Reflexões



Calçou o scarpin vermelho e deu mais uma pincelada de blush nas duas maçãs do rosto, dando um sorriso para o seu reflexo logo em seguida.

-Está gatona, hein?

Era estranho. Geralmente não se vestia assim. E geralmente também não usava palavras como ‘gatona’. A grande questão era: por que estava vestida assim? Estava indo para um evento tão comum e tão banal que era o lançamento de um best-seller. Por que se arrumar tanto? Se ela fosse para algum tipo de balada, aí sim, mas era só o lançamento do “melhor livro de aventura dos últimos tempos”. Suspirou profundamente e o seu reflexo lhe fez uma careta.

-Você não devia ir somente a esses eventos chatos –falou o espelho.

-Eu sei, mas o que posso fazer? –retrucou- Faz parte do meu trabalho, da minha vida.

-Pois arranje outra vida! –concluiu o espelho, como se isso fosse óbvio.

A ruiva olhou a sua interlocutora também ruiva do espelho e deu um novo suspiro. Não era tão fácil quanto um reflexo imaginava.

-Você fala isso porque só fica aí, presa no espelho.

-Pode ser, mas se quer saber, a vida de espelho pode ser bem chata também. Eu não agüento mais vestir terninhos, nem me olhar com livros na mão e também não quero mais dar sorrisos falsos.

Foi a vez de Gina se vingar.

-Ahá, então mude de vida!

O espelho sorriu como se esperasse essa fala o tempo todo.

-Eu sou você. É você quem tem que mudar primeiro.

Ela ficou encarando em silêncio o seu reflexo, com profundas reflexões se refletindo na sua mente. Teria ficado mais tempo ali divagando se o interfone não tivesse tocado. Era o porteiro, o táxi havia chegado.

-Já vou descer.

O arrependimento pela extravagância da noite começou já no seu próprio andar, enquanto esperava o elevador. O vizinho gatinho de 20 anos saiu para de bermuda e sandália de dedo, provavelmente ia comprar hambúrguer. Ele parou no instante que a viu e ficou encarando-a sem a menor discrição.

-É feio encarar os outros dessa maneira –disse secamente e de maneira não muito simpática.

-Uau, vizinha, desde quando você é tão gostosa?

Gina bufou e se recusou a respondê-lo, ficando a ignorar todas as outras olhadas que ele lhe dava.

“Eu sabia que não devia ter vindo assim...” recriminou-se. Mas o que diabos tinha lhe dado? Havia um padrão de vestuário e comportamento para esse tipo de festa, o que lhe fez pensar que ela podia infringi-lo? Céus, já estava com vergonha do seu vizinho sete anos mais novo que ela, imagina quando se visse frente a frente com todos os seus conhecidos.

“Eu vou voltar e me trocar. Não, eu não vou a essa festa. Ou melhor, eu vou pegar um avião e sumir por seis meses!”. Riu nervosa, ficaria muito feliz se pudesse pegar um avião e sumir por seis meses.

Quando o elevador chegou ao térreo, ela ainda ficou do lado de dentro pensando se voltava até o seu apartamento e colocava algo mais discreto, mas o vizinho inconveniente segurava o elevador para ela sair, na primeira gentileza que fazia em oito meses que ele morava ali.

-Eu acho que vou sub... Er, muito obrigada.

Ok, era hora de ir, não dava tempo de se trocar. Deu um sorriso amarelo para o vizinho e saiu tentando ignorar o olhar que o porteiro lhe lançava. Com o rosto mais vermelho que o seu próprio cabelo, entrou no táxi.

-Pathernon, por favor.

O Pathernon era um centro cultural muito chique, freqüentado por intelectuais de todas áreas. Um local onde as discussões eram exaltadas e várias amizades começavam e terminavam, às vezes virando rixas a perder de vista. Bom, hoje talvez fosse o seu dia de acumular rixas. Assim, de cabeça e sem se concentrar muito, já conseguia imaginar umas doze caras que lhe olhariam torto e que se recusariam a dirigir a palavra a ela só por estar vestida como estava.

