Una-se Ao Cacau!



Era meio-dia.
Dois Aurores se encontraram no segundo andar do Ministério. Um estava bem animado enquanto o outro parecia desapontado. Os dois entraram no Quartel dos Aurores.
-Esqueça, Rony. Draco e Cho foram vistos num boteco de estrada, inclusive Cho agrediu fisicamente e ainda roubou a varinha da esposa do dono do bar.
Rony deu um murro de leve no ombro de Harry.
-Eu já sei desse caso, mas é aí que você se engana! No início dessa manhã houve um indício de magia negra numa das rodovias que vão para o Norte, alguns Aurores foram conferir e havia resquício de uma poção revitalizante.
Harry olhou pasmo para o amigo.
-Você não acha...
-Que ele a matou e agora como está encrencado, trouxe a mulher de volta. Só que ela não parece estar colaborando com ele.
Harry já ia falar algo quando uma porta se abriu e Moody apareceu, atrás dele havia vários Aurores.
-Vamos lá, garotos. Temos muita sujeira para limpar.

Ele finalmente estava furioso. Evitava falar qualquer coisa, pois poderia explodir de raiva e matá-la ali, no meio do nada e sem ninguém por perto.
Cho tinha os pés e as mãos amarrados, além da boca tampada. Ele já estava cansado das gritarias fúteis dela.
Ele já estava quase se desesperando por tê-la deixado escapar quando a encontrou andando na estrada, para sua sorte a vassoura que ela estava tinha quebrado. Ele pensou em bater nela, espancá-la bastante, mas não tinha tempo a perder com ela. Sabia que o dono do bar o denunciaria e assim que a velha acordasse também abriria a boca sobre Cho. Que beleza.
Ele entrou nas mediações de Londres. Já tinha decidido, ela iria morrer atropelada no centro da cidade, mas primeiro tinha que contratar alguém para fazer o serviço. Ele pensou na nova morte que ela teria em breve e não pôde conter o sorriso de satisfação. Cho iria se atirar à morte.
Já tinha pensado em tudo enquanto dirigia. Ele sairia com ela na rua com um pretexto de fazer alguma coisa qualquer, então ela começaria a discutir e os dois brigariam no meio da rua, aos olhos de todos. Ele iria a soltar e tinha certeza absoluta que a primeira coisa que ela ia fazer era atravessar a rua, e quando isso acontecesse... PIMBA!
Mas mesmo que não fosse esse o primeiro ato dela, já tinha pensado em tudo. Iria contratar quatro homens diferentes, pagaria um preço bom para cada um, isso não era questão de economizar. Cada homem ficaria posicionado numa esquina do quarteirão, ela teria que atravessar a rua, não tinha forças suficientes para aparatar, e nem poderia fazer isso numa rua muito movimentada.
Ela resmungou alguma coisa e ele olhou para trás. Ela olhava chocada para o gato. Ele tirou uma mão do volante e arrancou o pano da boca dela.
-Que é?
-Fifi! Ela está magérrima, você não tem dado comida para ela?
-Não.
Cho estava penalizada demais para discutir com ele.
-Ah não, Draco. Por favor, Draquinho... pare esse carro e compre um pedaço de carne bem grande pra ela. E uma garrafa de água mineral. Por favor.
Ele levantou uma sobrancelha e bufou irritado. Geralmente nem daria atenção, mas ela estava tão chocada com o gato e fazia uma cara de piedade tão grande que ele não pôde resistir. Já que ele teria que parar o carro e descer em breve faria esse ultimo agrado para a amada.
-Daqui a pouco eu faço isso.
Ela continuou a olhar solidária para o bicho fraco preso na gaiola. Draco odiava o bicho, mas agora toda vez que visse o gatinho ele se lembraria da cara de piedade de Cho, o que lhe faria ficar com pena do animal. Como não ia agüentar ter que cuidar do ser insuportável resolveu que o deixaria num canil assim que se livrasse da insuportável dona dele.
Deu uma olhada em volta, era um bairro meio barra pesada, se ia sair do carro tinha que o deixar esse em segurança, tudo que não precisava era ser roubado ou Cho estuprada. Saiu do carro e desilusionou o carro, colocando mais algumas proteções em volta.
Entrou num pub caindo aos pedaços e sentou-se no balcão. Várias pessoas o encararam, muitos machões o olharam por cima, deixando bem claro que não o queriam ali.
Draco não quis pedir uma bebida, com certeza o copo estaria sujo. Em vez de enrolar ele se levantou e olhou bar, falando alto em seguida.
-Tem quatro homens bom de serviço nessa porcaria de lugar?
Alguns se levantaram deixando suas mulheres na mesa, ele observou cada um e escolheu quatro.
-Vocês vêm comigo.
Muito ao contrário de ser quatro paredões humanos com dois metros de altura cada, eram todos pequenos, magros e com a aparência bem comum. Ele estaria ferrado se algum transeunte reconhecesse o motorista do carro que atropelaria Cho.
-Vocês têm coragem de fazer um serviço sujo?
Nenhum deles vacilou. Draco foi falando o plano e combinando com cada um. Já era quase uma da tarde e tudo tinha que acontecer o mais breve possível.
-Vocês têm carro?
Todos tinham, um problema a menos. Podia ser o quanto antes. Já tinha combinado onde ele e Cho estariam e onde deveria se posicionar cada um deles. Fez o pagamento adiantado, mas garantiu que se um deles não aparecesse, eles estavam muito encrencados. Mas nem se preocupou, todos eles pareciam fazer o trabalho com gosto.
