O segredo.
O segredo.
Fred Weasley teve um segredo.
Um segredo que ninguém sabia, nem sua família, amigos ou até seu próprio irmão gêmeo.
E isso deixava Jorge frustrado.
A cada mês, Fred dava uma desculpa e saia para sabe-se-lá-onde e sempre voltava cansado, mas com um sorriso enorme nos lábios e isso vinha acontecendo cada dia mais.
E Jorge queria descobrir o que era, Alicia tinha até mesmo tentado interrogar o marido sobre o paradeiro dele, mas este dizia que era algo que precisava fazer, por Harry.
A única pessoa capaz de saber sobre o que Fred fazia era Gina, mas esta era tão teimosa quanto o noivo falecido (supostamente como Gina sempre afirmava) e não revelava nada sobre o que o irmão fazia.
Mas com um pouco de persuasão, ele conseguiu a capa de invisibilidade emprestada de Gina e seguiu o irmão pelas ruas de Londres.
Os Weasleys, embora fascinados por trouxas, quase nunca conseguiam entender completamente sobre o que eles construíam e seus funcionamento, mas Fred parecia entender bem tudo a sua volta e caminhava normalmente, depois de meia hora seguindo o irmão, ele nota que ele estava encarando os dois lados de uma rua, um olhar um tanto concentrado e logo caminha para um prédio.
Parecia um prédio comum, tinha um portão de ferro e muros que pareciam cobrir completamente toda a propriedade, Jorge poderia ver um alguns brinquedos trouxas nos jardins, sua curiosidade parecia aumentar ainda mais e ainda invisível, ele segue o irmão.
-Bom dia senhorita Horples –Jorge arqueia uma sobrancelha, rezava que suas suspeitas não fossem certas, seus pais tinham criado ele e seus irmãos muito bem e uma das coisas que eles ensinaram bem era respeitar o casamento.
Mas então ele ouviu risos.
Risos de crianças.
Inúmeras crianças.
Atrás da mulher de longos cabelos castanhos e um sorriso bondoso deveria de ter pelo menos vinte crianças, todas abarrotadas e alegrando com a visão do irmão dele.
Todos o chamavam de Tio Fred.
O grande segredo de Fred era que ele visitava um orfanato trouxa a cada mês.
Jorge se manteve invisível enquanto o irmão entrava com os pequenos que o circulavam e remexiam seus bolsos, Jorge poderia ver várias brincadeiras da sessão trouxa da loja deles e as crianças nem se importavam com a quantidade de brinquedos que saiam do bolso, mas a Srta Horples fala com um tom maroto.
-Ainda descubro como você coloca tantos brinquedos e doces nesses bolsos –Fred manda um sorriso maroto e fala.
-Se lembre que sou casado –a mulher apenas ri ao que as crianças começam a brincar, todos pareciam interessados em como as brincadeiras de uma hora para outra mudavam de cores e as vezes de tamanho, Fred se aproxima de um grupo que estava sentado na sala e diz algo no ouvido deles e logo as crianças começam a rir e a falar que o tio Fred iria contar uma historia.
Todas as crianças deixam os brinquedos e carregam os doces em suas mãos para ir nos jardins se sentarem em um circulo para ouvirem o irmão dele contar uma historia.
-Qual historia que vocês querem ouvir hoje? –Fred pergunta com um sorriso nostálgico e logo as crianças começam a falar.
-Da serpente gigante –
-Dos jogos de vassouras –
-Do duelo de espadas –
-Do tio Harry e a tia Gina –Uma menina fala com um sorriso luminoso, isso trouxe um sorriso para Fred que fala.
-Uma historia sobre o tio Harry e a tia Gina, vejamos –ele parecia ponderar por um tempo, mas Jorge poderia sentir a nostalgia do irmão, todos os anos ele e o irmão sentiam isso quando pensavam no amigo, quase cunhado –Já sei uma, esta história e de como o tio Harry e a tia Gina fizeram os cabelos dos amigos deles ficarem azuis –Jorge encara o irmão incrédulo, eles sabiam que não poderiam contar aos trouxas sobre magia, mas logo ele entende ao que Fred começa a elaborar um conto onde Gina tinha entrado no banheiro das meninas e colocado tintura no condicionador e que Harry tinha feito o mesmo com os meninos, as crianças riam muito ao ouvir isso e Jorge resolve ajudar o irmão.
Quietamente ele vai para fora do orfanato e retira a capa, suspirando pesadamente ele bate na porta.
-Fred? O que faz aqui? Achei que... –A Srta Horples começa a falar, mas logo Jorge sorri e fala.
-Você deve de estar me confundindo com meu irmão, meu nome e Jorge, eu vim acompanhar meu irmão, mas demorei para sair da loja –Srta Horples sorri e leva o ruivo para dentro da casa, ela parecia mandar um olhar avaliativo em Jorge que sorri marotamente –Também sou casado –No começo Srta Horples queria se fazer de ofendida, mas logo ela solta uma gargalhada.
