Transformação



Capítulo 1

A transformação de Harry

Harry estava diferente, afinal não é todo dia que seu mentor é assassinado por seu professor de Poções. “Eu nunca confiei em Snape, mas Dumbledore confiava. Agora ele está morto e a culpa foi do homem em quem ele sempre acreditou”, pensava Harry no trem, de volta para as férias de verão na casa de seus tios, o que ele considerava uma tortura. O pior era que sua chegada inesperada deixaria seus tios extremamente irritados.

Foi pensando no que faria para derrotar Snape, Voldemort e os Comensais, sendo que quando lutou com seu professor foi derrotado facilmente. Pensou em todas as vezes que ficou cara-a-cara com o cara de cobra, pois sempre chegava alguém ou algo acontecia para que conseguisse fugir com vida. “Não serei mais fraco. Não vou mais aceitar perder aqueles que amo, e os que me fizeram sofrer vão pagar muito caro”, pensou o rapaz, com a cabeça pressionada contra o vidro do trem, de volta para a plataforma que o levaria para a Londres trouxa. Em seus lábios havia um sorriso frio, como se aqueles pensamentos lhe dessem prazer. Já fazia algum tempo que sentia raiva, que tinha vontade de destruir tudo a sua volta, e estava gostando. Isso lhe dava a sensação de liberdade, e não sentia medo algum.

Seus pensamentos o deixaram com o chamado de Hermione.

-Harry, você está bem? Está com uma cara estranha – falou a garota.

-Estou bem, não se preocupe – disse com um sorriso no rosto para acalmar a amiga.

-Temos que decidir quando vamos procurar as horcruxes – continuo Hermione. A moça ainda parecia preocupada.

Mas Harry não pode continuar a conversa. Sua cicatriz começa a arder e, alguns segundos depois, a sangrar. Ele leva a sua mão à testa e sente o sangue quente escorrer entre seus dedos. A dor se espalha pelo corpo todo. A última coisa que conseguiu ver foi Hermione gritando o seu nome, e logo seus olhos mergulham na escuridão.

Hermione saiu correndo da cabine a procura de Rony, que estava fazendo a ronda naquele momento.

- Qual dos pirralhos jogou bomba de bosta no cabelo dessa lufa-lufa, se você não aparecer...! – gritava o ruivo.

-RONY! RONY! – chamou Hermione, com lágrimas rolando pelo rosto. Ainda nervosa, a garota descreveu toda a cena para o amigo, logo os dois saíram correndo, de volta para a cabine onde Harry permanecia.


*****

Harry percebeu que seus pensamentos agressivos o deixaram mentalmente fraco, o que deixou sua mente aberta para que Voldemort a invadisse. Mas dessa vez foi diferente. Havia uma sala de estar, iluminada apenas pela lareira acesa ao fundo. Havia duas cadeiras, uma delas ocupada por ninguém menos que o assassino de seus pais. Olhou em volta tentando reconhecer o lugar, mas foi interrompido pela voz fria e zombeteira de Voldemort.

-Ora, ora, ora, Potter. Ainda chorando por aquele velho imprestável? Tão fraco, moleque... Entrei em sua mente facilmente. E ainda continuam a afirmar que você é o eleito – dizia ele calmamente – Você não passa de um moleque que teve sorte de escapar por causa da ajuda de seus amiguinhos traidores de sangue. Mas em breve isso irá mudar – continuou. Um sorriso frio e prazeroso desenhado no rosto.

Em uma hora dessas, Harry Potter estaria com medo. Seu inimigo mortal estava ali na sua frente, o encarando com aqueles olhos vermelhos como sangue, o rosto ofídico com aquele sorriso maligno que assustaria qualquer um. Menos ele. Continuava com aqueles pensamentos vingativos.

- Ora, Tom, se ele era imprestável por que não o matou ha dois anos atrás no Ministério da Magia? Estava com medo? Você que é um idiota, não pode nem matar Dumbledore sozinho, precisou que Snape fizesse o trabalho. Você nunca passará de um covarde escondido atrás de seus Comensais. – disse Harry se sentando na poltrona vazia em frente ao Lord das Trevas. Sua voz estava calma e segura, de um modo provocador que deixava Tom Riddle irritado.

