Prólogo - A Morte de Maria Ris

Prólogo - A Morte de Maria Ris



Prólogo: A morte de Maria Risolda

Maria Risolda tragou seu cigarro uma última vez antes de joga-lo fora. Soprou a fumaça lentamente, contemplando o céu estrelado. Era lua cheia: noite de lobisomens, e o frio caia mansamente.
Sobre a ponte, Maria podia ver a agitada Londres ao longe, mas onde estava era calmo, tranqüilo e serenamente escuro. Ela gostava desses cantos escuros que havia pela cidade. Traziam-lhe boas memórias: das vezes que se esgueirava do castelo de Hogwarts para namorar escondido nas moitas dos jardins.
Claro, seus dois namorados em Hogwarts haviam morrido antes de completar quarenta anos. Foram mortos durante a batalha de Hogwarts. Eram comensais. E ali estava ela, sozinha, lembrando de coisas que já haviam se passado a tantos anos. Sessenta e cinco anos era uma grande idade, mas mataria qualquer um que lhe dissesse isso. Ela não aparentava mais que cinqüenta e cinco e que ficasse assim.
Mas a verdade, é que a idade a apertava. Ela sentia-se só... estranhamente só.
Escutou alguns passos às suas costas e virou para ver quem se aproximava. Infelizmente não era um homem, mas uma mulher que caminhava como um diabo fugindo da cruz.
- Noite! – falou Maria, tentando ser agradável.
- N-noite! – respondeu a mulher e Maria não sabia se ela tremia de frio ou de medo.
Pensou em oferecer companhia à mulher, mas a pequena passou tão rápido por ela, que ela não teve chance.
- Credo! – pensou Maria. Tinha pessoas que temiam tudo. Não era pra tanto. Londres era violenta era verdade, mas Maria também. Sorriu ela, apertando a varinha que estava no bolso por fora do casaco de pele sintética.
- Noite! – escutou uma voz grave atrás de si, fazendo Maria virar-se com um certo susto, pois não havia escutado os passos. Era um homem. Um homem belo e alto. Um pouco novo para ela. Bem não importava muito. Noites solitárias não enxergam rostos, desde que não sejam tão feios.
- Noite! – respondeu ela, um pouco melindrosa – Uma belíssima noite, por sinal – complementou ela, tirando a capa da cabeça e jogando uma mecha de cabelos ruivos para trás.
- Sim... – respondeu a voz. O homem acompanhou seus passos. Um bom sinal, pensou ela.
- Uhm... eu te conheço? – perguntou ela, tentando ser o mais agradável possível.
- Não... mas vai conhecer! – respondeu ele, firmemente.
- Sério? Como assim? – perguntou ela, imaginando a noite especial que teria pela frente.
- Por que eu serei o homem que vai tirar sua vida!

Maria ficou séria por uns instantes. Franziu o cenho, pensando se teria escutado direito o que aquele homem másculo lhe havia dito. Depois de alguns segundos, explodiu numa gargalhada:
- Nossa... por um momento você me deixou com medo!! Ótima brincadeira!
Maria olhou para o homem, acompanhando os passos dele. Por um segundo, analisando o rosto dele, pensou que poderia conhece-lo de algum lugar. Ele continuava impassível e calado.
- Sério... não estou gostando muito dessa brincadeira! – falou ela, deixando o sorriso morrer em seus lábios, enquanto enfiava a mão no bolso para alcançar sua varinha.
- Ótimo... porque não é uma brincadeira!
O silencio entre os dois era pesado. A noite de repente pareceu mais tenebrosa e sombria do que há minutos atrás. Lentamente Maria tirava a varinha do bolso. Antes que pudesse aponta-la para o homem porém, sentiu uma pontada no alto do ombro esquerdo. Ela cambaleou e caiu, tateando a mão onde sentira a pontada. Sangue. O homem a havia esfaqueado. Ele parou. Agora a olhava firmemente, como se nada tivesse acontecido, mas Maria pode ver o brilho da faca na mão esquerda daquele homem ameaçador. Lembrou-se da varinha. Com o susto, havia deixado cair em algum lugar. Ficou de quatro e tentou tatear a procura de sua única defesa quando sentiu novamente a dor invadindo seu corpo. Dessa vez, o homem havia a esfaqueado nas costas. Sentiu o gosto de sangue na boca. Certamente ele havia atingido seu pulmão.
- Meu Deus! – falou Maria, tentando com desespero achar a varinha.
- Não adianta, Maria... – falou o homem, com um sussurro baixo e grave. – Deus não vai ouvi-la, agora.










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