volta do abdômem e ergueu o rosto vermelho para o grupo de pessoas, que já acordadas, prensavam-se no final da rua, abraçadas umas as outras de medo.


 


- Eu... Não... Mato inocentes! – Esbravejou Harry ofegando.


 


- O que houve? Vai ter um ataque de pelancas? – Indagou um vampiro do alto de uma casa.


 


Ele ergueu o rosto, fitando a criatura maior parada diante de si. Sim, ele era um monstro, porque em nenhum aspecto se assemelhava a um humano ou um vampiro, era um assassino que merecia morrer. Ele e todos os responsáveis pela destruição. Uma raiva terrível tomou conta de seu corpo, despertando um mal dentro de si... Tão arrebatado que o fez ficar de pé. Todas suas veias estavam realçadas... Ele abriu os braços e urrou para o alto; Agora tinha o corpo forte, movimentos calculados e frios, respiração pesada e bufada. Harry arreganhou o cenho, expondo os caninos como num sorriso malicioso quando riu. Os olhos verdes brilhavam numa tonalidade assassina...


- Haverá mais sangue essa noite... – Murmurou Harry. – Mas não será de inocentes!


O que era ele? Um assassino? Talvez, mas não de inocentes. Um monstro? Tinha tudo para ser. Um bruxo? Não apenas... Porém apenas uma palavra o descrevia perfeitamente: Um caçador. Era isso que era... Um predador da noite. E a caça? Todos aqueles ao seu redor. Ele sorriu e deu um passo a frente. Nada mais importava além de fazê-los pagar pelo que mereciam.


 


 


Continua...


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 N/A: AE! Finalmente. O malucoxp me ajudou a escrever um trecho do final, portanto estou dando os créditos a ele. Enfim... Finalmente o capitulo. Vou postar um cap por semana... Então, até semana que vem! Espero que gostem... E comentem, apesar de tudo. XD Votem se possível... Mil perdões por tudo. Acho que nós temos um Harry aqui que ainda tem muito para mostrar... AHeuHAUhAEUae!

bj...

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