Meu ponto fraco é você / NC-13

Meu ponto fraco é você / NC-13



Eu estava no segundo ano quando ele entrou em Hogwarts, mas naquela época ele era só um novato sem importância, como tantos outros. Foi só no sexto ano que eu notei sua presença.
Era um dia frio. A neve caía incansável, e eu estava sozinha. Quase congelando, eu diria, mas era o único lugar em toda a escola que eu conseguiria ficar só. Ou foi o que pensei.

Do alto da árvore em que eu estava, ouvi risos. Olhei.

Ah! Que meigo! O corvinal e a sague-ruim lufa-lufa faziam uma guerra de neve. Nossa, como isso é emocionante, eu pensei entediada. Era só água, afinal. Mas até que seria interessante se fosse gelo, pensei sorrindo. Silenciosamente, eu terei a varinha das vestes, e congelei a neve que estava na mão da garota. A sangue-ruim errou, e nem percebeu que a bola havia congelado. Fiz o mesmo com a neve na mão do garoto. A sangue-ruim desviou, mas não o suficiente, e a bola acertou na sua barriga. Ela começou a chorar como uma criança, caiu na neve, e quando o garoto foi ajuda-la, confuso, ela lhe deu um tapa na cara. Eu quase caí da árvore, tentando ao máximo não rir alto demais.

- Isso foi bem divertido – ouvi uma voz abaixo de mim. Eu podia ouvir sou sorriso, só pelo tom. Me virei para ver quem era –, mas teve sorte de ser uma lufa-lufa. Ela poderia ter percebido que ele não conseguiria congelar a neve sem uma varinha, nem ter encontrar um pedaço de gelo exatamente redondo. Devia ter transfigurado em uma pedra, soaria menos falso.

- Vou me lembrar da próxima vez. – Respondi.

- Por que não desce aqui para conversarmos? Não é do feitio de uma sonserina subir em árvores.

- O que está insinuado? – Eu perguntei irritada.

- Apenas que não devia ter subido na árvore. Por que não desce? – Ele repetiu.

- Porque você está aí e eu estou usando saia.

- Você não pareceu se importar com isso quando subiu.

- Estava me espionando, então?

- Desça. Eu me viro, se isso te fizer feliz.

Ele se virou sorrindo. Parecia feliz em me irritar. Eu pulei do galho em que estava, e me segurei em outro, logo abaixo. Após uma cambalhota no ar eu caí de pé no chão. Silenciosa como uma gata.

- É uma ótima ginasta. – Ele começou – eu vi quando subiu.

- É algo que eu goste. – Eu disse, sem sorrir, nem me irritar. Só então eu percebi o quanto suas feições eram belas. Os cabelos e olhos escuros contrastavam com a pele clara. Estava perfeitamente alinhado e usava um distintivo de monitor.

- Eu me chamo Tom. Tom Riddle. E creio que você seja Meg Lestrange.

- Sem ofensas, mas acho que está usando o uniforme errado. A julgar pelo seu sobrenome, acredito que não possa estar na Sonserina.

Eu não pensei antes de falar. Não lembrava como, mas o nome dele não me era estranho. O seu sorriso se desfez e ele levantou a varinha, mas antes que eu pudesse chegar à minha, já tinha voado e estava metros longe, caindo de costas na neve fria.

- Acho que posso dizer o mesmo de você. Tem certeza que o Chapéu não disse “Lufa-lufa”?

Aquilo me irritou profundamente. Quem ele pensava que era para dizer isso? Era ele que não era puro! Eu estava indignada. Ele achava mesmo que ia me chamar de lesada e eu ia ficar quieta? Antes mesmo de levantar, eu lancei um feitiço que o acertou em cheio no peito, fazendo com que ele voasse longe.

Eu levantei sorrindo. Já me sentia vitoriosa. Mas isso foi, obviamente, antes que a minha varinha voasse da mão. Ele também havia atacado antes de levantar. Pirralho! Ele tinha usado a minha estratégia! E agora eu estava sem varinha. Virei o rosto para ela, mas antes que eu pudesse dar o primeiro passo, já estava paralisada. Maldito garoto!

