Manchester



Cap. 09 – Manchester

No dia da viagem Sirius e Melissa acordaram bem cedo e Sirius finalmente explicou o teor da missão que preparara cuidadosamente, passo a passo para que sua amada Mel não corresse o risco nem de ser vista por um Comensal.
- E então? – começou Melissa – Vai finalmente me dizer como vai ser?
- Vou. – respondeu Sirius descendo com as malas. – Seguinte: a Ordem suspeita que vai haver um atentado contra os Taste daqui á dois dias em Manchester, á dois meses eles fugiram de uma tentativa de atentado, mas parece que VSQ descobriu pra onde eles foram. Você vai ficar disfarçada sempre rondando a casa dos Taste, qualquer coisa suspeita, você aperta o seu anel e eu aparato pra lá. Entendeu?
- E você?
- Eu tenho uma idéia de onde os Comensais estão.
- Você não vai atrás deles sozinho, não, né?
- Você faz a sua parte e eu faço a minha, ok? – disse ele pondo a mochila nas costas
- Eu não sou a retardada da McKinnon, certo? Meu teste foi o melhor! Eu ouvi o James dizer! – respondeu ele andando atrás dele em direção á porta.
- É feio ouvir atrás da porta. – disse ele fechando a porta.
- Não é justo você me proteger, eu tenho que correr riscos como todos os outros. – disse ela segurando a mão dele porque não sabia pra onde aparatariam.
- Você não é como todos os outros você é a minha namorada. – disse ele e aparatou .
Ela não sentiu aquele velho puxão pelo umbigo, porque agora sabia aparatar, sentiu faltar o chão, tudo rodar e depois bater no chão. Estavam em frente á uma pousada trouxa, em Manchester.
- A gente vai ficar aqui? – perguntou ela entrando.
- É. Guardar as coisas, você ter um lugar pra dormir.- respondeu ele indo até o balcão.
- E você não vai dormir não?
- Á noite vou cobrir sua ronda na casa dos Taste.
- E que horas você dorme?
- Hora nenhuma, com o fetiço anti-sonolência que a Claire fez.
- Ela fez um feitiço? Caraca ela é um gênio!
- E o teste prático dela ainda foi melhor que o Currículo de Hogwarts.
- Nossa. Mas esquece a Claire, você não pode ficar acordado tantos dias.
- Posso e vou. Não! – disse ele e pôs a mão na boca dela quando ela ia falar.
No balcão pediu um Doble e recebeu a chave do 115.Era uma suíte, tinha uma cama de casal, dois abajures, um armário e uma bancada. Eles começaram á desfazer as malas em silêncio, mas não seria tão fácil se livrar de Melissa:
- Nas suas missões com a McKinnon você também ficava acordado a noite toda?
- Ás vezes.
- Isso quer dizer que você dormia com ela? Na mesma cama? – perguntou Melissa apontando para a cama de casal.
- Não. O nosso disfarce era de primos, então pedíamos dois Singles.
- E o nosso disfarce é de quê?
- Namorados.
- Ah. – exclamou Melissa retirando uma blusa da mala. – Quando vamos começar os trabalhos?
- Daqui á pouco vamos até a casa dos Taste pra eles te conhecerem e saberem que você vai fazer a ronda. Depois nós nos separamos.
- Tem certeza que é seguro você ir sozinho?
Ele não respondeu só olhou com uma cara de “Assunto encerrado”.
...................................................................................................................................................

