Coreio Noturno



Capítulo 5 Correio Noturno




Duas semanas se passaram calmamente na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Não que tenha se passado sem nenhum incidente. Os sonserinos, percebendo que Draco tem se aproximado cada vez mais dos grifinórios, tinham feito tudo exceto excomungá-lo de sua casa.

Não que Draco considere isso como uma perda em particular por assim dizer.

Pela primeira vez na sua vida, ele vivenciou uma amizade verdadeira.


Era diferente da amizade que teve no passado. Melhor do que ser uma relação de negócios conveniente, Harry, Rony e Hermione eram amigos dele porque gostavam de estar com ele.


E ainda mais surpreendente, ele gostava de estar com eles também.


Ele observava os três rindo do outro lado do salão onde se sentavam à mesa da Grifinória; e desejava, não pela primeira vez, que pudesse estar sentado com eles, ao invés de estar no fim da mesa da


Sonserina, três lugares entre ele e seus colegas de casa.


Como se ela tivesse lido sua mente, Hermione olhou pra ele e sorriu. Harry e Rony olharam também e acenaram para ele.


Ignorando os olhares venenosos de seus colegas de casa, ele levantou sua mão em reconhecimento ao cumprimento deles.


******************


Naquela noite, os quatro tinham tomado conta do salão comunal dos monitores.

Hermione tinha todo seu trabalho de Transfiguração e Feitiços espalhado pelas largas mesas, imersa em seus estudos, enquanto os meninos, esparramados no carpete, estavam imersos no jogo de Snap explosivo.

Rony sentou-se e fez uma careta.

-Ei Harry, estou terrivelmente faminto. O que me diz de irmos até a cozinha pegarmos alguma comida?

Harry sorriu, balançando a cabeça pra Rony.

-Eu juro, cara, você tem que ter mais de um estômago no corpo. Nós acabamos de comer à uma hora atrás!

-Por favor?

Rony implorou.

Cedendo, Harry se levantou e sacudiu sua calça. Os dois se precipitaram pelo buraco do quadro.

Hermione olhou por cima de seus 40 cm sobre transfiguração de fruta para porcelana, ela viu Draco encarando as chamas.

Nessa hora da noite, seu cabelo meticulosamente arrumado caía agora bagunçado sobre seu rosto, como conseqüência de ter passado suas mãos por ele toda vez que Harry e Rony ganhavam no Snap Explosivo.

Ele estava com um olhar aflito e cansado, mas sua testa e sua figura magra estavam relaxadas enquanto ele estava deitado no carpete.

Tap. Tap Tap Tap.

Assustada, Hermione desviou sua atenção de Draco para a larga e parda coruja que batia sua cabeça na janela. Ela se levantou e deixou a coruja entrar, desamarrando o pergaminho de sua perna. A coruja bicou levemente sua mão, e ela a alimentou antes de deixá-la partir na noite.

-Draco?

Ele desviou seus olhos do fogo.

-Sim Hermione?

-É pra você. Digo, a carta.

Ela disse entregando a ele.

Ele pegou a carta da mão dela e sentou no chão encostando-se no sofá.

Depois de alguns minutos Draco colocou a cabeça entre as pernas e a carta flutuou até o chão.

Hermione correu até ele.

-Draco, O que é? O que diz a carta?

Draco apontou para a carta no chão, sem levantar a cabeça.


Ela pegou a carta devagar e leu:


Caro Sr. Malfoy,


É com imensa tristeza que escrevo informando-lhe sobre o falecimento de sua mãe.

Embora a causa de sua morte seja desconhecida até o presente momento, ela foi encontrada morta no escritório de seu pai.

Sob suas ordens, ela foi imediatamente enterrada no cemitério da família.

Diante disso Sr. Malfoy, como sua última vontade, sua mãe deixou-lhe seu cofre em Gringotes. A chave está em anexo.

Sinceramente,

Albus Dumbledore

Hermione pegou a pequena chave do chão onde havia caído. Segurando suavemente, ela conseguiu ver as letras NM cravadas no topo da chave.