“Você ainda pode mandar o taxista dar meia volta e não ir...” lutava consigo. “Isso mesmo, você manda um vinho e um cartão de desculpas amanhã. Doroffef nem vai notar minha falta e ficará muito mais feliz com o vinho...”.

-São vinte e cinco libras –disse o homem com um sorriso para o seu lado.

-Mas já? Já chegamos?

-Sim, e são vinte e cinco libras.

Engraçado, se ela não estava cega, e ela tinha certeza de que não estava, o taxímetro mostrava 35 libras, e não 25. Ela abriu a carteira e tirou o valor total.

-O senhor se enganou, moço. São 35.

O taxista lhe olhou confuso, e ela apontou para o taxímetro.

-Viu? 35, não 25.

Ele bufou impaciente e recebeu os 35 dede mau humor e exclamou.

-Era um desconto...

Gina pareceu surpresa.

-Oh, o senhor não tinha me dito isso. Então pode devolver minhas 10 libras.

-O desconto acabou! –rugiu- E se não se importa, eu tenho que ir.

Ela saiu do táxi quase expulsa e ficou olhando por onde ele havia ido. Uma pessoa atrás ria da cara dela.

-Olá, Draco –cumprimentou sem muita emoção- Você viu isso?

Draco Malfoy, seu editor, lhe deu um abraço caloroso como ela nunca recebera. Gina se afastou e o olhou meio perdida. O loiro passou uma mão pela sua cintura e começou a conduzi-la para dentro do centro cultural.

-Convites, por favor –pediu o segurança.

Eles entregaram e Draco continuava a rir dela.

-Ora, Gina, você não viu que o taxista estava galanteando você?

-O quê? Por que ele faria isso? Ele está trabalhando, é o sustento dele!

Draco passou a mão pelo rosto e balançou a cabeça.

-Você me parece ingênua demais para os seus 27 anos, Gina.

A ruiva fez uma careta e se afastou.

-Não sou ingênua! Apenas acho que não faz sentido um taxista deixar de cobrar 10 libras.

-Mas não foram 10 libras quaisquer, Gina querida, foram 10 libras de uma mulher bonita dentro do táxi dele.

Ela corou furiosamente, mas ele continuou como se não tivesse visto.

-Aliás, você foi muito mal educada em recusar o desconto. Você obviamente o rejeitou.

Aquela conversa parecia tão absurda que ela deu uma risada.

-Eu o rejeitei? Ora essa, mas ele esperava que por 10 libras eu fosse sair com ele ou coisa assim?

Draco continuava a rir da ingenuidade dela.

-É obvio que não, mas ele sairia satisfeito e poderia contar isso aos amigos dele -e como ela continuasse a olhar torto, ele deu de ombros. -São coisas de homem.

Ela bufou.

-Pois são coisas bem idiotas de homens! E eu fiz muito bem em pagar o total, não quero que ninguém saia por aí falando de mim.

Draco resolveu não discutir, ela não entendia mesmo.

-De qualquer forma, Gina, parabéns.

Ela parou de andar e o encarou. Parabéns pelo quê?

-Hoje não é o lançamento de algum livro meu, Draco. É o livro de Doroffef, lembra-se? Por que esse ‘parabéns’?

O sorriso que ele lhe deu se assemelhava muito ao do vizinho de 20 anos.

-Eu poderia lhe dar parabéns pelo seu último livro estar vendendo que nem água... Mas estou falando de você. Você está exuberantemente linda esta noite.

Ela voltou a corar e a parecer irritada.

-Ora, Draco, pare com isso –rugiu, dando as costas a ele e pegando uma taça de champagne.

-Se não acredita em mim, olhe em volta.