Chegando á porta dos Taste Sirius olhou para todos o lados e só depois bateu á porta, demoraram um certo tempo para abrir até que um homem, baixo, velho, enrugado e com óculos fundo de garrafa abriu a porta e puxou os dois rapidamente pra dentro.
- Todo cuidado é pouco, crianças. – disse o Sr. Taste – Eles estão mesmo atrás da gente, Sirius?
- Sim, Sr. Taste. Mas não se preocupe, nós vamos cuidar de tudo.
- Ah, ela é sua namorada?
- É. – respondeu Sirius sorrindo – E ela vai rondar a sua casa durante o dia, e eu durante á noite. Não se preocupe o senhor e sua neta estarão á salvo.
Nessa hora uma menina loirinha agarrada á um ursinho de pelúcia apareceu na sala.
- Olá, Serena.
- Oi, Sirius. – disse a menina lentamente e com uma voz triste.
- Essa daqui é a Melissa, a minha namorada.
- Ela vai proteger a gente? – perguntou a menina num tom de adulto não de criança.
- Com a minha própria vida se for preciso. – respondeu Melissa, e sentiu Sirius estremecer ao seu lado.
- Ela vai, Serena.
A menina assentiu com a cabeça e saiu correndo de volta para o seu quarto.
- O incrível é que não digo nada á ela, eu estou começando á achar que ela tem talento para a adivinhação.
- Os pais de Serena são Aurores do Ministério. – explicou Sirius para Melissa.
- Já faz mais de 2 meses que não vejo meu filho e minha nora. Pedi ajuda ao Ministério, mas eles disseram que estavam ocupados demais para procura-los, então recorri á vocês.
- A missão de Bradley e Claire era procura-los. – disse Sirius - Eles vão acha-los Sr. Taste.
- Se os encontrarem juro por Merlim que vou obriga-los á sair do Ministério e entrar para a Ordem.
- Obrigado, Sr. Taste. – disse Sirius sorrindo.
Eles saíram da casa, do lado de fora Sirius pôs as mãos no rosto de Melissa e disse:
- Você ouviu o Sr. Taste, todo cuidado é pouco, então se cuida, meu amor. Nada de defende-los com a própria vida. Se a barra pesar você me chama. Ta com seu anel aí?
Melissa mostrou o anel no na mão esquerda.
- Ótimo, então. Se cuida, ta? Pelas barbas de Merlim!- disse ele sério e sorriu – Eu te amo.
Ele deu um beijo nela e aparatou. Melissa olhou para um lado e para o outro, o sol forte do meio dia estava coberto por nuvens nubladas. Ela se transformou em uma cadelinha, atravessou a rua e ficou ali, abanando o rabinho inocentemente por toda tarde. Até que pouco depois do crepúsculo Sirius aparatou á centímetros do focinho dela. Sujo, rasgado, maltrapilho. Parecia mais um mendigo de rua do que namorado do qual ela tinha se despedido algumas horas antes. Ela se transformou em humana imediatamente.
- Sirius! – exclamou ela ajudando ele á se levantar.
Ele se apoiou nos joelhos e ficou arfando.
- O que houve?
- Eles quase me pegaram.
- OMG!
- Quase. Está tudo bem!
- Não, você está com uma aparência horrível. Vamos entrar na casa do Sr. Taste pra você beber um pouco de água. . . – disse ela puxando ele para atravessarem a rua.
- Não! Pode ser perigoso. Volte para a pousada que agora vou começar minha ronda.
- Nesse estado?
- E daí? Me finjo de mendigo.
- Não. Você vai para a pousada comigo!
- E os Taste?
Melissa puxou a varinha do bolso e exclamou:
- Protego!
Uma bolha invisível se formou em torno da casa dos Taste.
- Que feitiço é esse? – perguntou Sirius finalmente ficando completamente em pé.
- Muitas coisas mudam de um sétimo ano para o outro. – disse Melissa sorrindo.
Ela abraçou Sirius e aparatou para a calçada em frente a pousada.
- Tem certeza que é seguro? – perguntou Sirius enquanto entravam para pegar a chave do 115.
- Sim, mas só por um tempo. – respondeu ela, e ele arqueou as sobrancelhas – Tempo suficiente pra você tomar banho e jantar.
...................................................................................................................................................

Melissa estava sentada na cama quando ouviu a porta do banheiro se abrindo, olhou para trás e viu seu namorado, não um mendigo moribundo. Ela sorriu e disse:
- Seu sanduíche chegou, está em cima da bancada.
- Estou preocupado com os Taste.
- Acho melhor eu fazer a ronda noturna.
- O quê? De jeito nenhum.
- Mas você quase foi pego! Precisa descansar. Aliás, dá pra me explicar essa história?
- Eu tinha uma idéia de onde eles estavam, e estava certo. Fiquei lá observando, só que acabei fazendo barulho. E aí já viu, foi lampejo verde vindo de tudo quanto é lado. Consegui aparatar com um quase atingindo minha cara em cheio. – explicou ele. E completou ao ver a cara de espanto de Melissa. – Eu disse que era perigoso.
- Porque você estava sozinho! Se eu tivesse ido. . – começou ela se levantando da cama.
- Quem ficaria com os Taste?
- Eles estão muito bem com o Protego.
- Só por um tempo, esqueceu?
- Eu posso ir lá e fazer mais feitiços protetores. Agora que sabem que estamos aqui, vão passar a noite bolando um plano, não?
- Provavelmente.
- Então? – perguntou ela enlaçando os braços no pescoço dele.
- Pode ser. – disse ele se desviando e indo comer o sanduíche.
- Então eu vou lá nos Taste. – disse ela e aparatou.
...................................................................................................................................................