-Como ousa falar assim comigo? Seu bastardo filho de sangue – ruim! – gritou o outro. Logo se acalmou novamente, não queria discutir, tinha outras intenções – Potter, queria lhe propor um acordo que seria vantajoso tanto para mim quanto para você. Por quê você e seus amiguinhos sangues-ruins e traidores de sangue não saem do país? Pode levar quantos quiser, não me importo. Vão e não precisam voltar nunca mais – terminou com um sorriso. Movido pela curiosidade, sua ligação com Voldemort se fez presente naquele momento e ele pode ouvir uma frase, “ Por enquanto o garoto ainda está fraco, mas com o ódio que está sentindo logo ele irá ceder para o lado das Trevas e se tornará um adversário poderoso. Mas, talvez se ele estiver com aqueles admiradores dele, logo irá desistir da idéia de me derrotar”.

-Tom, acha mesmo que eu desistiria de matá-lo? Passou pela sua cabeça que eu desistiria? Não, está enganado! Vou destruir você e todos os seus comensais, assim como você fez com a minha família! – Harry Potter sorria friamente enquanto pronunciava as palavras. Voldemort por um certo momento pareceu surpreso, mas logo voltou ao normal.

O Lord das Trevas fez um gesto para que o garoto se calasse.

-Eu, como o bondoso lorde que sou, dei-lhe a chance de fugir, mas você escolheu a morte, garoto tolo!

-Existem castigos piores que a morte, Tom. Não me importo se eu morrer, mas vou garantir que você venha comigo – respondeu o rapaz, agora se levantando e encarando o homem a as frente. Seus olhos faiscaram de ódio.

- Talvez... Mas, você vai poder descobrir isso agora mesmo, Potter – Voldemort se levantou e ergueu a mão direita mirando o peito de Harry. – Você não tem varinha, está completamente exposto a mim, meu rapaz. Este é o meu mundo, e eu decido quem vive e quem morre. AVADA KEDAVRA! – uma luz verde saiu da palma da mão de Tom Riddle, indo direto ao encontro de Harry.

Tudo aconteceu muito rápido. Harry agiu por instinto, levantou sua mão e gritou “EXPELLIARMUS”, e uma luz vermelha saiu da sua mão, esta se chocou com a maldição e fez o mesmo efeito do duelo no cemitério. Harry tentou desesperadamente entrar na mente de seu adversário, e estava quase conseguindo. Seus olhos começaram a adquirir uma cor vermelha, como os de Voldemort.

-NUNCA VAI ME DERROTAR, POTTER! EU SOU O LORD DAS TREVAS! – gritava o outro com fúria. Seu ódio era tanto que o raio verde avançou ameaçadoramente para Harry, e isso fez com que Voldemort desse um sorriso de vitória.

Harry, percebendo que teria que recuar, rompeu o contato mental com seu inimigo e rolou para a direita, sendo que a luz verde explodiu a poltrona que até pouco tempo ele estivera sentado.

-Nos encontraremos de novo, Tom – e depois disso, ouviu-se um “crack” de aparatação e logo Harry Potter não estava mais ali.

-Não haverá próxima vez, jovem Potter. Ainda tenho muitas cartas escondidas a manga, e você não perde por esperar.

Naquela sala só era possível ouvir os ecos de uma risada fria e sem graça, assustadora.


*****

-Harry! Harry, acorda, pelo amor de Merlin! Obra os olhos, por favor! – Hermione chorava enquanto sacudia o amigo, e Rony, ao seu lado espantava os curiosos que insistiam em ver a cena.

Perguntas como “Ele está morto?”, “O que aconteceu?”, “Foi Você-Sabe-Quem?”, pairavam na mente de inúmeros alunos assustado tentando entrar na cabine. Gina permanecia pálida ao lado de Hermione, se segurando ao máximo para não derramar as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos. Harry se contorcia desesperadamente e suava frio enquanto murmurava coisas como “Tom”, “acordo”, “nos encontraremos de novo”. Rony, Hermione e Gina acreditavam que o rapaz estava tendo outra visão de Voldemort.

De repente, Harry se levanta de uma vez, assustando todos que estava ao redor. Hermione, que estava tentando acordá-lo cai para trás, Rony apenas dá um salto para o lado e Gina solta um grito de susto, mas ao mesmo tempo, alívio.

