Best Christmas Ever




Olhou para as montanhas ao longe, a cabeça cheia de pensamentos. Quando tempo tinha que ela estava ali? Devia ser meia hora. Uma, uma hora e meia no máximo. Parara ali como o carro, e ficara observando a paisagem. Não era uma praia, como Marlene sugeriu que ela fizesse, mas era bonito. Um parque florestal. Era o mais perto que ela podia chegar de beleza natural sem ter que atravessar o estado inteiro atrás de uma praia.
Olhou outra vez para os distantes picos enevoados e deixou-se relaxar no banco do carro. Estava dentro de sua Toyota estacionado no acostamento da estrada. “Que situação ridícula...” ela pensou. Permitiu-se rir de si mesma por um instante, antes de começar a chorar outra vez.
Era a quarta vez que ela chorava naquele dia. Quantas vezes mais aquilo iria se repetir? Deixou mais lágrimas escorrerem. Por mais que ela quisesse parar, reprimir seu choro só iria deixá-la mais cansada.
Deu uma olhada em seu velho relógio de pulso. Por um momento, permitiu-se vagar nas lembranças de James dizendo que iria arranjar outro relógio para ela, ao invés de olhar as horas de fato. Demorou um pouco, mas ela se recompôs. Olhou as horas. Levou um susto enorme.
Eram 8 horas. Como ela não percebera o sol se esvaindo? Secou as lágrimas que restaram com as costas da mão, e girou a chave do carro. Não era um carro muito antigo, mas já vinha apresentando problemas. Com um estampido que, ao que ela achou, deve ter acordado a reserva natural inteira, o carro ligou.
Ela saiu do acostamento e pegou a estrada, dirigindo até sua casa automaticamente enquanto sua mente borbulhava de pensamentos. “Está acabado”, pensou. “Eu, ele, tudo acabado”. Estranhou o fato de que não sentiu vontade de chorar. Talvez a água de seu corpo tivesse acabado, pensou ela ironicamente. Também, ela chorara litros e litros d’água mais cedo naquele dia. E no dia anterior.
Alguns dez minutos se passaram e ela viu a placa que marcava o fim da reserva aparecer a sua frente, ficando mais nítida a cada instante. Pensou no que faria quando chegasse em casa. Provavelmente jogar a bolsa em qualquer canto e dormir.Diferente do que sempre fizera no natal. Normalmente, ela ia festejar com os outros moradores da pequena, porém acolhedora cidade de Ghrampson Field, mas não naquela noite. Não naquela véspera de natal.
Lembranças detalhistas do natal do ano anterior, no qual ela e James saíram da festa de natal na praça da cidade, beberam champanhe e comeram chocolates, e depois fizeram amor a noite inteira. Acordaram três horas da tarde no outro dia, descansados e alegres.
Um turbilhão de lembranças invadiram sua mente. James dando-a o anel de noivado. James dizendo a ela que a amava. James beijando-a apaixonadamente. James fazendo a cara de preocupado, na qual franzia o cenho e fazia um biquinho que ela amava. James dizendo que tinha acabado... A Mãe de James, Helen, dizendo a ela que James era um garoto rico, saudável e inteligente, e que merecia coisa melhor, no jantar em frente a toda a família dele. Lembrou-se que foi no mesmo dia desse jantar que ela experimentara e rejeitara todo o seu armário, dizendo a James que a mãe dele não ia gostar de nenhum, e que estava com medo. Lembrou-se de que James aproximou-se carinhosamente dela, beijou-a na testa, e disse a ela que sua mãe não poderia estragar o relacionamento dos dois. Ele nunca falara tamanha bobagem. Helen não gostava de Lilian, e não fazia questão de fingir o contrário.
Dispersa, Lily nem percebera quando um enorme buraco apareceu sobre o cimento da estrada, não dando a ela tempo de desviar. Depois de passar pelo buraco como se tivesse acabado de aterrissar no fundo de um precipício, o carro morreu.
Tremendo do susto de quando o carro passara pelo buraco, Lily saiu do carro e abriu o capô. Nada de errado que ela pudesse ver a olho nu, como sempre explicava ao mecânico, que lançava sempre um olhar de dó. Era ocupada, dizia. Não tinha tempo para ficar devorando livros sobre mecânica de carros.
Voltou ao carro e tentou ligá-lo outra vez. Um barulho, seguido de um estampido e de fumaça negra que viera de algum lugar do carro, que ela não conseguiu identificar de onde, anunciava que o dano era permanente e que o carro não ligaria de novo.
Pegou a bolsa no banco de trás do carro e procurou freneticamente pelo celular, enquanto a bolsa tilintava de ser remexida. Tirou sua chave, sua carteira contendo seu dinheiro, seu cartão de crédito e sua carteira de motorista. Achou o pequeno parafuso de um óculos que ela há muito não usava. Alguns itens de maquiagem, recibos, contas antigas, chicletes comprados recentemente, outros chicletes comprados nem tão recentemente assim. Sua mão passou por cima de outras coisas que ela percebeu não ser seu telefone, largou a bolsa e foi para a frente do carro.
Observou o carro azul marinho que já era dela havia anos. A raiva e a tristeza se juntaram num redemoinho de emoções e ela começou a socar o capô do carro, furiosamente. Cerrou os dentes e bufava de raiva, enquanto observava o capô afundando cada vez mais. Continuou os socos, começando a ficar cada vez mais lenta, e então, parou. Arfava de raiva e ódio de toda aquela situação. Chutou o pára-choque do carro com seu tênis, e começou a socar o capô outra vez. Imagens da mãe de James subiam à sua cabeça, enquanto ela continuava a socar o carro, não mais de dentes cerrados, mas gritando igual a uma louca. Sem que ela percebesse, começou a chorar, o ritmo de seus socos mais uma vez diminuindo. Virou de costas e deixou-se escorregar e cair no chão, sentada, encostando a coluna arqueada no pára-choque do carro.
Perdeu a noção do tempo de quanto chorou, engasgando e soluçando como um bebê. Pensava no quanto ela era patética, no quanto era uma inútil. Em meio ao choro, sentiu as mãos latejando, e observou-as. Na parte lateral esquerda de suas duas mãos, haviam arranhões e partes esfoladas. Não se sentiu machucada por causa daquela mera ferida física. Lembrou-se do que sua avó dizia a ela que era pequena, toda vez que ralava o joelho ou esfolava o braço. “Feridas físicas não chegam nem perto das feridas emocionais. Lembre-se disso quando se machucar, e irá se sentir boa outra vez” dizia sua avó sorridente. “Vovó” pensou ela entre lágrimas constantes. “Como eu queria que a senhora estivesse aqui comigo”.
Lembrou-se de quando era uma garotinha, e sua avó lhe dava uma libra para ir comprar sorvete no supermercado toda semana. Era tudo muito mais fácil naquela época. A vida era muito melhor quando não existia nenhuma Helen Potter querendo atrapalhar sua vida.
Levantou-se decidida, entrando no carro. Pegou sua bolsa, e, depois que deu mais uma olhada, arremessou-a para fora, vendo-a cair no gramado ladeado de árvores que cercavam os dois lados da estrada. Estava pronta para deixar-se dormir ali mesmo, no banco do carro, quando viu algo. Algo que brilhava. Algo perto de sua bolsa caída ao longe.
Foi em direção á bolsa e se abaixou, recolhendo o objeto do gramado molhado. Era uma chave. Mas não era a sua chave. Ela vasculhou pela memória, e então, como um tombo inesperado, lembrou-se a quem pertencia aquela chave. Era a chave que abria o apartamento de James. Colocou a chave de volta no chão, e encostou-se no tronco de uma árvore ali do lado, fechando os olhos e desejando que aquilo não estivesse acontecendo.
Nem percebeu a luz emanada de faróis que se aproximavam, apenas...adormeceu.


