As faces de Minerva Mcgonagall
As faces de Minerva Mcgonagall.
Minerva Mcgonagall sempre foi considerada uma mulher rígida, seguidora das regras e que ninguém gostaria de estar em seu lado ruim, como uma boa escocesa, ela adorava estar no comando das coisas, mas o que ninguém na escola de magias e bruxarias de Hogwarts era que ela tinha um coração gentil e doce quando se passava por sua armadura de rigidez.
Os últimos a conseguir isso tinham sido Lílian e Tiago.
Tiago tinha ficado distante de todos quando seus pais morreram em uma batalha contra os comensais da morte, Lílian tinha tentado de tudo para ajudar o namorado, mas ele parecia preso em seus sentimentos de ódio e vingança.
Lílian tinha vindo para ela e ambas tinham ido conversar com Tiago.
O garoto era arredio, no começo se fez de indiferente, então a cada momento que elas falavam uma pequena luz do garoto que ele tinha sido estava voltando aos seus olhos, mas o ódio ainda era grande, foi quando Minerva lhe falou sobre a perda recente de sua irmã, que a represa emocional que Tiago vinha usando para afastar a todos se quebrou e ele deixou tudo sair.
Ela achou que voltaria a usar sua armadura e se esconder de todos pelo resto da vida.
Isso até Harry entrar na sala dela aquele dia.
O garoto ainda estava se recuperando do ataque que tinha recebido dos amigos, ele não mostrava mais a luz de liderança que ele demonstrava tantas vezes, ficava tão calado que se você não o olhasse diretamente, acharia que ele não estava na sala.
No começo a professora de transfiguração quis nada mais do que ignorar aquele olhar e deixar os amigos dele resolverem isso sozinhos para que o garoto que ela amou como um sobrinho pudesse ser feliz.
Mas a vida de Harry nunca foi fácil e Minerva veria isso nos próximos dias.
O garoto andava afastado dos amigos, ainda voltava para a enfermaria, embora Madame Pomfrey dissesse que o garoto estava bem fisicamente.
Ela poderia ver Alvo preocupado com o garoto, alguns alunos sempre murmuravam como Harry era o preferido de Alvo Dumbledore, até mesmo alguns professores diriam isso, ela no começo não ligaria para isso, mas ela sabia a verdade, o garoto era como um neto para o velho diretor, quando ele foi forçado a colocar Harry com os Dursleys, Minerva tentava compreender o que ele tinha feito, mas só de ver a dor nos olhos azuis e que ela percebia que ele também não gostava da escolha, mas manteria Harry seguro.
Quando o passado de Harry veio à tona, ela poderia ver o velho diretor andando pelas sombras nos corredores de Hogwarts, apenas bruxos que sabiam das manias do diretor, saberia que ele fazia isso para não ficar se martirizando na cama, foi no mesmo dia que Harry lhe revelou sobre o como ele viveu nos Dursleys que Minerva viu Dumbledore chorar depois de uma década e meia.
Mas hoje ela encontra o aluno dela quase catatônico em sua aula, alguns diriam rindo que Potter estava dormindo em pé, mas Minerva conhecia aquele olhar e precisava fazer algo.
-Sr Potter, você poderia ficar um pouco depois da aula? –o garoto apenas deu um aceno curto o que não agradou em nada a professora, os alunos começaram a murmurar sobre o que poderia ter acontecido, mas só um olhar da professora dura e eles voltaram a seus deveres.
Quando o sinal tocou, todos começam a arrumar suas mochilas e saírem rapidamente, Rony, Neville e Hermione encaram o amigo tristemente antes de saírem, Minerva retira a varinha e aponta para a porta, ela não perdeu o olhar de pânico que passou pelo semblante do garoto, mas resolveu não comentar, assim que ela coloca o feitiço de privacidade ela se vira e fala.
-Eu observei o seu desempenho hoje em aula, Sr Potter, e queria lhe perguntar o que esta acontecendo? Desde o ano passado você vinha demonstrando uma competição com a Srta Granger nos estudos, mas de repente você não parecia motivado nada... –Ela poderia ver o estremecer dele quando ela pronunciou o nome de Hermione.
