A mulher dos cabelos dourados

A mulher dos cabelos dourados



– Helena Ravenclaw –

N/A: Obrigada pelos comentários e por lerem Os Fundadores. Gostaria de agradecer à Aslan, o amor da minha vida, por ser a minha principal inspiração. Agradeço a todos que já leram esta fanfic e até mesmo àqueles que leram e não comentaram, pelo simples fato de terem se dado ao trabalho de lê-la. Muito obrigada.

Capítulo 2 – A mulher dos cabelos dourados

Não sei o que está havendo comigo. Procuro mudar; procuro ser uma mulher diferente, mas sinto que não consigo ser mais ninguém além de eu mesma. Helga diz que quando amamos perdemos totalmente a noção de quem somos, quem éramos ou quem ansiamos ser. O que mais quero é ser a mulher dos sonhos de Godric, embora não saiba exatamente como ele fantasiou a mulher perfeita. Não posso ser essa mulher. Sempre serei eu; apenas eu; a mesma Rowena de sempre.

O entardecer chegou rapidamente e Rowena se enfiou debaixo das cobertas, deitou a cabeça no travesseiro de penas e imaginou-se nos braços de Godric. Sempre fazia isso. Fantasiava mil e uma coisas antes de adormecer e embora fosse apenas dezenove horas, Rowena sentia-se extremamente cansada. Talvez fosse o desgaste emocional.

Havia uma única flor de maracujá dentro de um vaso de cristal na mesa de cabeceira. Ao lado estava o livro preferido de Rowena, uma pilha de cartas ainda não lidas, uma lista de afazeres para o dia seguinte e uma taça antes cheia de rum. O dossel da cama estava fechado. Rowena apenas queria ficar sozinha, mas o que mais a afetava era exatamente o fato de estar sozinha; não tinha namorado, não tinha animal de estimação; não tinha ninguém com ela naquele momento. Era muito difícil sempre aparentar estar bem, mas por dentro, ter o coração em pedaços, sangrando, morrendo.

Rowena desejava que Godric a compreendesse, mas temia estar sofrendo apenas de um amor platônico. Dentro dela, algo dizia que não era apenas isso, que era algo mais forte, poderoso e surpreendente. Rowena preferia acreditar que era amor, afinal, não era o amor o sentimento mais forte e poderoso que havia?

Seus olhos foram ficando pesados até que fecharam completamente, levando Rowena para o mundo encantado dos sonhos. E ela sonhou. Sonhou com Godric; sonhou com Helga lhe dizendo para esquecê-lo e seguir em frente; sonhou com Sckarlett rindo dela, humilhando-a. Era horrível sonhar com algo assim, mas Rowena não conseguia acordar. Os pesadelos ficavam cada vez mais assustadores, mas o subconsciente dela não permitia que ela despertasse.

O céu ficou negro, as estrelas apareceram e a lua minguante surgiu, iluminando fracamente o quarto de Rowena. Continuava adormecida, de bruços, sentindo o próprio perfume no travesseiro macio. Era um aroma delicioso, de rosas puras. Mas era deprimente não poder enterrar o rosto no travesseiro e sentir outro perfume. Ela queria sentir o perfume cítrico de Godric no travesseiro, sorrir e voltar a dormir. Queria, mas não podia.

– H.R –

Salazar Slytherin estava deitado em sua cama com uma mulher em seus braços. Loura, de cabelos dourados, olhos cor de mel e era extremamente bela. A mulher estava profundamente adormecida, com a cabeça apoiada no peito dele. Salazar podia sentir o perfume floral dela. Era delicioso, mas embora ela fosse linda, perfumada, sexy e fogosa, ele não a amava. Ela não passava de uma diversão.

– H.R –

A luz do sol entrou pela janela do quarto de Helga Hufflepuff e ela se espreguiçou longamente. Bocejou, sentou e contemplou a claridade da manhã. Colocou seu vestido favorito de seda amarelo-canário e branco, prendeu os cabelos louro-claros num coque e desceu as escadas, encaminhando-se para o Salão Principal.

Godric e Salazar estava sentados na longa mesa. Godric tomava um chá com limão e Salazar bebia whisky de fogo. Helga não pôde deixar de se perguntar onde estava Rowena. No dia anterior a amiga parecera tão deprimida.

– Godric – disse Helga, erguendo as sobrancelhas louras. – Onde está Rowena?

– Não faço idéia – respondeu ele, encarando Helga nos olhos verde-claros. – Salazar?

– Ela deve estar dormindo – sugeriu Salazar, tomando um longo gole do whisky.

Helga estava preocupada com Rowena. Sabia como Godric Gryffindor a afetava, mas ele chegava a deixá-la a beira da loucura, de um surto, de um ataque de nervos. E como amiga de Rowena, Helga rezava para que Rowena superasse o amor que tinha por Godric e seguisse em frente.

