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La Vie en Rose


Meu nome é Gina Weasley, ou talvez, Riddle. Sim, podem me chamar de Gina Riddle. Aqui eu quero relatar o que aconteceu comigo, alguns anos atrás.

Na época, eu tinha 16 anos. Hoje, tenho 31. O que aconteceu, eu nunca mais esqueci. Lembro-me de uma guerra bruxa, que estava ocorrendo durante o meu sexto ano na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. De um lado, todos nós, a Ordem na Fênix, da qual eu ainda não fazia parte, e do outro, aqueles homens que eu tanto temia, os Comensais da morte, que andavam encapuzados aonde iam, espalhando terror e pânico. Bem, foram tempos difíceis. E não preciso dizer que o bem triunfou, logicamente.

Eu era apenas uma adolescente, uma garota que tinha em mente um futuro brilhante. As coisas não saíram como eu planejava, pelo contrário, saíram até melhores. Isso foi uma das coisas boas que me aconteceu desde aquela data obscura para mim que foi 22 de agosto de 1997. Bem, passou-se algum tempo, mas eu não esqueci mais.

Depois que a guerra fora vencida por nós, as coisas se tranqüilizaram e tudo voltou a ser como sempre fora. Eu continuei a estudar em Hogwarts, porém, como eu era uma aluna brilhante, segundo a professora Minerva, a pedido de meu pai, fui transferida diretamente para o sétimo ano, sempre precisar concluir o sexto, e fiz os N.I.E.M.s mais cedo que o esperado.

O que meus pais tinham em mente, era que eu terminasse logo os estudos para me casar, pois eles tinham em vista um futuro excelente para mim: uma vaga na Academia de Aurores, contatos que me ajudariam a conseguir um emprego no Ministério, e, claro, o mais importante, um excelente rapaz com quem me casar.

Nem preciso dizer que esse rapaz era Harry Potter, o corajoso e exímio rapaz que salvara o mundo bruxo. Bem, o que eu sentia por ele não passava de uma atração platônica estúpida, mas não adiantou mesmo, por mais que eu protestasse, minha opinião não valia. Provavelmente meus pais não queriam mais um de seus filhos trabalhando com dragões em outro país, ou no Gringotes, ou vendendo artefatos inúteis no Beco Diagonal.

Sempre diziam que “era para o meu bem”. Mas eu poderia traçar meu caminho só, agora que era maior de idade.

Eu não amava Harry. Tinha ele como nada mais que um amigo. Mas havia outro rapaz, ou parte desse rapaz que havia sobrevivido aos ataques de Harry, ou que talvez ainda estivesse vivo dentro de mim. Porque eu tenho certeza que esse sim, eu amei. E ainda amo. Mas ele sumiu, foi-se. E eu já superei isso, ainda bem.

Bem, o que realmente me houve, realizou-se no dia 22 de agosto, a grande revira volta na minha vida. Mas devo dizer que a noite do dia 21 foi a melhor da minha vida!

Primeiramente, eu estava no meu quarto, na Toca. Estava arrumando umas coisas velhas, na verdade, não me lembro ao certo o quê. Acho que eram cartas do Tom. Mamãe bateu na porta. Disse que queria falar comigo, eu a deixei entrar. Eram exatamente 19:00 horas de uma noite de sexta feira.

Ela disse que tínhamos muito que conversar. Eu já sabia do que se tratava, com um aceno de varinha eu fechei a porta depois que ela passou, e mamãe assentou-se na cama, e ficou me olhando. Eu ainda me lembro dessa expressão preocupada dela, preocupada e divertida, ela estava bastante feliz.

Gina, querida, tenho uma boa notícia para você.

Neste momento, eu tive certeza do que ela iria falar. Desviei o olhar. O que para ela era uma boa notícia, para mim nem era tanto assim. Eu não estava empolgada com nada que estava me acontecendo, aliás, eu me perguntava o tempo todo o porquê de aquilo tudo estar me importunando na minha juventude, onde minha maior preocupação deveria ser aproveitar a vida. Mas eu não permiti que meus pensamentos e expressões falassem por mim, ou demonstrassem meu sarcasmo. Assenti, e mamãe prosseguiu:

Amanhã Harry virá pedir a sua mão em casamento.

