Harry e Hermione, uma história



**As Lembranças de Hermione**

Capítulo único – Harry e Hermione, uma história a dois



Hermione, já com 23 anos, escovava os seus cabelos em frente ao espelho do seu quarto, agora já não tão volumosos como quando era criança, a pensar no que tinha mudado na sua vida.



Inicio do flashback



Quando estava no sétimo ano, Harry tinha conseguido derrotar Voldemort, apesar de ter ficado desacordado quase um mês. Todos os curandeiros que tinham observado Harry faziam todos os esforços para o acordar, mas parecia que já não haveria remédio. A vida do seu melhor amigo estava por um fio, e Hermione culpava-se por não poder fazer nada. Culpava-se ainda mais porque sabia que Harry estava naquele estado por tê-la salvo. Tinha sido atingindo com um feitiço poderosíssimo, logo a seguir de matar Voldemort, ao tentar reanimar Hermione. Diga-se de passagem que a amiga também não estava nada bem: fracturou a perna e o braço direito, sem contar com os arranhões e hematomas por todo o seu corpo. Também tinha sido alvo de uma maldição Cruciatus, e no momento estava caída no chão, inconsciente e quase sem vida. Se Harry não tivesse reagido, hoje já não havia Hermione. O que valeu aos dois foi Dumbledore, que assim que se livrou do Devorador da Morte transportou-os para St. Mungos. Hermione tinha acordado logo que lhe tinham dado os curativos, mas Harry não. Tinha sido acertado pelo feitiço que deixara Hermione desmaiada, quando andavam no quinto ano e foram ao Departamento dos Mistérios. Sem contar com todos os outros feitiços que já lhe tinham acertado antes desse. Mas, quando já todos estavam desesperados, Harry abriu os olhos. Foi um choque muito agradável para todos. Excepto, claro, para os seguidores de Voldemort, agora morto. A família Weasley em peso mais Hermione entraram no quarto de Harry quando souberam da notícia, não ligando aos horários de visitas do Hospital. Harry ainda estava muito fraco, e parecia prestes a desfalecer a qualquer momento. Os olhos de Hermione foram-se enchendo de lágrimas aos poucos, até que não as conseguiu conter e começaram todas a cair pelo seu rosto.



- Oh Harry! – exclamou ela, quase sem forças. Não dormia uma noite decente há pelo menos duas semanas. Queria muito abraçar o amigo, mas tinha medo de o magoar ainda mais do que ele já estava.



Harry pestanejou ao ver tanta gente no seu minúsculo quarto. Os curandeiros avisaram a pequena multidão de amigos que Harry poderia ainda não ter recuperado a memória, porque sofrera graves lesões de feitiços de apagar a memória. Que era perfeitamente normal, no estado em que ele se encontrava, não se lembrar do que tinha feito. Mas, para espanto dos curandeiros, Harry lembrava-se perfeitamente, com todos os pormenores e detalhes, de Hermione caída no chão sujo, cheia de feridas e de sangue e praticamente morta. Também se recordava que tentara acorda-la, pois a rapariga estava inconsciente.



- Hermione! Como é estás? O que é que aqueles idiotas te fizeram?



Os olhos de Hermione gotejaram mais. Depois de quase um mês em coma, as únicas preocupações de Harry eram saber se ela estava bem?



- Eu estou completamente bem. – o que era uma estrondosa mentira, porque Hermione tinha umas olheiras gigantes e estava mais magra do que o normal. Além de alguns golpes que ainda estavam a cicatrizar. – Mas e tu? Como é que te sentes? – a amiga sentou-se na beirinha da cama de Harry, a contempla-lo com o olhar.



- Dói-me o corpo todo, principalmente as costas. – respondeu Harry, sentando-se na cama.



Ficaram todos em silêncio, até que Ron resolveu perguntar:



- E não te lembras de nada? Nem de nós?



- É claro que me lembro de vocês! Mas do que me lembro daquela noite foi da Hermione caída no chão e… - Harry fazia um esforço para se recordar de tudo. – … e de ter levado com um feitiço nas costas.



- Tu derrotaste o Quem-Nós-Sabemos! – exclamou Ron, a olhar para Harry. Ainda tinha medo de proferir o verdadeiro nome do Senhor das Trevas. – Não te lembras?