Com medo do que pudesse ver, discretamente ela passou o olho ao seu redor. Sim, estavam todos lhe olhando. Ela só não concordava com Draco que todos estavam a olhando por achar que ela estava bonita.

-Draco, esse pessoal está me achando uma perua maluca –disse baixinho e envergonhada.

Draco deu uma sonora gargalhada.

-Eu acho que eles podem estar certos. Em dez anos que eu lhe conheço, Gina, nunca ouvi você falar coisas como “esse pessoal” ou “perua maluca”.

O seu rosto corou ainda mais e ela manteve a cara de irritação para Draco.

-Você não está me ajudando.

-Me desculpe, mas foi mais forte que eu. E já peço desculpas antecipadas, mas o que te deu de vir assim?

Ela fechou os olhos e tentou fingir que isso não estava acontecendo. Para que foi ouvir o espelho que dizia que ela devia inovar?

-Não pense que está parecendo uma perua maluca –continuou Draco, desta vez sério- Está linda. Seja lá quem lhe aconselhou a vir assim, foi um bom conselho. Bom, mas você conhece esse pessoal... Não vão gostar de vê-la ofuscando a todos e ao livro.

-Pare com isso, Draco.

Ele deu um sorriso e se aproximou, dando-lhe um beijo na bochecha.

-Eu tenho que cumprimentar algumas pessoas. Nos vemos por aí.

Apesar de Draco sempre lhe irritar e lhe tirar do sério, não queria que ele se afastasse dela. Ele não a achara uma perua maluca, e pela primeira vez não lhe chamava de ‘abelhona’. Ele havia lhe dado esse apelido anos antes, devido à armação dos seus óculos antigos e do fato de ser curiosa. Aliás, os óculos era algo que sentia falta nessa noite. As lentes de fato não estavam incomodando, como pensou que aconteceira, mas sentia o seu rosto muito nu sem a armação na frente. Sorrindo, olhou Draco de longe.

Draco Malfoy era apenas um ano mais velho que ela e, se ocupava o cargo de editor, era porque a editora pertencia ao pai dele. Haviam começado tudo juntos. Há dez anos, ela era apenas uma escritora iniciante e Draco era um menino mimado que o pai estava fazendo a última tentativa de encaminhá-lo na vida. Ergueram-se juntos. Lúcio Malfoy havia designado Draco para cuidar da escritora que havia pedindo uma chance de publicar ali. Draco tinha que fazer dela um sucesso, e ela tinha que fazer dele um bom editor. Ela deu um sorriso leve quando pensou no passado. É, juntos tinham feito um bom trabalho.

E era isso que ela mais gostava em Draco Malfoy. Ok, ele era implicante, impaciente, irritante, sarcástico, pessimista, brigão, perfeccionista, rabugento, mas... Era da sua idade e pensava como ela. Na verdade, podia-se dizer que eram amigos.

Gina era órfã. Sua mãe aparecera doente no Orfanato da Virgem Imaculada e faleceu dois dias depois, e ela ficou lá. Passou a infância e a adolescência sendo criada com relativo afeto e educação, mas sem grandes perspectivas de crescer na vida e ser alguém. Passara todos os anos do orfanato conversando mentalmente com bichos, móveis, paredes, espelhos e portas. Inventava histórias desde que se entendia por gente, mas até os 17 anos nunca tivera coragem de contá-las para alguém ou escrever algo que deixasse os outros ler. Daí tantos amigos imaginarios. O que ela mais gostava era o espelho mesmo, porque podia ver alguém do outro lado respondendo alguma coisa. Mas o fato é que ao sair do orfanato, a única coisa que sabia fazer de verdade era escrever, e escolheu a editora Green & Silver por acaso. Mas a editora não havia lhe escolhido por acaso, haviam visto em seus textos uma grande escritora em potencial. E Draco desenvolvera esse pontecial dela. Tinha muito sucesso e dinheiro hoje.