Após o café da manhã, Helga pensou em ir até o quarto de Rowena e perguntar o que estava acontecendo. Logo mudou de idéia, achando que a amiga preferiria ficar sozinha com os próprios pensamentos. E estava errada.

Rowena acordou se sentindo mais deprimida do que antes. Estava mais cansada, mais triste e mais abatida ao acordar do que antes de dormir. Os cabelos estavam sem brilho, bagunçados, havia olheiras sob os olhos dela, que já estavam ficando vermelhos, como se ela não tivesse dormido. Sentia-se dolorida. Por fora e por dentro. Era uma dor terrível que consumia cada pedacinho dela. Era atormentador.

Ao abrir o dossel da cama, sentiu-se ainda mais deprimida. Era terrível acordar na mesma cama, no mesmo quarto, no mesmo lugar de sempre. E mais terrível ainda era acordar sozinha; sem ninguém; sem namorado; e sem Godric.

Levantou, vestindo um longo vestido de seda azul-celeste e, por causa da brisa gelada, colocou uma longa capa de veludo negro. Penteou os cabelos negros, balançando-os para que parecessem mais arrumados, passou o costumeiro batom incolor nos lábios naturalmente vermelhos e desceu a escadaria, se dirigindo ao Salão Principal. Provavelmente os colegas já haviam terminado o café da manhã, então Rowena atravessou o Salão Principal, indo para os jardins.

Caminhou ao redor do Lago Negro, encarando o próprio reflexo e, então, a Lula Gigante que nadava alegremente de um lado para o outro, alheia a suas preocupações e tristezas, sem ciente de que tudo ficaria bem. Como Rowena desejava ser assim. Tão calma e despreocupada como a Lula Gigante. Rowena desejava não pensar tanto, mas era inevitável, sendo que um certo bruxo ocupava a mente dela vinte e quatro horas por dia.

Retornando ao castelo, Rowena se deparou com quem menos esperava encontrar: Sckarlett. A moça de cabelos da cor do sol sorriu amargamente para Rowena e logo voltou-se para conversar com Godric, que parecia empolgado e cego demais para se importar com Rowena, que parecia pálida demais, triste demais e surpresa demais. Rowena não queria que Sckarlett viesse de Londres para ver Godric. Na verdade, Rowena queria mesmo que Sckarlett caísse num lago e morresse congelada.

Surpresa e chocada demais para voltar ao quarto, Rowena continuou em pé ao lado da porta do Salão Principal, encarando Sckarlett se vangloriar para Godric o quanto amava seu emprego de jornalista no Profeta Diário. Ninguém sabia por que Sckarlett Jove havia retornado ao castelo com sua eterna exuberância, e ninguém ficou tão perturbado com a visita dela do que Rowena, que ainda a encarava com os olhos tristes, assistindo-a balançar os cabelos e piscar excessivamente para Godric. Era nauseante.

Helga percebeu o olhar chocado de Rowena e logo a abraçou pelos ombros. Rowena apenas encostou a cabeça no ombro da amiga e sorriu, magoada.

– Não entendo – murmurou Rowena, cabisbaixa.

– O quê, Rowena? – perguntou Helga. – O quê você não entende?

– Por que ela voltou ao castelo? – indagou, em voz baixa, para que apenas Helga pudesse ouvir. – Pensei ter deixado bem claro que não a queria aqui.

– Talvez Godric a queira aqui – sugeriu Helga. – E talvez Jove ache que Godric a defenderá de você. Quem sabe ela a considere uma, digamos, ameaça.

Godric virou para encarar Helga e Rowena, enquanto Sckarlett tirava da bolsa verde-folha de pele de cobra um envelope selado.

– Estão falando de mim? – perguntou Godric a Helga e Rowena. – Juro que ouvi meu nome.

– Ouvi meu nome também – comentou Sckarlett, balançando o envelope nas mãos com unhas compridas.

– Não estamos falando de vocês, não se preocupem. Vocês não são tão importantes – disse Helga, rispidamente. – E acho que vocês têm mais o que fazer do que se intrometerem na conversa alheia.

– Tem razão – concordou Sckarlett. – Godric, querido, por que não vamos para o seu quarto?

– Ahn – fez Godric, indignado. – Claro. Vamos, querida.

Rowena soluçou de maneira quase inaudível. Helga abraçou-a com mais força e sussurrou para ela:

– Quer dar uma volta?

– H.R –

– Não sei porquê Helga agiu de maneira tão imprudente – comentou Godric, caminhando em direção ao quarto com Sckarlett ao seu lado. – Justo ela que é tão doce e equilibrada.

