• Além de nós •



CAPITULO 1 – Além de nós...



- Que tal eu passar um pouco de protetor solar nessas suas costas? - sussurrou Harry no ouvido de Hermione, fazendo-a se arrepiar.

- Querido! Aqui não... as crianças estão ouvindo! - ela disse apesar te ter um sorriso bobo na cara.

- Não, eles não estão! Veja só, Brian está soterrado na areia enquanto Matt, ele não entende mesmo... - disse Harry com um sorriso malicioso.

- Você está terrível hoje, meu amor. - ela riu, enquanto brincava de desviar dos beijos dele. - Espere pelo menos chegarmos em casa!

- Terrivelmente lindo você quis dizer - falou ele piscando para ela.

Hermione riu.

- Você está muito cheio de si, não é mesmo?

- Você acha mesmo? - indagou abraçando-a e roçando seus lábios nos dela.

Hermione o acolheu em seu colo.

-Gosto tanto quando estamos assim, juntinhos. Nem parece que temos aqueles montes de problemas...

- Não pense neles agora, mas saiba que também gosto muito desses momentos, embora eu não tenha participado de muitos deles - disse com certo pesar na voz. Queria muito ter mais tempo para a família, principalmente para a esposa.

- Sinto muita falta de você nos meus dias.

Ela segurou o rosto dele e o beijou seguidas vezes na boca.

-Te amo.

- Também a amo... – murmurou ele abraçando-a mais forte.

Nesse momento, Hermione avistou emocionada, Brian sorridente segurando os pequenos bracinhos de Matt, auxiliando o irmão a andar. O maior percebeu que a mulher tinha um sorriso de felicidade no rosto... um sorriso que a tempos não aparecia. O pequeno apesar da ajuda do irmão se equilibrava com passinhos receosos. E aos poucos percorreram juntos, a pequena distância que os separava dos pais. Harry avistou os filhos e sorriu orgulhoso. Matt estava crescendo muito rápido, sem falar em Brian que já era maduro o suficiente para a idade dele.

A mulher estendeu as mãos para acolher o filho menor. Este segurou um de seus dedos com a mão inteira, apertando em busca de apoio. Brian o soltou, o deixando nos braços da mãe. Hermione adorava quando o filho segurava seu dedo com aquela mãozinha minúscula. Era nessas horas que se sentia verdadeiramente mãe.

Ao longe além das ondas do oceano, ouviram os motores potentes de mais um caça que passava perto dali. Brian fitou o céu encantado à procura de algum sinal da máquina metálica. Sentou-se ao lado do pai e em seguida olhou-o com uma grande intensidade.

- Eu escrevi uma redação na escola, a professora disse que agente tinha que falar nela sobre o que queria ser quando crescer! - disse o garotinho.

- É mesmo? - perguntou Mione - E o que você quer ser, além de idêntico ao seu pai?

- Vou ser grande assim como ele? - indagou ele medindo o pai que sorriu.

- Se Deus quiser! - riu-se Harry - Ou por acaso quer ser tampinha assim como sua mãe?

- Então se eu ficar grande assim a Megan vai gostar de mim e agente vai poder se casar... - ele expôs sorrindo lindamente.

- Megan é osso duro de roer hein! Você vai ter que lutar muito por ela.

- Se ela gostar de você filho, - interrompeu Mione - Será pelo que você é, não pela sua altura!

- Tem certeza mãe? – indagou ele.

- Absoluta, meu amor. Vê o seu pai, é louco por mim mesmo eu sendo a "tampinha" que ele fala.

- Se você diz então eu acredito... Mas eu escrevi na redação que eu quero ser piloto e ser... o que o vovô é mesmo?

- Coronel. - respondeu Hermione.

-Esse negócio mesmo, eu quero ser coronel! - exclamou estufando o peito.

- Se for realmente o seu sonho, meu filho. - Disse Harry, entendendo no olhar do filho seu próprio olhar para James. - Lute para conseguir. Nada nessa vida é fácil ou cai do céu.

