Capítulo Único.

Capítulo Único.




'Cês sabem que esses personagens não são meus, e eu não quero lucrar com isso.


Boa Leitura!





 


Genuíno.


A plataforma estava apinhada de alunos apressados e o murmúrio de vozes afoitas me deixava com a cabeça confusa.


Ao que me parecia, todos queriam ir logo para o âmago de suas casas.


Caminhei por entre os familiares e uma sonora gargalhada me fez parar.


Não creio que um dia poderei descobrir a essência daquele som, mas talvez eu saiba o que ele representou para mim, pelo menos naquele momento.


Porque, a gargalhada de Ron Weasley saiu apagando todas as outras vozes que me davam dor de cabeça. E eu me senti tão estranha, como se um 'agente' novo e estranho entrasse pelos meus poros e se instalasse no meu tórax, impulsionando sangue desnecessário pelas minhas veias.


Procurei por ele e o encontrei, ainda rindo, juntamente com os gêmeos e Hermione. Sorri para a imagem que se destacava, como se todos estivessem embaçados.


Os cabelos afogueados caindo nos olhos, os dentes brilhantes indo e vindo entre as risadas, o rosto corado de tanto rir, os olhos azuis brilhando como um sol na plataforma escura.


O abate foi tão forte que quase caí para trás. Nunca havia notado como Ron Weasley era bonito! Ou que ele parecia brilhar no meio daquelas pessoas apagadas.


Porque descobri, ao som daquela gargalhada e à visão daqueles cabelos despenteados e daqueles olhos brilhantes, o porquê do sorriso significativo de Hermione.


Ron era genuíno, e brilhava.


Brilhava tanto que me senti cega.


E ele até pode ter parado de rir segundos depois, quando Molly Weasley ralhou com ele e com os gêmeos, mas, nos meus ouvidos, sua risada parecia ecoar como música.


Tão rouca e eletrizante que me fazia querer cantá-la.


Fiquei a encará-lo enquanto ele se despedia de Hermione, e, por um fugaz momento que me durou uma eternidade, nossos olhares se encontraram.


E o azul dele queimou o meu castanho de uma maneira tão confortável que corei.


Senti vontade de me prender àquele olhar e escutar aquela gargalhada pelo resto da minha vida.


Ou então, quedar-me a admirar aquele rosto sardento e jovem, sem ver o tempo passar.


Meu coração, que finalmente reagiu às reações que me tomavam, bateu algumas vezes e falhou sonoramente.


A mão de minha mãe tocou meu ombro e fui obrigada a desviar o olhar da imagem praticamente sublime e sardenta a minha frente.


E, quando voltava para casa e respondia evasivamente às perguntas de minha mãe sobre meu ano letivo, pensava em como fui tola de só perceber o que havia ao meu lado depois de tantos anos.


Não que fosse tarde demais, mas sentia-me culpada por perder cinco anos sem admirá-lo com o devido interesse.


Porque Ron Weasley era tão genuíno que, não notá-lo era quase como um pecado.


Mas eu estava pronta para mudar isso. 


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