– Escute, Godric – disse Sckarlett seriamente. – Acho que você nutre de extrema confiança por todos e eu aprecio isso de verdade. Mas as pessoas às vezes são instáveis e impulsivas. Nem sempre podemos confiar em tudo ou todos.

Ficando sério e pensativo de repente, Godric viu-se preso em um dilema: deveria acreditar em Sckarlett e nos comentários dela ou deveria confiar nos amigos que sempre estiveram com ele? Amor ou amizade? Era difícil decidir, mas naquele momento Godric estava cego de paixão demais para lembrar dos amigos.

Entraram no quarto e Godric e Sckarlett despiu a capa verde-pistache, revelando as curvas ainda mais perfeitas do que da última vez que ele a vira. Ela vestia um vestido comprido, porém justo, de seda verde-musgo e o decote atraía a atenção para seus seios grandes. Godric não pôde deixar de reparar o quão atraente ela era. Começou a sentir-se estranho, excitado e um pouco selvagem ao ter uma figura tão perfeita e sedutora como Sckarlett no seu quarto.

A bruxa aproximou-se de Godric, empurrando-o na cama e sentando-se sobre ele. Godric estava cada vez mais excitado com aquele desenrolar e quando Sckarlett começou a despir o vestido, ele não agüentou mais.

– Talvez não devêssemos fazer isso.

– Não lute contra os seus instintos, Godric – disse Sckarlett, jogando o vestido longe. – Sei bem que você me quer. – apontou para o volume sob as calças negras de Godric.

– Mas Sckarlett – hesitou ele.

– Cale a boca, Godric – disse ela beijando furiosamente os lábios dele, deslizando as mãos pelo peito dele, descendo até o abdômen e logo sob as calças dele, tocando num local já rígido.

Merlin – gemeu Godric, ao que Sckarlett começou a despir a capa e a camisa dele, beijando-o com selvageria, deixando-o cada vez mais louco.

Sckarlett, apenas de lingerie de renda turquesa, enfiou uma mão novamente dentro das calças de Godric, arrepiando-o e provocando-o.

– Transa comigo – sussurrou ela ativando o animal selvagem oculto dentro dele, que jogou-a de costas na cama e despiu-a, despindo-se também, e possuindo-a.

– H.R –

Helga e Rowena caminhavam lado a lado nos jardins. O aroma de flores e pinheiros era forte de delicioso, mas Rowena estava triste demais para apreciar a natureza.

– Não entendo o que Godric vê nela – soluçou Rowena.

– Nem eu – suspirou Helga, abraçando a amiga. – Mas escute, Rowena. Godric pode ser inteligente, forte e corajoso, mas ele é humano. E perante uma mulher como Sckarlett ele vira um gatinho domesticado.

– Eu sei! – exclamou Rowena, sentindo as lágrimas escorrerem pelas maçãs do rosto aveludadas. – Infelizmente eu sei. – soluçou e enxugou as lágrimas com as costas da mão. – Gostaria que fosse diferente, que Godric me amasse. Gostaria que Sckarlett não existisse, mas coisas assim talvez devam acontecer para crescermos. Não podemos viver numa eterna ilusão.

Helga encarou o chão, pensativa. Não era possível negar que Rowena estava certa. Ela se apaixonou por Godric, se iludiu e então se magoou. Gostaria de poder lançar uma Maldição Imperdoável em Godric, a Cruciatos, por exemplo, para que ele sentisse um décimo do que Rowena estava sentindo por ele. Godric não fazia idéia de que tinha uma mulher ainda mais bela, inteligente, sensual e perfeita do que Sckarlett apaixonada por ele. Assim como Rowena, ele estava iludido pela imagem que parecia ser Sckarlett. Para ele, ela era sempre fiel, mesmo em Londres.

Um único lírio brotara perto de uma castanheira, e foi ali onde Rowena se sentou, ao lado da delicada flor, e chorou. Chorou por ser uma completa idiota, chorou por estar iludida e chorou principalmente por estar apaixonada por Godric e não ser correspondida.

– Os homens são uns idiotas – Helga tentou consolá-la. – Todos eles fazem coisas estúpidas que nos deixam irritadas, enojadas ou magoadas.

– Não sei porquê pensei que Godric poderia me amar – murmurou Rowena. – Eu sabia que ele ainda se correspondia com Sckarlett e nem em um milhão de anos luz poderia imaginar que ela retornaria a Hogwarts.

– Gostaria de poder fazer alguma coisa – suspirou Helga. – Trancafiá-la numa jaula e deixá-la no meio da floresta.

– Assim os lobisomens poderiam comer o último grama de coração que ela tem – sugeriu Rowena. – Porque é óbvio que ela só tem atração física por Godric.

– Mas Godric é idiota demais para perceber – comentou Helga, sentando ao lado de Rowena.