- Megan disse que eu não posso ser um piloto, porque tenho medo de altura... Eu posso ser não é pai?

Hermione quase viu uma veia pulsar no pescoço de Harry. Ela sabia que o marido era meio frustrado com relação ao medo de altura de Brian, ainda que reconhecesse o esforço dele.

- O bom é ir a luta com determinação. - disse Harry, convicto. Hermione o encarou, surpresa. - Não importa as dificuldades.


- Eu prometo pai, eu vou ser o melhor piloto que já existiu! - disse Brian com emoção.

- Vai ter que suar muito pra ultrapassar seu paizão aqui! - riu-se Harry

O garotinho riu e olhou para a mãe que sorriu de volta. Matt balançava os bracinhos querendo chamar atenção de todos.

- Está com fome meu amor? - perguntou Hermione ao pequeno. - Ou apenas pensa em seguir a carreira de seu pai também? - riu. - Harry, precisamos de uma menina pra seguir meus passos!

- Providenciaremos isso - disse ele beijando-a levemente nos lábios.

Nesse momento, o telefone de Harry tocou dentro da bolsa de Hermione. Ela se esticou pra pegar o aparelho e olhou quem era. Instantaneamente sua expressão se fechou. Estendeu o celular para o marido. Suspirou fundo.

- É teu pai.

- Ah que droga! - murmurou ele pegando o telefone das mãos dela.

Harry levantou-se e caminhou alguns passos sendo observado atentamente pela mulher.

Brian ergueu os olhos.

-Vovô?

- Sim. - Hermione fechou a cara para Harry. - Não esqueça que você está de férias.

- Eu sei - disse ele mais ao longe.

- Quem parece não saber é o seu pai. - disse, sem esconder a irritação.

- O que? Não, não foi nada, pai. - disfarçou Harry, irritado.

- Pelo visto vamos ser trocados pelo avião de novo! - exclamou Hermione virando-se para pegar uma conchinha que Matt iria colocar na boca.

Brian suspirou.

- Poxa pai! Não fica assim mamãe...

- Estou acostumada com isso, já. - declarou Hermione, ao mesmo tempo em que tentava manter Matt distraído.

Harry a olhou nervoso. Não queria discutir com ela, mas não poderia recusar um chamado do pai.

-Hermione, é o meu dever... você sabe.

- Sei, você sempre faz questão de que eu saiba não é Harry?!

-Desculpe querida, mas eu preciso ir.

- Vá, antes que eu perca a paciência! Mas não espere ser bem recebido em casa!

- Hermione, por favor, não comece! Eu já vou antes que "eu" perca a paciência!

- Por favor, não briguem... - disse Brian num sussurro inaudível.

Harry o olhou e voltou-se para Hermione. Queria dar-lhe um beijo, mas ela esquivou-se.

- Tchau, Harry. - a voz dela era dura como pedra.

Ele contraiu o maxilar. E abaixou-se para despedir-se do filho.

- Tchau pai.

- Tchau garotão...

Harry então deu um beijo em Matt e olhou mais uma vez para Hermione, nada mudara em sua expressão. Ela continuava fria e impassível.

-Até mais tarde. - disse ele, sem graça.

Hermione observou Harry se afastar da praia com um olhar duro. Levantou-se rapidamente, pegando sua bolsa com uma mão e segurando Matt com a outra.

-Vamos embora.

- Mas já? - perguntou Brian fazendo carinha de pidão - Mas eu ainda nem peguei as conchinhas pra Megan!

- Você pega as conchas depois, querido. Mamãe não quer mais ficar aqui...

- Mas mamãe, eu prometi um colar pra ela, já que não tenho aquele cartão bonito que o papai tem pra comprar nada pra ela!

Hermione suspirou.

-Meu amor você não pode fazer isso outro dia? Eu definitivamente não estou com vontade de ficar aqui.

-Se é assim que a senhora quer... - disse ele, um tanto quanto triste.