Sucesso e dinheiro. E só. Não tinha um namorado há séculos, não tinha família, não tinha grandes amigos íntimos para os quais contasse seus segredos. Mas também não tinha segredos. Nada demais acontecia em sua vida. Vivia para escrever e publicar, escrever e publicar... Quando viajava, era sempre para divulgar seus livros, e ia sempre sozinha. Nas ruas, as pessoas conversavam com ela apenas para pegar um autógrafo e depois ela voltava a sua rotineira solidão. Seu último livro havia sido publicado há cinco meses e era sucesso absoluto, mas desde o dia desse lançamento sentia a sua solidão se cristalizar cada vez mais e engolí-la. E foi por isso que ela deu ouvidos ao espelho.

A mocinha ruiva do seu espelho lhe falava há anos que ela devia sair mais, conhecer novas pessoas, passear mais, mas ela sempre esteve muito ocupada para dar ouvidos a um espelho. Hoje havia escutado e estava ali, num short de alafiataria vermelho e um tomara-que-caia preto e, fechando o conjunto, o scarpin vermelho. Isso era roupa de balada, não de lançamento de livro!

“Mas não tem ninguém para ir numa balada com você, Gina” era o que sempre lhe respondia a cadeira vazia, enquanto ela almoçava. Contava seus planos para a cadeira, planos e alguns poucos sonhos futuros, mas a cadeira vazia era muito sábia e realista, e sempre lhe mostrava como seus pensamentos eram tolos.

-Você está estranha hoje, Ginevra.

Ela olhou assustada por ter sido pega pensando demais. Sempre tinha medo de estar falando em voz alta quando pensava demais.

-Estranha como?

-A sua roupa -respondeu Ítalo Garinni- Você não costuma se vestir assim. E onde estão seus óculos? Gosto de você com eles.

Ítalo tinha o sangue quente e a língua pronta para falar dos italianos. Era um dos que tinha contabilizado que lhe cobraria pela sua vestimenta. Ele era quase sexagenário, filho de embaixadores e havia sido criado num ambiente muito polido e de classe. Sempre gostara muito dele, embora o achasse muito ultrapassado.

-Estou fazendo laboratório para o novo livro, Ítalo.

A expressão dele se anuviou.

-Ah sim, achei que você estava virando uma alienada da massa.

Alienados da massa. Esse era o termo geral utilizado ali para designar qualquer pessoa que gostasse de se divertir. Tudo bem, em geral essas pessoas preferiam muito mais se divertir que pensar e trabalhar intectualmente, mas haviam exceções, certo? Ela própria por muito tempo utilizara esse termo, e desde o seu primeiro livro, era a queridinha do Pathernon. “A mais precoce revelação”, era o que diziam dela, “e não é uma alienada da massa como as outras garotas da sua idade”. Durante muito tempo considerou aquilo como um elogio, afinal fazia parte de um grupo seleto do qual nunca sonhara em participar quando era criança. Mas agora se sentia diferente. Sentia que deveria ter sido mais alienada ou mais massiva. Tinha 27 anos e sentia que ainda não tinha vivido.

-Posso te contar o meu projeto futuro? -sussurrou para ele em tom de segredo.

Ítalo ficou entusiasmado.

-Prometo não contar para ninguém, amore mio.

Ela manteve a aparência séria.

-Estou pensando em fazer um alienado da massa enxergar um mundo novo, um mundo de descobertas intelectuais, entende? Algo diferente.

-Oh, será um livro fantástico, tenho certeza!

-Mas não conte para ninguém, ok?

-Com certeza não, pequena, pode deixar!

Pedindo licensa para ir ao banheiro, ela se afastou. É claro que tudo que falara era mais completa mentira, mas tinha certeza de que ele amara a idéia. Além disso, sabia que em pouco tempo a festa toda “saberia” que ela estava com aquela roupa para fazer laboratório para o novo livro. Isso lhe poupava irritação.

