Capítulo quatro



Capitulo quatro.


Não abra a boca, Gina pensou enquanto entravam no JetStar, jatinho particular de Harry. Ele era completamente luxuoso e cheirava a conhaque com sorvete. Estranha combinação, refletiu, enquanto se acomodava em um dos bancos estofados e novinhos que havia ali.
Não demorou muito e uma aeromoça com luxuriantes cabelos pretos e olhos de um azul límpido apareceu, coberta com um uniforme um tanto quanto curto. Ela não pareceu surpresa por Harry ter trazido uma mulher para o avião.
Sua boca carnuda e vermelha se curvou em um sorriso provocante e cordial quando ela ofereceu educadamente algo pra beber.

- Conhaque , senhor?
- Minha acompanhante prefere café, Sarah, puro. – Ele levantou uma sobrancelha, até que Gina concordou. – Pra mim, conhaque.
- Já ouvi falar do JetSatr - Gina comentou enquanto tirava o sobretudo preto e o colocava sobre colo. – É um belo meio de transporte
- Obrigado. Levamos dois anos projetando este modelo.
- As industrias Potter?
- Sim. Quando possível, prefiro usar meus próprios produtos. A senhorita precisa apertar o cinto para a decolagem.

Gina fez o que ele pediu e ouviu uma voz masculina falar:

- Acabamos de ser liberados. Trinta segundos.

E antes mesmo de Gina piscar, eles já estavam no ar com uma decolagem tão sutil, que ela mal sentiu quando o avião deixou o solo. Era muito diferente dos aviões com que estava acostumada em que o passageiro ficava colado, tenso, ao banco, nos primeiros cinco minutos de vôo.
Suspirou e a aeromoça voltou com o café e o conhaque. Era hora, decidiu, de passar ao trabalho.

- A quanto tempo o senhor conhecia Sharon Fudge?
- Fui apresentado a ela recentemente, na casa de um conhecido comum.
- O senhor disse que era amigo da família.
- Dos pais dela. – explicou ele, com descontração - Primeiro em um nível comercial, depois pessoal. Sharon foi estudar na Europa e nossos caminhos jamais se cruzaram. Encontrei-a pela primeira vez há poucos dias, e a levei para jantar. Depois ela morreu. – Pegou uma estreita cigarreira de ouro no bolso interno do paletó. Os olhos de Gina se apertaram ao ver ele acender o cigarro. Odiava o tabaco.
- Senhor Potter... Pode me dizer porque o senhor possui uma coleção de facas e armas em geral, em sua residência? – Gina perguntou e viu com grande satisfação os olhos dele se estreitarem. Durante toda a semana, havia procurado algo que o ligasse mais intimamente com o caso. Depois com a ajuda de Lupin, entrando sorrateiramente pelas portas da internet, achara que ele comprava várias aramas, em diversos leilões no mundo inteiro. Possuía uma coleção de armas de fogo e de armas brancas e Gina gostaria de sabe o porque desse encantopelas coisas violentas.
- Eu as acho fascinantes. O seu avô e o meu consideraram o porte de armas um direito do dia-a-dia. Brincamos muito com essas armas, que qualquer um tinha em casa, enquanto nos tornávamos civilizados.
- E assassinar ou ferir alguém é uma aberração em vez de uma regra normal.
- Você gosta de regras, tenente?

A pergunta era leve, como um insulto por trás dela. Os ombros de Gina ficaram rígidos.

- Sem regra, Potter, temos o caos.
- E do caos, surge a vida – Ele rebateu com um pequeno sorriso estampado na face. Aquela covinha que Gina tinha no queixo era adorável. Gostaria de poder beija-la.

Dane-se a filosofia, pensou ela perturbada.

- O senhor estaria disposto a exibir sua coleção pra mim, Potter? – Ela perguntou direta, enquanto o fitava firmemente nos olhos verde esmeralda.
- Claro, quando a senhorita quiser.

Fácil de mais, pensou ela. Gina suspeitava de qualquer coisa que fosse fácil de mais.

- O senhor jantou com vítima, duas horas antes dela morrer.
- Isso mesmo – Harry apagou o cigarro e se recostou, pegando o conhaque.
- Houve um relacionamento físico com Sharon Fudge?

Os olhos dele cintilaram por um momento, mas se era um brilho de satisfação ou de raiva, Gina não poderia dizer.

- A senhorita quer saber se fiz sexo com ela. Não, tenente. Apenas jantamos. Embora isso me pareça irrelevante.
- O senhor levou uma mulher linda, atriz famosa e louca por você, para jantar e tudo o que aproveitou do passeio foi a comida?

Harry levou algum tempo pra responder, enquanto tomava um generoso gole de conhaque.

- Aprecio as mulheres lindas por uma variedade de motivos e gosto muito de passar algum tempo com elas. Porém não costumo ir pra cama com mulheres que mal conheço. Eu não me deitei com Sharon, tenente. Tenha certeza absoluta disso.

