A Passagem



Havia se passado uma semana e Sara estava tão envolvida com os livros que Lia havia lhe emprestado que mal teve tempo para sair de casa. De alguma forma ela estava envolvida com aqueles livros.

- Tome cuidado, Harry,' disse Lupin rapidamente. 'Continue em contato.'

' Harry, nós te tiraremos de lá o tão logo que pudermos,' Sra Weasley cochichou, abraçando ele de novo. ' Nós te veremos logo, colega,' disse Ron ansiosamente, apertando a mão de Harry. ' Realmente logo, Harry' disse Hermione sinceramente. ' Nós prometemos.' Harry acenou com a cabeça. Ele por qualquer razão não poderia encontrar palavras para dizer a eles o que isso significava para ele, para ver todos eles tomando partido dele, ao lado dele. Em vez disso, ele sorriu, levantou a mão em despedida, se virou e seguiu o caminho para fora da estação em direção a rua iluminada pelo sol, com Tio Válter, Tia Petúnia e Dudley apressando durante o caminho. - Acabei...- Sara fechou o livro e colocou-o na sua mochila, havia terminado o último livro e agora entendia por que Lia gostava tanto daquelas histórias.

- Sara!!! Lia no telefone!!! - gritava Sra. Charles da escada.

- Pode deixar que eu atendo aqui.... - disse a garota pegando o telefone- Oi...

- Tá afim de vir até minha casa?

- Acabei de ler seus livros... Vou falar com a Sra. Charles e já estou indo...

Sara desligou o telefone e desceu correndo as escadas com sua mochila nas costas. Enquanto descia começou a ouvir vozes na cozinha.
- Não posso mais continuar com isso... - falou sra Charles.

- Mas a senhora é a tutora de Sara, não pode deixa-la sem ter onde ficar. - falava outra voz.

- Não tenho mais a saúde que tinha antes... E recebi um comunicado hoje pela manhã. Tenho que voltar para Itália, minha irmã está com problemas e não vou poder levar Sara comigo.

A garota sentiu um nó na garganta, não poderia acreditar, para onde ela iria se a Sra. Charles se mudasse para a Itália.
- E vai deixá-la com quem? - falava a outra voz que Sara não conhecia.

- Creio que vão levá-la para o juizado de menores.... - falou Sra Charles.

- O que? - pensou Sara. Mas as vozes começaram a ficar mais perto dela e ela pensou rápido em subir, mas acabou que Sra. Charles acabou vendo.

- Onde vai? - perguntou Sra. Charles.

- Vou até a casa da Lia.

- Não volte tarde... Não estou me sentindo muito bem...

- O que a Sra. Tem? - perguntou Sara preocupada.

- Não é nada de mais.

- Ah.... Bom então, até mais tarde.

Sara saiu para o jardim e atravessou o portão. Estava tão perturbada com o que havia ouvido que nem notou uma coruja branca pousar sobre a janela do seu quarto. Ela olhou para a casa no outro lado da rua e ela parecia ainda mais velha que o normal, agora haviam colocado avisos de perigo em vários pontos do terreno. A velha casa dos Thompson estava em ruínas a anos, Sara se lembrava muito bem de quando viera morar ali, a casa ocupava um quarteirão inteiro e a janela do seu quarto dava para os fundos da casa dos Thopson. Ela recordava que Jimi vivia desafiando Lia e ela para entrarem lá, mas nunca tiveram corajem. A entrada ficava no outro lado do quarteirão, com uma gargula como estátua no meio do jardim de entrada. A casa era realmente sinistra. Sara andou mais alguns passos e teve a sensação de estar sendo observada por alguém. Olhou em volta mas não viu nada.

- Deve ser apenas impressão. - pensou a garota.

Sara chegou a casa de Lia e contou o que tinha ouvido.

- Como assim, ela tem que levar você.... Você é responsabilidade dela...

- Ela não é nada minha... Não tem obrigação nenhuma de ficar comigo.

- E o que o juíz falou? Sim, por que ele deve ter feito ou dito alguma coisa sobre isso.

- Não sei de nada... Só tenho a certeza de que caso eu não tenha para onde ir eu vou fugir...

- Para onde? Você não tem mais ninguém que conheça.....

- Eu me viro.... - falou Sara andando até a janela.

- Posso falar com meus pais... Eles vão querer ajudar você...

- Não quero envolver vocês nisso, e além do mais, o juíz vai me encaminhar para o juizado se não tiver ninguém que me adote. Só que para aquele inferno eu não volto mais....

- Você já foi pra lá?

- Logo que meus pais morreram.... - falou Sara.

Sara olhou para a rua e viu algo estranho.
- O que foi? - perguntou Lia andando até a janela.

- Você não acha estranho ninguém ter demolido aquela casa?

- E quem é que iria querer comprar esse terreno?

- O que tem de mais? Se comprasse o terreno poderiam construir uma casa enorme... Ele não é tão ruim assim.

- Você não conhece a história dos Thompsom? - falou Lia admirada.

- Quando eu vim morar aqui a casa já estava assim.. Lembra?

- Dizem que a casa é assombrada, os Thompsom a compraram de um velho que todos achavam que era bruxo.

- E você acreditou nessa históira? Francamente Lia... - respondeu Sara sorrindo.

- Eu não terminei... Meu irmão mais velho disse que quando os Thompson se mudaram, eles entraram e nunca mais saíram...