Na manhã, ou melhor, na madrugada seguinte porque o sol ainda estava nascendo quando Melissa acordou com um sobressalto, tinha sido um pesadelo horrível. Olhou pro lado Sirius estava em um sono profundo, era bom pra ele. Ela se levantou, tomou um banho quente, agora alguns raios de sol já entravam pela janela. Desceu, encheu uma bandeja com coisas suficientes para os dois tomarem café e voltou ao quarto. Sirius já estava de pé.
- Bom dia, amor.
- Bom dia.
- Café na cama?
- Sim. – respondeu ela pondo a bandeja em cima da cama.
- Só você mesmo, sabia? – disse ele enquanto ela pegava um sanduíche de queijo – Nas minhas missões com a Marlene ás vezes a gente nem tomava café. – completou ele fazendo ela parar de mastigar.
- Lá vem você falar dessa mulher. Quem foi azarado que saiu em missão com ela?
- O primo dela: George.
- Ah, sei quem é. Tínhamos aulas de poções juntos.- houve uma pausa enquanto ela terminava o sanduíche – Nós vamos ser parceiros fixos agora?
- Agora não, em breve.
- Então você ainda vai sair em missões com a McKinnon?
- Algumas.
- E eu, vou sair em missões com quem?
- Com quem você quiser. – ele respondeu e ela sorriu. - Scott, não é?
- Eu e o Bradley somos muito amigos, assim como você e a eca Marlene.
- Ok, então. – concluiu ele se levantando. – Vamos?
- Pra onde? – perguntou ela se levantando também.
- Melissa, estamos em missão, não em lua-de-mel. Você vai vigiar os Taste e eu vou atrás dos Comensais.
- Você vai lá de novo e sozinho?
- Agora eu vou preparado! Bolei o plano enquanto dormia – respondeu ele fazendo a rir.
- Ta bom.
...................................................................................................................................................

Eles aparataram até a calçada dos Taste, os feitiços que Melissa tinha feito ainda estavam lá. Intactos. Eles se despediram rapidamente, Sirius acenou para Serena que estava na janela e aparatou. Melissa conjurou um poste e uma linha de lembranças. O poste tinha uma placa de parada de ônibus para o norte, porque ela não estava a fim de passar o dia de cachorro de novo, e a linha de lembranças faria qualquer trouxa que a atravessasse lembrar de uma coisa muito importante que tinha de fazer no sul, para que ninguém quisesse esperar o ônibus com ela. Passou a manhã inteira lá, as mãos já estavam suadas, ela estava preocupada com Sirius, quando teve um lampejo. Seu anel ficou quente e ela viu que ele estava com problemas. Olhou pra trás, os Taste estavam bem protegidos com os feitiços, mas seu namorado estava correndo risco. Então aparatou. Chegou num lugar que parecia uma velha fábrica abandonada, Sirius estava deitado no chão desacordado, um comensal estava apontando a varinha pra ele, e ia mata-lo ela podia sentir Então não hesitou:
- Avada Kedavra!
O corpo sem vida do Comensal caiu sem vida ao lado de Sirius. Mas tinham mais dois, só agora ela podia ver um deles apontou a varinha pra ela e ela mantinha a dela trambém apontada para ele. Mas o outro que estava mais atrás segurou o braço dele e o mandou levar o corpo do outro para algum lugar, ela não entendia o que acontecia, mas mantinha a varinha em punho. Ele tirou a máscara, ela não conseguia acreditar em quem estava vendo, mas foi forçada á acreditar quando ouviu a voz:
- Melissa Potter. – disse Charles Walters.
- Charlie?
- Você entrou pra Ordem. – disse ele esboçando um sorriso.
- Você é um Comensal? – perguntou ela incrédula e baixando a varinha.
Sirius tinha dito á ela, mas ainda era difícil de acreditar. Charles não respondeu só baixou os olhos, mas Melissa não podia baixar a guarda, foi se aproximando lentamente de Sirius enquanto ia enrolando Charles.
- Então, quê mais fez desde a formatura? Entrou pra Ordem, casou com Black? – perguntou Charlie observando Melissa.
- Não nos casamos, ainda. E a Amy? – perguntou ela engolindo em seco.
- Está bem, saiu da casa dos pais, nós temos uma casinha em Oxford.
- Ela sabe do seu “emprego”? – perguntou ela dando ênfase a palavra emprego.
- Sim, no começo ela não gostou nada, mas agora já está aceitando. Mas ninguém aqui sabe dela.
- Como assim? – indagou melissa já ao lado de Sirius.
- Eles não sabem que eu tenho namorada, podem pegar ela pra chantagem se algo der errado.
- Então, você gosta dela? – perguntou Melissa se preparando discretamente.
- Sim.
- É, eu também. Diz isso á ela por mim?
- Como assim? – perguntou Charles.
Numa fração de segundo melissa pulou em cima de Sirius segurou ele bem firme e aparatou até o quarto 115. Charles deu um passo á frente como se pudesse impedi-los, mas eles já estavam bem longe. Ele suspirou, de certa forma aliviado, não queria ter de matar Melissa.
...................................................................................................................................................

