...tudo mudasse
É incrível como eu não cansava daquela visão. O rosto adormecido banhado por fracos raios de sol que entravam pela cortina branca. O cabelo rubro entrando em furioso contraste com a tonalidade creme da fronha do travesseiro. Os intempestivos olhos verdes fechados com tanta tranqüilidade que eu não conseguia deixar que um largo sorriso se espalhasse pelo meu rosto.
Lembro da primeira vez que ela dormiu nos meus braços no primeiro dia do ano. Lembro da sensação de estar completo, do seu calor me aquecendo. Mesmo depois de três meses a euforia de tê-la ainda me contagiava a cada momento. Desde um breve abraço a um beijo repleto de luxúria.
Os NIEM’s estavam muito próximos e a minha ruiva estava cada vez mais neurótica com os estudos, então os nossos encontros noturnos ficavam cada vez mais raros. Se eu não tivesse praticamente seqüestrado ela da biblioteca com certeza não a teria nos meus braços agora.
-Bom dia! Disse Lily com um breve sorriso se espreguiçando.
-Bom dia, amor – Falei dando um selinho nela – Dormiu bem?
-Tem como dormir mal do seu lado? Perguntou ela me abraçando – Ainda bem que hoje é sábado.
-É sim – Concordei sorrindo a beijando com carinho.
Passamos mais um tempo lá só curtindo a companhia do outro ate a Lily dizer que já estava ficando tarde e queria estudar. Concordei bem contrariado e fomos andando pelos corredores abraçados. Quando chegamos ao salão comunal a Barbara pulou do sofá que ate então estava sentada e correu ate a Lily. Nós não tivemos nem tempo de nos despedir, porque a Babs arrastou a Lily com tudo para o dormitório.
Eu ri do modo afoito da Barbara às vezes era ate difícil lembrar que ela namorava o Remus que sempre era tão calmo. Mas, eu sei o quanto eles eram felizes juntos. No quanto o Remus estava mais calmo nas luas cheias principalmente na hora de enfrentar as dores do dia seguinte, a Barbara sempre estava lá para fazer carinho e dar apoio.
-Ola marotos! Cumprimentei alegremente, mas estranhei o fato deles não responder – Aconteceu alguma coisa?
-Responde Sirius – Mandou Remus e eu comecei a ficar preocupado.
-Você brigou com a Lene? Perguntei solidário. Eu sei o quanto é ruim brigar com a namorada.
-Eu traí a Marlene – Falou o Sirius e eu me sentei olhando para ele abismado –
Não me olha assim. Vai dizer que você nunca achou outra garota bonita além da Lily e não imaginou como seria ficar com ela?
-Claro que já imaginei, mas não arriscaria nunca o meu namoro por uma ficada – Respondi reprovando o seu ato.
-Foi só uma fez ta? Falou o Sirius tentando se convencer – Não vai acontecer novamente.
-É bom mesmo Sirius – Disse Remus levantando – A Marlene não merece isso.
Narrado em terceira pessoa
-Nossa Babs! Exclamou Lily passando a mão pelo braço – Posso saber o que aconteceu?
-Lily – Chamou a Marlene com cara de choro – A minha menstruação ta atrasada há duas semanas.
-Vocês não se cuidam não? Perguntou Sakura abismada.
-Aconteceu, Lily – Disse Marlene entre soluços.
-Isso não é desculpa Marlene – Falou Lily nervosa – Meu merlin, isso vai mudar a vida de vocês se confirmado.
-Lily, briga com a Lene depois – Pediu Barbara com pena da amiga.
-É lógico que eu vou brigar, ela tem que ter a mínima idéia da burrada que vez
– Disse Lily passando a mão pelo rosto – Eu vou falar pedir ao Slughorn uma ordem para entrar na ala restrita da biblioteca lá deve ter alguma poção que possa confirmar as nossas suspeitas.
-Brigada, Lily – Pediu Marlene abraçando a ruiva.
-Não se preocupa amiga...eu e a Barbara vamos ta sempre com você – Disse Lily e Barbara se juntou no abraço formando um abraço triplo.
-James, eu posso falar com você – Pediu Lily batendo na porta do dormitório masculino do sétimo ano.
-Pode entrar – Gritou Remus e Lily o fez.
-Como vocês conseguem viver nessa bagunça? Perguntou Lily olhando chocada para o chão do dormitório todo cheio de roupas que ela não conseguiu definir se estavam limpas ou sujas.
-Oi amor – Cumprimentou James saindo do banheiro só com calça do uniforme e os cabelos molhados.
-Oi Jay – Cumprimentou Lily tentando manter o foco –Será que posso falar com você a sós?
-Minha deixa – Falou Remus rindo e saindo do dormitório deixando o casal sozinho.
-Hum! Posso saber o que a senhorita quer de mim? Perguntou James se aproximando com passos lentos da namorada.