Mamãe deu um sorriso tão grande que eu não tive coragem de brigar com ela, ou protestar. Ela tinha um brilho muito peculiar, que eu certamente nunca teria visto. Após a morte de Fred, essa era a primeira vez que eu a via sorrir. Esbocei um sorriso, muito forçado, para simplesmente não fazer desfeita a ela e a Harry, mas a revolta que gritava dentro do meu peito era muito grande, era quase incontrolável. Por que meus pais tinham que prever a minha vida ao modo deles daquele jeito?

Ok.

Foi só o que eu consegui dizer. Talvez, se eu fizesse alguma coisa para atrapalhar aquele noivado, ou conseguisse fugir dali, encontrar-me com Tom. Meu pais sabiam da minha antiga história com Tom. Quando eu estava no quinto ano, antes de namorar Harry, eu tive um casinho com Tom. E meus pais descobriram. Eles tentaram enfiar na minha cabeça estúpida de adolescente apaixonada que ele era Voldemort, ele era mau, ele não prestava. Mesmo que ainda não fosse Voldemort, por ter apenas 16 anos, essa era uma parte de Tom muito perigosa, que cresceria junto comigo, e tudo voltaria a ser como era antes. Tom Riddle, aquela lembrança do diário, agora era mundialmente conhecido pelos bruxos, como a parte de Tom que nunca poderia ser destruída por possuir um pinguinho de amor. O que eles não sabiam, era que esse amor, Tom nutria por mim. Se soubessem disso, eu provavelmente terminaria em Azkaban, mesmo por não ter culpa de nada. Era por isso que meus pais sempre deixavam isso em segredo, e me proibiam terminantemente de repetir qualquer coisa a respeito.

Mamãe saiu cantando do meu quarto, fechou a porta, e eu fiquei lá dentro com a maior cara de boba, desentendida, enraivecida, enfim. Completamente revoltada. Eu iria tomar uma providência, e já.

Depois do jantar, subi para meu quarto, e tranquei a porta. Iria colocar o plano em prática. Talvez não fosse um plano tão bom, mas era o único que eu possuía. Fui até a janela, a abri, e murmurei para a noite:

Accio Nimbus 2001!

E a minha Nimbus voou até a altura do meu quarto. Modéstia à parte, sempre voei bem. Mas a questão era: para onde eu iria? Eu poderia ficar dando voltas com aquela vassoura por Londres, eu poderia ir encher a cara como qualquer maior de idade em Hogsmeade, e eu poderia tentar encontrar Tom. Eu provavelmente o acharia, só eu sabia seu esconderijo. Ele estava em um hotel trouxa chamado Hair Place Hotel, era um hotel de luxo, e certamente ninguém ficaria interessado em um jovem de 17 anos simples como Tom Riddle. Eu fui até esse hotel, e lá me encontrei com Tom. Ele estava meio pálido, com certeza já sabia do meu noivado com Harry, ele sempre soube de tudo que ocorria comigo.

Tom, eu vim passar a minha última noite de solteira com você. Não pense que eu quero me casar com Harry Potter, mas não há nada que eu possa fazer.

Neste momento, Tom pousou seus lábios no meu de uma forma aconchegante. De uma forma que me fez perceber que aquele era o meu lugar, ao lado dele. De uma forma que me mostrou que Tom era a melhor pessoa do mundo. Muito melhor que Harry, muito melhor do que qualquer um, melhor que toda a minha família. Eu poderia ficar ali com ele, esse tempo todo, na frente da porta do seu quarto de hotel, mas algo me fez parar.

Gina, você deveria casar-se comigo! Mesmo contra a vontade de seus pais!

