A Seleção



Eduard e O Sr. Sean seguiram para o Beco Diagonal.
A primeira loja que Ed visitou foi a Madame Malkin, roupas para todas as ocasiões, onde tirou as medidas para suas primeiras vestes de Hogwarts.

Em seguida foram para o Empório das Corujas, onde Eduard escolheu uma coruja excepcionalmente rara, totalmente negra, com os olhos âmbar. O menino resolveu nomeá-la Taranis.

Após comprar os livros e materiais necessários para seu primeiro ano letivo em Hogwarts, Eduard e o pai seguiram diretamente para Londres, onde Ed embarcaria no Expresso de Hogwarts.


-Não posso esperar até a partida do trem, Eduard. Passaremos para a Plataforma 9 e ¾ e após seu embarque precisarei voltar ao Beco Diagonal e ir ao Gringotes.

-Tudo bem. Hum... Pai...– Ed exitou por um instante antes de continuar. – A Claire... Vai ficar bem?


Sean fitou o filho por um instante, ponderando se considerava a pergunta impertinente o suficiente para não respondê-la.


-Vai.

-O que o senhor pretende...

-Sem mais perguntas, Eduard. Você vai acabar se atrasando.


Na verdade Eduard estava bem adiantado e, portanto, o argumento do Sr. Sturdt significava um ponto final no assunto. Ed jamais se atreveria a tentar continuar uma conversa uma vez que seu pai resolvera finalizá-la.

Como havia dito que faria, após ajudar Eduard a embarcar junto com o malão e a gaiola de Taranis, Sean se despediu, sem esperar a partida do trem.

O Expresso de Hogwarts ainda estava relativamente vazio, os alunos continavam chegando à plataforma e alguns se despediam dos pais antes de embarcar. Eduard optou por um vagão vazio ao fundo.

Algum tempo depois, com o trem bem mais cheio, já não restavam vagões vazios, e os estudantes começaram a sentar juntos. Um menino que aparentava ter a mesma idade de Ed apareceu à porta, carregando o malão com alguma dificuldade.

-Oi, você se importa que eu fique aqui? O trem está cheio...

-Não, tudo bem. Pode ficar.


A primeira impressão de Eduard sobre o menino que acabara de se acomodar no banco em frente era de ter encontrado uma grande desordem comprimida no espaço de um corpo infantil. O Sr. Sturdt certamente se incomodaria de dividir o vagão com alguém assim, pois o menino parecia um boneco de retalhos coloridos. Tinha um olho de cada cor, um era azul opaco e o outro, castanho intenso.

Seus cabelos eram cor de laranja, na altura do queixo e totalmente sem corte. A camisa preta e o jeans escuro formavam um intenso contraste com seu rosto de um modo geral.


-Hum... Qual é o seu nome?

-Eduard. Eduard Sturdt.

-Prazer. Eu me chamo Teddy Lupin.

-Lupin? Da antiga Ordem da Fênix?

-Oh, sim... Remo Lupin era meu pai. Minha mãe também era da Ordem. – respondeu Teddy com um sorriso franco, porém um pouco triste. – Morreram em combate.

-Sinto muito.

-Não. Tudo bem. Faz bastante tempo...

-Hum...

-E então... Primeiro ano em Hogwarts?

-Uhum.

-Eu também. Estou ansioso pra começar.


Teddy não precisava nem dizer. Estava óbvio que ele estava ansioso e contente por estar indo para Hogwarts.

Eduard não conseguia parar de observar a aparência de Teddy, embora soubesse que devia estar sendo inconveniente.


-Aposto que você tá curioso sobre meus olhos, não é? – Comentou Teddy antes que Ed pudesse perguntar.

-Na verdade, sim... Um pouco...



Eduard estava curioso não somente quanto aos olhos, mas também quanto aos cabelos coloridos.


-Eu sou um metamorfomago. Igual a minha mãe. Ainda tenho alguma dificuldade em mudar a cor dos olhos. Dessa vez ficou um de cada cor, mas até que eu não achei ruim... Acho que vou adotá-los assim se propósito.

-Hum.


Eduard realmente queria demonstrar um pouco mais de interesse, mas nada além de “hum” lhe veio à mente como resposta.

Depois de algum tempo de silêncio, o trem começou a andar.

Quando o carrinho de doces passou, os dois compraram muitas guloseimas e acabaram retomando a conversa, dessa vez bem animada, falando sobre os cartões dos sapos de chocolate que faltavam em suas coleções.


-Olha! Tirei o Salazar Slytherin! – Disse Ed.

-É... Esse é bem raro... Mas, sinceramente, não faço questão de tê-lo na minha coleção.

-Por que?

-Ah, você sabe... A Sonserina e tal...

-Hum...


A animação de Eduard desapareceu junto com seu sorriso e, mais uma vez, a conversa entre os dois se tornou sem graça.

Como estavam se aproximando de Hogwarts, os meninos trocaram as vestes e prepararam a bagagem para o desembarque.

Logo que desceram do trem, foram recebidos por um homem moreno, que usava uma longa capa púrpura. Ele os guiou juntamente com outros calouros para os barcos que os levariam ao castelo.

Um homem de aparência amigável veio recebê-los e orientá-los antes de todos se dirigirem ao Salão Principal, onde o Chapéu Seletor faria a seleção das casas por mais um ano.

-Olá. Meu nome é Robert Fynter. Sou professor de Poções e responsável por guiá-los hoje. Muito prazer. Sejam bem-vindos a Hogwarts.


Após um breve discurso de Fynter sobre o Chapéu Seletor e a escolha das casas, os alunos seguiram para o Salão Principal.

O céu enfeitiçado refletia uma noite clara e pontilhada de estrelas. O professor Fynter se dirigiu até o banquinho onde estava o chapéu, bem em frente à mesa dos professores e começou a chamar os calouros.


-Alithon, Amanda.


Uma menina negra, com olhos grandes e assustados sentou-se no banquinho e o professor Fynter pôs o Chapéu Seletor em sua cabeça.

-Lufa-Lufa!


Os alunos sentados na mesa da Lufa-Lufa deram vivas e bateram palmas enquanto a menina se juntava a eles.


-Breaux, Jonathan.

-Grifinória!


Mais uma vez ouviam-se gritos e aplausos, desta vez, vindos da mesa da Grifinória.

Alguns alunos depois, Teddy foi chamado.


-Lupin, Teddy.

-Grifinória!

-Moghan, Alice.

-Corvinal!

-Nitherghan, Otto.

-Sonserina!


Assim, o Chapéu Seletor foi selecionando cada aluno para uma casa. Até que, finalmente chegou a vez de Eduard.


-Sturdt, Eduard.

-Sonserina!


Não foi surpresa para Eduard. Na verdade, chegava a ser um alívio, porque sabia que seus pais tinham expectativas de que ele fosse selecionado para a Sonserina.

Ao seguir para a mesa da Sonserina, que comemorava a conquista de mais um aluno, Eduard viu que Teddy o olhava com uma expressão em que se misturavam pena e algo que lhe parecia nojo.

Sabendo que acabara de perder um possível amigo, Eduard desviou-se do olhar de Teddy. “No final estamos sós.” – pensou.

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