-Eu sinto muito não ter feito tudo certo, vou me esforçar mais... Posso ir? –a voz dele era tão destituída de sentimentos que fez o sangue de Minerva gelar.
-Eu gostaria de conversar com você mais, Sr Potter –Harry parecia mandar um olhar para todos os cantos da sala, Minerva poderia ver que ele olhava muito para a porta e evitava ao máximo os olhos dela.
-Eu prometo melhorar, posso ir, Professora Mcgonagall? –a voz dele parecia carregada de pânico, mas ela sabia que ele estava mentindo, ele queria sair apenas.
-Eu insisto que devemos conversar, Sr Potter –de repente várias escrivaninhas começam a voar pela sala e Minerva só teve tempo para levantar uma proteção antes de ondas de poder batessem todas as paredes de sua sala de aula.
Assim que a poeira some, ela poderia ver o garoto encolhido, segurando as pernas e murmurando algo, ela evita os destroços de mobília no chão e se aproxima do garoto, ele encara ela com os olhos vagos e murmurava a mesma frase.
-Eu vou ser um bom menino... Eu prometo... Eu vou ser um bom menino... –Minerva aponta a varinha discretamente e manda um patrono para Madame Pomfrey e um para o diretor, ela só queria tirar Harry um pouco dos medos dele, não o fazer estourar em magias acidentais volumosas.
A porta se abre e o diretor com a Medi-bruxa se aproximam do garoto, Pomfrey evitava colocar a mão no garoto ao qual a professora estranhou, mas os olhos de Alvo pareciam perder completamente as centelhas famosas.
-O que aconteceu Minie? –Madame Pomfrey pergunta enquanto esquadrinhava o corpo do menino com a varinha.
-Eu... Eu vi que ele não andava bem... Eu achei que falando com ele... Que ele poderia melhorar... –ela derrama algumas lágrimas ao ver o garoto murmurando sobre ser um bom menino.
-Minha querida Minerva... A culpa não foi sua... –ela se vira para o diretor que tinha um olhar cansado, ela poderia ver uma fina aura envolvendo a mão dele enquanto sustentava o corpo de Harry ao que Madame Pomfrey o fazia tomar uma poção –Harry esta preso em sua própria mente e seus medos... Ele não pode ir para os amigos, pois eles o fazem lembrar de toda a tortura que passou, Srta Potter e o Sr Malfoy fazem de tudo para manter a companhia adequada para que ele não sofra tanto, mas como Srta Potter esta em um ano diferente e o Sr Malfoy ainda precisa manter a charada para que ele tenha uma vida tranqüila na casa de Sonserina, eles não podem ajudar tão ativamente quanto eu penso –ele suspira pesadamente ao ver a sala e as lágrimas da professora –Mas o que me dói mais e a reação dele para a Srta Weasley... A suposta traição dela o afetou mais do que os outros... Eu temo que se ele não conseguir sair desse medo... Podemos perdê-lo –os olhos da professora voam largos pela revelação, ela ficou sentada na sala dela, na única cadeira inteira e deixa as lágrimas caírem diante do que o aluno dela sofria.
Mais tarde, ela vai na enfermaria escondida, queria saber como o garoto estava, os amigos de Potter tentaram o ver mais cedo, mas Pomfrey vendo o como o paciente dela estava agitado com as visitas, os proibiu de vir.
Minerva desliza para dentro da enfermaria e encara a única cama ocupada, o garoto parecia trilhar em seu sono e ela vai rapidamente para o lado dele, ele murmurava sobre ser bom, que ele os amava, que ele os libertaria.
Minerva tentou se aproximar para o acordar, mas uma onda de magia parecia o proteger, ela tentava de tudo para se aproximar, mas nada funcionava.
Foi quando ele acordou com um grito que Minerva sentiu as ondas de poder vindo até ela, mas mais do que isso, as memórias do que tinha acontecido.
Harry acorrentado no chão, sendo chutado e socado, tendo vários feitiços acertando seu corpo completamente.