E Gina tinha. Não sabia como, nem por quê, mas acreditava na palavra dele.

- Mas e a senhorita? Age como? – Ele perguntou depois de uma pausa rápida.
- Não estamos falando de mim. – O estômago dela se agitou, mas ela tratou de ignora-lo.
- Pois eu estou. Você é uma mulher maravilhosa, estamos sozinhos aqui, e ficaremos assim por pelo menos mais trinta minutos. No entanto tudo o que aproveitamos até agora, foi um pouco de café e conhaque. – Ele sorriu ao notar a raiva que transparecia no olhar dela. Ela ficava realmente sexy com as maças do rosto proeminentes coradas de raiva – Não é heróico, de minha parte, este autocontrole que possuo?
- Eu então diria que seu relacionamento com Sharon tinha uma conotação diferente.
- Bem, com isso eu certamente concordo.
- O senhor tornou a vê-la depois do jantar?
- Não. Eu a deixei no hotel mais ou menos onze e meia e fui embora. Sozinho.
- Consegue me informar seu paradeiro, nas horas seguintes, após ir embora... Sozinho?
- Estive na cama nas primeiro sete horas desse período. Depois participei de uma teleconferência enquanto tomava café, por volta de oito e quinze. Pode confirmar os registros.
- Eu vou confirmar.

Desta vez ele sorriu, com um rápido clarão de charme em estado puro que fez a pulsação dela acelerar.

- Sabe, tenente Weasley, você me deixa fascinado.
- Então ninguém pode confirmar o que o senhor estava fazendo durante essas sete horas que esteve sozinho na cama?
- Não. Ninguém. Como tinha que estar em Paris no dia seguinte, quis ter uma noite sossegada. À meia noite eu já estava sozinho, acompanhado por um livro e um conhaque, em minha cama em Nova York. Por outro lado... Se fosse assassinar outra pessoa, seria alguém muito descuidado para me deixar desprotegido, sem um álibi.
- Ou muito arrogante pra se preocupar com isso. – retrucou ela – Você apenas coleciona armas ,Harry, ou as usa?
- Tenho excelente pontaria. – Colocou o cálice par o lado – Ficarei feliz de lhe demonstrar isso quando conhecer minha coleção. Amanhã está bem pra você?
- Está.
- Sete horas? Imagino que já saiba o endereço. – Quando ele se inclinou, ela ficou rígida e quase sibilou quando o braço dele, forte e quente, esbarrou no dela. Ele simplesmente sorriu, com o rosto junto ao dela e os olhos no mesmo nível. – Você vai ter que apertar o cinto. Vamos aterrissar.

Ela apertou o fecho sozinha, imaginando se ele a deixava nervosa como homem ou como suspeito de assassinato, ou como uma combinação de ambos. Naquele momento, qualquer uma das opções tinha um interesse próprio e, suas próprias possibilidades.

- Gina – murmurou ele – Que nome mais feminino e simples. Fico imaginando se combina com você.

Ela não disse nada, enquanto a comissária voltava pra recolher o que eles usaram pra beber.

- Você já esteve no apartamento de Sharon alguma vez, Potter?

Ela era durona, ele avaliou, embora tivesse certeza de que havia algo quente e macio por debaixo daquela casca dura. Ficou pensando se, ou melhor, quando, teria a oportunidade de descobrir.

- Jamais estive lá no tempo em que ela ocupou o quarto. E creio que não estive antes disso também. – Respondeu Harry enquanto se recostava novamente – Não posso afirmar isso com toda a certeza, porque é bem possível que eu tenha estado – Sorriu mais uma vez e apertou o próprio cinto. – Sou dono do hotel onde ela estava hospedada, mas creio que já saiba disso. – Distraidamente olhou para a janela enquanto o solo parecia crescer sob eles. – Você consegue transporte no aeroporto, tenente, ou quer uma carona?
***


Quando Gina finalmente pôde ir para seu apartamento já eram dez horas da noite. Havia feito diversos relatórios e cuidado de outros casos pequenos, quando chegara a central de policia.
Tudo o que queria agora era comer alguma coisa, tomar um café e se enfiar debaixo das cobertas até as seis da manhã.
No entanto, mal entrou em casa a campainha tocou.
Soltou um suspiro e olhou no olho mágico, constatando que era sua vizinha Luna Lovegood. Sorriu verdadeiramente. Ela e Hermione eram as únicas amigas que Gina tinha e agradecia por isso. As adorava.

