Maroto Também Sofre

Lucy estava vermelha, chorando e tentando se esconder nos braços de Lílian. Tiago e Sirius estavam sérios. Remo tremia.

- Posso saber o que vocês estão fazendo aqui? – perguntou Lílian, nervosa.

- Calma, Evans. – respondeu Tiago. Evans? O Potter está me chamando de Evans?

- Lucy. – chamou Remo. – Olhe para mim.

- O que você quer!? – perguntou Lucy, nervosa, mas ainda assim fazendo o que Remo havia mandado.

- Você tem certeza? – perguntou ele. Ela balançou a cabeça, afirmamente. Remo olhou para Tiago e Sirius. – O que vocês acham?

- Vá em frente, Aluado. – respondeu Tiago. Sirius concordou com o amigo. Remo olhou para Lílian e depois para Lucy.

- Quando eu tinha quatro anos, saí de casa a noite. Estava brincando com o meu pai de esconde-esconde. Bom, tinha um lobisomem que morava lá perto. Era noite de lua cheia. E...

- Você também...? – perguntou Lílian. Remo confirmou com a cabeça. Ela olhou para Tiago e Sirius. – Vocês já sabiam?

- Lógico que sabíamos. – respondeu Sirius, arrogante.

- Desde o nosso segundo ano. – completou Tiago.

O trem começou a andar. Os cinco se sentaram. Remo ia contando a Lucy as medidas que Dumbledore havia tomado. Mary Gellar chegou e eles contaram tudo a ela. A garota, que era amiga de Lílian e Lucy, ficou chocada, mas depois já tinha se esquecido. Tiago começou a olhar Lílian. Após cinco minutos, ela não agüentava mais.

- Potter, o que está olhando!? – gritou Lílian. Tiago sorriu marotamente.

- Imaginando como o nosso filho vai ser. Eu quero que ele tenha seus olhos. – continuou ele, com um jeito sonhador. Todos da cabine deram risada, menos Tiago e Lílian. O rapaz continuava com o olhar perdido, enquanto Lílian tentava não brigar. Ela o ignorou por mais cinco minutos. Então o silêncio reinou na cabine.

- Pontas. – disse Sirius, de repente. Tiago olhou para ele. – E o seu...?

- Mais tarde. – respondeu Tiago, olhando nervosamente para as três meninas, extremamente pálido.

- O que é isso, Potter? – Lílian resolveu tirar proveito da situação. – Se você quer se casar comigo, saiba que eu não gosto de segredos. Quem morreu?

Ela, Lucy e Mary deram risadinhas, mas pararam rapidamente. Os três Marotos estavam sérios. Os olhos de Tiago começaram a ficar como estavam antes do rapaz entrar no trem. Lílian percebeu que não deveria ter brincado, mas não teve tempo de fazer nada. Tiago levantou-se e saiu da cabine. Sirius a olhou, muito bravo. Remo, no entanto, só levantou as sobrancelhas. Parecia preocupado.

- E agora, Aluado? – perguntou Sirius, ainda nervoso.

- Espere, Almofadinhas. – respondeu Remo. Após alguns minutos, ele quebrou o silêncio, virando-se para Lílian, que estava pálida, tremendo. O que fui fazer? Ai Meu Deus... Por que não fiquei quieta? Por que? Remo pareceu adivinhar o que se passava na cabeça da ruiva. – Não se culpe. Sirius aqui que errou.

- O QUE? – Sirius ficou vermelho. – O pai dele foi seqüestrado por Comensais da Morte, o que você queria que você fizesse?

- Já falei para ter calma. – Remo respirou profundamente.

- O pai dele...? – começou Lílian. Mas não terminou. Tiago estava de volta.

- Meu pai é um auror. Voldemort o odeia. – as garotas não estavam acostumadas a escutar o nome do bruxo mais maligno que já existira, mas não disseram nada. Lílian tremia. Sabia que tinha feito besteira.

- Tiago, eu sinto muito, eu não sabia. – disse ela, levantando-se e abraçando o rapaz. Uma sensação diferente de tudo que ela tinha sentido antes a tomou. Sirius começou a chorar. Tiago soltou Lílian e olhou para o amigo. Por alguma razão, ela não gostou do ato do rapaz. Eu fiz besteira, mas não precisava ter me rejeitado.

- Almofadinhas.

- O seu pai também...? – começou Lílian, as Tiago a interrompeu.

- O irmão dele foi morto.

- O irmão dele...? Regulus Black, da Sonserina?

Sirius estava chorando muito. Ninguém respondeu a pergunta de Lílian.

- Eu nunca pensei que iria ver vocês chorando. – comentou ela. Tiago a olhou, o rosto coberto de lágrimas.

- Maroto também sofre.

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