Eu sabia disso, melhor do que ninguém. Mas eu não consegui dizer para ele. Em vez disso, nós entramos, e começamos a conversar. Meus pais me diziam que Tom era uma má influência, mas enquanto eles não dessem minha falta, estaria tudo bem. Qualquer coisa eu poderia dizer simplesmente que fui dar uma volta. Oras, eu era maior e idade, afinal. E isso era o que mais me chamava a atenção: o fato de eu ser maior de idade. Simplesmente meus pais não poderiam me obrigar a casar com Harry, com quem eles queriam. Essa decisão tinha que partir de mim, não estavam mais no século passado, afinal.

Tom pegou uma garrafa de Whisky de fogo em cima da geladeira e me ofereceu. Aceitei de bom grado, embora não costumasse beber. Sei que neste momento devo ter ficado mais vermelha que meus cabelos, mas me senti melhor, mais aliviada. Caso me casasse mesmo com Harry –e havia grande possibilidade disso acontecer-, eu continuaria me encontrando com Tom. Era ele quem eu amava.

Meus pais nunca chegaram a saber, antes dessa noite, que eu não era virgem. Eu já havia passado uma noite com Tom, poucas semanas atrás, e eles pensavam que eu iria me casar virgem.

Depois de tomar mais três copos de Whisky de fogo, eu estava me sentindo uma nova pessoa. Já nem me lembrava mais do casamento, só pensava em estar novamente com Tom Riddle. Eu sabia o que ele sentia em relação a esse noivado, a essa atitude precipitada de meus pais para me lançarem nos braços de Potter só porque achavam um bom partido. Talvez fosse pela enorme herança que seus pais o deixaram no Gringotes. O motivo eu não sabia ao certo, nunca cheguei a saber.

Nesta noite, me lembro de Tom ter tirado o copo de minha mão e me olhado sensualmente. Merlim, eu nunca conseguiria resistir, mesmo sabendo que era errado. Mesmo sabendo que deveria estar em meu quarto, me preparando para o grande dia. Tom me pegou no colo, de modo que eu ficasse de frente para ele. Nós fomos em direção ao seu quarto, onde ele acendeu um abajur de meia luz, uma luz muito fraquinha que iluminou o ambiente, ou, pelo menos, um pouco dele. Eu podia ver nos olhos de Tom Riddle toda a vontade reprimida que ele tinha de estar comigo de novo. E eu sabia que meus olhos também deveriam estar brilhando de vontade.

Depois do ocorrido, Tom deitou-se do meu lado arfando, e me disse:

Nunca se esqueça de mim, não se esqueça de tudo o que passamos. Eu te amo, Gina.

Essas foram as últimas palavras de Tom que consegui ouvir naquela noite.

Enquanto eu estava no Hair Place Hotel com o suposto assassino dos pais do meu futuro marido, provavelmente na Toca estavam todos muito preocupados. Naturalmente, papai arrombou a porta do meu quarto, e assustou-se com o que viu. Roupas para todo lado, o armário quase vazio, a janela aberta. Nenhum bilhete, nenhum sinal de sua filha. Nada. Eu não vi, mas pelo tanto que sei sobre papai, ele deve ter ficado louco da vida. E, naturalmente, mamãe também. Todos os meus irmãos estavam preocupados. Já era hora de irem atrás de mim, de chamarem aurores, de avisarem Harry.

Eu não tinha idéia da confusão que havia arranjado. Estava encrencada. Era muito grande, a encrenca. A essa altura, eu poderia ficar tranqüila de novo, porque provavelmente, não haveria mais noivado.

Acordei ao lado de Tom, e nós dois fomos tomar um leve café. Haviam frutas, pães, biscoitos. A mesa era farta neste hotel, e havia também leite, café e sucos. Senti falta do suco de abóbora, mas lembrei que estávamos em um hotel trouxa. Foi neste momento que me lembrei do noivado com Harry. Estava marcado para às 15:00 horas, e já eram 14:35. ”Estou frita”, pensei. Não quis preocupar Tom, ou lembrar-lhe o que haveria de acontecer, então eu decidi simplesmente esquecer (de propósito) aquele maldito noivado.