- Oi Luna.
- Gina! – Ela cumprimentou alegremente. Seus cabelos loiros estavam jogados displicentemente sobre os ombros e seus olhos, muito grandes e azuis não estavam tão aluados quanto normalmente. Ela vestia um minúsculo vestido prata, que moldava seu corpo, sapatos de saltos altíssimos e sua maquiagem era extravagante. Luna chamaria a atenção até de um cego, pensou Gina divertida, enquanto dava espaço pra ela entrar em seu apartamento. – Você se esqueceu não foi?
- Esqueci de... – Gina balbuciou em resposta e depois lembrou, com um clarão, que tinha marcado de sair com Luna essa noite. – Não eu não esqueci só...
- Esqueceu. – Luna disse com um sorriso compreensivo – Você está com um terninho cinza que fica ridículo em você! Não pode sair assim... E o botão dele soltou... Amiga, você está horrível.
- Ah eu não acredito que soltou! – Gina praguejou enquanto constatava tristemente que o botão de seu terninho cinza havia realmente se revoltado com ela e saltado. – Vou trocar de roupa em um minuto, Luna, me espere.
- Tudo bem Gina... Nós podemos pedir comida chinesa. Não precisamos sair realmente. Eu já fico em um bar toda a noite mesmo.

Gina sorriu enquanto adentrava seu quarto e se despia. Luna cantava em um bar chamado “Esquilo azul” quase todas as noites e, aparentemente a clientela gostava.
Abriu seu armário e pegou a primeira roupa que viu pela frente: Um camisetão preto, velho, da polícia e sua habitual calça jeans. Sentiu-se absurdamente aliviada.
Quando foi para a sala novamente, Luna estava finalizando o pedido com uma expressão satisfeita.

- Ai... Sabe Gina, eu conheci um cara ótimo! Ele se chama John Travis e é um anjo!
- Não era o D.C. Campbell no mês passado? – Gina perguntou curiosa, enquanto conferia tristemente, que seu café havia acabado. Assim como as frutas, carnes e cereais.
- A você sabe... O D.C é um fofo, mas ele não gostava realmente de mim... Foi só uma aventura. Ouvi dizer que ele vai se casar com Catherine Mary Farell. Eles combinam e... – Mas Luna não pôde completar porque a campainha tornou a tocar. – A comida não pode ter chagado já.

Instantaneamente Gina preparou sua arma. Estava com ela bem segura entre os dedos, quando Luna abriu a porta.

- Encomenda para senhoria Weasley. – Entregador falou alegremente, enquanto olhava para o corpo de Luna.
- Ah claro, doçura. Eu entrego pra ela...
- Assine aqui por favor – Ele entregou uma prancheta pra ela, que assinou enquanto se inclinava sutilmente.
- Então, docinho, gostando da vida de entregador? –Ela flertava abertamente com ele , que retribuía de animado.
- Gostando mais agora, diga-se de passagem...

Luna soltou um risinho baixo e rouco, antes de dar uma gorjeta a ele e fechar a porta.

- Encomenda pra você senhorita. – Luna disse entregando o pacote que tinha um embrulho preto com um enorme laço vermelho em cima.
- Eu percebi – Gina resmungou antes de olhar desconfiada para o pacote.
- Ah vamos... Abra logo! Tem um cartão aí do lado...

Gina hesitou por um momento e depois leu o cartão: “ Harry Potter

- HARRY POTTER? – Luna gritou com os olhos esbugalhados enquanto batia com as mãos na testa. – Gina, querida, HARRY POTTER? O que é dono de 28% de tudo que existe no mundo? O que tem um corpicho mais Sexy que o do Brad Pitt?
- Eu não conheço outro. – Ela resmungou enquanto desfazia o laço do pacote.
- Ahhhhh! Eu achava que você precisava de homens, mas vejo que estava enganada... Oh meu Deus! Harry Potter! É mais que demais!

Gina simplesmente riu dela, enquanto via fascinada o que havia dentro do pacote: Um quilo de café. De uma marca que ela não conhecia, mas era um quilo de CAFÉ! E ela amava café. Se estivesse envenenado ia morrer feliz.

- Café? – Luna perguntou indignada enquanto olhava o pacote – O cara é podre de rico e te dá um quilo de café? Ah faça-me o favor! Mulheres querem brilho, jóias e perfumes! Não um saco de café!
- Não essa mulher aqui Lu. – Disse Gina apontando para si mesma.

Harry Potter sabia como surpreende-la. Só esperava que ele a surpreendesse positivamente. Realmente, não queria que ele fosse o culpado.
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N/A: Oi pessoas!

Postei o capítulo pequenininho, porque estou meio sem tempo de escrever maior!

xD

Quero agradecer aos comentários! Muuuuito obrigada!!!
E quanto a Gina se arrumar mais... rsrs Ela realemnte não cuida muito da aparência, mas eu posso adiantar que com o Harry ela vai mudar um pouco isso. Ela tem um passado muuuito obscuro e no momento tudo o que quer é justiça, então não se importa muito consigo mesma. Mas agora o Harry entrou na área eu me arrisco a dizer que ela vai se arrumar um pouco mais.

Então...

Big Kiss da Bru!

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