Único



Aquela tarde de verão ficaria gravada na memória de Ginny pelo resto dos seus dias. Ela morava com seu marido, Harry, e não tinha mais nenhum parente vivo. Nem mesmo Rony.

Havia acabado de chegar do trabalho, depois de um dia cansativo e monótono.

- Harry! Harry, cheguei!

Geralmente, Harry respondia a esposa, coisa que desta vez não aconteceu. Ela achou realmente esquisito, afinal, para onde Harry poderia ter ido?

- Harry! Cadê você, meu bem?

Ela subiu para o segundo patamar, cautelosa. Quando Harry saía, sempre deixava um bilhete em algum lugar, até mesmo para dizer um “até logo, amor”. Mas desta vez fora diferente.

Onde estaria o bilhete?

Talvez não havia bilhete desta vez.

A ruiva deu de ombros e tirou o casaco despreocupadamente, pendurando-o no cabide que ficava no fim do corredor.

Chamou pelo marido de novo:

- Harry?!

Esperava ouvir algum barulho vindo da cozinha, ou alguma panela caindo no chão, como ela costume quando Harry tentava cozinhar, ou um barulho da geladeira sendo aberta, ou até mesmo o som dos passos de Harry no andar inferior.

- Amor... ?

Esperava que ele surgisse de algum lugar, de repente, com um buquê de lírios brancos brotando da varinha, rindo, e dizendo: “como foi no trabalho?”.

Mas não. Isso não aconteceu.

Ela caminhou até o quarto, onde o casal dormia. A porta estava fechada, ela, cautelosa, abriu-a e adentrou no recinto iluminado pela lua cheia.

- Harry, cadê você?

Nenhuma resposta.

- Certo, Harry, pare com essa brincadeira boba! – riu.

Caminhou até o outro lado do quarto, e teve um choque quando viu o marido caído de bruços ali. O rosto roxo, parecia que estivera há muito sem ar.

Ela prendeu a respiração.

- Harry? – haviam lágrimas brotando nos seus olhos verdes. – Harry, fala comigo, amor!

Ela adiava o máximo possível a realidade.

Delicadamente, pousou suas mãos alvas sobre o pescoço do marido, e deu um berro quando viu que ele estava gelado. Provavelmente havia morrido há horas.

- NÃO! Harry? Harry? Não me deixe assim, amor, você é tudo o que eu tenho! Harry?! Harry! Harry, por favor...

Infelizmente, Harry não respondeu.

De algum lugar distante, provavelmente, Ginny sabia que Harry poderia vê-la. Agora ela estava sozinha no mundo.

- Eu te amo, Harry...

Ela fechou os olhos verdes de Harry com suas mãos, mal acreditando naquilo.

Ergueu o corpo de Harry com a varinha, e o colocou em cima da cama.

Caminhou até a janela, com lágrimas manchando sua blusa de cetim branca. Mas havia alguma coisa em cima do criado mudo de Ginny.

Era lírios brancos, dados por Harry ainda naquela manhã.

Fim.




Espero que gostem ;D
:*

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