Infelizmente, meu irmão, Ronald, sabia que Tom estava escondido no Hair Place Hotel, provavelmente deveria ter ouvido alguma conversa minha com sua namorada, Hermione, que era a única que sabia do meu caso secreto com Riddle. E óbvio, Ronald contou para meus pais.
Pensaram que os trouxas, obviamente, ficariam assustados com um bando de aurores invadindo o Hotel. Então eles avisaram a polícia trouxa londrina, e um bando deles foi atrás de mim no Hair Place. Eles simplesmente invadiram o lugar, e, claro, sabiam o apartamento de Tom.

Lembro-me de ter visto pela primeira vez, medo, no olhar do meu amado Tom Riddle. Fiquei com pena dele, se nos pegassem, ele seria preso na delegacia dos trouxas, para mais tarde ser capturado por aurores, e mandado à Azkaban. Mas aí lembrei que estavam oferecendo mais de um milhão de galeões para que o levassem vivo até o Ministério, para ser morto na frente de toda a comunidade bruxa. Antes que os policiais trouxas arrombassem a porta, com minha família e Harry atrás deles, eu olhei para Tom, e disse:

Aconteça o que acontecer, eu te amo, Tom.

Tom sorriu. Me deu a impressão de que eram essas as palavras de que ele precisava naquele momento, e eu fiquei feliz por saber reconfortá-lo daquela maneira. Se o matassem, finalmente ele teria paz, depois de tanto sofrimento e perseguição.

Finalmente, os policiais trouxas arrombaram a porta do quarto de Tom, e, por um momento ficaram nos observando, todos eles. Os policiais ao chegaram a entrar, em vez disso, abriram caminho para minha família. Meus pais ficaram me olhando, papai com uma expressão de nojo. Eu trajava apenas uma camisola verde de cetim fino, e Tom apenas um roupão com uma calça por baixo.

Deram uma olhada no apartamento, e minha mãe veio para cima de mim:

Filha...

Meu pai interveio, colocou abruptamente sua mão na frente de mamãe, impedindo a passagem. Ele não disse nada, mas eu vi tanto desapontamento no olhar deles que por um momento, me arrependi de tudo. Mas eu não poderia deixar Tom, não agora, não desse jeito. Meus irmãos olhavam a cena, perplexos.

Achei que meu pai me atacaria, mas ao invés disso, ele voou para cima de Tom.

Seu vagabundo! Não encoste mais um dedo em minha filha, ou eu mato você! Já te avisei para ficar longe dela, não seja tão idiota. Vagabundo, sem vergonha... suma da minha frente...

Tom não se mexeu, pelo contrário. Olhava desafiador para meu pai, motivo esse pelo qual me orgulhei tanto dele. Eu o amava de verdade, eu o queria perto de mim, meu pai não iria impedir isso.

Meu pai deixou Tom e virou-se para mim.

Para casa, Ginevra. AGORA! Lá nós nos entendemos, sua vagabundinha! O que pensou? O que pensou estar fazendo? Nós nos esmeramos para conseguir um futuro excelente para você, e no dia de seu noivado com Harry você vai atrás desse assassino! Fique longe de Tom Riddle, Ginevra! Vamos embora!
Meu pai não me deixou protestar. Me agarrou pelo braço, me arrancou dali. Tentei me libertar, tentei olhar para Tom, nem que fosse pela última vez. Mas não deu. Ouvi Tom dizer:

Não importa o que vocês pensam! Eu amo Gina, eu nunca desistirei dela. Gina, eu te amo!

Meu irmão, Guilherme, o mais velho, não deixou Tom vir atrás de mim. Meteu-lhe um soco no rosto, e eu só pude ouvir o barulho de uma mesa de carvalho rachando-se ao meio. Por um momento me perguntei de Gui não tinha usado algum feitiço contra Tom.

Fui arrastada dali, mas quando levantei a cabeça para olhar para trás, só vi de relance Tom, com o rosto sangrando, e fui atingida por uma pancada forte na cabeça. Então, apaguei. Aquela foi a última vez que vi Tom.

Depois do que pareceram dias, eu consegui acordar. Eram cinco da tarde daquele mesmo dia. Eu havia dormido demais. Levantei-me, estava tonta. A porta do meu quarto estava entreaberta. Parecia que havia ido alguém me ver recentemente. Apareci no degrau da escada, não vi ninguém. A casa estava vazia. Todos tinham ido ao Ministério.