-Me lembre de nunca mais te ouvir -sussurrou para o espelho.

A mocinha ruiva dentro do espelho sorriu marota.

-Você está muito melhor assim...

Uma outra mulher entrou dentro do banheiro e ela interrompeu sua conversa, apenas sibilando para a ruiva do reflexo um “você me paga”.

Saiu do banheiro e pegou mais uma taça de champagne. Tinha que ter cuidado para não beber demais, da última vez que resolvera se embrigar, criara tantas rixas que até hoje não tinha se refeito com todas. “E eu acho que já tenho problemas suficientes...”.

Na verdade isso era mentira. Não tinha problemas. Somente a solidão.

Avistou Draco dispensando um escritor velho e chato e se aproximou dele, pedindo licensa para roubá-lo um instantinho.

-Obrigado -riu ele, enquanto se afastavam- Odeio quando papai me manda fazer contato com esses pedantes velhacos.

-Por que o seu pai não veio dessa vez, Draco?

-O motivo de sempre... Mamãe não gosta das conversas daqui. Ela sempre reclama quando ele a força a vir nesses eventos.

Gina franziu o cenho.

-Ela veio no lançamento do meu livro forçada?

Draco riu.

-Ora, não sabia que era tão carente! Mas na verdade não, no seu ela veio porque quis. Ela gosta de você.

Sorriu. Gostava de Narcisa Malfoy também, e sempre contava isso a sua penteadeira, que também compartilhava a sua opinião.

-E a mentira que você inventou, hein? -brincou ele.

-Que mentira? -espantou-se ela.

-Ora, já está se dizendo por aí que você veio vestida assim para fazer laboratório para o proximo livro -ele deu uma gargalhada- Não tinha desculpa pior para inventar, não?

Ela deu uma tapa de leve no braço dele.

-Pára com isso. Eles acreditaram!

Draco parou de rir e ficou analisando-a.

-Mas por que eles tinham que acreditar? Por que você simplesmente não podia falar a verdade? Veio assim porque quis.

Gina ficou brincando com o morango dentro da sua taça antes de responder. Apoiou-se numa pilastra por perto e suspirou.

-Sabe, Draco, eu estava pensando... Eu só conheço essas pessoas. E a opinião delas é importante para mim. Mas de uns tempos para cá eu acho que eu queria ouvir outras opiniões, fazer outras coisas. Conhecer gente nova, sabe? Gente alegre, divertida, inteligente, simpática... Na verdade acho que eu só vivi pro trabalho nos últimos anos. Um livro a cada dois anos é uma rotina muito desgastante. Agora eu quero ficar uns cinco anos sem publicar.

-Está me falando isso como editor ou como amigo?

Ela riu.

-Como amigo, seu bobo.

-Ah, pois se é assim eu posso te ajudar... Posso te apresentar um amigo meu -respondeu ele prontamente.

O sorriso dela se iluminou.

-Sério?

-Sério. Tem um que está aqui e acho que você iria gostar dele.

Ela continuou brincando com o morango da taça. Tinha vergonha de conversar essas coisas com Draco.

-E como ele é?

-Ah, ele está solteiro, e acho que também procura alguém. Assim como você. Ele é legal, boa pinta, as minhas amigas mulheres dizem que ele é bonito, simpático...

-E está solteiro? -espantou-se ela. Quando a esmola era demais, o santo desconfia.

-Ora, você também não está? Acho que deve ser a questão de achar alguém...

Ela sorriu e ficou um pouco vermelha.

-E ele está aqui mesmo?

-Posso trazer ele aqui agora se você quiser.

Pensou um pouco. Morria de vergonha desse tipo de apresentação forçada, mas... Quem sabe?

-Ok, conhecer não custa nada.

Draco saiu e pegou o morango da sua taça e comeu. Não queria parecer uma idiota brincando com uma fruta na frente do amigo de Draco.