- Desculpem, mas agora vão ter de sair todos. – interrompeu uma curandeira, quando Harry estava prestes a responder. – Este rapaz precisa de descansar. Poderão vir visita-lo no horário de visita do hospital.



E, dito isto, abriu a porta para todos saírem.



Fim do flashback



Hermione sorriu para o seu reflexo no espelho e começou a vestir o seu vestido. Harry tinha acabado por se lembrar de tudo e conseguiu sair do hospital três dias depois de ter acordado, o que significava que podia ir ao baile de finalistas de Hogwarts.



Inicio de flashback



Hermione estava sentada nas confortáveis poltronas da sala comum dos Gryffindor, com Crookshanks no colo, a fazer-lhe festas. Amanhã seria a noite do baile, e Hermione não tinha par. Muitos rapazes tinham-na convidado, mas ela tinha recusado todos os convites. Ron tinha par, a sua namorada Luna, e Harry também devia de ter. Hermione, desde que Harry saíra do Hospital, sentia-se cada vez menos à vontade com ele e quase que não falava. Fazia tudo para não ter de encontra-lo, não sabendo muito bem porquê. Cada vez que ele se sentava ao pé dela na sala comum, ela esgueirava-se para o dormitório feminino a dizer que estava muito cansada, ou então pisgava-se da Torre dos Gryffindor com a desculpa de ir fazer um ronda no castelo, pois era Chefe de Turma.

Estava ela a pensar nisto tudo sem notar que um rapaz de olhos verdes se tinha sentado ao seu lado. O mesmo rapaz que ocupava os seus pensamentos há pelo menos uma semana. Quando virou a cabeça à procura do livro de Transfiguração Avançada, deu de caras com Harry. Ficou muito vermelha e começou a transpirar.



- Então, já tens par para o baile? – perguntou Harry ansiosamente. Hermione pestanejou: estaria a ouvir aquilo que pensava ter ouvido? Harry estava a perguntar se ela tinha par para o baile de Finalistas? Com certeza que fora só por educação…



- Não. – conseguiu Hermione responder, fitando os olhos do amigo.



- Eu também não tenho. Queres ir comigo? – perguntou Harry, fazendo com que a cara de Hermione pegasse fogo.



- O quê? – inquiriu Hermione em resposta, não acreditando no que estava a escutar.



- Eu perguntei-te se querias ir ao baile comigo. – explicou Harry pacientemente à amiga.



- A-acho que s-s-im. – gaguejou Hermione.



- Óptimo. – disse Harry, falando mais para si do que para ela. – Tenho treino de Quiditch. Até depois.



Hermione ficara totalmente paralisada depois de Harry ter saído. ELE tinha-a convidado para o baile. Devia estar com uma expressão no rosto muito aparvalhada, porque Ginny até notou.



- O que se passa Hermione? – perguntou a ruiva.



- Ele convidou-me para o baile… - pensou Hermione em voz alta, ainda com uma expressão espantada na cara.



- Quem? – questionou Ginny. Hermione só agora tinha notado que ela estava ali. – Quem é que te convidou para o Baile?



- O Harry… - respondeu, completamente corada. Ginny tentou abafar uns risinhos, mas não conseguiu. – O que foi? – perguntou Hermione, sem perceber o porquê da atitude da amiga.



- Tu gostas dele, não gostas? – perguntou a ruiva. – Do Harry, quer dizer?



- Eu… Não sei… - respondeu vagamente Hermione. – Porque é que dizes isso?



- Até o Ron que é totalmente “tapado” conseguia notar isso. Estás apaixonada!



- Não estou não! O Harry é o meu melhor amigo. Mais nada! – dito isto Hermione subiu para o seu dormitório, deixando Ginny a rir às gargalhadas na sala comum.



*******



Chegara a noite do baile. Hermione tinha vestido um vestido cor-de-rosa claro, sem alças e que lhe chegava um palmo abaixo do joelho. Tinha calçado umas sandálias de salto alto também cor-de-rosa. O seu cabelo estava liso e tinha sido apanhado atrás por rosas. As suas colegas de quarto ajudaram-na a maquilhar-se, porque Hermione não percebia nada de cosméticos e, por fim, saiu do dormitório. Desceu as escadas e viu que Harry já estava à sua espera. Também estava muito bonito: tinha dispensado os óculos e o cabelo estava todo num desalinho. Ficou a olhar embasbacado para Hermione.