Fui dormir novamente, aquilo era demais para mim.

Quando acordei na manhã seguinte, havia um exemplar do ‘Semanário dos Bruxos’ na minha mesa de cabeceira. Não entendi o porquê de ele estar ali, eu odiava aquele jornal, geralmente só lia o ‘Profeta Diário’.

Peguei-o, assustei-me quando vi o retrato de Tom na primeira página. O título da matéria era: ‘Agora o mundo bruxo volta a respirar em paz’.

A matéria dizia:

O conhecido bruxo das trevas Tom Riddle, capturado por Arthur Weasley, que acaba de ficar milionário, foi morto no dia 22 de agosto, às 18:00 horas da tarde, em frente ao Ministério da Magia, por uma maldição imperdoável lançada por Harry Potter. O garoto, que era a versão jovial de Lord Voldemort, enfrentou, antes de morrer, em um breve duelo, o pai da garota que ele supostamente amava. Arthur ficou levemente ferido, nada grave. Antes de Tom Riddle morrer, ele disse algumas palavras: sei que você não está aqui, mas sei que está pensando em mim, e sei que onde eu for, te levarei comigo. Testemunhas afirmam que ele disse isso para sua ex namorada, Gina Weasley, a única pessoa no mundo que apoiou Tom Riddle. O Ministro da Magia agradece os senhores, por serem pacientes todo esse tempo, e diz, alegremente: Agora o mundo bruxo volta a respirar em paz.

Mal acreditei no que eu vi. Rasguei o jornal e o atirei na parede. Então Tom estava morto, e morrera pensando em mim, murmurando para mim. Era por isso então que minha família não estava presente na tarde anterior, foram presenciar a morte de Tom Riddle.

Então eu desci. Meu rosto estava avermelhado, por causa do choro. Então era isso: tudo estava acabado.

Quando cheguei na sala principal, estavam todos lá, inclusive Harry, Hermione, Fleur, esposa de Gui, Remus e Tonks. Só o que consegui dizer foi:

Parabéns, papai. Parece que o senhor ficou milionário.

Eles todos me encararam, senti um frio na espinha.

Obrigado, Ginevra.

Fui até a cozinha. Tentei me acalmar. Bebi um pouco de água, minha cabeça estava girando...

Pois façam bom proveito dele, todos vocês. Ah, oi Mione.

Hermione acenou, e eu fiz menção de subir de volta ao meu quarto. Mas minha mãe me disse irritada:

Ginevra, não seja infantil. Harry está aqui, veio pedir sua mão.

Eu me virei, ironicamente para Harry e mamãe. Minha mãe tinha um sorriso tão estúpido no rosto, de como quem tinha acabado de vencer mais uma batalha.

Ah, Harry, querido! Fingi, irônica. Deve estar muito feliz com a morte do Tom.

Meu irmão, Guilherme, interveio:

Esqueça essa história, Gina, já era.

Esse era o dia em que eu estava mais revoltada que tudo, queria socar cada um dos presentes. E como não poderia fazer isso com meus pais, pelo menos com meu irmão eu poderia. Caminhei até Guilherme, olhei-o no fundo dos olhos e murmurei:

Para mim ele nunca será passado.

Virei um tapa com toda a força na cara de meu irmão. Ao contrário do que eu imaginava, ele não se voltou contra mim. Pôs a mão no rosto e me encarou, perplexo, enquanto sua esposa irritante interveio:

Olhe como você trrata o meu marrido, sua pirrralha.

Eu me votei contra aquela francesa idiota, estúpida. Ah, que ódio que eu tinha daquela mulher, vontade de acabar com ela.

Uma vez em sua vida medíocre, Fleur Delacour, cale a boca, isso não é assunto seu.

Fleur me olhou com ódio, mas calou-se. Virou-se para frente e seus cabelos loiro platinados caíram graciosamente sobre seus ombros. Todos me olhavam perplexos. Hermione se adiantou:

Gina, vamos conversar?