- Como assim "nunca mais saíram"?

- Eles se chegaram pela manhã, colocaram a mudança e nunca mais ninguém os viu.

- Deixa disso, provavelmente saíram de madrugada quando ninguém os tivesse visto. - falou a garota espichando o pescoço.

- Você não acretida mas eu tenho certeza de que tem alguma coisa errada com aquela casa... - falou Lia. - principalmente com o antigo morador.

A casa de Lia ficava no final da rua Magnólia. E do quarto da garota podia se ver a entrada da casa dos Thompson do outro lado da rua.

- E quem era o antigo Morador.? - perguntou Sara

- Não lembro o nome direito... Mas acho que era Ridle... Ou Rittle...

- Riddle? Como no livro do Harry Potter? - falou Sara rindo.

- É... Isso, sabe que nunca havia reparado que era o mesmo nome... - falou Lia sorrindo.

- Por falar nisso, estou com seus livros aqui... - falou Sara indo até sua mochila e a abrindo.

- Pode ficar com eles... - falou Lia - ganhei um kit dos livros da Rowling ontem num sorteio na internet...

- Bom... Está certo. - falou Sara pegando a mochila.

- Sara... Vem cá um segundo.

- O que foi? - perguntou a garota olhando para fora da janela.

- O que a sua coruja está fazendo lá na casa dos Thompson?

- Em primeiro ela não é minha coruja... - falou a garota - e em segundo ela deve estar caçando algum rato para comer... Com certeza lá não falta. Já vou andando... Até mais...

- Até... Mas olha, não esquenta a cabeça... Sabe... Tudo vai se resolver....

- Ah... Me faz um favor... Se eu for mesmo para o Juizado, usa o meu e-mail e manda os conteúdos pro Dan...

- Tá...


Sara estava voltando para casa quando viu um carro estranho parar na frente do portão, uma mulher alta e muito sombria saiu e entrou na casa da Sra. Charles.

- Deve ser a pessoa do Juizado... - falou a garota. - será que vieram me levar? Não... Eu não vou voltar pra lá de jeito algum...

Sara fez o caminho de volta e acabou parando no portão de entrada da casa dos Thompson. Eram quase 3 horas daquele sábado, Sara sentou-se no banco da praça que ficava de fronte ao portão e caiu um envelope muito velho, que Sara nem lembrava que estava ali.

- O que é isso? - disse a garota pegando o emvelope.

Quando a garota iria abrir o envelope, a coruja deu um razante sobre sua cabeça e tirou a carta das mãos da garota.

- Ei... Me devolve isso....

Sara saiu correndo atras da coruja então o animal vôou sobre o muro que cercava a casa dos Thompson e aterrisou em cima de uma placa.

- Edward.... - dizia Sara batendo no portão. - vem aqui... Bichinho...

A coruja continuava com o envelope preso no bico e encarava a garota.

- Vem... Edward... - Sara abriu a mochila e retirou um biscoito da mochila - olha...

Mas a coruja não se moveu.

Sara olhou novemente para a coruja e tentou forçar o portão mas estava trancado. Ela olhou em volta o muro coberto de plantas que haviam nascido com o tempo e notou uma passagem no canto do muro.

- Não sai daí... - falou ela - o que é que eu estou fazendo? Sara, você está falando com uma coruja? Definitivamente se ela quer ficar com aquele envelope velho que fique eu não vou me meter em encrencas só por que um pássaro doido pegou algo que me pertence...

Então Edward tornou a vôar sobre o muro e pousar na frente da garota. Quando Sara tentou pegá-lo ele levantou vôo novamente e passou pela abertura no muro. - Você quer mesmo que eu entre aí? - perguntou a garota enquanto a coruja dava uma piada forte. - Ok, aí vou eu.

Sara entrou nos jardins e olhou em volta - Nossa, isso realmente está precisando de uma faxina. - a garota olhou procurando a coruja mas ela havia desaparecido. Então começou a andar, passou pela estátua de gárgula que estava no meio do que parecia ser um chafariz sem água. Foi andando até a casa e pode ver tábuas lacrando as janelas e uma fita proibindo a entrada pela porta da frente. Quando estava se aproximando da janela Edward apareceu por trás da garota voando em alta velocidade.

- Ai... - falou ela vendo a coruja voar para a janela - Edward você vai....

Ela não pode continuar o que dizia, pois a coruja atravessou a parede como se não estivesse ali. Sara passou a mão nos olhos, não acreditava no que havia acontecido. - Mas... O que aconteceu? - falou ela encarando a janela lacrada com tábuas. - Não pode ser... Edward atravessou... Não, não... Sara você está lendo muito aqueles livros da Lia...

Sara se aproximou mais e olhou para janela, mas ela parecia uma janela comum. Como a coruja conseguiu atravessar?

- Sara... - falou ela para si mesma - se ficar parada aqui não vai descobrir o que está acontecendo.

Ela estendeu a mão e começou a aproximar devagar, quando seus dedos tocaram as tábuas eles começaram a desaparecer. Com o susto ela tirou novamente e olhou para ver, era incrível, mas sua mão estava inteira.

- Eu não acredito... - falou ela mechendo os dedos, então levantou a cabeça e encarou a janela - Vamos lá....

Sara levantou os braços e deu passos largos em direção a janela. Fechou os olhos a espera de uma boa pancada, mas isso não aconteceu.

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