Mas o sorriso dela meio que murchou quando o viu retornar.

-Ele foi embora?

-Ah, não ele está bem aqui.

Gina olhou para os lados.

-Onde?

Ele estendeu uma mão para ela.

-Draco Malfoy, prazer.

Ela ficou encarando aquela mão sem saber o que dizer. Aquilo só podia ser uma brincadeira.

-Draco, achei que já tínhamos conversado sobre isso...

Ele pegou novas taças de champagne para ambos e passou uma mão pela cintura dela.

-Sobre isso o que, querida?

Ela tirou a mão dela e deu um suspiro cansado.

-Sobre você me convidar para sair... Eu já lhe disse que não dá.

-Por que não?

Ela bufou impaciente.

-Ora, Draco...

-Daquela vez você disse que estava muito focada no trabalho e que um relacionamento entre nós estragaria os seus objetivos profissionais. Mas se você quer ficar uns cinco anos sem publicar... Aí a história é outra.

Gina estava sem-graça.

-Draco, aquilo foi somente uma desculpa educada para te dar um fora.

Ele sorriu e se aproximou mais dela.

-Eu sei, mas já que você deixou essa brecha... Bom, estou À sua disposição!

Gina deu uma gargalhada e passou a mão no rosto dele.

-Ah, Draco, você não muda... Quem sabe um dia eu não te dou bola?

Ele se aproximou e sussurrou.

-Se estiver usando uma roupa como essa eu fico ainda mais louco!

Gina corou furiosamente e se afastou.

-Bom, eu já dei as caras e já cumprimentei Doroffef. Vou indo nessa.

-Falou, cara! –brincou ele, e ela estranhou- Ora, agora eu vou falar nesse seu novo vocabulário.

Sem nada responder, ela deu um aceno no ar e caminhou sozinha até a porta.

-Um táxi, madame?

Seria a coisa mais sensata, um táxi. Mas aparentemente o espelho ainda conversava com ela de longe.

-Não obrigada.

Caminhou até a esquina e pegou um ônibus. Ao passar da roleta, todo o povo que lá dentro estava olhou para ela. “Espero que ninguém esteja me reconhecendo...” torceu.

-Posso me sentar aqui? –perguntou a um rapaz.

Ele deu um sorriso e ela sentou do lado dele e ficou olhando para fora da janela. Aliás, para onde ia esse ônibus? Bom, seria meio estúpido perguntar isso.

-Nunca te vejo nesse ônibus nessa hora... –comentou o rapaz- Está indo para onde?

Ela o olhou mais profundamente e ele corou.

-Desculpa perguntar, eu não sou um intrometido! Bom, talvez eu seja... Ah, o fato é que eu sempre pego esse ônibus nesse horário nessa hora e nunca te vi. Geralmente eu gosto de nomear as pessoas na minha cabeça. Aquele senhor ali, por exemplo, eu chamo Dr. Fumaça, porque ele sempre está com um cigarro com você. Aquela loirinha ali atrás é a Laranjinha, porque só roupa ou acessórios laranja. E você, quem é?

Ela não gostava da idéia de ganhar um apelido ridículo quem nem aqueles, mas o mocinho do seu lado era realmente lindo. Um belo moreno de olhos verdes.

-Meus amigos me chamam de Gina.

-Prazer, Gina. Eu sou Harry Potter.
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N/A: Hello! Essa é uma fic q eu ainda estou escrevendo, embora ela já esteja um pouquinho adiantada!!!rsrsrs Ela é meio mauluinha msm, assim como todos nessa fic e a própria autora!!!rsrsrs Bom, início d fic é sempre importante, então se vc leu isto daki, não custa nada entrar na campanha 'Eu faço uma autora feliz' e deixar uma resenha!!! Bjinhusss, Asuka

N/A 2: Fic dedicada à minha amiga Carol, pela ótima histório (real) do menino no ônibus.

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