Não to com raiva de você, Hermione, mas não quero conversar com ninguém.

Hermione pareceu entender, voltou a se sentar ao lado do causador daquilo tudo: seu namorado, Ronald, meu queridíssimo irmão. Durante um momento vacilante, achei que fosse cair no chão. Olhei para todos aqueles presentes ali, aqueles que eu tanto amava, apesar de tudo. Inclusive, olhei para a face vermelha de Guilherme, devido ao tapa que eu o havia dado. Remus e Tonks ficavam calados, juntamente com meus pais.

Harry me disse:

Meu bem, acho que você precisa descansar.

Empurrei Harry para longe de mim. Não queria saber mais dele. Ele havia matado Tom Riddle.

Acho agora, mais do que nunca, que Tom sempre tivera razão. Você não presta, Potter, eu te odeio.

Eu simplesmente cuspi na cara do meu futuro marido, de uma forma tão exasperada que ele forçou-se a se assentar. Ninguém mais se atreveu a me dirigir a palavra, na verdade, eles queriam distância de mim.

Jorge, meu outro irmão, pousou a mão carinhosamente no meu ombro, e aquelas palavras que ele me disse me feriram mais que tudo.

Gina, a decisão é sua. Você decidiu passar por isso, sabendo que era errado. Amanhã cedo estaremos todos partindo para uma vida nova. Vamos morar na França, em uma mansão perto da casa dos pais de Fleur. Espero que venha conosco. Caso contrário, sinto muito.

Senti as lágrimas novamente rolarem sobre meu rosto. Abracei meu irmão, mesmo ele não estando do meu lado.

Gina, você vem conosco amanhã. disse meu pai.

Ele disse isso decidido demais, eu seria forçada a ir. Mas eu não iria. Eu jurei que não.

Eu odeio vocês! ODEIO! QUERIA QUE ESTIVESSEM MORTOS! Me deixem em paz!

Eu corri para meu quarto, me tranquei, e comecei a chorar, compulsivamente. A repulsa que todos eles me causavam agora era enorme, tão grande que eu preferi não sair do meu quarto até a manhã seguinte, onde os veria partir e logo me mudaria para a Mansão Black, onde Sirius morara antes de partir. Eu tive certeza de que se Sirius estivesse vivo, ele ficaria do meu lado. Não por ser um excêntrico, mas por ser homem de verdade para apoiar minhas decisões, mesmo sendo erradas. A vida era minha, afinal.

Quando acordei na manhã seguinte, vi a casa vazia. Então, eles já haviam partido. Sem sinal, sem bilhete. E eu nunca mais o veria. Era melhor assim mesmo, aliás, eu achava melhor.

Peguei minhas coisas, minha varinha, e tratei de sumir dali. Acho que fiz a coisa certa. Fui morar na casa do Sirius, como havia dito, e logo melhorei de vida. Formei-me na Academia de Aurores e, certa manhã, tive uma surpresa.

Uma vez, Tom havia me dito que havia uma parte dele viva em mim, mas eu não sabia que essa parte poderia viver como eu, de verdade.

Por isso perguntei ao rapaz que se encontrava em cima da minha cama na Mansão Black:

Como você veio parar aqui?

Isso realmente importa? respondeu Tom.

Eu sorri para ele, ele sorriu para mim. O que aconteceu eu não sei, nem nunca achei nenhuma explicação plausível, talvez Harry não o matara, talvez ele sobrevivera de algum modo, talvez a parte dele viva em mim tivesse ganhado vida. Tom me disse brincando certa vez, que eu era a oitava horcrux, e eu sorri em resposta. Talvez eu fosse, talvez não. O que importava era que ele estava ao meu lado, e que juntos, estávamos prontos para uma nova vida.

Fim!

N/A: Essa fic foi feita em uma tarde de quarta feira, na qual eu não tinha o que fazer. E me veio a fic todinha na cabeça! Espero que gostem, comentem, por favor! *cara do gatinho do sherk*.
Isso me faz feliz! :D
Eu decdi escrever sobre esse shipper porque é lindo de morrer!
Beijos con sabón ;*

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