A despedida



Deitada, Sofia pensava. Havia acordado há duas horas atrás. O sol já estava nascendo e ela não conseguia dormir, lembrando dos velhos tempos.
Sofia morava em Mônaco, numa pequena cidade chamada Moneghetti. Na verdade, parecia mais um bairro. Era uma boa cidade, famosa por seus jardins grandes, e exóticos. Sofia amava passar pelas praças onde havia todas aquelas flores coloridas e o vento, ah, o vento! O vento Mônaco de outono era o melhor do mundo. Ela fechava os olhos e parecia que falava com o vento, que o controlava. Ela achava tão estranho, mas tão bom! Lembra de um grupo que tocava música celta na praça e ela dançava enquanto eles tocavam. O vento parecia seguir a sua sinfonia, parecia movê-la.
- Mãe? – Sofia chegara a casa – Mãe, hoje eu conversei com o dono da loja e... – Sofia arregalou os olhos e pôs a mão na boca, soltando um leve gritinho. Havia no sofá de sua casa, um homem de uns 4 metros de altura, barba grisalha e mal vestido, sentado ao lado de sua mãe.
Sofia largou a cesta de flores e linho que sua mãe mandara comprar e tentou se conter.
- Filha, esse homem – disse sua mãe gaguejando, quase choramingando – ele... ele quer falar com você.
- Pois bem, aqui estou. Em que posso ajudar o senhor?
- Olá, Senhorita Colder. Meu nome é Hagrid. – Disse estendendo sua grande mão. Sofia tentou cumprimentar, mas sua mão foi quase engolida pela dele. – Estou aqui porque precisamos de sua ajuda.
- M-minha? Olha, se é pra consertar o vidro do visinho, não fui eu, é serio, eu...
- Ei! – Disse interrompendo – Calma, calma garota. Vamos, sente-se
Sofia obedeceu.
- É preciso que tenha muita calma, porque eu vou lhe explicar uma coisa que talvez a choque muito.
Sofia olhou para a mãe, parecia prestes à chorar, como se ela fosse receber a notícia de que alguém na família havia morrido.
- Pois diga-me. Sou forte como uma rocha. – disse seriamente. Mas por dentro, morria de medo.
- Você...é uma bruxa.
- O que? Olha, veio aqui pra me ofender, eu prefiro que vá embora porque...
- Não, você não entendeu. Eu quero dizer que você é uma bruxa, de verdade. Sabe, você é um dos 4 Hogwariors que nós temos que buscar. Vou lhe contar uma história.
Sofia parecia surpresa e ao mesmo tempo dominada por aquela curiosidade que batia dentro de si mesma.
- Há muitos anos atrás, havia um mago muito poderoso. Ele se chamava Voldermort. Havia outro, que era tão poderoso quanto ele, que se chamava Dumbledore. Os dois eram rivais, os bruxos mais fortes do mundo bruxo.
Voldermort possuía domínio sobre dois poderes em especial: fogo e terra.
Dumbledore, Água e ar.
Diz a profecia que quando eles morrem, seus domínios vão para alguém que esteja nascendo no mesmo instante que eles morreram, para perpetuar os poderes da Hogwar.
Você, Sofia, nasceu no mesmo dia em que Dumbledore morreu. No mesmo e exato instante.
- Ah, mas devem haver mais crianças que tenham nascido nesse exato instante – argumentou Sofia, ainda muito assustada como que estava ouvindo.
- Mas você, Sofia, foi escolhida. Você foi escolhida pelos poderes muito antes de nascer. Eu e meus companheiros, precisamos de você. Precisamos dos dois Hogwariors para restaurar o que foi desfeito na terra dos bruxos.
O mundo dos bruxos já não é o mesmo desde que os dois bruxos poderosos morreram.
- Porque eu deveria acreditar na sua palavra?
- Porque eu tenho que levá-la, querendo ou não. Eu prefiro explicar a você a ter que fazer isso à força.
Sofia olhou para a mãe com um ar de reprovação. Como ela deixara que isso acontecesse com sua filhinha sem argumentar nada?
- Vamos então – disse Sofia, erguendo-se do sofá e dirigindo-se até a porta. Olhou para trás, e pelo canto do olho olhou para a mãe que estava em lágrimas. Sofia se conteu, mesmo com sua garganta ardendo, louca para chorar. Mas não chorou.
Hagrid a pôs em sua motocicleta e eles voaram até o mundo bruxo, com o seu velho companheiro batendo em seus cabelos.

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