Portanto não o fato inesperado de Harry ter acordado daquela maneira que assustou-os, e sim o fato de seus olhos terem mudado de cor. Em vez do verde esmeralda tão conhecido, os olhos do jovem haviam ganhado uma tonalidade vermelha, muito parecida com sangue. Sua expressão mostrava puro ódio e rancor.

-O que aconte... – mas antes que Rony pudesse terminar a pergunta Harry o encarou nos olhos e o ruivo ficou pálido. Hermione, continuava em silêncio, mas Gina tentou uma aproximação.

-Harry...- portanto não pode terminar de falar, Harry aparatou antes disso.


*****

Harry olhou em volta. Estava em um lugar escuro, sem nenhuma iluminação. Suas vestes haviam mudado, agora usava uma longa capa preta com um capuz que cobria seu rosto. Gargalhou friamente.

-Tom, aqui estou eu, invadindo sua mente. Chega de dar uma de bonzinho. Vou matá-lo sozinho e todos que estiverem no meu caminho!


*****

-Mas que diabos foi aquilo? – perguntou Rony espantado tirando Hermione e Gina do estado de choque.

-Não faço a mínima idéia – respondeu a irmã, que estava um pouco mais calma, mas preocupada.

-Será...Será que ele viu Você-Sabe-Quem? – perguntou Rony.

-Provavelmente. Vocês ouviram, havia momentos que ele chamava por Tom Riddle... Acho possível que até tenham duelado. Mas vocês viram aquilo? Quando olhei para o Harry parecia que eu estava cara a cara com o próprio Voldemort. – dizia Gina num fio de voz.

Ficaram em silêncio por algum tempo, cada um mergulhado em seus próprios pensamentos.

-Legilimência – sussurrou Hermione, mais para si do que para os outros dois. – Harry pode ter invadido a mente de Voldemort e ter adquirido parte de sua personalidade.

-Você está querendo dizer que Harry entrou na mente de Você-Sabe-Quem e agora é como se o Harry fosse Vol...Voldemort!? – disse Rony zombando, mas sabendo que no fundo, era verdade. Para ele era impossível que Harry invadisse a mente de alguém sendo que ele fora um desastre em oclumência.

-Acredito que tenha sido isso, mas espero que seja temporário – respondeu Mione cabisbaixa.

-E você acha o que Mione? Que foi um stress temporário? Da última vez que o cara de cobra passo poderes pro Harry foi pro resto da vida! – falou Gina. A ruiva estava desesperada com a possibilidade de Harry adquirir uma nova personalidade, ainda mais uma cruel e assassina com a de Lord Voldemort.

-Calma, maninha. Quando chegarmos à estação vamos falar com papai e a ordem e eles vão dar um jeito de achá-lo, tudo bem? – Rony tentou acalmar a irmã e a puxou para um abraço tentando passar segurança. Segurança essa que nem ele mesmo tinha.

Ficaram algum tempo em silêncio. Até que Rony decidiu que já era melhor mandar uma carta para o pai saber do que havia acontecido.


*****

-Potter!? O que faz aqui? Era para você estar com aquela gente da sua laia naquele lugar cheio de aberrações que você chama de escola! – dizia tia Petúnia, assim que abiu a porta.

-Saia da minha frente, sua trouxa de sangue ruim! – disse Harry com ódio. Sua voz permanecia calma e fria, de um jeito que deixou a mulher arrepiada.

-Como ousa fala assim com a sua tia? Mais respeito na minha casa, seu moleque! – gritou tio Válter. Os olhinhos miúdos quase saltando para fora, e vermelho de raiva.

-Eu falo assim com quem eu quiser seu porco imundo! Agora saia da minha frente! Só vou ao meu quarto pegar algumas coisas e já vou embora. Não precisarão me ver nunca mais – Harry estava furioso. Sua voz agora estava mais alta, o que não passou despercebido pelo tio.

-Seu moleque ingrato! Depois de tudo que fizemos para você é assim que nos trata? Você vai pagar! – assim que pronunciou tais palavras, Válter partiu em direção a Harry com os punhos cerrados, pronto para dar uma surra no rapaz.