-Próxima semana eu virei com você e te ajudarei. - prometeu Hermione. - Agora vamos?

-Está bem.

-Pegaremos as conchas mais bonitas para Megan. - ela dizia, em quanto dirigia o carro.

-A senhora sabe que a Megan é muito exigente, né?

-Sim, sei. Jesus, ela se parece demais com o Rony. - riu-se Hermione.

Brian fez uma careta

-O que? Desde quando o feioso do tio Rony parece com a Megan?

-Eu digo na personalidade, querido. - gargalhou Hermione. - O que acha de passarmos na casa deles agora?

-Quer dizer que poderei ver a Megan?

Em uns dez minutos Hermione venceu a distancia da praia até sua casa. Pegou Matt no colo e, junto de Brian, bateram na porta dos vizinhos Luna e Rony.

Luna foi quem atendeu a porta e abriu um sorriso enorme ao ver quem eram os seus visitantes. Abraçou Hermione, beijou o alto da cabeça de Brian e as mãozinhas de Matt.

-Hermione! Entre! Onde está o Harry?

-Adivinha? Se acertar, lhe dou cem libras... – comentou irônica.

-Royal? - perguntou Luna, com uma careta.

-Você nunca faz esses desafios pra mim! - reclamou Brian.

-Engraçado, o Rony não foi chamado. - disse Luna, enquanto tirava as mãos de Matt de seu cabelo loiro, pois o garoto tentava puxá-los.

-Onde ele está?

-Onde está a Megan? - perguntou Brian, impaciente.

-Está no quarto dela. Por que não vai lá? Ela ficará feliz em te ver. - disse Luna, sorrindo. Brian foi até lá se juntar a sua parceira de pilotagem. - Rony está lá dentro com a...

Mas Luna não precisou completar a frase; parada ao lado da mesa de jantar, estava Gina Weasley, irmã de Rony. A maior biscate da fase da Terra, na opinião de Hermione. Ela sorria um sorriso cínico, que fazia a morena querer quebrar-lhe a cara. Luna murmurou um "Sinto muito".

-Hermione, querida! - exclamou a ruiva, abrindo os braços perfeitamente brancos para recebê-la num abraço. Hermione aceitou a contra gosto.

- Como vai, Gina? - perguntou. Apesar de tudo, ainda era educada até com seres inferiores.

- Muito bem. - Gina espiou para os lados, aparentemente a procura de alguém. - Onde está o Harry? Não o vejo.

Hermione deu um sorriso amarelo.

-Você não o vê porque ele não está aqui. - disse Luna com aspereza.

-Trabalho. - completou Hermione. – Você sabe como é.

- Hum eu sei bem, Harry é tão esforçado não é? Não me admira que em breve tenha um cargo tão alto quanto o do pai. - disse ela debruçando-se no balcão da cozinha para apanhar um copo.

- Eu torço que sim. - disse Hermione, com os dentes cerrados.

- Todos torcemos Hermione! - exclamou ela bebendo água.

- Onde está o Rony? - perguntou Luna, nervosa.

- Oras Luna, com Megan, iriam jogar vídeo game na sala - respondeu a ruiva encarando Hermione.

- Rony venha pra cá! - pediu Luna.

Ouviu-se uma risada de Brian e uma de Rony. Provavelmente Megan estaria vermelha uma hora dessas.

-Ah não, amor. Estou me divertindo!

Luna então suspirou e olhou para as duas. Gina ainda encarava Hermione com aquela pose de sempre. Graciosa ou não, a ruiva sempre fazia questão de se mostrar superior à outra. Hermione, porém, não se intimidava, sempre soubera que ela ainda não superara a “perda”. Era praticamente assim quando se encontravam. Saiam faíscas bem quentes e também algumas farpas necessárias. A morena nunca fora de agüentar calada as insinuações de Gina.

