Decisão na noite de Gondor



Todos se sentaram. A mesa era redonda, mas ficou bem dividida: de um lado, Cindy e os outros. Do outro, a Comitiva.


Remo abaixou a cabeça. Só naquela hora havia percebido como a situação era boba. Na sua frente, Cindy, que sabia o que queria, e do lado dele todos os outros amigos do ex-casal, não concordando com o que ela havia escolhido. Resolveu ficar quieto.


- Muito bem, Cindy. Gostaria que você tivesse certeza do que está fazendo.- Dumbledor disse, e os outros concordaram.- Você sabe que isso é para sempre. Pense no que está abandonando: seus amigos, sua vida em Londres, por algo que nem é tão bom assim.


Cindy arregalou os olhos.


- Como assim não é tão bom?- disse em tom de desafio.


- Você está indo para um lugar que você mal conhece.- Sirius disse, bastante desesperado com a situação.


- Não, Sirius Black? Eu ESTOU nesse tal lugar.- Cindy estava furiosa.


- Você não conhece quase ninguém aqui!- Minerva exclamou.


- Aí que você se engana, sra. Minerva McGonagall.- Pippin falou.- Ela conhece o Rei, ela nos conhece, ela conhece Frodo, Galadriel e Gimli. Ela conhece todos os povos.


Minerva retraiu os lábios.


- Para sempre, Cindy.- Harry começou.- Você sabe o que quer dizer.


- Mas essa é a minha escolha, Harry.- Cindy se virou para ele.


Todos na mesa ficaram em silêncio. Cindy olhava para o chão. Ela só queria a liberdade, só queria ser feliz. Qual era o problema dessa Comitiva?


- O que tem de errado em Londres?- Camila perguntou, já sabendo a resposta. Se ela pudesse, também queria morar na Terra-Média, em Lorien, ou Valfenda.


- Não tem nada de errado em Londres. Só quero ser feliz, e a Terra-Média me deixa feliz. Qual é o problema?


A Comitiva se olhou, sem palavras. Remo, que havia se mantido quieto desde então, se levantou e disse:


- Cindy, venha aqui.- ela o ignorou.- Por favor.


Aragorn a olhou, como se perguntasse se ela ia se levantar. Mas ela fez um sinal positivo com a cabeça.


A mesa ficou em silêncio quando Remo abriu as enormes portas brancas, e Cindy saiu. Ele a puxou para o lado, longe dos olhares e ouvidos curiosos.


- Eu só quero saber uma única coisa.- ele disse, e respirou fundo, tomando coragem.- Você não me ama mais?


Ela o encarou, sem palavras.


A mente de Cindy virou uma bagunça. Ela não sabia o que responder, não queria falar o que sentia no momento, com medo de ter que se arrepender depois. Apelou para uma resposta indireta.


- Eu quero ficar aqui em Gondor, ao lado de...- respirou fundo.- Aragorn.


- Entendi.- ele abaixou a cabeça. Apareceu novamente na porta, onde todos ainda estavam em silêncio.- Vamos embora. A Cindy já se decidiu.


- E...- Sirius disse, nervoso.


- Eu fico aqui em Gondor.- Cindy também apareceu na porta.


Aragorn, Gandalf, Merry, Pippin e Legolas sorriram. Já a Comitiva toda olhou, desapontada, para Remo, que também estava desconsolado.


A Comitiva saiu pela porta. Somente Sirius, Camila e Dumbledor falaram com Cindy. Sirius a abraçou, e disse para ser feliz. Camila também a abraçou, mas faltaram palavras: porém seus olhos cheios de lágrimas já diziam tudo para Cindy. Dumbledor, por sua vez, disse que ela era irresponsável (o que deixou Cindy chateada), mas logo depois ele piscou o olho direito, e disse baixinho: ‘divirta-se na Terra-Média, Marota’. (o que deixou Cindy mais empolgada do que já estava).


Logo depois saíram Merry, Pippin, Legolas, Gandalf e por fim, Aragorn. Calmamente, o rei e Cindy foram até a porta. Gandalf e os outros já estavam parados, esperando o rei do lado de fora, e um pouco mais longe estavam a Comitiva, já montada.


- Que prossigam sua viagem até Isengard em paz.- Gandalf disse.


- Adeus da terra do rei Elessar Telcontar, a pedra-élfica!- Pippin disse.


- Obrigado, rei Elessar. Gondor é um reino fantástico.- Dumbledor disse, e a Comitiva partiu.


