Capitulo 7 – Verdades

Capitulo 7 – Verdades

Acordou calmamente no recinto. Lençóis vermelhos contrastando com as paredes brancas. Definitivamente não estava em Hogwarts. Fleches da noite passada veio à sua cabeça e finalmente entendeu o que se passava, no seu lado da cama estava o loiro dormindo tranqüilamente. Johnny como sempre conseguia tirar tudo que quisesse dela, mesmo ela não querendo.

Se levantou e vestiu suas roupas e foi embora, dentre 25 minutos seria a café da manha pros alunos e ela tinha que estar lá. Aparatou nos portões de Hogwarts e seguiu para seu quarto. Estava cansada, mas em condições de dar aula. Entrou no seu quarto e resolveu tomar um banho, depois de relaxada se vestiu e foi pro Salão Principal. Neville olhou feio pra ela como se adivinhando que ela tinha chegado agora.

Sorriu como se nada tivesse acontecido, ela era boa nisso, sempre foi uma atriz, sua vida inteira ficou interpretando papeis. A vida é um teatro, a beleza que se vê não é real, as pessoas lá só interpretam, que mostram quem é realmente.

E assim seguiu a semana inteira.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

O ruivo chegou devagarzinho por trás de um Mione distraída olhando a janela da casa deles. Ela ainda estava de camisola e nem um pouquinho de vontade pra trabalhar.

– Você está bem? – perguntou Ron abraçando sua cintura.

– Estou sim, só estou cansada, nada de mais. – De Hermione se virando pra ele e beijando-lhe os lábios.

– Espero que esteja falando a verdade. Quer conversar sobre isso??

– Não, ainda não estou pronta. Vou em Hogwarts, quero falar com Bonnie. Talvez poder ver nossos filhos.

– Eu te amo, Mione, nunca se esqueça disso.

– Eu nunca vou me esquecer, eu te amei desde que te vi, nunca tinha lidado muito bem com sentimentos, nem você, lembra que brigávamos o tempo todo... – disse ela sorrindo e abraçando ele.

– Ainda brigamos, mas fazer as pazes agora é bem mais empolgante. – disse malicioso.

– Ron! – repreendeu, apesar de sorrir.

– Seja o que esteja passando nessa sua cabecinha confusa, saiba que sempre estarei aqui pra você, pode me falar o que quiser.

– Eu sei. Mas não quero conversar agora...

– O que quer fazer então? – disse Ron sugestivo.

– Algo que não seja necessário palavras... – sorriu maliciosa levando-o pro quarto.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Alvo estava aproveitando o tempo livre das aulas para descansar nos jardins da escola. Estava com muitas coisas na cabeça, no momento o que mais lhe perturbava era a amizade da sua Prima Rose com o jovem Malfoy.

Estava tão concentrado que não reparou que um ruivo vinha na sua direção e se sentou ao seu lado.

– Como você está Al?? – perguntou Hugo. Ele estava visivelmente preocupado e não passou despercebido por Alvo.

– Não muito bem, e pelo que vejo, nem você...

– Pois é, tem tantas coisas acontecendo, fica difícil assimilar tudo de uma vez só.

– Sua irmã?

– Ela mesma... Acho que ela gosta daquela Barbie ambulante, isso não me agrada... Eu... também estou gostando de uma garota, mas acho que ela nem sequer sabe que existo.

– Não fica assim cara... Eu também to tentando relevar em questão da Rose porque quero vê-la feliz, mas não é fácil ver ela andando com o inimigo.

– Nem sabemos se ele é mesmo o inimigo.

– Espero que não seja...

– Posso conversar com você, Alvo? – disse uma voz feminina atrás dos garotos, se viraram e viram a bela morena Bonnie.

– Eu já estava indo mesmo... – Disse Hugo se Levantando e indo embora.

Bonnie sem esperar convite se sentou ao lado de Alvo, ele estava evitando falar com ela, pois sempre que a via se lembrava da cena que viu no quarto dela. Ficou calado por alguns minutos, ela era cautelosa quanto tocava em certos assuntos.

– Por onde começo?? – disse ela.

– Desculpa... – disse ele com a cabeça baixa.

– Pelo que exatamente? – disse ela com um semblante serio, apesar de conter o riso.