– H.R –

Godric estava completamente desperto, com Sckarlett adormecida ao seu lado, respirando vagarosamente. Os cabelos dourados dela brilharam com a luz do sol que entrou pela janela. A cabeça dela repousava no peito dele e Godric velava seu sono. Refletia, também, sobre o que tinha acabado de acontecer. Haviam transado e logo ela voltaria para Londres. Quem garantia que ela ainda corresponderia o amor dele após aquela tarde?

Sckarlett abriu os olhos devagar, olhou nos olhos de Godric e sorriu. Ela parecia ainda mais linda do que antes e também mais radiante. O que o sexo não fazia por uma pessoa!

– Boa tarde, querida – sorriu Godric, para ela.

– Boa tarde, Godric – era estranho como ela insistia em chamá-lo de Godric.

– Dormiu bem? – perguntou ele sabendo que era uma pergunta extremamente idiota.

– Incrivelmente bem – disse ela, espreguiçando-se.

Dormiram nus, mas Sckarlett não teve vergonha de levantar nua e pegar o vestido que estava no outro canto do quarto. Godric esperou que ela se vestisse e fosse para frente do espelho se pentear para, então, levantar da cama e se vestir. Sentia-se leve e relaxado.

Quando Sckarlett afirmou que precisava ir, pois tinha que entregar uma entrevista que fizera com o Ministro da Magia dali a três horas, Godric se sentiu meio abatido. Não queria que ela fosse embora. Não sabia se era porque a amava ou se tinha receio de que ela o traísse estando tão longe. Percebeu que, com ela, ele não sabia de nada. Que ao lado dela tudo se tornava um grande mistério, um futuro desconhecido e assustador.

Sckarlett o assustava de algum modo. E ele tinha medo. Muito medo.

– H.R –

Quando voltaram para dentro do castelo, Salazar estendeu dois envelopes para elas. As duas relutaram por um instante e depois pegaram os envelopes.

– O que é isto? – perguntou Helga.

– Convites – respondeu Salazar misteriosamente.

– Para quê? – indagou Rowena.

– Estou organizando um baile – Salazar tornou a responder de maneira enigmática.

– Certo – disse Helga. – Aonde será esse baile?

– Leia o convite que você descobrirá – sorriu Salazar do jeito misterioso e cheio de segredos de sempre.

Rowena seguiu Helga para o quarto dela, que ficava no andar térreo do castelo, enquanto o de Salazar ficava no subsolo. O quarto de Helga era inteiramente dourado, creme e branco. Parecia digno de uma princesa ou algo do tipo.

Helga sentou-se na macia cama de dossel e entregou um convite para Rowena.

– Hora de desvendar o mistério de Salazar Slytherin – sorriu Helga.

Ela abriu o envelope e tirou de dentro um pergaminho. Leu-o rapidamente e encarou Rowena.

– O que diz aí? – perguntou Rowena abrindo o seu convite e lendo-o em voz alta.

A Srta. Rowena Ravenclaw é cordialmente convidada para o Baile de Máscaras que acontecerá no Castelo de Hogwarts, no dia 14 de Fevereiro às 19 horas.

Todos os convidados deverão vir trajados formalmente e deverão, também, trazer máscaras sobre o rosto.

É permitido trazer quantas pessoas desejar, contando que todas estejam trajadas adequadamente.

Os jardins, torres e quartos estão disponíveis para quem desejar.

Por favor, comparecer.

Atenciosamente,

Salazar Slytherin, Ordem de Merlin, Terceira Classe.


– Em nome de Merlin – exclamou Rowena. – Hogwarts vai virar cenário de pornografia! – jogou a carta sobre a cama de Helga. – Quartos disponíveis! Os quartos que construímos para os nossos futuros alunos disponíveis para mascarados tarados e suas prostitutas?

– Salazar é um cafajeste – afirmou Helga. – Vamos ter de passar a noite inteira impedindo os convidados de entrarem nos dormitórios!

– Pelo menos é melhor do que ver Godric e Sckarlett se agarrando – concordou Rowena.

Alguns instantes depois, Rowena encarou Helga, intrigada.

– O que foi? – perguntou Helga.

– A data da festa – disse Rowena. – Catorze de Fevereiro. É daqui a uma semana!

– Merlin – disse Helga. – Bem no Dia dos Namorados! Vai ser uma pornografia total!

– Vamos, Helga – chamou Rowena indo em direção à porta. – Temos muito o que fazer.

– H.R –

Seu comentário:

Mari Mckinnon: Muito obrigada por comentar. Rowena não está sofrendo de amor platônico; ela ama Godric de verdade. Prometo postar o terceiro capítulo logo. Um beijo!

– Helena Ravenclaw –

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