Capitulo 3. Regras Sangrentas



Bom, não gosto de comentar nada sobre aqueles meses como foram duros, e nem de falar a nossa rotina, a única coisa que posso comentar é que elas eram rígidas, rigorosas, ignorantes, não serviam para nada, só para matarmos de cansaços, e além de dormimos tarde teríamos que acordar cedo, para o dia seguinte ser pior.
Eu ficava de castigo sempre que tentava fugir. Num desses, nunca mais irei esquecê-lo, foi marcante.
“Estava lavando pratos do jantar e a cozinha esta escura, e ninguém estavam lá, apenas eu e as baratas, as baratas e eu, enfim. Pensava na vida, levantei a cabeça e pensei: Como será possível um lugar escuro como esses, cheio de crianças e adolescentes que limpa, passa, esfrega, lava e estar sujo desse jeito”.
Na época não sabia de nada, nem imaginava que estava acontecendo algo, mas olhei para o corredor e imaginei uma mulher toda de preto com cabelos ruivos e uma expressão misteriosa no rosto, carregando um balde cheio de óleo usado de cozinha espalhando pelo corredor. Voltei para a real, e continuei a lavar os pratos sujos.
Houve um tremendo barulho de objetos sendo quebrados, logo uma risada misteriosa vinda do além, eu segui a risada e estava vindo do corredor, minha respiração parou, não enxergava mais nada, no flax antes de dar meu ultimo suspiro pude a mulher de preto com longos cabelos ruivos espalhando óleo sujo de cozinha por todo o corredor, exatamente como eu imaginei.”

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