- Estás muito… bonita. – elogiou o rapaz, fazendo com que a cara de Hermione se afogueasse.



- Tu também estás muito bonito. O que é que fizeste aos óculos? – perguntou a rapariga, admirada.



- Estás muito, muito bonita. – elogiou novamente Harry. Teria ouvido a pergunta de Hermione?



- Hum… Harry… Eu perguntei-te o que é que tinhas feito aos teus óculos. – disse Hermione, dando-se conta que já estavam atrasados.



- Foi uma poção. Comprei em Hogsmeade. – e ficaram em silêncio, até que Hermione resolveu perguntar:



- É melhor irmos andando, não?



- Claro, claro. – respondeu Harry, que parecia ter acabado de notar que já estavam atrasados.



Divertiram-se imenso naquela noite. Dançaram, passearam pelos jardins, conversaram, riram... Depois da entrega dos diplomas, Harry puxou Hermione para um canto e fez-lhe uma declaração que a deixou praticamente sem ar:



- Primeiro quero dizer que a tua amizade é muito importante para mim. Espero que não deixes de ser minha amiga depois do que eu te vou dizer. És uma pessoa muito especial para mim – Hermione ouvia-o atentamente – Sinceramente, eu não sei como é que isto aconteceu. Acho… acho que te amo. Não, eu tenho a certeza. – Harry parecia muito nervoso. Hermione olhou para aqueles olhos verdes, olhos que demonstravam carinho, amor, amizade e dedicação, tudo ao mesmo tempo, e sem pensar duas vezes uniu os seus lábios aos dele. E foi esse beijo meigo, que demonstrava todo o seu amor por Harry que iniciou a fase mais feliz da sua vida.



Fim de flashback



- Hermione, já estás pronta? – perguntou Ginny, a espreitar pela porta do quarto da amiga.



- Já. – respondeu Hermione, a acabar de enfiar o pé esquerdo no sapato branco de salto. Olhou-se novamente no espelho: o seu cabelo estava solto, mas Hermione com uma ajuda de uma poção capilar tinha conseguido pô-lo liso, deixando apenas algumas madeixas de caracóis perfeitos espalhadas pelo cabelo. O seu vestido era lindo: tinha sido todo bordado à mão, na zona do busto tinha pequenas pérolas rosa desordenadas de forma graciosa. Chegava-lhe até aos pés, como qualquer outro vestido de noiva. Tinha-se maquiado de forma simples, e tinha um colar de pérolas rosa. O bouquet também era de rosas.



- Estás linda… - elogiou Ginny, que tinha acabado de entrar e também estava a olhar para o reflexo de Hermione no espelho.



- Falta o véu! – exclamou subitamente Hermione, a correr à procura do mesmo. Acabou por encontra-lo ainda dentro da caixa, à espera de ser posto e colocou-o na cabeça. – Mas o que é que querias?



- É que já estás atrasada. – explicou Ginny calmamente, provocando um pequeno grito a Hermione.



- Já estou atrasada? Como assim já estou atrasada?



- Digamos que não cumpriste o horário. – respondeu Ginny. – Mas não te preocupes: é costume as noivas atrasarem-se.



- Temos de ir. – anunciou Hermione, puxando pelo pulso de Ginny para verificar as horas, visto que não tinha relógio. – Já são 10h30! O casamento era para ter começado às 10h00!!!



Desceram as duas pelo elevador do apartamento de Ginny e meteram-se no carro que as ia levar ao casamento. Hermione não parava de dizer que Harry provavelmente se tinha ido embora e resmungava com o condutor por não conseguir ir mais depressa. Quando o homem parou o carro em frente à igreja, Hermione nem lhe agradeceu, saiu disparada do automóvel.



*******



Entretanto, dentro da igreja, Harry estava numa pilha de nervos: onde se teria metido Hermione? Será que tinha desistido? Ron, que era o seu padrinho, disse-lhe:



- Calma, ela ainda vêm. Lembras-te da Luna? Demorou quase uma hora a chegar! – Ron tinha casado com Luna há um ano, e a sua esposa estava prestes a dar à luz um bebé. – Não te preocupes.