Os insultos, as acusações injustas, o puro ódio rolando naquelas palavras.
Mas o pior de tudo.
Os olhares dos amigos dele, os olhares que Minerva sempre viu amor e carinho, uma amizade sólida e viva, ela só contemplava ódio, raiva e acusações.
O grito de Harry ainda estremecia a enfermaria, mas Minerva não se importava, ela sabia o que o garoto estava sofrendo, sabia o que ele vinha carregando no coração, ela viu os horrores que um garoto de quinze anos nunca deveria ver.
Minerva encara as duas esmeraldas que a contemplavam com confusão e ao mesmo tempo medo, ela se aproxima cautelosa dele e fala em um sussurro.
-Eu... Eu sinto muito Harry... Eu não sabia que... –para a surpresa da professora, o aluno a abraça fortemente e chora, ela tinha visto poucas vezes Harry chorar, para ser sincera com ela mesma, Minerva não pode se lembrar de uma vez que o garoto chorou, apenas uma vez na enfermaria, depois da terceira tarefa, Harry sempre tinha se forçado a mostrar um garoto forte e inabalável, o ver tão frágil agora, parecia partir o coração de Minerva –Estou aqui para você, Harry, eu sempre vou estar... –ele tinha começado a murmurar e ela pode ouvir apenas retalhos, como as próprias lágrimas dela começaram a se juntar ao do garoto.
-Eu só queria proteger eles... Eu só queria os fazer feliz... Eu só queria que ela me amasse... –Minerva não precisava perguntar a quem ele se referia, o olhar de Gina na memória de Harry era vivida na mente dela, o olhar de repulsa e ódio, as palavras frias dela, vendo o olhar de Harry ficar vazio diante da fala dela.
Não se comparava com as feridas físicas que ele tinha recebido, as feridas da alma dele eram mais profundas.
-Ela o ama, Harry, ela foi usada... Assim como seus amigos... Usados para machucar vocês, mas eles estão de volta ao normal, só esperam por você também... –ele parecia se agarrar as palavras dela, mas ao mesmo tempo ela via o olhar dele voltando para o vazio –Você é tão parecido com seu pai... Ele ficava perdido quando não tinha os amigos dele por perto, quando sua mãe e ele brigavam, todos no castelo pareciam sentir uma nuvem triste envolver a escola inteira... –ela força um sorriso ao ver os olhos quase fechados do garoto para ela, foi então que ela percebeu que ele nunca tinha ouvido falar muito dos pais dele, ela jurava que amaldiçoaria os tios de Harry pelo que fizeram a ele, mas ela volta a sussurrar contos dos pais dele, depois de um tempo ela percebe que ele tinha voltado a dormir, mas murmurava algo em seu sono, como se a esperança dele tivesse voltando mais um pouco.
Nas portas da enfermaria se encontravam duas pessoas que encaravam a cena com sentimentos variados.
Gina Weasley encarava a cena incrédula, ela tinha visto o como a professora Mcgonagall era rígida e que nunca demonstrava sentimentos, a vendo ali, compartilhando histórias com Harry a fez, na mente de Gina, não parecer tanto a professora dura que ela via todos os dias, mas ela parecia mais humana.
Dumbledore tinha um sorriso ao ver a professora rígida que ele vinha a amar secretamente, abaixando todas as suas defesas e contando histórias para o sobrinho postiço dela de como os pais do garoto se amavam tanto, ela poderia ver o olhar questionador de Minerva quando os viu na porta, mas ele apenas treme a cabeça e conduz Gina de volta para a torre da Grifinória.
Minerva termina de contar a história e nota o sorriso calmo no garoto, ela desliza a mão pelos cabelos incontroláveis dele e sorri, embora muitas pessoas teriam caído na escuridão ao passar pelo que o garoto passou, ele ainda lutava para amar os amigos dele, fechando devagar a porta da enfermaria, ela jurou que faria de tudo para ajudar o garoto, não importava mais ser rígida, dura ou a professora temida por todos, o que importava era trazer luz para aqueles olhos esmeraldas do garoto que ela vinha a amar como sobrinho.
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