*#Os Irmãos Harley#*
A multidão tagarelava, alguns felizes e animados, outros aterrorizados.
O cão negro passava entre a multidão. Nem abanava o rabo, nem se demonstrava abatido.
Harry estava próximo, cada vez mais próximo, mas próximo de quê? Seu desespero de rever o padrinho era tanto? Ou será o desespero de não ter para onde ir...
-Baduh!!! –exclamou uma voz doce de criança.
Harry parou a centímetros de seu alvo. O enorme cão negro estava agora nos braços de uma pequena garotinha. Ela devia ter uns cinco aninhos, usava Maria-chiquinha, seus adoráveis olhinhos eram tão castanho brilhante quanto seu cabelinho levemente ondulado. O cão, agora tão próximo, definitivamente estava longe de ser o seu querido padrinho... Ele tinha os olhos azuis e uma imensa cicatriz cortando o focinho. Ao ver a dona balançou seu rabo alegremente, demonstrando que a alegria ainda lhe pertencia.
A garotinha encantadora abraçou o cão e eles desapareceram pela multidão.
Harry nem teve tempo de notar estranho uma criança tão pequena andar sozinha. Deu meia volta e se dirigiu a loja de livros.
O barulho da multidão escondia as batidas acelerada do coração do garoto. Será que fora tão tolo de imaginar seu padrinho de volta? Ou será que apenas tinha uma esperança... Uma esperança que morrera pouco antes de nascer...
Entre a multidão, um garoto loiro se destacou. Ele corria desesperadamente esbarrando em tudo e em todos, gritando por alguém.
Harry pôs-se a observá-lo. As pessoas a sua volta simplesmente o ignorava. Ele parou várias vezes para falar com as pessoas, mas elas balançavam a cabeça negativamente.
Ao passar por Harry, ele parou. Por uma fração de segundos ficou observando a cicatriz na testa do garoto, como se decidisse se pedia ou não ajuda a ele.
-Posso ajudar!? –exclamou Harry um tanto irritado.
-Mi - minha irmãzinha... –disse ele esbaforido – Minha irmãzinha sumiu!!! Ela é desse tamanho, olhos e cabelos castanhos e tem um cachorro com ela.
-Um cachorro preto? –perguntou Harry se lembrando da garotinha que vira há pouco.
-Isso! –exclamou o garoto esboçando um sorriso nos lábios.
-Por aqui. –disse Harry desaparecendo entre a multidão.
-Sou Edward... Edward Harley... –disse ele o garoto como um pedido mudo de desculpas. –Suponho que você seja Harry Potter...
O garoto resmungou em aprovação.
Os dois atravessaram rapidamente a multidão até o ponto que Harry vira a garotinha na última vez.
-Ela foi por ali. –exclamou o garoto quando se lembrou que ela apenas parou para chamar o cachorro.
Os dois avançaram, sem saber para onde. Harry não conhecia aqueles lados, porém julgava ser levemente familiar. Após avançarem um pouco mais, Harry teve certeza, era o lado “negro” Beco.
Vários comerciantes feios, carregando coisas bizarras e provavelmente pertencentes às Artes das Trevas.
Um gritinho de criança rompeu o ar.
-NINA! –exclamou Edward como se tivesse levado um choque e pôs-se a correr na direção do grito.
-Espera! –exclamou Harry indo atrás dele.
Havia uma loja com estranhos olhos de animais que Harry nunca vira, apenas uma coisa não parecia estar de acordo lá... Uma pequena e graciosa garotinha estava horrorizada parada diante da loja. Seu vestidinho roxo berrante era a única cor do local. Um dos vendedores a estava assustando com um vidro contendo uma cobra morta. Suas vestes eram tão sujas e rasgadas que mal se vi que tipo de roupa era, se era blusa, camisa ou calça...
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