-Eu preciso de uma ajudinha sua – Respondeu ela – Eu quero que você pegue esses ingredientes no estoque de poções do Slughorn.
-Só isso? Perguntou James pegando o pergaminho com alguns nomes conhecidos dele – Pra que você precisa?
-Problemas femininos – Respondeu Lily tentando enganar o namorado.
-Amor, mas poção para cólica não se consegue na enfermaria? Questionou James e Lily olhou para ele com carinho.
-Não é exatamente esse tipo de problema querido – Disse Lily ficando corada.
-Ah! É para a poção anticoncepcional, certo? Perguntou James com um sorriso malicioso.
-É exatamente para isso – Concordou Lily agradecendo a desculpa.
-Então te trago isso em meia hora – Falou James a puxando pela cintura colando seus corpos.
-Pervertido – Disse Lily rindo antes de beijá-lo com carinho.
-À noite eu quero conversar com você – Falou James ainda abraçado com a namorada.
-Ta certo – Respondeu Lily sem nem pensar direito na proposta dele – Agora vai pegar os ingredientes.
James assim como prometido voltou rápido com os ingredientes. A poção era fácil de fazer, pelo jeito os criadores já podiam imaginar a necessidade das pessoas que a usariam.
-Ela esta pronta. Se ficar azul você está grávida e se ficar vermelha – Explicou Lily tentando parecer calma – Só é preciso que você derrube duas gotas de sangue e pronto.
Marlene suspirou pesadamente e fez um pequeno furo no dedo deixando cair na poção exatamente duas gotas do seu sangue. Segundos se arrastaram lentamente e as três prenderam a respiração no mesmo instante. A poção ganhou uma forte coloração azul.
-Eu..eu vou falar com o Sirius – Anunciou Marlene saindo do quarto atordoada.
-Você acha que ele vai reagir bem? Perguntou Barbara preocupada.
-Não sei, mas eu sinto que algo ruim vai acontecer – Respondeu Lily sentindo um aperto no coração.
E realmente aconteceu. Em menos de meia hora Marlene apareceu no dormitório aos prantos. Lily e Barbara foram ao seu encontro abraçando a morena com força ate que ela começou a se acalmar.
-O que aconteceu, Lene? Perguntou Barbara incerta – Ele não aceitou bem a noticia?
-Eu não cheguei a contar – Falou Marlene tentando controlar a imensa vontade de chorar – Quando eu o entrei para contar ele estava se atracando com uma garota da corvinal.
-E o que você fez? Perguntou Lily chocada.
-Falei umas verdades e sai de lá antes que desabasse ali na frente deles – Respondeu Lene se deitando – Vocês podem me deixar um pouco sozinha?
-Claro querida! – Respondeu Lily enrolando ela – Qualquer coisa é só chamar.
As duas saíram do dormitório e antes que Lily pudesse dizer alguma coisa Barbara pegou sua mão e a arrastou para o dormitório masculino do sétimo ano. Sem bater na porta Barbara entraram com tudo encontrando Sirius sentado na cama escondendo o rosto com as mãos, Remus em pé, James sentado em sua cama na frente do outro moreno e Peter comendo. Assim que Sirius levantou o rosto para ver quem entrará Barbara deu uma bofetada na sua cara.
-Você é um completo idiota. Você faz idéia que acabou de magoar uma pessoa muito especial? Perguntou Barbara fazendo todos do quarto a olharem assustados – Mas, sabe o que é que me acalma, Black, é saber que por mais difícil que seja no momento uma hora ela vai te esquecer, e sabe por quê? Porque você fez questão de ser apenas mais um na vida dela, um que a magoou de forma terrível, mas apenas mais um que quando sair da escola ela nem vai lembrar o nome. E você Lupin vamos que eu quero ter uma conversa seria com o senhor!
Remus como um rapaz inteligente e que preza a vida seguiu a namorada raivosa. O quarto caiu em um silêncio mortal após a saída do casal.
-Vai me bater também? Perguntou Sirius em tom rouco olhando para o chão.
-Não. Eu sei que você ainda vai se arrepender e muito por essa escolha – Respondeu Lily o olhando com firmeza sem demonstrar qualquer sentimento.
-Lily, porque a gente não deixa o Almofadinha pensar? A gente tem o que conversar – Falou James passando a mão pelo ombro da ruiva a tirando do dormitório.
Narrado por Lily
-A Marlene está bem? Perguntou James quando chegamos à sala precisa.
-Não, mas eu espero realmente que ela fique – Respondi segurando sua mão – Mas, o que era de tão importante que você tinha pra falar para mim?
O James perdeu a expressão amigável de sempre e ficou serio me assustando. Então ele começou a relatar. Contou desde a morte da sua irmã ate o motivo que o levou a sair de Durmstrang. Ele explicou calmamente sobre a Ordem da Fênix e seu papel nela e no fim do seu relato a ruiva já o estava abraçando com ele chorando pelas dores que não pode evitar que ele sentisse.