Tudo aconteceu de forma muito rápida. Tia Petúnia estava na cozinha, ainda em estado de choque pelo tratamento que recebeu do sobrinho. Enquanto isso ,seu marido partiu para cima de Harry, que com um rápido movimento com a mão fez com que o homem caísse sobre uma mesa, quebrando-a.

-Minhas pernas! Eu não sinto minhas pernas! – gritava tio Válter.

-Deixe de ser fresco! Eu apenas as imobilizei – disse Harry com desprezo.

Harry subiu as escadas e se dirigiu para o seu antigo quarto. Pegou algumas coisas essenciais como roupas, livros e pergaminhos e em seguida fez com que suas coisas que estavam no trem aparecem no quarto. Enquanto isso tia Petúnia estava no telefone desesperada, chamando por uma ambulância, ao mesmo tempo em que agradecia por Duda não estar em casa naquele momento, já que o filho estava em uma daquelas colônias de férias.

Assim que Harry retornou a sala, percebeu que seu tio ainda estava sob efeito do feitiço, enquanto Petúnia tentava colocar o marido no sofá. Assim que viu o sobrinho chegando a mulher ficou pálida.

-Desfaça isso agora, seu moleque, se não... – ameaçou tio Válter até ser interrompido por Harry.
-Vocês nunca foram minha família. Nunca me trataram como gente, então vão ter o que merecem – terminou a frase com um sorriso maníaco. Em seguida, tirou a varinha do bolso, o que deixou os tios aterrorizados – Avada Kedavra! – as palavras saíram de sua boca em um sussurro aterrorizante. Uma luz verde iluminou todo o ambiente deixando dois corpos sem vida no chão.

Depois do ocorrido, com passos lentos, Harry Potter saiu do inferno que por anos teve que chamar de casa. Vingou-se dos tios com um sentimento prazeroso nascendo em seu peito.

-Essa sensação de poder... Então é assim que o cara de cobra se sente o tempo todo? E eu gostei. Gostei muito...


*****

Após um pequeno conflito, Lord Voldemort retornou a “Toca da Serpente”, como chamava a Mansão Malfoy, para não serem descobertos. Aquela era a nova sede do Lord das Trevas. A sala de reuniões não era um lugar muito espaçoso. Era pouco iluminado, com uma mesa oval no centro onde havia sete cadeiras, das quais seis se encontravam ocupadas por aqueles que formavam o circulo social restrito do Lord, os chamados Cavaleiros. Voldemort caminhou até um das pontas da mesa e se sentou.

-Agora, quero saber o que aconteceu enquanto estive fora – disse ele calmamente.

-Perdemos Rabicho, mi lorde. Um auror do ministério, Dawlish, o matou. Mas conseguimos capturá-lo e mandamos Juan em seu lugar. Ele aguarda seu comando para continuar a missão, mi lorde. – informou um dos comensais, um de porte atlético que parecia ter uns dezoito anos, Victor.

-Excelente! Quero isso terminado o quanto antes! Logo o ministério estará em ruínas e os sangues-ruins serão cassados! – disse outro comensal, Harold.

-Ótimo, caros amigos. Potter não aceitou minha oferta. É apenas um moleque tolo – o lord avaliou cada um de seus servos. - Sara e Jon, eu deixo a vocês o cargo de eliminar Harry Potter, tragam-me a cabeça dele. Victor quero que Juan termine a missão, eu quero descansar agora, amanhã teremos outra reunião. Estão dispensados - ordenou Voldemort.

-Sim mi lorde – responderam os comensais, e logo deixaram a sala.

-Eu não tenho o que temer, minha querida. Harry Potter é apenas um garoto, o que ele pode fazer? – sussurrava Voldemort para Nagini.

-Ele pode treinar e derrotá-lo. Sua alma pode ser imortal, mas seu corpo não, mestre. Ele pode te matar de novo... – respondeu a cobra.

-Depois dessa missão isso não será problema. Quando eu tiver em minhas mãos a fonte de informações de que preciso, nem o tempo irá me destruir...