Após alguns segundos, ele parou do meu lado. Não virou o corpo, nem mesmo me olhou.

- Aprenda a não mexer comigo, garota. – Ele disse. Não havia vitória no seu rosto. Não havia divertimento na sua voz. Não havia sorriso nos seus lábios. Só raiva.

E saiu. Ou tentou, eu devo dizer. Ele nem mesmo havia saído do meu limitado campo de visão, quando se paralisou. Eu não entendi por que.

- Tom! O que você e a Srta. Lestrange pensam que estavam fazendo?! – A voz do Prof. Horácio Slughorn chegou aos meus ouvidos antes que eu o visse. Então eu entendi o que paralisou Riddle – Como monitor, você deveria saber que duelos não são permitidos dentro dos terrenos da escola.

- Me desculpe, Prof. Slughorn. – Me desculpe, Prof. Slughorn , imitei mentalmente. Ah, como pude me esquecer quem ele era? Tinha que ser o queridinho Tom, a quem tanto os professores adoram. O irritante aluno brilhante.

- Eu lamento, Tom – disse ele, finalmente me libertando – mas a Sonserina vai perder 25 pontos. Para cada um. – Acrescentou ele olhando para mim. – Detenção hoje, às oito horas. Estarei esperando na minha sala.

- Como ele nos viu? – eu perguntei quase para mim mesma depois que o professor se distanciou.

- Assim. – Riddle respondeu apontando para as janelas do castelo, apinhadas de curiosos, enquanto saía. Eu bufei e corri para as masmorras. Tudo que eu precisava naquele momento era um bom banho.


–x–



Eu saí cinco minutos antes das oito. Riddle havia saído uns dez minutos atrás, e eu não queria esbarrar com ele pelo caminho.

O Prof. Slughorn nos guiou por alguns corredores, até que avistamos uma sala de aula. Ih! Limpeza!, pensei. Pelo menos é limpeza leve... Mas paramos antes de chegar à sala. Aparentemente, eu havia me enganado.

- A detenção de vocês será simples. Basta limpar este armário. Sem magia, é claro. – Disse o professor, estendendo a mão. Relutantes e desanimados, eu e Riddle entregamos as varinhas. – Eu volto em duas horas para destrancá-los. Se a limpeza estiver acabada, então estarão liberados. Tudo que precisam está embaixo da escada.

Ele abriu a porta, e assim que eu havia descido os dois primeiros degraus, logo atrás de Riddle, trancou a porta. Nós descemos calmamente os últimos degraus. Quando vi o que nos esperava, não pude conter uma exclamação.

- O que é isso?! – E continuei após uma breve pausa – qual a utilidade de limpar um armário?

- Correção: um velho, empoeirado e desativado armário... – Riddle disse, tão desanimado quanto eu. – Você vai limpando as estantes. Eu limpo o chão e depois te ajudo.

- Essa é uma bela desculpa para ficar abaixado olhando por baixo da minha saia. – Eu disse sarcasticamente. – Não, eu limpo o chão.

- Ok – ele disse aparentemente indiferente.

Peguei o balde e me abaixei para limpar o chão. Desisti na hora. Havia todo o tipo de coisa nojenta ali. Desde baratas, até ratos mortos. Não valia a pena. Querendo ou não admitir, ele já tinha me visto de qualquer forma.

Peguei o pano da mão dele, e comecei a limpar as estantes. Ele me olhou confuso por alguns instantes, mas se abaixou rindo. Isso, é claro, só até ver o que lhe esperava.

Eu não tive menos trabalho. Baratas, aranhas e insetos em geral reinavam nas estantes também, mas pelo menos não havia ratos.

No início, tentei segurar a saia com a mão esquerda, enquanto trabalhava com a direita. Isso não deu muito certo. Eu precisava das duas mãos para limpar os objetos que estavam acima das prateleiras. Então, tentei apenas ficar de frente para ele. Se ele levantasse a cabeça, eu saberia.

Trabalhamos por uma hora. Havia muito trabalho a fazer, mas não tanto assim. Ao terminar, eu subi no primeiro degrau da escada. Agora que o armário estava limpo, parecia que havia bem menos para limpar.