O silêncio pairava como uma nuvem de chuva sobre a cozinha. Luna até pensara em ir até a sala, mas não queria deixá-las sozinhas. Hermione já estava bastante nervosa e bastaria apenas uma coisinha de nada e ela explodiria. O silêncio então foi irrompido por um toque estridente de um celular. Matt pegou uma caneca de plástico e colocou na boca. Hermione então desviara os olhos da rival para o filho. Gina apanhou o pequeno aparelho prateado do bolso do jeans e virou-se para atendê-lo, ignorando por completo as duas.

- Olha Hermione eu sinto muito, realmente não queria constrangê-la assim, mas Gina é irmã do Ron, eu não podia mandá-la ir embora... Ainda mais porque o Ron sempre reclama que fico de cara feia... Não tenho culpa se ela é... Ah você sabe muito bem! – cochichou Luna.

- Eu sei não se desculpe. Mas como consegue suporta-la?! – indagou aos cochichos também.

- Simplesmente por que é irmã do Rony, senão eu já tinha mandado ela às favas! – exclamou ela colocando as mãos sobre o balcão e sorrindo para Matt.

- Entendo! Mas eu não consigo ficar perto dela sem querer esganá-la, que prepotência! – disse a morena olhando de esgueira para ela – Acho que é melhor pararmos por aqui, ela está desligando celular...

- Certo, não quero mais problemas... – concordou Luna.

- Ah o dever me chama! – disse ela guardando novamente o celular. Gina sorria insinuante a elas - Tenho que voltar pra base, os pilotos vão dar uma passadinha no meu consultório, e que sorte a minha... Harry está trabalhando!

Hermione então forçou um sorriso. Mas o que queria era gritar! E bem alto... Gina a fazia reviver seus mais puros infortúnios. Tinha tanto medo de que o marido não pudesse sair de suas investidas. Confiava em Harry, mas nem um pouco nela, e Hermione conhecia mulheres como ela. Sempre queriam o que não podiam, e Gina não fugia de um desafio assim, isso ela constatara pelos anos de persistência. Hermione suspirou fundo. A olhou nos olhos e a ruiva pôde ver que ela não gostara nenhum pouco do comentário.

- Tchau cunhadinha – disse olhando para Luna – Hermione até mais, vou um “prazer” revê-la... – comentou e Hermione nada dissera – Bem já vou, os pilotos me esperam! Tchauzinho... – terminou passando o dedo no nariz de Matt que fungou zangado.

A ruiva então dera meia volta. Seus cabelos cintilaram sedosos. As duas ainda puderam ouvi-la se despedir do irmão e das crianças que apenas murmuravam respostas distantes. O jogo de vídeo game deveria estar muito bom.

- Acho que está na minha hora, Matt precisa de um banho e eu também, um bem gelado de preferência... Depois mande Brian pra casa, aposto que não vai querer sair daqui agora... – disse com um sorriso fino.

- Certo, eu o levarei depois. – disse Luna.

- Até mais tarde então... – terminou pegando Matt no colo. O garotinho se encantara com a caneca, e nem depois de muitas tentativas Hermione conseguira arranca-la dele. A morena olhara para a amiga que riu.

- Pode levar, depois você me devolve, um empréstimo hein rapazinho! – falou Luna e Matt agitou a caneca laranja com desenhos de peixinhos azuis. Hermione sorriu e então saiu pela porta da cozinha.

Estava exausta. O dia começara bem e terminara como sempre. Acordara com Harry ao seu lado e provavelmente dormiria sozinha. Ele deveria chegar tarde e como ela estava muito cansada iria dormir logo. Preferia assim, porque não saberia como agir novamente diante disso. Das outras vezes explodira, mas não queria fazê-lo novamente. Quem sabe depois do banho suas emoções se abrandassem e ela o receberia com mais calma. Que ela o recebesse com calma, não queria dizer que ela o receberia com todo o amor do mundo. Isso também já acontecera diversas vezes, mas quando ela ainda pensava que o marido mudaria, e deixaria o trabalho em segundo plano. Já não mais acreditava que isso fosse possível. Queria mesmo acreditar. Mas era impossível!