*****
A Sra. Weasley estava na cozinha da Toca preparando o almoço, enquanto seu marido lia o Profeta Diário na sala ao lado. O Sr. Weasley lia uma matéria que dizia que Rabicho havia sido pego perto do Ministério, sozinho. “Mas sozinho?”, pensou o homem. Não. Ele sabia que o homem só havia sido enviado para chocar os funcionários do ministério, e que este fora mandado para uma missão suicida, afinal ele era fraco e sabia demais. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz da sua esposa dizendo que havia acabado de receber uma carta de um de seus filhos, Rony.

-Parece que escreveram com pressa! A carta está úmida e as letras estão borradas! – exclamou a mulher.

-Vamos ver o que é.

O casal teve que ler a carta duas vezes para entenderem os fatos. Naquele mesmo momento o Sr. Weasley saiu correndo para buscar os filhos que o esperava na estação. A Sra. Weasley estava chocada e seu rosto brilhava com as lágrimas que caiam de seus olhos. Não podia acreditar no que aconteceu com Harry, o rapaz que ela tratava como um de seus filhos.

Uma hora depois da sua saída, o Sr. Weasley voltou acompanhado por Gina e Rony, afinal Hermione fora para a sua casa e depois voltaria para a Toca.

A Sra. Weasley logo bombardeou os filhos com perguntas.

-O que aconteceu com Harry? O que vocês sabem? Como ele fugiu? Onde ele está? – perguntava uma Sra. Weasley preocupada.

-Mãe, acalme-se! – disse Rony. Ele, com a ajuda de Gina contou toda a história para a mãe, desde quando a cicatriz do amigo começara a sangrar até o momento em que ele aparatou e ninguém mais teve sinais do garoto.

Quando acabou a senhora chorava de preocupação enquanto o marido tentava acalmá-la.

-Molly querida, eu vou falar com Alastor. Tenho certeza que ele saberá o que fazer – disse o Sr. Weasley indo para a lareira e logo depois desapareceu entre chamas verdes.


*****

Na “Toca da Serpente”, Voldemort conversava com um de seus servos.

-Vou destruir o Beco Diagonal e declarar guerra, mi lorde – dizia Jon aos pés de seu Lord enquanto este acenava impaciente mostrando puro tédio.

-Quando achar o Potter, quero que o traga para mim vivo! Eu mesmo me encarrego de destruir aquele garoto – ordenou Voldemort.

-Sim, meu mestre – e logo o homem aparatou. Mal sabia Voldemort que nunca mais voltaria a vê-lo.

*****
Harry agora se encontrava no Beco Diagonal, mas precisamente no Gringotes, o banco dos bruxos, retirando dinheiro de seu cofre. O que tinha em mente era comprar uma casa que usaria para treinar. Usaria aquele dinheiro em livros e equipamentos de todos os tipos que o ajudassem a ficar mais poderoso. Estava saindo do banco para almoçar, mas quando abriu a porta teve uma surpresa.

Um grupo de Comensais da Morte atacava o Beco com fúria. “Vão todos morrer pelas minhas mãos”, pensava ele. Uma súbita vontade de matar o invadiu. Percebeu que não havia só adquirido poderes de Voldemort, mas também sua personalidade. Não sentia medo, e parecia estar tão livre. Agora, tudo era possível. Bastava querer.

Os Comensais matavam pessoas e destruíam lojas uma atrás da outra. Só era possível ouvir gritos desesperados de socorro e crianças perdidas dos pais chorando sem parar. Muitos relâmpagos verdes atravessavam as ruas estreitas e chocavam-se nas paredes e em pessoas. Os que tentavam lutar logo eram mortos pelos invasores, que eram apenas treze, mas mesmo assim eram poderosos. Enquanto seis atacavam, outros seis defendiam formando um círculo, e no centro, Jon, o líder do grupo.

Harry saiu correndo para o meio da batalha com a varinha em punho. Explodiu com um feitiço não-verbal o chão, quebrando a formação dos comensais. Os que conseguiram ficar de pé vinham para cima dele, todos com longas capas pretas e espadas em uma das mãos. Brandiram suas espadas e iam correndo na direção do garoto. Este pegou a espada de um comensal caído no chão, chutou-a para cima e pegou-a agilmente. Logo, um comensal vinha em sua direção, mas não pode nem chegar perto, logo que Harry ergueu a espada, a cabeça do homem saiu rolando pelo chão.

