Angels In Hell



Angels In Hell

“E, você sabe, não há anjos no inferno.”

“Lílian, eu poderia te ensinar as coisas mais fantásticas, poderia te mostrar o que é a verdadeira magia, mas você não quis. Preferiu seguir um caminho em que eu não poderia acompanhar, um caminho com o Potter.
E, mesmo você tendo se casado com meu maior inimigo, não consigo ver culpa alguma em você. O meu amor não permite que eu te culpe.
Mesmo você estando morta, e eu sabendo disso, resolvi te escrever. Contar tudo o que sempre senti e que, mesmo depois de morto, continuarei a sentir.
Quando éramos pequenos e não tínhamos noção que existiam coisas como o amor e o ódio, eu já sentia algo por você. Tinha uma obsessão por você, um encantamento que ninguém poderia me explicar.
Crescemos e nos tornamos amigos. Grandes amigos. E eu percebi que era você que eu amava, pois você era a única que me via e sorria, porque só você me tratava bem. Só você me protegia.
Quando nossos caminhos se separaram, eu sofri. Eu não tinha mais o privilégio de ver suas orbes brilharem exoticamente, eu não tinha mais o direito de poder contar todas as sardinhas de seu rosto perfeito, nem ler o mesmo livro que você.
O tempo passou. Eu me tornei um comensal e você entrou para a Ordem. Sei que você acharia ridículo, mas eu temia mais por você do que por mim. Pois mesmo que descobrissem o que eu sentia por você, o que de fato descobriram, eu poderia argumentar que era um desejo carnal. Mas nunca foi desejo. Foi amor.
Uma vez, enquanto pensava em você, me questionei sobre o que era o amor para mim e descobri que era vê-la feliz, mesmo que não em meus braços. Entretanto, eu sabia que você ia acabar se machucando com o Potter, de um jeito ou de outro.
Ele não a machucou diretamente, mas a levou para o abatedouro. Eu perdi a visão assim que descobri que seus olhos não tinham mais brilho. Pois os seus olhos me davam a visão. E sua respiração me mantinha vivo.
Estou vivo somente por uma questão de lógica: Não se morre, por fora, de coração partido; mas não posso dizer o mesmo por dentro. Pois, no dia 31/10/1981 eu morri. Morri porque perdi o único elo que mantinha meu corpo quente, que me mantinha humano.
'O último inimigo a ser vencido será a morte', essa frase me consome. Me dilacera saber que um anjo que deveria iluminar as almas necessitadas está morto e um demônio como eu ainda respira.
Essa carta é minha última despedida, eu sei que não tenho o direito de ir para o mesmo lugar que você quando morrer. Porque você irá para o céu e eu para o inferno. E, você sabe, não há anjos no inferno.
Espero que, quando eu morrer, possa ao menos vislumbrar seus olhos perfeitos. Para eu morrer em paz.
Protegerei seu filho como se fosse meu. Apesar dele ser um....... Potter.
Seu eterno enamorado,
Severus Snape
01/09/1991”

Lágrimas grossas caíam dos olhos de alguém. Esse alguém suspirou e jogou a carta no fogo. Pois o fogo marcaria as palavras em um lugar superior e, também, porque o escritor da carta não iria gostar de revelar seu conteúdo às outras pessoas.
Esse alguém era Minerva McGonagall.
Ela pegou um pedaço de pergaminho e escreveu:

“Existe apenas um anjo no inferno, Snape. Você.”

E queimou.

Fim

N/A: Dêem um desconto: primeira fic S/L. Essa fic surgiu do nada enquanto eu ouvia algumas músicas (eu acho que combina com Greensleeves – a música clássica).

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