- A noiva vem aí! – avisou Mr. Granger, das portas da igreja. Uma onda de alívio percorreu Harry de cima a baixo. Todos os gritos de crianças, sussurros e conversas foram interrompidos pela música do órgão e todos se levantaram para ver Hermione entrar na igreja.



*******



Hermione, de braço dado com o pai, questionou-se porque não tinha escolhido um véu que lhe tapasse a cara. O que tinha escolhido dava-lhe um pouco abaixo da cintura. Começou a ouvir a música do órgão, em que era suposto ela entrar. O seu pai começou a conduzi-la para a frente. Ao ver Harry lá ao fundo, Hermione abandonou todo o seu nervosismo e brindou todas as pessoas presentes com um sorriso magnífico e, sem dar por isso, já estava a ser entregue pelo seu pai ao homem que amava incondicionalmente, que daria a vida por ela e ela por ele. E lembrou-se de como Harry a tinha pedido em casamento…



Início de flashback



Harry e Hermione tinham ido jantar a um restaurante e agora passeavam pelo o jardim de Londres. Só conseguiam combinar programas para as sextas-feiras e os fins-de-semana, apesar de se verem constantemente no Ministério pois eram os dois aurores e, consequentemente, trabalhavam no mesmo departamento. Sentaram-se os dois no banco de jardim e contemplarem a Lua brilhante que os iluminava. Ficaram em silêncio até que Harry começou a ter uma conversa agradavelmente muito estranha…



- Se eu te pedisse em casamento, o que é que tu dizias? Aceitavas?



- Isso nunca se pôs em questão, visto que nunca me pediste em casamento. – respondeu Hermione, que tinha sido pega de surpresa pela a pergunta de Harry.



- Então e se eu – anunciou Harry, tirando do bolso uma pequena caixa de veludo preto e abrindo-a, mostrando um anel de ouro com pedrinhas rosa à volta de um diamante – te pedisse em casamento agora, aceitavas?



Se antes Hermione tinha ficado surpreendida, agora estava prestes a desmaiar. Olhou para o anel, que devia ter custado todo o seu apartamento mais os seus móveis e a seguir olhou para Harry, cujos olhos esmeralda esperavam por uma resposta.



- Estás a falar a sério? – ela nem queria acreditar no que estava a ouvir, com medo que fosse um sonho.



- Claro que estou a falar a sério. Nunca falei tão a sério na minha vida. – respondeu Harry, a contemplar Hermione. Tirou o anel da bonita caixa e colocou-o no dedo anelar da mão da namorada. – Então, aceitas?



Por esta altura, Hermione já não sabia o que brilhava mais: se a Lua, o anel, os olhos de Harry ou ela própria. Olhou para o cintilante anel colocado no seu dedo por Harry. Quereria casar com ele? É claro que sim! Hermione sonhava com isso desde… desde há muito tempo!



- Mas ainda duvidas se quero ou não casar contigo? – respondeu Hermione, com um sorriso resplandecente no rosto.



E Harry nem se deu ao trabalho de responder; beijou-a. E um beijo daqueles de tirar o fôlego a qualquer pessoa. Um beijo que demonstrava tudo o que ele sentia por ela.



Fim de flashback



Hermione olhou em seu redor: Mrs. Weasley não tinha aguentado e chorava de emoção, Ron e Luna, que eram os padrinhos, olhavam para os noivos com cara de “já-passamos-por-isso-e-agora-é-a-vossa-vez”, Parvati e Lavender estavam na primeira fila de bancos, com os respectivos pares, a pensarem se apanhariam o bouquet de noiva quando Hermione o atirasse e Neville, Siamus, Dean, outros amigos de Hogwarts, membros da Ordem, professores, mais a família Weasley ocupavam os restantes lugares. Chegara a altura de selarem a promessa feita com um beijo, e foi o que fizeram: deram um beijo apaixonado e terno, que marcou a fase mais feliz da vida dos dois! (parte II)



*******



N/A: Então, gostaram? Esta é a minha primeira fic, portanto, por favor, deixem os vossos comentários para eu saber se tenho jeito ou não para a coisa.

Obrigada por lerem a fic!



**Rita**

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