Os outros comensais olharam escandalizados pela ousadia do rapaz e se perguntavam quem era. As outras pessoas que estavam no Beco e sobreviveram também estavam chocadas, afinal enquanto ninguém conseguia chegar perto de qualquer comensal, o garoto conseguira matar um deles em segundos.

-É HARRY POTTER! – gritou um homem assustado para que todos pudessem ouvir.

-Matem o garoto! – ordenou o líder.

Um por um os comensais correram na direção de Harry. Quando um desses agitou a espada mirando o garoto, este conseguiu se defender agilmente. “Agora eu sei lutar”, pensou. Um dos homens de Jon, o mais alto, pulou por cima de Harry e ia acertar suas costas com a espada, mas o rapaz conseguiu desviar o golpe com habilidade, e logo o corpo do homem estava jorrando sangue para todos os lados. Outra figura vinha com agressividade atrás de Harry, que o acertou com um raio vindo da sua própria mão.

Jon observava a luta a uma certa distância, chocado com a habilidade do garoto. Harry Potter derrubava seus homens um a um, fosse brandindo sua espada ao usando magia sem a varinha. Logo, todos os comensais estavam mortos, espalhados pelo Beco Diagonal. Jon se aproximou rapaz.

-Muito bem, moleque. Mas acho que posso fazer melhor que isso. Hoje é seu dia de sorte, afinal, o Lorde das Trevas o quer vivo. – zombou o homem.

Assim que Harry viu o líder do grupo se aproximar ele aparatou. Jon ficou um pouco surpreso, pois havia lançado um feitiço que ninguém que tivesse um nível de magia inferior ao dele poderia aparatar no local. Percebeu que teria um pouco mais de trabalho, “Mas nada que eu não dê um jeito” pensou.

Harry apareceu na sua direita e lançou um feitiço em sua direção, com outro “crack” o garoto apareceu atrás dele e lançou outro feitiço e foi fazendo isso sucessivamente até que...

Jon brandiu sua espada e varinha e começou a andar em círculos com a esperança de achar o Eleito, até que sentiu uma dor terrível em sua perna esquerda. Olhou para baixo e viu que uma poça de sangue se formou sob seus pés. Gritou de dor e logo sentiu uma lâmina fria rasgar suas costas. Resolveu agir por instinto. Levantou sua varinha apontando-a para algum lugar atrás de seu ombro e gritou.

-AVADA KEDAVRA! – Jon já não se agüentava mais em pés, pois a cada segundo sentia um novo corte em seu corpo.

Harry, depois de acertar o homem diversas vezes com sua nova arma, parou e observou de longe. Concluiu que o homem tinha um corpo muito forte, portanto sua mente era fraca.

O jovem Potter aparatou em frente ao comensal e apontou com a espada para o pescoço do homem. Soltou uma gargalhada fria e vitoriosa que deixou os cabelos da nuca do homem em pé.

Os sobreviventes do ataque gritavam vitoriosos.

-O Eleito nos salvou! – gritou um dos homens.

-Ele vai destruir Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado!

Naquele momento, Harry se sentiu poderoso. Sentiam-se uns seres superiores, que poderia controlar a vida e a morte de quem caíssem em suas mãos. Colocou a mão sobre a cabeça do comensal e conseguiu extrair algumas palavras como “livro”, “ministério”, “ministro”, “Harry Potter morto”. Enquanto isso, Jon pegou a varinha que havia escondido debaixo das vestes para tentar um ataque surpresa.

-Cuidado Harry Potter! – gritou uma menina novinha que estava perto deles.

Harry apenas fez um leve movimento com a mão e a varinha do comensal voou para longe. Em seguida ele pegou a espada e a enfiou no peito do homem o matando na hora. Todas as pessoas olhavam incrédulas, notando agora a cor dos olhos do rapaz, já não sabiam mais quem deviam temer. Tudo ficou em silêncio e só ouviram o conhecido barulho de aparatação e Harry Potter já não estava mais ali, em seu lugar, havia um pedaço de pergaminho.

Um dos aurors do ministério que estava ali se abaixou e leu a mensagem.

Todos os que cruzar o meu caminho irão perecer, não importa quem seja, apenas não tentem me deter se não nem mesmo as torturas de Voldemort chegarão perto do que eu irei fazer.

Harry Potter

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