Doía pensar assim, que sempre a família seria trocada por uma missão, ou um treinamento. Ela agüentava, era uma adulta, mas quem sofria eram os filhos. Apenas crianças que necessitavam mais da permanência do pai em suas vidas. Não queria para Brian e Matt, o que Harry diversas vezes se queixara a ela. Que diversas vezes ele confessara com os olhos cheios de lágrimas. Mas ele parecia não enxergar que cometia o mesmo erro.

Abriu a porta da frente com certa dificuldade, pois Matt se sacudia querendo descer. Colocou a bolsa no sofá e deixou o bebê no carpete da sala. Mas antes verificou não ter nada ao alcance dele. Jogou-se cansada no sofá. Respirou fundo e encarou o filho que se equilibrava segurando em suas pernas. Seria questão de tempo até que ele adquirisse confiança e saísse correndo pela casa.

Levantou-se e o pegou no colo. Subiu as escadas de corrimões brancos e virou a esquerda entrando em seu quarto. Daria banho em Matt na banheira de sua suíte. Despiu o menino e foi banhá-lo. Uma tarefa que era uma diversão para ele. Matt adorava água. Logo terminou e o vestiu com um pijaminha vermelho com pantufas de leãozinho. Presente da avó materna. Colocou-o no berço e chegara a sua vez de relaxar.

Entrou no banheiro e deixara a porta encostada, a babá eletrônica estava ligada e pendurada na maçaneta da porta. Tirou o vestido branco florido que deslizou pelo chão. Estava pronta para relaxar em seu banho revigorante. Entrou na banheira com o intuito de não demorar. Brian estava pra chegar e ela tinha que lhe dar algo de comer e banha-lo para que pudesse dormir. Matt também deveria estar com fome. Mas a água estava tão boa e ela queria descansar e poder por apenas alguns minutos não lembrar de seus problemas. Não podia, no entanto parar de pensar no que Gina dissera. Ela não perdia mesmo uma chance de provocá-la. Ficou muito incomodada com a indireta, muito mais que direta sobre os “pilotos”.

Fechou os olhos. Respirava lentamente. Apoiou a cabeça na toalha que colocara debaixo desta. Mirou o teto depois de abrir os olhos. Ele era branco e sem emoção, assim como sua vida de uns tempos pra cá. Amava muito o marido, mas a vida era complicada demais e passava longe de um conto de fadas. Não tinha duvidas de que Harry a amava também, só não sabia muito como demonstrar. Sempre fora fechado em suas emoções. Agüentava diversas coisas calado e só quando não podia mesmo suportar desabafava com alguém, e que na maioria das vezes não era ela a ouvinte.

Inicio do Flashback

Harry sentia-se levemente incomodado com aqueles milhares de olhos pousados nele. É claro que ele era a atração principal, afinal era o seu casamento, mas não conseguia conter a aflição. Gotas de suor pareceram brotar na sua mão escondida pela luva branca e na testa, por causa do quepe, fazendo ele se sentir preso, pela primeira vez, àquele fardamento branco.

Resistiu a tentação de abrir alguns botões da farda. Tinha que estar tudo perfeito. Ele devia isso à Hermione. Ela merecia.

Ele tinha a sensação de que toda a Royal Navy estava ali, olhando pra ele que esperava Hermione à frente do altar. Ficou feliz em perceber que todos os seus amigos estavam ali, e pareciam tão nervosos quanto o próprio noivo. Seu pai estava ali também, e mantinha uma postura impecável, ao contrario de Rony, que parecia tão bobo de felicidade que esquecera que era um militar. A única pessoa que não parecia realmente feliz era Gina, e Harry ainda não entendera o que ela estava fazendo ali.

De repente, o silêncio invadiu o local e a luz se apagou. Vozes finas e quase angelicais começaram a cantar uma bonita melodia. Todos se levantaram, quando Hermione foi vista. Harry sentiu sua respiração falhar.