Sentei no terceiro. Deixei os pés no primeiro degrau, e apoiei os cotovelos no quinto. Riddle sentou no meu lado, e fez o mesmo, largando a cabeça pra traz. Alguns segundos depois disso, eu apoiei as mãos no quarto degrau, e olhei para as minhas pernas. Riddle levantou a cabeça, assustado com o meu movimento brusco.

- Riddle, desculpa... eu disse coisas bem chatas lá fora. – Eu ruborizei. Não estava acostumada a pedir desculpas, mas não seria sensato arranjar encrencas com uma pessoa que tinha os professores na mão.

- Tudo bem. Também não foi legal eu dizer que você devia ter ido para a Lufa-lufa. Embora seja verdade. – Ele acrescentou divertido.

Eu pulei da escada e pus a mão onde devia estar minha varinha, antes de lembrar que não a tinha no momento. Mais uma vez, Riddle se assustou com o meu movimento, mas voltou a sorrir assim que viu o meu momento de fúria.

- Calma, foi só uma brincadeira. Acha que uma lufa-lufa teria conseguido me derrubar?

- Ha. Ha. Ha. – Eu rosnei entre dentes.

- Amigos? – Ele disse estendendo a mão, após revirar os olhos.

- Amigos. – Eu falei cuidadosamente indiferente, e me sentei a seu lado novamente. Ele jogou a cabeça pra trás de novo.


–x–



Até que essa amizade, iniciada por conveniência, estava sendo bem produtiva. Era incrível passar o tempo com ele. Pensávamos parecido, e por isso falávamos nas mesmas coisas. Ele até me dava idéias de como infernizar a vida da Olívia Bottle, uma sangue-ruim da Corvinal.

- Sua namorada não vai ficar com ciúmes por você passar tanto tempo comigo? – Eu perguntei numa sexta-feira, enquanto íamos para nossas aulas. Ele começou a rir.

- Você me conhece há duas semanas e já quer namorar comigo? Pensei que fosse mais seletiva. Não se preocupe, não tenho namorada. – Ele disse rindo. Eu corei furiosamente. Não era bem assim! É claro que eu queria saber se ele tinha namorada, mas não significava que eu queria namorar com ele! Ele completou: – Ainda.

Então dobrou no corredor, me deixando quase zonza com aquela insinuação confusa. Eu fui para a minha aula.

O resto do dia foi corrido. Eu nem o vi pelos corredores. Pelo menos não nas saídas das duas primeiras aulas. Entre a terceira e a quarta, passamos um pelo outro, mas o corredor estava tão apinhado de alunos que eu não percebi. Já havia passado alguns metros dele quando ele me chamou e atirou uma bolinha de papel, que eu peguei por reflexo. Depois se virou, e foi com os outros alunos do quinto ano.

Eu dobrei no primeiro corredor que encontrei. Parei na metade e esperei os dois alunos que estavam na minha frente passarem. Quando eles saíram do corredor, os meus colegas já haviam passado também. Resultado: eu estava sozinha.

Tom não atiraria uma bolinha para nada. Tinha que ser um bilhete. Abri-o às pressas. Estava certa.
Eu aceito.

Junto havia um anel. Um lindo anel verde, liso como uma aliança.

Eu esqueci a aula de História da Magia. Sabia que ele tinha o período livre, então corri para a biblioteca. Ele só podia estar lá.

O que eu estava fazendo? Por que eu estava correndo como uma louca, derrubando os que estavam no meu caminho e fazendo um barulho dos infernos só para chegar até a biblioteca? Eu nem gostava tanto assim dele!

Cheguei à porta da biblioteca ofegante. Meus olhos passaram pelas mesas. Ele não estava lá. Virei-me para ir para o Salão Comunal, e o vi, dobrando no corredor com um livro embaixo do braço.

Eu não pensei. Simplesmente corri para ele e saltei beijando-o. Ele bateu forte na parede e deixou o livro cair.

- Não pensei que gostasse tanto assim de m... – Eu não deixei que ele terminasse. Outro beijo o interrompeu.