-Eu sei que eu demorei muito pra te contar toda a verdade – Falou James parecendo estar interpretando mal a minha reação.
-Você falou quando achei que era o momento certo, eu te amo – Falei o beijado com carinho.
-Só que não é só isso – Comentou James se soltando do meu abraço levantando do sofá que ate então estávamos sentados – Para me deixaram sair da escola no sexto ano eu tive que fazer um acordo, eu vinha cursar o último ano aqui em Hogwarts e voltaria para a escola de aurores de lá e passaria um ano em serviço ao ministério da Bulgária.
-Você vai ter que voltar? Perguntei levantando em um pulo quando as palavras chegaram ao meu ouvido – E nós?
-Lil, eu no posso simplesmente pedir para você me esperar, mas você não quer vim comigo? Perguntou James me encarando com os olhos suplicantes – Tem uma ótima escola para medi bruxos, e a gente ficaria juntos, apesar do frio a Bulgária pode ser ate um lugar bom de morar. Nós mandaríamos cartas para os marotos e as meninas e marcaríamos de nos encontrar e...
-James, você ta me chamando para morar com você? Perguntei sentindo um pequeno sorriso surgir aos poucos no meu rosto.
-Bem...se você quiser – Falou James corando um pouco e eu o abracei.
Poderia gritar naquele momento que tudo que eu mais queria era ir morar com ele seja aonde for, mas a Marlene estava em um momento que mais precisaria de mim.
-Eu posso pensar? Perguntei sorrindo de leve.
-O tempo que for preciso – Respondeu James acariciando de leve a minha bochecha.
Passamos mais alguns minutos lá nos encaramos ate que eu me despedi dizendo que ia ver como a Lene estava. Subi as escadas pensativas e ao entrar no dormitório encontrei Barbara e Marlene deitadas na cama da última.
-Como você está? Perguntei deitando com elas.
-Um pouco em choque. Mandei uma coruja pedindo para minha mãe vim ate Hogsmeade e fui me encontrar com ela...cheguei a pouco – Respondeu Marlene.
-E como ela reagiu? Perguntei olhando para o teto.
-Nenhuma mãe gosta de ver a filha grávida em plenos 17 anos. Ela brigou comigo e aposto que vai me deserdar – Respondeu Lene em tom choroso – Mas, a minha tia Eunice prometeu me ajudar. Ela não tem filhos e mora no interior da Inglaterra, acho que vai ser perfeito para mim.
-O James me chamou para morar com ele na Bulgária, ele vai precisar passar um tempo lá – Contei triste por minha amiga – Eu falei que ia pensar, mas eu não poderia deixar você sozinha quando mais você precisa de mim, Lene.
-Ei, pode parar por ai Lily – Falou Marlene se sentando na cama para nos encarar –Vocês não precisam mudar seus planos por causa de uma burrice minha. E daí que eu to grávida? E daí que o Sirius me traiu? Só eu tenho que arcar com as conseqüências dos meus atos.
-Não mesmo, Lene – Falou Barbara ainda deitada – Você pode ter errado e isso é fato, mas nós somos amigas e estamos aqui para te ajudar.
-Eu quero ajuda e não pena. Vocês às vezes esquecem que são bruxas e que podem aparatar a qualquer hora para me ver, que podem mandar corujas e que existe chave de portal – Falou Marlene olhando para mim e para Barbara com carinho – Eu vou exigir a presença de vocês no meu primeiro dia no médico, para fazer compras ou no chá de bebe, mas eu as quero apenas como visita. Babs, você quer tanto viajar com o Remus pelo mundo bruxo antes de decidir uma profissão. E Lily, eu sei que assim que o James falou da viajem você ficou com vontade de aceitar...então eu quero que você escreva agora para o curso de medi bruxa e vá com ele para a Bulgária.
-Mas...
-Sem nenhum “mas” – Mandou Marlene e quase sorri – Ou por acaso vocês estão me usando como desculpa para não ir por medo?
-Droga! Ela descobriu minha estratégia – Disse Barbara em tom falsamente irritado fazendo o clima descontrair – Pode deixar Lenizita, mesmo longe à gente vai sempre cuidar de você e do nosso sobrinho.
-Eu amo vocês – Declarou Marlene com os olhos cheios de lágrimas. E nós nos abraçamos.
Eu realmente não sei o que me aguardaria na Bulgária, nem o que aconteceria com a Lene e seu bebe e muito mesmo com a Barbara na sua viajem pelo mundo bruxo. Mas, uma coisa é fato, nós usaríamos de aparatação, cartas, lareiras e chaves de portal para nos comunicar. Porque a distancia física é apenas um detalhe para uma grande amizade.
N/a: Quem aguentou ler ate agora pode ficar mais um tempinho lendo né??
hoho
brincadeira
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