-Certo. Faltam quinze minutos para uma hora, meia hora antes das três eu quero todo mundo no lugar.
Saiu do lugar imundo e procurou uma mercearia, precisava achar um pedaço de carne e uma garrafinha de água para o gato. *i*Fifi*/i*! Só por Cho mesmo. Aproveitou e comprou uns biscoitos para a querida, não queria que ela morresse com fome. Voltou para o carro e jogou as compras em cima dela.
-Tome.
-Você não vai me soltar?
-Deveria?
-Como você espere que eu pegue as coisas com a mão e coma?
É, fazia sentido. Resolveu dar a comida para o gato ele mesmo e depois alimentá-la.
-Você só me arranja problema, Cho.
-Eu *i*te*/i* arranjo problema? Ora, que eu saiba foi você que me matou e que me acordou de novo.
-Ok, como quiser.
Perdeu muito tempo com isso e por isso teve que se adiantar com tudo. Foi direto para o centro. Tinha agora que fazer tudo com muito cuidado para que ela não o atrapalhasse no ultimo segundo.
Quando parou perto do lugar combinado ele a soltou e saiu do carro com ela. Para garantir que ela não correria saiu andando de braço dado com ela.
A rua estava movimentada, o que significava muitas testemunhas oculares. Tinha que começar agora um assunto qualquer que a irritasse.
-Quem vê a gente andando assim, hein? Nem imagina o monte de coisas que qual a gente já passou...
-Aham, pois é. Descaso, desamor, traição, assassinato... A gente é um casal nota 10, Draco. Não existe nenhum outro como nós.
-Então você me traiu?
-Quer os nomes? Datas? Locais?
Ele riu e balançou a cabeça negativamente.
-Por mim tanto faz, é passado mesmo.
Como nos velhos tempos a falta de atenção dele a irritou.
-Você me dá nojo, Draco.
Ele riu.
-É mesmo? Você parecia gostar bastante.
-CRETINO!
Todos os que passavam por perto olharam, ele ficou aliviado por estar tudo acontecendo no lugar certo.
Harry corria por entre a multidão tentando achá-los, sabia que eles estavam por ali, havia um objeto de magia negra no carro de Draco que estava os denunciando. Moody previra que Draco poderia tentar forjar uma nova morte para ela na frente de testemunhas para se livrar da encrenca. Não era muito ético conservar um ex-cadáver vivo, mas não podia deixá-la morrer desse jeito novamente.
-SAFADO! MIMADO! VOCÊ É O ÚLTIMO MALFOY E QUANDO VOCÊ SE FOR A TERRA VAI AGRADECER POR SE LIVRAR DE UMA ESCÓRIA COMO A SUA!
Ele fez um esforço para parecer irritado com a cena, senão ela veria que tinha algo errado ali.
-Cho, amor, escândalo na rua não!
Ela se soltou do braço dele e o empurrou.
-É SÓ COM O QUE VOCÊ SE IMPORTA, NÃO? COM A SUA IMAGEM!
Ele deu de ombros.
-Bem, é.
Rony sentiu um soco na boca do estômago quando achou o carro sem ninguém. Achar os dois no centro movimentado de Londres seria como procurar uma agulha no palheiro.
Draco pegou a mão de Cho e a puxou levemente.
-Vamos, querida. Nós temos um compromisso agora.
Ela soltou da mão dele e saiu correndo para atravessar a rua.
PIMBA!
O corpo foi arremessado longe.
A rua todo parou, inclusive os carros. O motorista que a atropelou ainda parou o carro, mas ao ver a multidão que se juntava ele foi embora correndo, ninguém lembrou de anotar a placa.
O sangue espesso que recentemente voltara a correr nas veias de Cho agora escorria todo pelo chão, ela ainda respirava quando ele olhou para ela, mas alguém entrou na frente do campo de visão dele para averiguar o estado dela, mas quando a pessoa saiu ela já estava morta.
Morta, finalmente.
Algumas pessoas olharam para ele, esperando ver uma expressão de desespero em seu rosto. Todos se espantaram quando ele começou a rir.
Os Aurores perceberam que havia algo estranho quando começaram a ouvir as buzinas inquietas. Acharam a rua com dezenas de pessoas observando alguma coisa. Era tarde demais. Quando Harry, Rony e Mooy conseguiram chegar ao centro de tudo, Draco ria às gargalhadas e dançava na rua, dando alguns saltinhos no ar.
-PIMBA, CHO! VOCÊ FOI PREMIADA, GANHOU NA LOTERIA! O SEU PRÊMIO? O CÉU! -se controlou falsamente e olhou para as pessoas em volta- Atenção senhores passageiros, última chamada para o vôo com destino ao céu, ao decolar prendam o cinto de segurança, em caso de acidente máscaras de despressurização aparecerão. O CÉU, CHO! SÓ SENDO UMA SANTA PARA ME AGUENTAR! DUAS VEZES AINDA POR CIMA!
Draco ria e ria. Nunca a morte de Cho fora tão engraçada, bela ou sublime. Pronto, comera o chocolate duas vezes, contrariara todas as regras! Era praticamente um deus, ou melhor, *i*era*/i* um deus! Estava tão animado e fora de controle que ao olhar para ela via chocolate derretido em vez de sangue a redor dela.
Alguns Aurores tentaram segurar Draco, mas ele se soltou e saiu correndo descontrolado, ele entrou numa rua em que o trafego continuava normalmente e então... PIMBA!
O corpo foi arremessado longe.
Ele estava caído no chão e respirava com dificuldade, mas estava sorrindo. Olhava o seu próprio sangue estirado no chão e via chocolate escorrendo por todos os lugares. Sentia até o cheiro agradável do doce. Dois a zero, Cho. Ainda morta ela o conquistava e o chamava. Ele deu seu último suspiro com um sorriso no rosto. Coitada de Fifi, ficara sozinha no mundo.

FIM

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