–x–



Eu fiquei no colégio nas férias de Natal. Fiz companhia a Tom. No final das férias, ele foi me visitar em casa. Eu omitia cuidadosamente o sobrenome dele sempre que necessário, apresentando-o apenas como meu colega da Sonserina. Meus pais sempre tomavam isso como um “ele é sangue-puro”.

Entrei no sétimo ano com o pé direito: meu namoro dos sonhos estava firme. Isso era suficiente para me fazer feliz.

No segundo sábado de aula sentamos à sombra de uma árvore. Mais precisamente, eu sentei. Tom deitou-se com a cabeça no meu colo.

Dividíamos uma caixa de Feijõezinhos de Todos os Sabores. Coloquei um na sua boca. Para minha surpresa, ele levantou tossindo.

- O gosto é horrível! – Ele explicou. Eu comecei a rir. Assim que se recompôs, ele deitou novamente e completou: – Sua vez.

Atirei para cima e peguei com a boca, sorrindo. Parei logo que mordi.

- Espinafre e fígado. – Eu disse. Foi a vez de ele rir.

Dei-lhe mais um.

- Couve e caramelo. – Ele disse. Não me parecia a mistura perfeita.

- Chocolate e menta.

- Ah! Eu não ganhei um bom! Deixe-me experimentar. – Então ele se ergueu um pouco e me beijou, roubando o Feijão da minha boca.

- Hei! – Eu exclamei. – Esse era meu!

- Vai demorar muito para o casamento, Tom? – Perguntou o Prof. Slughorn, sorrindo. Eu estava tão absorta na nossa brincadeira que nem mesmo vi o professor chegando.

- Acho que sim, professor. Os pais dela não deixariam.

- Oh, entendo – disse o professor, sorrindo. – Nos veremos na aula, Tom.

- O Prof. Slughorn gosta mesmo de você. – Eu comentei quando o professor saiu. – Ele te chama pelo primeiro nome desde o quarto ano. Eu estou aqui há sete, e ele ainda me chama pelo sobrenome! Detalhe: Eu tirei ótimo no NOM de poções. Aliás, todos os professores te adoram. Como consegue isso?

- Não basta inteligência, Meg. É necessário talento também.

Deixei essa passar. O momento estava perfeito demais, não ia perder tempo me irritando.


–x–



Mas eu não precisei de muitas semanas para notar que algo não estava bem.

No início ele passava cada vez menos tempo comigo. Antes dos NOM’s dele nós ficávamos mais juntos. Agora que ele não tinha nenhuma prova, passava ainda mais tempo na biblioteca.

Depois, vieram os desaparecimentos. Ele nunca estava na biblioteca, nem no Salão Comunal, nem nos jardins ou em qualquer outro lugar que eu pudesse imaginar. Simplesmente desaparecia.

E aí começaram a aparecer alunos petrificados.

Eu estava apavorada. O meu sangue era puro, mas o dele não. Nas poucas vezes que nos encontrávamos, ele dizia que era da Sonserina. O Herdeiro de Slytherin nunca iria contra os seus colegas.

Num dia como qualquer outro, ele infringiu o toque de recolher. Ninguém notou, só eu estava no Salão Comunal quando ele chegou, e é claro que não disse nada. No dia seguinte, Olívia Bottle apareceu morta no banheiro. Ninguém sabia o que havia acontecido. O Prof. Dippet já falava em fechar a escola.

- Tom, onde você tinha ido na noite que a sangue ruim morreu? – Eu perguntei assim que consegui ficar sozinha com ele. Estávamos no armário da detenção com o Prof. Slughorn, desta vez por livre e espontânea vontade.

- Acho que a informação não lhe é necessária. – Ele respondeu rispidamente. Era óbvio que não queria me contar.

- Tom, já faz algum tempo que você some do nada. Uns dois ou três dias antes de toda essa história da Câmara você me diz que descobriu algo ótimo sobre a família da sua mãe. No dia que a sangue-ruim morreu ninguém sabia onde você estava. Por favor, me diga que não é o Herdeiro de Slytherin.

- Pensei que gostasse do Herdeiro.

- Eu concordava plenamente com ele. Até que ele resolveu fechar a escola. Tom, por favor, diga que não é o Herdeiro.

