Para Sempre Comensal...



Nota: Essa fic começou a ser escrita há muito tempo, quando o 3V ainda era um fórum só. Comecei por “Como Tudo Começou” e só fui criar essa história quando vi que não podia falar muito dos “comensais” na escola... afinal, seria algo que eu colocaria com o tempo. Alguns personagens são baseados em pessoas que conheci e agradeço desde já a colaboração destas. Panin, Delfus, Angel, Celi, Dóri e Igor, obrigado por deixar usar seus nomes e personagens: eles criaram vida própria ao longo da história. E agradeço também à Lux, Centaura, entre outras, que leram ou lêem minhas fics. ^^ brigadu \o/! E também agradecer a Fê Malfoy, que fez algumas capas para mim! Puxa, esqueci alguém? Claro, ao Draco, Avery, Dolohov, Crabbe, Goyle, Parkinson, entre outros sonserinos e comensais da morte que eu usei na fic... mandem-me e-mails!



Ela aparatou assim que recebeu a carta. Tentou conter a emoção, mas diante de tal fato, isso seria quase impossível. Sua capa esvoassou ao vento forte que fazia naquela época do ano. Um lugar escuro e frio havia sido escolhido por ele para o encontro de seus fiéis seguidores. Somente desse jeito não haveria interrupção alguma.

Pouco a pouco, várias pessoas iam tomando forma diante de um túmulo. Um enorme círculo estava sendo formado em volta dele, todos com a mesma silhueta. Vestimentas pretas, compridas e esvoaçantes. Os capuzes a impediam de ver os rostos que apareciam em meio à escuridão do cemitério. Isso não a fazia se sentir melhor. Afinal, seu destino estava traçado desde que nascera e somente agora poderia completar o que lhe fora predestinado. Um fim ao lado de seu Lord.

Logo todo o círculo estava completo. Havia apenas um lugar vazio nele, que ela poderia adivinhar de quem era. Sim, Nott havia morrido no ano anterior e desde então, seu lugar no círculo de comensais estava vazio. Não se sabia se era pela falta de homens, ou ao respeito que todos tinham por ele. Ao seu lado ainda estava sua mulher. Ela permanecia dura em sua posição, como se fingisse notar que nada tinha acontecido.

Com o céu clareando, ainda em tom vermelho escuro, ele apareceu. Alguns tremiam de frio, outros de medo. Ninguem parecia respirar.


__Servos fiéis... minha família... – sua voz era embreagada de temor e ódio – Mais uma vez nos unimos aqui e com um propósito um tanto... favorável... hoje teremos a ascenção de mais seis fiéis seguidores, que não esqueceram de seu Lord nem quando eu não tinha esperanças de volta. Isso me deixa realmente tocado...

Ela apertou seus dedos com força. Não que estivesse nervosa, imagina! Mas a grandeza daquilo tudo era tão real e inesperado, que ela mal continha a anciedade. Sentiu ele se aproximando, examinando cada rosto indômito daquele círculo. Tocou-lhe a face e ela sentiu um frio imenso preenchê-la.


__ Luna Pankiston, filha de Peter e Lorien... – disse com os olhos penetrado nos dela. A garota engoliu em seco – Sempre fiél à mim, como eu esperava... mais uma vez eu não errei. Você seguiu seu destino como eu predestinei e isso foi uma vitória perante todos os idiotas que se atreveram a se interpor à ele... merece mais que muitos nesse círculo, a minha marca. Você a quer?


__ Mais que tudo, Mestre.


__ Muito bem. O juízo lhe faz muito bem, Pankiston. A inteligência e astúcia lhe trouxeram muito o que comemorar, embora possam lhe trazer algo a temer... você tem medo disso?


__ Nunca, Mestre.


__ O medo é um dos piores sentimentos, minha fiél aliada. Ele só é vivido pelos medrosos, pelas pessoas incapazes de ver o melhor lado da situação. É vivido por aqueles que não acreditam na vitória, que eu creio não ser o seu caso.