Uma fungada do garoto a seu lado lembrou-a do conteúdo da carta, e seus olhos encheram-se de lágrimas.

-Draco, eu sinto tanto.

Ela falou com tristeza na voz.

Vendo seu novo amigo afundar-se cada vez mais, Hermione moveu-se em sua direção e alisou suas costas tentando confortá-lo. Malfoy fungou novamente e ela moveu-se para mais perto, colocando seus braços ao redor dele, fazendo com que algumas lágrimas caíssem.


********************


Harry e Rony irromperam pelo buraco do retrato, cheios de doces e frascos de suco de abóbora.

Eles pararam abruptamente diante da cena que os cumprimentava.

Hermione estava sentada no chão, com os braços ao redor de um Malfoy curvado.

Ela olhou para eles com os olhos lacrimejando e gesticulou para a carta caída no chão.

Os dois a leram e Rony ficou branco.

Harry foi o primeiro a falar.

-Draco, cara... Eu... Eu não sei o que dizer...

Ele começou com sua voz chocada enquanto lembrava-se de sua própria dor depois da morte do Sirius.

Draco olhou pra ele inexpressivamente.

-Você tem alguma idéia de como aconteceu?

Harry continuou calmamente.

Sério Harry, não é hora pra isso!

Hermione implorou.

Mas Draco se levantou.

Foi o meu pai.

Ele disse lentamente.

Ele sempre conseguiu me dominar, mas minha mãe. Ela sempre resistiu a ele. Ela... Ela sempre tentava me ensinar o que era certo. E agora ela se foi, e eu sei que foi o meu pai que fez isso. Ele vai pagar por isso.

Ele concluiu com uma voz dura.

Hermione ficou em pé a seu lado e estendeu-lhe a chave do cofre de sua mãe.

Draco pegou da mão dela e depois se virou e subiu as escadas em direção a seu quarto.

Rony recuperou sua cor.

-Caramba. Eu me sinto horrível.

Ele sussurrou tremulamente.

Os três olharam um para o outro miseravelmente, desejando poder fazer algo para confortar seu novo amigo.



*******************


Draco deitou em sua cama permitindo que as lágrimas caíssem livremente agora.

Sua mãe morreu.

Ela era a única pessoa que havia dito a ele que o amava.

Ela sempre foi gentil e carinhosa com ele, apesar de suas atitudes arrogantes para com ela, ela sempre tentou avisá-lo que seu pai não estava sempre certo.

Ele segurou firmemente a chave sentindo o frio metal carimbar-lhe a mão.

Draco prometeu silenciosamente a sua mãe, assim como a si mesmo, que vingaria sua morte mesmo que lhe custasse à própria vida.

Ele desceu as escadas notando que seus amigos já tinham ido e foi ao banheiro onde ficou embaixo do chuveiro por um longo tempo.



*************************


Hermione sentou no sofá, seus olhos estavam vermelhos e suas bochechas molhadas de lágrimas.

Ela ouviu a água cair no banheiro e isso a confortou um pouco.

Quando voltou depois de acompanhar Harry e Rony até a Torre da Grifinória, ela ouviu o chuveiro ligado e sentou no sofá.

Ela queria falar com Draco, mas não tinha certeza do que dizer ou se ele ao menos queria falar com ela.

O som da água caindo cessou e o estouro e crepitação do fogo eram os únicos barulhos no dormitório dos Monitores.

Ela ouviu a porta do banheiro se abrir e depois fechar.

Ela não tirou os olhos do tapete até que sentiu alguém do seu lado.

Os olhos de Draco guardavam uma tristeza que esmagava o coração da morena.

-Obrigada Hermione.

Ele disse bruscamente.

Ela estendeu os braços na direção dele e ele sentou a seu lado, oferecendo consolo em seu reconfortante abraço.


**********************



O que restou do fogo foram somente algumas brasas incandescentes e o Monitor e Monitora Chefes permaneciam no sofá.

A cabeça de Hermione descansava na curva do braço do sofá com os olhos fechados e a respiração regular. Sua mão direita estava em cima da cabeça do loiro em seu colo, onde ela tinha acariciado até ele adormecer.


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