- Eu não sou o Herdeiro de Slytherin. – Ele disse seguro e olhando nos meus olhos. Soava verdade pura. Eu suspirei de alívio. – Nem tampouco vou deixar que a escola feche. Eu você está certa. A causa do Herdeiro é nobre, mas nada justifica fechar Hogwarts.

Mais uma vez, eu suspirei aliviada. O abracei e apoiei a cabeça em seu peito. Ele não me abraçou de volta. Eu havia notado isso também. A cada dia que se passava, ele ficava mais frio.


–x–



Em poucos dias um grifinório foi pego por abrir a Câmara. Rúbeo Hagrid, um meio-gigante do terceiro ano. O garoto era muito estranho, mas não tinha cérebro para ser o Herdeiro. Eu, como a escola inteira, apostava que ele tinha aberto a Câmara para ver o que havia lá. Ele tinha uma estranha queda por monstros. É algo que eu nunca entenderia.

Eu e Tom estávamos caminhando pela Floresta Proibida quando ela apareceu. A cobra era enorme, e me deu um susto tão grande que eu gritei e dei um pulo para trás. Peguei minha varinha na hora, mas antes que eu fizesse qualquer feitiço, Tom sibilou alguma coisa em uma língua estranha, e a cobra foi embora.

- Você é ofidioglota, como Salazar Slytherin era. Foi você que abriu a Câmara não foi? – perguntei tranqüilamente com a cabeça no seu ombro. Acrescentei em tom de incentivo: – Foi genial pegar o garoto.

- Você não era pra saber isso. – Ele falou indiferente, parando de caminhar no mesmo momento.

- Calma, eu não vou contar para ninguém.

- Você que não estaria tão calma se soubesse o que vai acontecer agora. – Eu o olhei intrigada. Ele não sorriu. Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, ele me beijou, e foi me empurrando lentamente contra a árvore mais próxima.

Enquanto ele me beijava, suas mãos iam descendo pelas minhas costas. A esquerda parou logo acima da minha saia, e a direita continuou. Quando chegou à minha coxa, me puxou mais para si, fazendo com que meu corpo se chocasse com o seu, e nossas pernas se entrelaçassem. Então sua mão voltou a subir, por baixo da minha saia.

Sua mão esquerda entrou debaixo da minha blusa e começou a subir, acariciando o meu corpo. Sua boca se distanciou da minha e começou a descer pelo pescoço.

Eu já estava totalmente entregue quando ele tirou a mão direita do meu corpo, e encostou a varinha na minha barriga.

- Ãhn? – Eu perguntei confusa.

- Entenda, docinho. Você sabe demais.

- Vai me matar? Tom, você sabe que eu não vou contar para ninguém! Sabe que eu concordo com você.

- Concorda agora. Com as suas crises cada vez mais freqüentes de sentimentalismo, eu não sei se isso vai durar. E não é só por isso que você vai morrer.

Eu estava cada vez mais confusa.

- O que você tem que entender – começou ele –, é que eu te amo. Isso me deixa extremamente vulnerável. Meus planos são bem maiores que petrificar sangues-ruins. Eu vou exterminá-los. Sendo assim, eu não posso ter pontos fracos. Nesse momento, eu só tenho um, mas preciso acabar com ele antes que cresça. O meu ponto fraco é você.

Uma leve alegria me atingiu, acompanhada de uma tristeza imensa. Ele havia dito que me amava. Pelo menos eu morreria sabendo disso.

- Avada... – Ele começou, mas eu o interrompi com um beijo. Inesperadamente, ele correspondeu. Talvez tivesse decidido me conceder um último desejo. Após algum tempo, ele me afastou delicadamente, como ele não era há meses. Eu olhei para baixo, e uma lágrima escorreu pela minha face.

- Eu não devia, mas ainda te amo – eu disse sinceramente. Não havia mais nenhuma chance para mim. Ele duelava melhor que eu. Era mais rápido que eu. Estaria morta antes mesmo de encostar na minha varinha. E ele estava decidido a me matar.

- Avada Kedavra – ele sussurrou. A vida se esvaiu do meu corpo.

Antes que meus olhos escurecessem, eu dei uma última olhada para ele. No seu rosto havia tristeza, havia dor, mas nenhum remorso.

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