Acordou. Sentia algo estranho em sua testa. Levantou a mão com cuidado, e tocou o objeto. Era uma toalha umedecida, pelo que parecia. Seus olhos, que estiveram fora de foco, foram voltando ao normal, as coisas em volta ficando nítidas. Estava em uma cama. Uma cama grande e quentinha. Ela não mais sentia raiva, tampouco tristeza. Vestia, pelo que pode ver, uma camiseta masculina.
“Eu morri?”, pensou ela. Mas descartou a idéia ao ver que ainda sentia algo quando se beliscava.
Sentia-se meio tonta. “Talvez meu desejo tenha se realizado!” pensou com falsa certeza. “Talvez nada daquilo tenha acontecido”. “Talvez eu esteja na minha cama, na véspera de natal, e esteja feliz, pronta para festejar hoje a noite!”. Mas espere, o que foi que tinha acontecido que a tinha deixado tão abalada mesmo?
Ah, sim... James. Ela pareceu ficar pior outra vez ao lembrar do acontecido. Já ia deitar-se outra vez quando notou algo. Aquela não era sua casa. E tampouco era uma casa desconhecida, e sim uma que ela conhecia muito bem. Era a casa de...
-Dormiu bem? – perguntou James, entrando no quarto com uma bandeja na mão. Lily se encolheu na cama, de susto.
-J-J-James? – ela conseguiu dizer quando ele colocou a bandeja com chá e pão com geléia de morango (que ela tanto adorava) e se sentou ao lado dela na cama.
-Oi, sou eu – ele disse – Você devia ter cuidado quando dirigir sozinha, algum animal destruiu o capô do seu carro antes que eu te descobrisse encostada em uma árvore...
-Animais? – Lily disse encabulada. E então lembrou da ridícula cena que fizera esmurrando o carro – P-p-pode deixar, eu tomo cuidado.
- É, eu gostaria que sim – ele falou pegando a xícara de chá e oferecendo a ela. Ela pegou a xícara com as mãos trêmulas e tomou alguns goles, colocando-a de volta na bandeja – Você estava muito doente ontem – ele falou com uma expressão séria.
-Doente? – ela perguntou. Não lembrava de mais nada depois do momento que se encostou na árvore.
-Estava até falando coisas – ele disse descontraindo as feições.
-Falando... falando que coisas? - ela perguntou sobressaltada. Rezou para que não tivesse dito nenhuma besteira sobre...
-“Helen Potter, sua vagabunda metida a besta” – terminou ele – Entre outros, mas estes eu prefiro não falar – ela parecia divertido.
-Oh, que horror! Não acredito que eu... - ela disse confusa – James, por favor, me leve para casa e esqueça que me desencostou daquela árvore, por favor!
-Porque a relutância, Lily? – ele disse com as feições neutras.
-Eu... você...Eu não quero sofrer de novo, James, por favor me leve para casa e esqueça que me conheceu, sim?
-Você não vai mais sofrer, eu garanto Lily! – ele falou se aproximando.
-James, me leve embora, por favor! – ela disse com todas as suas forças. Ele se aproximou mais, seus lábios estavam a milímetros de distância dos dela.
-Eu te amo, Lily! – ele disse se aproximando ainda mais. Seus lábios roçaram nos dela – Porque você não quer entender isso?
-James por fav...- ela foi interrompida. James a beijava apaixonadamente, enquanto ela sentia seu coração bater mais forte. Por um instante, Lily relutou, querendo correr dali e afastar James de seus pensamentos, mas ele agarrou-a pela cintura, beijando-a cada vez mais apaixonadamente. Ela sentiu seu corpo estremecer por inteiro, antes de sentir tudo o que sentia antes com ele, e nunca sentira com nenhum outro homem. Começou a corresponder o beijo,suas línguas faziam uma dança perigosa, enquanto exploravam um a boca do outro.
Ela tirou a camisa dele violentamente, puxando-o para mais perto de si, enquanto ele arrancou a camisa dela com rapidez e começou a beijar seu pescoço, enquanto ela gemia fracamente. Ele desceu os lábios grandes e firmes pelo pescoço dela e ficou beijando-a ali. Voltou-se para os lábios carnudos dela e os beijou outra vez.
Enquanto isso, ela cravava as unhas nas costas dele, soltando gemidos ritmado e cada vez mais estridentes, enquanto puxava os macios fios de cabelo negro aveludado do moreno ao qual ela amava.