No quarto 115 Melissa estava aos prantos; tinha chegado deitado Sirius na cama, chamado o repetidas vezes, mas ele não tinha nem se mexido. Será que aquele Comensal tinha acabado de mata-lo quando ela chegou? Não! Ele não estava gelado e parecia estar respirando.
- Sirius. . . Sirius, por favor, acorda! – ela disse inutilmente, balançou a cabeça negativamente e se debruçou em cima dele chorando.
Enquanto isso Sirius ouvia a voz de Melissa longe, mas começou á se esforçar para abrir os olhos, mesmo que isso provocasse uma dor insuportável, aliás, tudo nele doía, cada centímetro do seu corpo. Ele abriu os olhos lentamente e viu Melissa debruçada sobre ele, moveu a mão lentamente e pegou uma mecha do cabelo dela. Ela levantou a cabeça com os olhos arregalados.
- Sirius! – disse ela e se jogou por cima dele abraçando ele.
- Ai. – ele gemeu.
- O que aconteceu?
- Bom, eu fui lá acabar com eles só que eu acho que eles acabaram comigo.
- Também, três contra um!
- Como você me achou? – perguntou ele franzindo a testa
- Eu tive um lampejo, meu anel ficou quente, e eu vi onde você estava. Você apertou seu anel?
- É claro que não! Eu nunca chamaria você para uma situação de risco!
- Então. . .
- Acho que o anel foi pressionado na hora em que eu caí no chão.
- Ah. . .
- O que aconteceu? Você se machucou?
- Não, eu nem tive que duelar! – respondeu ela fazendo ele olhar incrédulo – Eu cheguei lá, você tava caído no chão e um cara tava apontando a varinha pra você.
- Ele me amaldiçoou, Cruciatus. – explicou ele, fazendo Melissa tapar a boca aberta com a mão.- E aí o que você fez?
- Eu o matei. – disse Melissa numa voz baixa e fina.
- Mel! Nós não temos licença pra matar! Isso é coisa dos Comensais. – disse ele se sentando na cama, apesar da dor.
- Eu sei! Mas quando eu o vi lá, com a varinha pra você. . . Ele ia te matar, amor, eu senti isso.
- Ah, Mel. – suspirou ele passando a mão no rosto dela. – E aí?
- Bom, aí o outro apontou a varinha dele pra mim, mas o Charles mandou ele levar o corpo do defunto.
- Ah, Walters... Você o matou? – perguntou Sirius, no fundo esperançoso.
- Não! Você acha que eu sou o quê? Assassina? Aquele cara foi porque se não ele ia te matar.
- Certo, e aí?
- Eu o enrolei, perguntando sobre a Amy e tal. . . Aí te agarrei e aparatei.
- E os Taste?
- Estão bem seguros com os feitiços de proteção. Mas agora que um morreu acho que eles devem ter abortado a missão, não?
- Provavelmente.
- Então teremos tempo de tirar os Taste daqui!
- É, levaremos Sr. Taste e Serena para a Escócia, VSQ não atua por lá.
- Será que Brad e Clair acharam o filho do Sr. Taste?
- Vamos saber amanhã.
- Hã?
- Marquei com eles amanhã em frente á casa dos Taste.
- Bom, então agora dorme. Que amanhã vamos até a Escócia, né?
- É.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.