O segredo da vitória



James não consegue saber ao certo se é ela mesma até aquele instante. Um vago calor brota na sua espinha, a visão se embaça e então ele vê que Lílian Evans é a assasina.Nota que foi drogado, mas é tarde demais.Tateia em busca da arma, mas suas mãos estão pesadas, e ele consegue apenas tirá-la desajeitadamente do coldre e estendê-la como um presente.Ela a apanha e sorri, beijando-o com carinho na testa.Então ela enfia a mão em seu paletó e pega seu celular, desligando-o e colocando-o na bolsa.Ele está quase copmpletamente paralisado àquela altura, afundado na poltrona de couro do escritório montado a esmero na casa dela.Porém, sua mente conserva uma clareza perturbadora.Ela se ajoelha diante James, como fazemos com uma criança, e aproxima tanto os lábios dos dele que os dopis quase chegam a se beijar. Ele sente a pulsação na garganta.Não consegue engolir.Ela cheira a Lírios.

- Está na hora de ir, querido - sussura ela.Então se levanta, e alguém o ergue de repente por trás, cotovelos sob suas axilas.Um homem na frente dele, corado e forte pega suas pernas, os dois o carregam até a garagem, deitando-o na traseira de uma Voyager - o veículo que James e sua força-tarefa passaram meses procurando.Então James percebe que uma outra pessoa está dentro da van - Não tem tempo de processar isto, pois ela já estava prendendo seu tronco com as pernas, um joelho de cada lado da cintura.Já não consegue mover os olhos, de modo que ela narra aquilo que está fazendo:

- Estou puxando sua manga direita para cima.Estou preparando uma veia - Entçao ela ergue uma agulha hipodérmica dentro do seu campo de visão.Dezoito porcento das Serial Killers são enfermeiras.Ele olha para o teto da van.Metal cinza. Fique acordado, pensa.Lembre-se de todos os detalhes, pde ser importante.E então : Se eu continuar vivo

- Vou deixar coxê descansar um pouco - Ela coloca o rosto liso de bonito sobre o de James, para que ele possa vê-la, o cabelo ruivo roçando-lhe o rosto, embora ele não possa sentir - Vamos ter muito tempo para brincar mais tarde.

James não consegue responder, já não consegue nem mesmo piscar.Sua respiração sai em arquejos longios e lentos.Não consegue vê-la empurrando a agulha, embora supunha que ela o tivesse feito, pois só o que se segue é escuridão

Ele acorda deitado de costas.Ainda está grogue e leva um tempo para perceber que o homem corado estpa de pé ao lado dele.Neste instante, o primeiro instante de conciência de James, a cabela do homem explode.James se contrai à medida que o sangue e a massa encefálica dele jorram para a sua frente, sujando seu rosto e peito;um vômito de fluido quente e coagulado.Ele tenta se mexer, mas as suas mãos e pés estão amarrados a uma mesa.Sente o pedaço de algo de uma quentura asquerosa escorrer pelo seu rosto.Ele golfa, mas a sua boca está presa por uma fita adesiva que empurra a bile de volta a garganta, fazendo-o golfar novamente.Seus olhos queimam.Então ele a vê, parada onde o corpo do homem caiu, segurando a arma que acabou de usar para executá-lo.

- Quero que entenda a seriedade do meu compromisso com você - diz ela - Que você é único - Então ela dá meia volta e vai embora

Ele é deixado lá para refletir sobre o que acabou de acontecer.Engole em seco, instando-se a manter a calma, a olhar em volta.Está sozinho.O homem está morto no chão.Lílian foi embora.O motorista da van foi embora.O sangue de James pulsa com tanta violência que é a única coisa que sente.O tempo passa.A princípio ele acha que está em uma sala de cirurgia.É um lugar grande, com as paredes cobertas de azulejos de cerâmica, bem iluminadao por luzes fluorescentes, ele vira a cabeça de um lado para o outro e vê diversas bandejas de instrumentos, máquinas que parecem de um hospital e um ralo no chão de cimento.

Força novamente as amarras percebe que está atado a uma maca.Tubos entram e saem de seu corpo, um cateter e uma intravenosa.Não há janelas no quarto, e um cheito fraco rodeia a sua conciência.Mofo.Um porão
Ele começa a pensar como um policial.Os outros foram torturados por alguns dias antes que ela os desovasse.Isso significava que ele tinha tempo.Dois dias, talvez três.Eles poderiam achá-lo durante esse período.Tinha dito a Remus para aonde estava indo, tinha uma consulta com a psiquiatra sobre seu novo corpo.Ele queria vê-la, queria se aconselhar com ela.Não estava preparado para isso.Mas eles ligariam os pontos.Remus ligaria os pontos.Só poderiam rastreá-lo até aquele lugar.Ligara para a mulher no caminho.Aquele seria seu último ponto de contato.Quanto tempo havia passado desde o rapto?

Lá estava ela novamente.Ao lado da mesa, de frente para onde o corpo ainda estava caído, sangue grosso e negro infiltrando-se no chão cinza,Lembrava-se dde quando ela se apresentou - a Psiquiatra que desistiu de clinicar para escrever um livro.Ela havia lido sobre a força-tarefa e ligara para ele para saber se poderia ajudar.Aquilo se transformara em um inferno para todos eles.Ela se ofereceu.Nada de terapia, foi o que ela disse.Só conversar.Eles vinham trabalhando no caso por quase dez anos.Vinte e três corpos em três estados.Tinha cobrado o seu preço.Ela convidou os interessados para uma sessão em grupo.Só conversar.Ele ficara surpreso com o número de detetives que apareceram.Talvez o fato de que ela era bonita tenha ajudado um pouco.Mas o engraçado foi que funcionou.Ela era muito boa.

Lílian puxa o lençol branco que o cobre abaixo do peito e ele percebe que está nú.Essa constatação não lhe tras nenhum constrangimento.É apenas um fato.Ela espalma uma das mãos pelo seu esterno.Ele sabe o que isso significa.Memorizara as fotos dos crimes, as escoriações e queimaduras nos tóraces.Faz parte do perfil, uma de suas assinaturas.

- Você sabe o quem vem em seguida? - Pergunta ela sabendo que sim

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