A guarda de honra, formada por colegas fardados, desembainharam a espada e a cruzaram no ar, no momento da entrada da noiva. Ela adentrou no pequeno túnel feito pelos homens e Harry pôde vê-la por completo.

Ela nunca estivera tão... linda. Seus longos e encaracolados cabelos castanhos de reflexos dourados estavam presos negligentemente num elegante nó na nuca, deixando cair alguns cachos sobre seu colo. Ela estava vestindo um vestido branco, como o de todas as noivas, mas Harry duvidou que alguma delas ficasse tão bonita como Hermione estava naquele momento. O vestido era simples, mas extremamente bonito, e acentuava-lhe a silhueta esbelta e os seios pequenos. Ele fazia um contraste com a pele também branca de Hermione, fazendo-a parecer um anjo. Ela tinha uma postura diferente, sendo ágil e graciosa. Seus traços nunca foram tão meigos e ao mesmo tempo fortes, que transpiravam uma sensualidade crua.

E sorria – um sorriso um pouco nervoso, era verdade – um sorriso bonito, revelando uma fileira de dentes brancos e alinhados.

Ela andou até ele, olhando nervosamente para os convidados. Harry sentiu vontade de correr para abraçá-la, e teve que lutar consigo mesmo para manter a compostura. Quando ela parou do seu lado, ele beijou sua testa de leve, depois entregou o braço direito para ela segurar. Ao se inclinar para ela, sentiu uma lufada tentadora do perfume de Hermione encher-lhe as narinas e notou como o rosto da mulher era lindo.


Hermione deu um sorrisinho nervoso pra Harry, que retribuiu.

– Está tudo bem. - disse, enquanto se encaminhavam para o altar. – Eu te amo.

Ele viu os olhos dela se enxerem de lágrimas, mostrando o quão emocionada estava.

Mas a resposta que ela deu, ele nunca soube, por que chegaram ao altar e se ajoelharam. Harry podia sentir o ar vibrar ao seu redor. Não escutava o que falavam.

–Hermione Jane Granger, você aceita Harry James Potter como seu legitimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, em tempos de guerra e paz?

Ele observou, perdido, a curva dos lábios de Hermione formar um SIM. Era a sua vez de responder. Podiam perguntar uma coisa mais difícil, pensou.

–Harry James Potter, aceita Hermione Granger como sua legitima esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, em tempos de guerra e paz?

–Sim. – disse Harry, certo de sua resposta como jamais estivera.

Hermione estremeceu um pouco quando Harry tocou sua mão e com suavidade, colocou o anel de ouro em seu dedo da mão esquerda. Ele coube perfeitamente. Ela repetiu o que o marido tinha feito, sorrindo. Respirou fundo, o ar começando a fugir dos seus pulmões. Harry deu um sorriso.

Pôs a mão respeitosamente na cintura dela. Hermione fechou os olhos e prendeu a respiração quando viu Harry se aproximar dela. Ele estava totalmente encantado. Aproximou-se, devagar, sentindo os próprios olhos pesarem. Seus narizes se tocaram; ele nunca tinha reparado em como os olhos de Hermione eram bonitos tão de perto. Era divertido contar quantas sardinhas ela tinha no nariz e entre os olhos...

Os lábios roçaram-se um no outro, como em um gesto carinhoso. Hermione descansou a mão do peito dele devagar, mantendo ainda os olhos fechados. Harry abraçou a cintura dela, cheirando-lhe os cabelos.

–Obrigada.

–Obrigado por que querida?

–Por tudo. Foi lindo. Você foi maravilhoso.

–Não. – ele balançou a cabeça. – Você é. Obrigado por me aceitar.

–Não é uma escolha muito difícil. – riu-se ela.

–Você está linda, Hermione.

–Obrigada.

Ela amaldiçoou-se por ruborizar; era incrível como parecia que tinha voltado a ser uma adolescente de quinze anos quando estava perto de Harry.

