- Prólogo - No bosque, á noite

- Prólogo - No bosque, á noite



Acontecesse o que fosse, Donnie não podia parar de correr! O vulto encapuzado ainda a perseguia; era muito veloz; seus pés brancos e pontudos pareciam não tocar o solo. O silencio noturno do bosque foi cortado pelos gritos desesperados da jovem que corria como uma presa diante de um leão faminto. Entre um tropeço e outro, ela se levantava rapidamente e seguia o que parecia ser uma trilha camuflada na escuridão. Quando o vulto conseguia se aproximar dela, sussurrava em seu ouvido: ninguém foge de mim...
A sua voz fazia todos os fios de cabelo da nuca e das costas de Donnie ficarem de pé; quando já não agüentava mais correr, a raiz de uma árvore saltada do solo a fez tropeçar e cair de boca no chão úmido pelo orvalho da noite. O Vulto se pos de pé em sua frente e mais três surgiram ao seu redor. Donnie estava cercara, incapaz de fugir e se gritasse, quem ouviria? E se alguém ouvisse, poderia salva-la daquelas quatro figuras fantasmagóricas?
Donnie continuou sentada no chão. Uma mão no joelho ferido e outra na boca cheia de sangue;
- O QUE VOCÊ QUER? ME DEIXA EM PAZ! – berrou ela, reunindo em si toda a raiva que estava sentindo naquele momento.
- Silencio! – urrou o comensal á direita da garota, dando um passo para a frente.
- que tolinha... – disse uma voz feminina vinda do outro vulto encapuzado; Donnie pode constatar que era uma mulher.
O Vulto maior finalmente pousou seus pés brancos no gramado seco, e tirando o capuz, revelou um rosto deformado, branco como a neve, olhos vermelhos e sem nariz, parecia albino. Donnie segurou um grito de pavor. Era ele!
- Olá querida Donnie... Como você está?
Donnie não respondeu, mas seus olhos continuavam colados nos de Voldemort.
- responda! – urrou novamente o comensal á direita. Voldemort o fitou com censura, e na mesma hora ele se afastou.
- não preciso da sua resposta! Apenas de um pequeno favor seu! – disse Voldemort voltando sua atenção para a garota.
Donnie arregalou ainda mais os olhos.
- o que... o que você quer?
Voldemort se ajoelhou e segurou Donnie pelos ombros. Os três comensais restantes se aproximaram e começaram á cochichar.
- mate Potter...
Donnie empurrou Voldemort para o lado e disparou a correr novamente.
- PETRIFICUS TOTALLIUS!! – bradou Lúcio Malfoy
Donnie deu um grito agudo e caiu dura no chão. Belatrix Lestrange ajudou Voldemort á se levantar. Aproximando-se do corpo feminino imóvel no chão, Voldemort á cutucou com o pé frio.
- vai fazer exatamente o que eu mandar, garota! – disse ele suavemente.
Donnie conseguia movimentar apenas os olhos. Ficou ali deitada, sem conseguir se mexer, olhando para os três comensais e seu líder a fitarem com nojo e desprezo. O Bosque escuro silenciou novamente. O ultimo som á ser ouvido foi o estalar de uma aparatação, e então tudo ficou silencioso novamente.


Naquela noite, Donnie teve um sonho estranho: Belatrix havia estuporado sua irmã gêmea Lindsay e trancado a garota no porão da Mansão Malfoy; Agora Belatrix estava colocando todas as roupas de Lindsay no seu malão de Hogwarts e colocando o uniforme da escola na própria Donnie.
- estás uma donzela! – disse Belatrix desdenhosamente, apertando a gravata da grifinória no pescoço da garota imóvel.
Por um segundo, Donnie conseguiu movimentar a língua, e dificultosamente conseguiu falar:
- o que estão fazendo?
- você vai pra Hogwarts no lugar da sua irmã gêmea!
- como? Eu não posso! Eu sou uma...
- vampira, eu sei! E é por isso que o mestre te recrutou para nosso grupo! Você irá matar Potter para nós! Aliás, coloque o sangue dele aqui. – informou Belatrix, colocando um potinho de plástico no bolso das vestes da menina.
- loucos! Acham mesmo que eu irei mata-lo!? Jamais!
- então acho que vou me divertir muito usando a Cruciatos na sua irmãzinha!
Donnie fitou Belatrix com horror. A Comensal lançou á ela um sorriso obsceno. Lúcio entrou no quarto de sopetão, chutando a porta.
- ela já está pronta Bela? A Maldita maria – fumaça já vai sair!
- um segundo Lúcio – Belatrix colocou o gato cinzento de Lindsay na caixinha para animais e fechou a portinhola.
Lúcio e Belatrix se colocaram á frente da garota e compararam Donnie com uma foto de Lindsay;
- idênticas – sussurrou ele.
- ninguém suspeitaria... – riu-se Belatrix.
No minuto seguinte, Donnie estava dentro de uma das cabines do Expresso Hogwarts. Antes de sair, porém, Belatrix deu uma última olhada em Donnie: a garota estava afundada no assento estofado.
- manteremos contato – disse Lestrange, e saiu de mansinho, fechando a porta da cabine com um baque surdo, cuidando para não ser reconhecida.
O Trem apitou novamente, e logo já estava percorrendo os trilhos entre os campos verdes, rumo á Hogwarts.

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