– Por ter invadido seu quarto, e ter permanecido pra ver... ver certas coisas que eu não podia. Ter desrespeitado sua privacidade...

– Parece que tem pensado bastante nisso ultimamente.

– Sabia que uma hora viria pedir explicações. – disse ele ainda sem olhar pra ela.

– Na verdade não vim falar disso, queria apenas lhe disser que logo reabrirei o clube de duelos e queria que fosse o responsável para a organização, mas já que entrou nesse assunto a única coisa que lhe digo é que está perdoado. – disse ela sorrindo.

– Clube de Duelos??

– Exatamente... Devo abri-lo dentre dois meses, se não tiver nenhum imprevisto.

– Ahnn... Ok então.

– Quanto for começar projeto quero que esteja livre. Nada de Quadribol durante a temporada, não quero que fique chateado nem nada, só quero que se entregue nesta função, também vou resignar Rose e Scorpions, pedirei ajuda também ao professor Neville... – nessa hora Alvo fechou a cara – É impressão minha ou você tem algo contra seu professor?

– Não, eu não tenho nada. Eu sou não estou num dia bom...

– Se houver alguma coisa que eu possa ajudar é só me falar, não tenha medo ou vergonha, já passei por muitas coisas e sei que nada pode se resolver completamente sozinho. E quero que esqueça isso que está sentindo por mim...

– Como sabe...? – Alvo se virou pra ela quando ela disse essas palavras.

– Já passei por isso, me encantei com um professor e esse sentimento foi minha ruína, só estou te protegendo, quero que entenda e esqueça isso.

– Se eu não quiser esquecer...

– Um terá que esquecer... Agora tenho que ir. Bons estudos! – disse isso e saiu em direção ao castelo. Alvo ficou pensativo, mas depois seguiu o mesmo rumo.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

– Algumas coisas não mudam, por mais que você queira que acabe, elas nunca se vão completamente. O passado sempre volta.

– Você só fez escolhas erradas, se deixou levar novamente.

– Eu não consigo, eu quero parar, mas não consigo.

– Não se prenda pelos seus erros do passado, ou acabará sucumbindo a eles. Bonnie...

– Eu sei Antonio, eu sei...

– Ele está lá? – perguntou cauteloso.

– Ele sempre está...

Bonnie se lembrou da conversa que teve há uma semana com a visita inesperada de seu padre. Ele apareceu em Hogsmead logo depois que ela esteve com Johnny, ela se sentiu imensamente culpada em vê-lo e sabia que não conseguiria esconder nada dele. Conto-lhe tudo que havia acontecido e como se sentia, contou sobre Neville e como lhe fazia bem...

O padre lhe fez querer voltar para Veneza, começar uma vida nova e esquecer o passado. Só que o passado vivia nela, na sua mente, sempre para lembrá-la de quem era. Sentiu-se mal, mas ela não podia evitar.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Robert Antony Mcdowdy, professor de Devesa Contra Artes das Trevas, assassinado dia 17 de dezembro, jazia morto por uma Maldição imperdoável. Não se saber o motivo do assassinato, mas sabe-se que foi depois de uma relação sexual com uma mulher desconhecida, provável assassina do mesmo. Investigação corre normalmente sem nenhuma novidade.

Rony terminou de escrever o pequeno relatório cansado, havia trabalhado o dia inteiro e estava muito exausto. Enviou o relatório para o ministro e aparatou na sua casa. Já era nove da noite e estranhou ao ver Hermione dormindo, tomou seu banho e se juntou a ela. Dormindo um sono solto.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

9 da noite.

Olhou pela janela e pode ver alguns moradores de Hogsmead andando pelas ruas iluminadas por mágica. Voltou para o quarto silenciosamente. Era pra ela chegar a qualquer momento. Mas estava atrasada uma hora, ele sempre odiou atrasos. Ficou deitado na cama pensando em Bonnie, tudo que viveu com ela, e como ela o traíra. Ainda tinha a cicatriz de onde havia sido atingido no peito com o punhal e um dia ele a presenteou.

Foi por muito pouco que ele conseguiu escapar, quase viu a face da morte. Ele queria muito encontrá-la e demorou anos para isso, mas jamais esqueceria a traição.