__ Não senhor. Acredito que seremos vencedores maiores do que somos, Mestre. – ela não demonstrou a anciedade e alegria que se formavam em seu peito.


__ Não me resta nada mais, a não ser lhe oferecer o que eu posso dar. Poder, vitórias, salvação... mas você tem pleno saber do que mereço em troca.


__ Sim, Mestre.


__ Muito bem. – disse Voldemort puxando o braço dela até seu alcance. Arqueou-lhe as mangas e a borda da luva negra. Com um toque suave de seus longos e finos dedos ela estava ali. A marca que Luna tanto desejava. Fez mensão de tirar o braço quando uma dor terrível ultrapassou seu corpo, se detendo em seu peito e fazendo-a sentir-se enjoada. Como se fagulhas estivessem sendo lançadas dentro de si, ela sentiu seu corpo murchar e nascer de novo. Sentiu sua alma em cambalhotas e voltar ao estado normal... pura. Estava pura, enfim. Aumentando o ritmo da respiração, ela sentiu que ele a soltava e sua visão normal retornou. À sua frente, via-se Voldemort com um olhar satisfeito e voraz. Ele arqueou a sobrancelha e ela confirmou com a cabeça. Estava feito. Era uma de suas fiéis Comensais da Morte e isso alegrava mais que nunca o coração dela.

Ele andou pelo círculo novamente e parou em frente à uma pessoa, cujo os enormes cabelos louros platinados desciam pela frente do capuz. Luna sorriu pelo canto da boca ao ver quem era. Panin Malfoy estava radiante, pondo-se de pé firmemente. A garota a olhou e Luna acenou com a cabeça.

__ Querida Panin Malfoy... – disse Voldemort tocando o queixo da menina – Fiel serva, assim como toda sua familia. Sempre soube que seria de minha inteira confiança, desde o dia que nasceu. Fora predestinada à meu poder por toda a vida e agora tomou sua decisão certa. Você realmente quer isso?


__ Sim, Milord. – a garota disse num sussurro audível.


__ Uma poça de poder e obsessão, misturado com energia e motivação sempre a fizera melhor que as outras. Panin, você também merece mais que nunca ser de meu fiel círculo. Desde pequena se mostrou inteiramente fiél à mim, de corpo e alma e isso me fascinou. Mas sabe o preço que isso pode custar?


__ Sei, Milord.


__ Sabe o quanto isso pode trazer coisas agradáveis e também desagradáveis, já que estamos juntos no mesmo destino. Qualquer coisa que acontecer à mim se refletirá em vocês e isso é digno de medo. Você sentiria medo?


__ Não, Milord. Sei que posso fazer muito para que nada aconteça.


__ Muito bom... então me resta dar-lhe o que sempre quis. – e encostou a mão em seu pulso, assim como tinha feito com Luna. Panin sentiu um arrepio interessante no seu ventre e logo depois explosões em seu corpo. Uma dor insuportável começou a tomar conta dela e com muito esforço conteve um grito. Sua respiração parecia ter estancado e ela sentia-se presa. Mas logo tudo voltou ao normal e ela olhou em seu braço, linda e reluzente, uma tatuagem negra.


__ Obrigado, Milord...

Ele não respondeu nada, mas saiu de perto dela com o olhar triunfante. Como se mais uma barreira tivesse sido vencida por ele. Como se mais um obstáculo estivesse sendo ultrapassado.


__ Draco Malfoy... – ele disse ao parar diante de um rapaz metros depois de Panin, e logo defrente à Luna – você sempre foi meu servo mais esperado e agora vejo que nunca teve medo, como pensei. Se não fosse por seu nobre pai, creio que não estaria aqui hoje.


__ Sei disso, Mestre. – disse Draco com uma voz arrastada que Luna e Panin logo reconheceram. As duas arquearam a sobrancelha ao ouvir novamente aquela voz quase esquecida. Faziam anos que não se viam.