30 minutos depois:


Amarrou bem seu roupão e deitou-se na cama de James, observando as montanhas pela janela aberta do quarto. James voltou com duas taças de champanhe na mão, deu uma a ela, e bebericou um pouco da dele.
Ela fez a mesma coisa, depois deixando a taça em cima da cômoda. De repente, um barulho contínuo irrompe do celular de James, que estava na cômoda ao lado da taça de Lily.
Ela pegou o celular e olhou o identificador de chamadas.
-Quem é? – perguntou James largando sua taça na outra cômoda.
-Helen Potter – disse ela com uma cara divertida – Conhece, James? – ela perguntou levantando o celular.
-Lily, me dá esse celular! – ele disse pulando em cima dela.
-Hmm, acho que você não conhece ela não – disse Lily saindo de perto dos braços dele, e ficando em pé ao lado da cama – E como sua noiva reatada, James – ela falou o vendo suplicar com os olhos – Devo dizer que não permito que converse com outras mulheres – e levantou o celular outra vez.
-Lily, por favor, isso não! – disse James se levantando e correndo até ela. Mas ela foi mais rápida:
-Ah, isso sim, amor! – e arremessou o telefone pela janela aberta. Escutou o barulho do “ploft” que o celular fez ao cair no lago embaixo da casa, e riu desgovernadamente.
James avançou sobre ela, e eles caíram na cama, ele fazendo cócegas nela, e ela rindo até se acabar.
-Feliz Natal! – ele disse em seu ouvido, fazendo-a estremecer.
E ele estava certo. Aquele fora o melhor natal de sua vida.


N/a: comentem pra dizer se gostaram gente,por que eu (?) gostei
FELIZ NATAL!

N/b: Oi. –q
Gente, a fic foi meio sad no início, mas depois ficou totalmente happy. (?)
Enfim, eu gamei. ;D
Beeijos, galera. :D
E FELIZ NATAL! HOHOHO [/risadadopapainoeloff
mandy

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