Capitulo único



Dádiva.

Ele me prende junto de si com seu braço em volta da minha cintura, nossos corpos se colam outra vez, e ele adormece com sua cabeça encostada em minha nuca.
Eu me permito um leve suspiro sonolento, mas ainda não me rendo ao sono. Antes, observo satisfeito o retrato encima da cabeceira. Somos nós. Entre abraços e beijos suaves... Neste dia estávamos na colina sozinhos; aproveitando os doze meses de namoro.

Tudo poderia ter sido tão diferente se... Seu eu não houvesse recusado estupidamente sua ajuda. Ele, em compensação, e lhe agradeço mutuamente até hoje por isso, nunca cansou-se suficientemente de mim para poder por fim desistir e seguir com sua vida.

Quando minha cólera por ele beirava ao ódio cego e destrutivo – ele esteve lá e me mostrou o significado de perdoar. E esquecer...

Quando meus lábios sangravam, apenas para que não me visse chorar – ele esteve lá e me ensinou a ser humano. A suportar a dor, sofrendo. Superando...

Quando minhas dúvidas afligiam... Ele ainda permanecia lá e me acalmava. Cuidava e me alimentava de novas esperanças e de um conforto que jamais havia experimentado antes.

E eu passei a tocá-lo... Como pluma... Retirar alguns fios de cabelo sob seus olhos... Passar meus dedos sobre seu rosto quando vinha com uma expressão melancólica... Sorrir para que sorrisse também e ele sorria. Sorria apenas para mim.

E seus sorrisos, sempre verdadeiros e sentidos, foram me aquecendo... E me aquecendo foram me levando mais para perto de si... E então ele me abraçou e pediu, docemente, para que eu ficasse. Para que não fosse embora...

Não vá para longe de mim, Draco. Por favor... -

E suas palavras partiram como uma brisa, suave, que penetrou em minha pele e uniu-se a algo desconhecido por mim...

Permaneci, porque não poderia deixá-lo.

Minha vida passaria a ter uma razão. E eu me livraria permanentemente da escuridão... Da angustia... Da inexistência.

Você como um guardião me libertou e me ensinou a viver.

A sentir.

A querer.

A poder.

- Dray...

Ele parece despertar manhosamente, comigo antes totalmente absorvido pelas lembranças...

- Volte a dormir, anjo.

Em resposta algum som que não entendo, mas retorna a cochilar me apertando novamente e aquecendo protetoramente minhas costas.

Sinto a sonolência invadir-me por completo. Faz tantos anos que perdi o medo de fechar os olhos...

... Porque aprendi a acreditar que um novo dia sempre estará me esperando.

Junto daquele que deu sentido a tudo isso.

Meu amado,

Harry Potter.



END

Paula-chan

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