__ Sabe que terá que demonstrar mais sabedoria que nunca, nessa jornada, não sabe?


__ Sim, eu sei,Mestre.


__ Todos que estão aqui merecem meu respeito, mas sabem que nunca terão mais poder que eu. E sabe por quê? Porque eu fui, sou e sempre serei o Lord das Trevas mais temido. Sou o único capaz de vencer a morte e a vida ao mesmo tempo e ainda sair vitorioso com toda desgraça que acontece. E muitos tem medo. Você por acaso não seria um deles?


__ Nunca, Mestre.


__ Isso é bom. Não preciso de mais medrosos em meu fiél círculo. Já não necessito mais disso, como antes. Porque sei que agora tenho quem suportar grandes dores e vitórias por mim. Sei que existem pessoas capazes de se sacrificar sua vida pelo seu mestre. Você é uma dessas pessoas?


__ Com toda a certeza, Mestre.


__ Bom, isso é bom. Você sempre me mostrou lealdade, mesmo sendo estúpido às vezes. Isso mostra a integridade da pessoa, Malfoy. E sei que, como seu pai, você quer ser um de nós.


__ Sim, eu quero, Mestre.


__ Então é o mínimo que posso fazer. – e fez o mesmo que com as outras duas. Draco sentiu-se arrepiado no primeiro instante, mas logo a dor lhe tomou a cabeça e ele conteve um grito de agitação. Seu cérebro parecia entupir e seus movimentos estavam sendo dificultados pela falta da respiração. Segundos depois ele voltara ao normal e sentiu o sangue pulsar novamente, assim como uma marca em seu pulso esquerdo. Sentiu-se muito agradecido.


__ Delfus Bleedincutt... – disse Voldemort em sussurros alegres – Nunca esperei vê-lo aqui. Seu pai e sua mãe me foram muito úteis, durante toda sua vida. Mas não esperava o mesmo de você. Sempre com sede de mais poder, e ao mesmo tempo tão capaz de entender defeitos... isso não é uma qualidade muito boa, rapaz.


__ Eu sei, meu Lord.


__ Mas sempre se mostrou fiél aos seus pensamentos e isso interessa e muito nesse momento. Se sentir-se fiél ao que está fazendo, então eu não terei problemas futuros.


__ Pode ter certeza que não lhe trarei problemas, Lord.


__ Isso é muito bom. Pois sabes o que espero de meus comensais. Respeito, cumplicidade e proteção. Quero inteligência, superioridade e fome de morte. Sei que tens tudo isso. Mas também preciso de servos que não tenham medo de sofrer. Você tem medo de sofrer, Delfus?


__ Não senhor, Lord.


__ Tem medo de não ter futuro previsto?


__ Nunca, Lord. Não tenho medo de nada.


__ Ótimo, muito bom mesmo. Por mais que eu pense que causará muitos problemas pela falta de integridade, você me parece ser leal. Isso não é uma característica ruim, garoto, mas não é das melhores se for usada contra mim. Estando longe de mim o perigo cresce cada vez mais. Você quer realmente poder ter poder?


__ Muito, Lord.


__ Que assim seja feito. – Voldemort repetiu o mesmo. Com maior intensidade do que com os outros, esse apertou o pulso de Delfus com força. Não para que doesse mais, ao contrário. Para que a cicatriz se formasse tão fundo, que o garoto não pudesse esquecer nunca do que lhe acabara de ser predestinado. Uma dor imensa subiu logo à cabeça dele, e a vontade de desmaiar foi intensa. Mas como veio rápido, assim se foi, conseguindo manter-se de pé e ligeiramente trêmulo.

Voldemort se adiantou logo ao próximo comensal. O dia estava quase nascendo e eles teriam que deixar o cemitério antes das seis da manhã. Não podiam perder tempo, nem deixarem ser vistos pelo coveiro.