–Ei! Noivos! Parabéns!


Fim do Flashback

Escutou um choramingo vindo da babá eletrônica. O sinal de que sua reflexão acabara. Saiu enrolada na toalha e em seguida vestiu o roupão felpudo. Seguiu então para o closet onde tirou seu pijama e o vestiu. Rumou então para o quartinho de Matt, que era decorado com diversos bichinhos coloridos. O bebê estava de pé no berço e queria pegar a todo custo os cavalinhos do mobílie. Ela sorriu e acariciou os ralos cabelinhos negros dele. Ele riu divertido, parecia que os cavalinhos corriam para fugir de suas mãozinhas gordas.

Tempos depois Brian chegara e ela lhe mandou tomar banho. Jantaram e o menino ainda demorara a dormir. Ficara perguntando incessantemente pelo pai. Queria que o levasse ao parquinho no dia seguinte. Mas Hermione dissera que somente ele poderia responder e que de acordo com a situação Harry chegaria bem tarde. O menino então adormeceu com a expectativa de uma resposta de seu agrado quando visse o pai pela manhã.

Assim como Hermione previra Harry chegara bastante tarde. Ouviu-o abrir a porta do quarto com cuidado. De certo ele também não queria conversar. Entrou e colocou a mochila no chão. Tirou a jaqueta preta e a pendurou no cabideiro no canto do quarto ao lado do espelho amplo. Olhou para Hermione e ela parecia não querer vê-lo, ou apenas dormia virada para o outro lado. Passou as mãos pelos cabelos e seguiu para o banheiro. Após um banho ele voltara para o quarto. Ela permanecia como ele a encontrara ao chegar. Olhou para ela mais uma vez e deitou-se. O dia seguinte há de ser melhor, pensou deitando a cabeça no travesseiro.

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Queridas(os) leitoras (res),

Vocês já me conhecem bem. Hoje faz um ano que estou escrevendo essa coluna, na qual eu recebia emails com os seus problemas e respondia, tentando assim, ajudar da melhor forma possível. Creio que meu trabalho de “conselheira amorosa” tem sido em sucedido até agora.
Mas o que acontece se a conselheira encontra-se num verdadeiro caos dentro de casa?

Meus conselhos não se aplicam a mim? Eu sou hipócrita? Afinal, digo a vocês como tratar dos assuntos do coração, porém não sei cuidar do meu. Peço que dessa vez, vocês sejam minhas conselheiras amorosas, pois creio que esteja próxima a desabar. Sei que vocês me conhecem através dessas páginas, mas agora pretendo contar um pouco mais da minha vida, da minha história, dos meus problemas. Quem sabe contando-o aqui alguém possa se identificar e talvez eu possa ter alguma idéia de como resolver o meu conflito. Na verdade, nem sei se minha editora, a excelentíssima Carla Ligia, está de acordo com o meu desabafo, porém estou disposta a me arriscar pelos seus ombros amigos.

Ah e antes que eu me esqueça, tenho que responder a Teresa: A marinha também tem pilotos que geralmente passam seus dias em um porta aviões. Harry passa os dele no Queen Elizabeth ancorado aqui pertinho de casa, próximo ao porto. O piloto ou um Observer, da Royal Navy, comanda as aeronaves, à direita na linha da frente das operações, tornando vital táctico e operacional decisões sob pressão. Seu papel será o de representar a Royal Navy como potência do ar, e ir para o lugar certo rápida e eficazmente numa operação, ou transportar uma tropa de Royal Marines e seu equipamento por helicóptero.

Quero agradecer também aos leitores dessa coluna, que me mandam emails regularmente: Josy, Mione03, Amor, Nick, Almofadinhas Marota, Sâmya Carvalho, Nana G., Teresa, Carla Ligia, Paula**Lokinha**, Jan, Serena, Carine Gonçalves, e Nina.

Beijos, e até mais!

Hermione G. Potter

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