Ele só conseguiu ter tempo pra dar um ultimo suspiro antes do punhal atirado fincasse no seu peito. Estava brigando com Ron e no segundo seguinte estava atirado no chão jorrando sangue. Estava muito magoado com sua Morgan, nunca esperou nada disso vindo dela. Sabia que ela o amava, mas tentar matá-lo, jamais passou por sua mente.

Seu peito doía muito, o sangue não parava. Não se movia, não sentia mais nada, só aquela dor insuportável. Viu ela se aproximar e selar os lábios no dele. Sentiu-a afundar o punhal ainda mais no peito dele. Ela chorava, ele viu.

– Eu te amei tanto, Johnny, mas tanto. Eu só queria um pouco de carinho... Era pedir demais? Achou mesmo que eu ia estragar a vida da única pessoa que realmente quis ser minha amiga? Você não merece perdão! Maldito seja o dia que você entrou em minha vida. Você riu quando eu disse que te amava, ria mais, pois digo ainda que te amo!

Ele não agüentava ouvir aquilo, ele também a amava, mas será que ela não entendia que ele também amava Hermione. Por que ela fez isso? Ela retirou o punhal liberando ainda mais o sangue e manchando sua roupa. Ela lambeu o sangue que havia caído na mão dela.

– Apesar de tudo você ainda viverá dentro de mim. Seu sangue continuará em minhas veia pulsando em meu coração.

Ela cortou um pouco seu lábio e assim fez com ela. Selando o que devia ser o ultimo beijo.

– Você conseguiu destruir minha vida, só eu tinha o direito de destruir a sua! Você levou um parte de mim que nunca mais quero ser...

A partir daquela frase tudo ficou escuro. Acordou numa cama em um quarto completamente desconhecido, uma mulher loira entrou e cuidou dos curativos dele. Ele não entendeu praticamente nada.

Saiu dos seus devaneios quando ouviu a campainha tocar. Bonnie havia chegado.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Neville estava confuso, Bonnie estava o atiçando cada dia mais. Ele já não conseguia mais se controlar. Um dia ele estava tomando banho e ela entrou debaixo do chuveiro com ele. Ele bem que tentou evitá-la, mas foi impossível, aquela paixão estava indo longe demais.

Esperava sua esposa no Três Vassouras. Estava nervoso, mas tinha que resolver essa historia. Viu sua esposa Anna chegar, começou a ficar em pânico, precisava explicar as coisas pra ele, ele sempre foi verdadeiro, mas como explicar para alguém que a ama mais a trai????

– Oi amor... – chegou ela sentando na mesa do lado dele – Faz semanas que não volta pra casa, tendo muito trabalho?

– Um pouco... – foi tudo que conseguiu pronunciar.

– Eu também, muitos clientes no Caldeirão Furado. Estão me deixado louca. Sabe, tem umas mulheres lá muito dissimuladas, a madame Anastácia...

– Eu não quero saber de fofocas, eu preciso falar com você.

– Nossa, bem... então diga querido...

– O problema é que eu não sei pro onde começar.

– Aconteceu algo?? – perguntou compreensiva.

– Aconteceu...

– Pois diga, estou ouvindo.

– Anna, – disse olhando nos olhos da loira – aconteceu algumas coisas e ficaram fora de meu controle, não queria que acontecesse, mas aconteceu, desculpe imensamente, você não merece isso e me sinto culpado. Ando confuso sem saber o que fazer ou o que sinto. Eu te amo Anna, mas a muito tempo não questionei isso e nem que tipo de amor eu sentia por si...

– Nev, o que quer disser...? – ela tremia e já previa o que ele diria.

– Eu conheci uma mulher fantástica e ela pôs meu amor por você em prova e eu já não sei mais o que sinto.

– Oh não... Neville, você me traiu... – ela já chorava.

– Desculpa, Anna, aconteceu... Eu me culpo sempre... O problema é que ela, ela me faz sentir algo que faz tempo que eu não sinto mais por você...

– Eu não quero mais ouvir isso... Eu te amo, amo demais, mas tenho meus limites. Te darei uma semana pra voltar pra casa, se dentro de uma semana você não deixá-la e não voltar pra casa, pode pegar todas suas coisas e morar de vez naquela maldita escola.

Neville estava acabado, foi difícil falar com ela, e ainda ter uma escolha. E se fizesse a escolha errada??

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.