-Você e seu irmão parecem ler mentes, ainda descubro como vocês fazem isso –ela pega uma bandeja com sanduíches e entrega outro com suco para Jorge que segue ela –Olha só quem chegou –ela anuncia ruidosamente ao que todos se viram para os dois, Fred deixa cair o pequeno graveto que usava como uma falsa varinha e encara o irmão com incredulidade, este manda um olhar de “conversamos depois” e as crianças circulam o gêmeo com interesse, Jorge poderia entender pelo menos duas ou três perguntas das vinte que eram faladas rapidamente pelas crianças.
-Você é irmão do tio Fred? –
-Vocês são gêmeos? –
-Ou você é um clone? –
-Você trouxe brinquedos? –
-Vai nos contar historias? –Jorge parecia quase atordoado, mas Fred aparece ao seu lado e fala com um sorriso.
-Então meu irmão vem junto e vocês esquecem de mim? –ele finge um falso choro ao que as crianças pulam nele o abraçando e rindo juntos, Jorge encara o irmão com um sorriso e logo eles começam as brincadeiras.
Quatro horas depois, os gêmeos se encontram na loja, Lino tinha administrado enquanto eles estavam fora, agora estavam sentados no escritório em um silencio, um e o outro esperando começar a conversa, Fred logo suspira e fala.
-Eu conheci o orfanato pelo Harry –Jorge abaixa o copo de vinho que tinha nas mãos e encara o irmão –Você se lembra que no sexto ano dele, ele tinha começado a desaparecer por um tempo e sempre voltava mais relaxado... Bem... Eu tirei a mesma conclusão que você –os dois irmãos coram diante da afirmação, não tinha como negar que ambos tinham suspeitado –Ele sempre vinha aqui, pegava vários brinquedos da sessão trouxa, num dia eu o segui e vi que ele ainda parava em uma loja trouxa e comprava ainda mais brinquedos, continuei seguindo ele e fui parar naquele mesmo orfanato, as crianças o chamando de tio Harry, ele dando presentes para cada criança, eu fiquei me perguntando o porque do segredo, mas então eu criei coragem e entrei um dia e o vi brincando com as crianças –Fred fica com um sorriso distante, mas seus olhos mostravam um rastro de tristeza, ele toma uma longa dose de vinho e fala –ele não ficou surpreso de eu estar lá, parecia que me esperava, as crianças foram apresentadas ao tio Fred e logo eu me vi preso a eles –Jorge ainda encarava o irmão e pergunta com uma voz embargada.
-Por que você não me falou? –Fred estremece ao pensar que o irmão estava o acusando, mas assim que ele fixa seus olhos nele, ele pode ver algo que ele não sabia definir –Seu babuíno descerebrado, achou mesmo que eu não ajudaria ou que faria algo? Sinceramente, achei que éramos entendedores melhor um do outro –Fred suspira pesadamente e sorri para o irmão, Jorge se levanta e pega o irmão pela gola da camisa –Temos algo que fazer –Fred se desvencilha da camisa e fala.
-Mas não podemos contar... Eu prometi para o Harry... –Mas nisso Jorge dá um tapa na nuca dele e fala.
-Harry não queria que fosse conhecimento publico por medo de que o orfanato fosse atacado mané, acho que as crianças se divertiriam muito mais se conhecessem a nossa família inteira ao invés do solitário Tio Fred –Fred manda um sorriso para o irmão que retribui, logo eles aparatam para a Toca onde Molly mandou mensagens para todos da família.
No mês seguinte o orfanato parecia carregado de alegria e felicidade, todos os Weasleys, Grangers, Blacks, Lupins e outras famílias tinham se reunido para animar aquelas crianças, todos traziam brinquedos e preparavam brincadeiras para as crianças, Molly preparava um banquete com a ajuda de Srta Horples enquanto os outros contavam historias sobre Harry.
Eles se juntavam duas vezes por mês para visitar o orfanato e as vezes outros que ficavam sabendo pelos contos de Srta Horples, levavam alegria e felicidade para todos, contavam historias, brincavam até que as crianças davam um adeus choroso para todos ao qual Molly quase ficava com vontade de levar todos para casa ao que Arthur estremece, não por ter crianças em casa, mas porque a idade já não era a mesma para manter o pique das crianças.
A noite em uma das reuniões da Toca, Fred se levanta e fala.
-Eu guardei este segredo por longos tempos porque estava sendo um idiota –ele manda um sorriso maroto para o irmão que eleva a taça –Tinha prometido para o Harry que manteria em silencio este segredo, mas não percebi que ele se referia apenas pela proteção, achei que ele ficaria envergonhado por sabermos o bom moço que ele era –quase todos na mesa soltam um riso tristonho, Harry sempre tinha sido envergonhado, até mesmo quando se deveria ter orgulho do que fazia –Mas eu comecei a ver a alegria dele por visitar estas crianças e fico feliz que vocês sintam o mesmo –ele eleva a taça e fala –Por Harry –todos elevam a taça e falam.
-Por Harry –Gina apenas sorri e imagina como Harry ficaria feliz em saber que o irmão dele tinha levado cuidado das crianças enquanto ele esteve fora, ele ficaria feliz.
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