Rapidamente o vulto de 3 cavalos e 4 pôneis já haviam se confundido com a escuridão. Gandalf se virou para Cindy, e colocou as duas mãos no ombro dela, em uma demonstração de alegria característica de Gandalf. Legolas ia fazer o mesmo, mas Cindy o puxou para um abraço. (‘eu queria ver a cara da Camila nessa hora!’ Cindy pensou). Já Merry e Pippin não precisavam de puxões para abraçar. Os quatros entraram novamente no salão, deixando somente Aragorn e Cindy lá fora.


O vento batia na Árvore Branca, que estava típica no outono: suas folhas caiam calmamente no chão. Era um ambiente muito agradável. Aragorn fitou Cindy, e ela se virou para ele.


- Acabou.- ele sorriu.- Bem vinda a Gondor, Cindy.


- Obrigado Aragorn. Sim, serei bem vinda.


Ele deixou que o sorriso se dissipasse, e ficou pensando. Um pensamento veio, e ele acabou deixando ele escapar.


- Posso perguntar uma coisa?


Cindy se virou meio assustada, pois apreciava a paisagem em paz, mas conseguiu dizer:


- Pode.


- O que ele te perguntou?


Por mais que Aragorn realmente fosse um rei, ele raramente tinha essa postura perto de Cindy. Mas dessa vez o instinto foi mais forte. A lua minguante, pálida, iluminava seu rosto nobre. Ali, Cindy pode ver o poder dos antigos reis. Ali, ao alcance de sua mão.


Ela suspirou, sabendo que ele não ia gostar da resposta.


- O Remo me perguntou se eu não o amava mais.


O ar imponente, de um rei forte, desapareceu do seu rosto, dando lugar a um jovem que parecia preocupado.


Ela quase riu ao ver o poder que causava nele.


- E o que você disse?- o tom de sua voz diminuiu, e ele tremia um pouco.

- Eu disse que quero ficar aqui, do seu lado, em Gondor. E isso bastou.

Ele deu um sorriso sincero e a puxou para perto de si.


Cindy não conseguia pensar. Sua cabeça girava, mas de um modo diferente de quando Remo havia perguntado de ela não o amava. Ela se sentia bem, perto daquele homem forte, o rei de Gondor. Ela o fitou, e eles ficaram se olhando durante o que Cindy chamaria de eternidade. Calmamente, sabendo que aquele era o momento, ela aproximou os seus lábios nos dele, e então, depois de tanta espera, se beijaram.


- Eu não quero atrapalhar os dois pombinhos, mas o jantar está na mesa, rei.- Faramir falou, em um tom divertido.


- Obrigada Faramir, estamos indo.- Aragorn disse, e fez Cindy entrar primeiro, e entrou logo atrás dela. Faramir que fechou a porta.





Apesar da escuridão encobrir a Comitiva, eles não estavam tão longe assim. Sirius e Minerva se mantinham bem atrás, e, de longe, Sirius pode ver a sombra de sua irmã e do rei. Engoliu em seco, imaginando se ela tinha certeza do que fazia, mas quando percebeu o beijo, sabia que a escolha já havia sido feita.


Remo estava quieto, olhando para a lua minguante.


‘Então é assim que as coisas acabam? Eu voltando para minha casa, sendo obrigado a deixar quem eu amo nas mãos do rei de Gondor? Um final muito criativo.’. Ele suspirou.


- Será que não é bom a gente parar? Não vamos conseguir nos manter na trilha com essa escuridão.- Camila disse.


- Camila está certa. Precisamos parar.- Snape falou.


- Nossa, alguém seqüestrou o Snape! Esse não é o Severo que eu conheço.- Minerva disse, irônica.


- Eu aconselho a não falar nada, se não o Snape de antes volta.- Snape disse em tom arrogante.


- Não está mais aqui quem falou.- ela disse, e parou o cavalo. Sirius desceu primeiro. Viu que sua irmã e Aragorn haviam entrado, então se voltou para Remo, que também havia descido do pônei.


- Remo...- ele começou, mas Remo disse.


- Sirius, pode deixar. Só preciso ficar sozinho.- ele se sentou em uma pedra. Dumbledor conduziu os cavalos para um lugar mais afastado da estrada que dava para Minas Tirith. Lá, com auxilio da magia, arrumou um lugar para todos deitarem. Eles estavam cansados, e logo toda a Comitiva estava dormindo. Quer dizer, não toda. Camila estava muito bem acordada, andando com o seu pônei.

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