__ Blade Avery, é uma grande surpresa vê-lo aqui. – disse ao tocar no braço do rapaz – Esperava realmente que se acovardasse, mas vejo que foi mais esperto. Seu pai teria muito orgulho se estivesse vivo.


__ Sei disso, Milord. – o garoto disse na atual voz divertida que Luna e Delfus se lembravam. Ambos tentaram não sorrir maliciosos, mas as lembranças foram maiores. Até Draco Malfoy arqueou o lábio numa tentativa de não sorrir.


__ Sua família sempre me foi muito útil, durante muito tempo. Sempre foram fiéis e leais ao meu nome. Tiveram alguns problemas, mas nada muito caótico como pode ver. Espero de você o mesmo. O mesmo desempenho que teve durante sua mocidade eu espero no resto da sua vida. Uma pessoa poderosa se cria diante de desejos poderosos. Você possui grandes objetivos, Avery?


__ Sim, Milord, possuo.


__ Eu sei disso. É por esse motivo que está aqui hoje. Possui objetivo na vida. O mais lamentável é aquele sujeito que vive achando que pode morrer a qualquer hora. Um homem poderoso vive pensando que pode, a qualquer hora, superar a morte. Que pode vencê-la e não ao contrário. Isso só mostra a integração de espírito que existem na gente. Mostra não a coragem, mas a força de vontade, a força de grandeza. Você não tem medo de morrer, tem?


__ Não, Milord.


__ Isso é muito bom, porque não preciso de homens corajosos, muito menos de covardes. Quero vencedores acima de tudo. Quero um sangue puro, raça indômita. Uma pessoa que esteja capaz de sofrer e comemorar por mim. Você seria um desses?


__ Sim, eu seria sim, Milord.


__ Seria capaz de enfrentar a vida e a morte pelas suas vontades e desejos, ultrapassando quem e o que for que estiver ao seu caminho?


__ Com certeza, Milord.


__ Isso prova muito de você, rapaz. Vejo no fundo de sua alma, algum resto de incerteza que agora foi banido. Você sente fome de poder. Quer mesmo poder?


__ Sim, é o que mais quero, Milord.


__ Ótima resposta – disse Voldemort pegando o braço de Avery e logo o soltando. Mesmo assim, ele sentiu-se mal e tonto. Sua cabeça girava como se tivesse ingerido drogas, entorpecentes. Sentiu suas pernas cederem e sua respiração acelerar. Seu peito doía e uma explosão, como fogos de artifícios, faziam festa dentro de seu corpo.Logo tudo voltou ao normal e ele viu a brilhante marca em seu pulso. Uma cobra passava em torno de uma caveira muito bem desenhada.

O mesmo ritual se repetiu com Crabbe. Palavras sábias foram ditas e respostas estúpidas também. Goyle não estava ali, como todos imaginavam. Ele havia pego uma doença, meses atrás e falecera. Seus pais haviam morrido no passado, junto com todos os pais daqueles comensais. Poucos conseguiram fugir. A Familia de Luna, Delfus, Avery, Draco e Panin haviam sido massacrados em um ataque dos Aurores à Mansão Malfoy, certa noite em plena reunião. Voldemort lutou com o famoso menino que lhe prejudicara toda a vida, Harry Potter. Sem haver um vencedor e percebendo a sua futura perda, o Lord retornou ao encontro de outros comensais que não tinham ido à reunião. Somente esses restavam agora. E junto deles, antigos alunos de Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Garotos e garotas que presenciaram a morte de seus pais estavam ali, sedentos de vingança e ódio. Sedentos de lealdade ao seu Lord e com toda a certeza que aquela Marca da Morte era sua passagem para um futuro poderoso, como Comensal da Morte. Um futuro onde nenhuma raça se mistura, e todos mantêm-se puros e soberanos. Um futuro sem Harry Potter

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