Capítulo Único



Perguntas de Criança

*¨*¨*


“- Mamãe, o que é uma cor? – um menino, que não devia ter mais de quatro anos, encarava a mulher com os olhinhos brilhando de sedenta curiosidade. Os cabelos negros espetados, os óculos pequenos, mas que ficavam perfeitos em seu rosto, e um sorriso maroto. De cara se via que o garotinho não devia ser fácil.

- Como? – perguntara Sara Potter, encarando o filho. Estivera distraída, cozinhando o frango que seria servido no jantar de família, programado para aquela noite.

- O que é uma cor? – ele repetiu, mexendo-se de um lado para o outro, mal contendo a ansiedade. Sara revirou os olhos. A cada dia que se passava, James insistia em fazer perguntas mais difíceis que as anteriores. Virou-se para ele, tentando definir para si mesma uma forma simples de explicar para o pequeno o que seriam cores.

- Bom... Está vendo este vestido? – ela disse, apontando para suas roupas.

- Ele é uma cor? – ele perguntou, arregalando os olhos. Sua mãe conteve o riso, mexendo negativamente a cabeça.

- Não, ele não é uma cor. – ele disse. – Mas, está vendo que ele é azul, certo?

- Certo. – ele repetiu.

- O azul, que você vê, é a cor do vestido. – ela completou. Voltou-se para as panelas no fogo, sem nem perceber que James ainda estava lá, encarando-a como se a resposta não tivesse sido tão satisfatória.

- Mamãe...

- Sim. – ela disse, sem encará-lo.

- Se o azul é uma cor, e o seu vestido é azul, ele não deveria ser uma cor também? – ele disse um pouco hesitante. Viu sua mãe voltar a encará-lo com os olhos arregalados. – Não é?

- Não, meu filho. Uma cor é apenas o nome que damos para isso, - ela apontou novamente para o vestido. – e não o vestido em si. A cor é simplesmente um complemento.

- E o que é um “complemento”? – ele indagou, fazendo o sinal de aspas com as mãozinhas.

- Aonde você aprendeu a fazer isso?! – a mãe perguntou, repetindo o gesto.

- Eu vi papai fazendo isto quando conversava com o vovô John. – ele explicou, impaciente. – Mas o que é um “complemento”?

- É algo que completa outra coisa. – ela respondeu. Depois disso, ele sentou-se em uma cadeira, e ficou observando-a andar de um lado para o outro. Parecia concentrado, pois seu cenho estava um pouco franzido.

- Mamãe, qual é o complemento da panela? – ele perguntou, feliz por estar usando a palavra nova que aprendera.

- Oras! A tampa, meu filho! – ela exclamou, mexendo o molho que iria em cima do frango.

- E qual o complemento dos livros? – ele continuou, curioso.

- As letras. – Sara respondeu, indo levar os pratos até a mesa. Devia ter pedido que o marido a ajudasse, pois ele logo entrou na cozinha a procura dos talheres.

- Papai, qual é o seu complemento? – ele indagou, encarando o pai. O homem sorriu e pensou um pouco. Observou Sara na sala de jantar pela porta aberta, com os longos cabelos negros caindo pelas costas, enquanto arrumava a toalha da mesa.

- Sua mãe, James. – ele respondeu, deixando o filho confuso enquanto saia. Ao mesmo tempo, viu sua mãe entrar novamente e colocar as luvas antes de tirar o frango do forno e jogar o molho por cima do mesmo.

- Mamãe, o papai me disse que você é o complemento dele. – ele comentou, olhando ansioso para a mãe. Ela sorriu, virando-se para encarar James. – Então, ele é o seu complemento?

- Sim, meu anjo. – ela respondeu, forçando-se a se concentrar em levar o assado a cozinha. Novamente, após a saída de sua mãe, Alan, seu pai, entrou no aposento.

- Tudo que existe no mundo tem complemento, papai?

- Tudo. – disse o Sr. Potter, sorrindo.

- Tudo mesmo? – James voltou a indagar.

- Tudo mesmo. – ele confirmou, virando-se para a porta, por onde sua esposa adentrava na cozinha.

- Os homens da casa! – ela exclamou, rindo, enquanto dava um beijo no marido. Quando ia depositar outro beijo, desta vez na bochecha de James, percebeu que este estava quase chorando. – O que foi James?

- Eu não tenho um complemento! – ele reclamou, fazendo biquinho. – Tudo tem um complemento, menos eu!

- Querido! – exclamou sua mãe, sorrindo bondosamente. – Você encontrará o seu complemento, um dia. Não tem de se preocupar com isto agora. – ela terminou, dando um beijo na bochecha corada do filho. Depois, deixou que seu marido o levasse no colo até a sala de jantar, onde quase toda a família estava.”


Ele não sabia por que aquela lembrança veio a sua mente naquele momento. James Potter havia crescido, (muito, na verdade), e já estava com vinte e oito anos. Apesar de não ter mais a altura, ou a gordura, de quando era criança, ainda possuía os mesmos cabelos negros espetados, o sorriso maroto e os olhos brilhantes de curiosidade. Ele fora, por toda sua vida até aquele momento, curioso para descobrir as coisas – todo tipo de coisa. Tudo o interessava, até mesmo as inúteis fofocas de artistas bruxos. E aquele desespero pelo saber o fez ser um homem preparado para o que quer que fosse.

Mas, naquele momento, ele sentia-se qualquer outra coisa, menos preparado. Olhava um garotinho, que devia ter quatro anos. Era idêntico a ele, menos a cor dos olhos, de um verde vibrante e vivo. Estes o encaravam indagadores, quase autoritários, e buscavam uma única resposta, para uma pergunta um tanto singular:

- Papai, por onde as estrelas soltam seu brilho?




N/A: AAAAAI, isso ficou meio tonto, não? Eu não consegui lembrar de nenhuma pergunta sem resposta. Quer dizer, que não fosse um pouco melhor do que esta.

Eu decidi ignorar a tia Jô e fingir que o Voldemort não existe, e que o James e a Lily estão vivos. Por isso o Harry está com 4 aninhos aí, e o James está aparecendo, certo?

Outra coisa: a primeira frase que aparece na fic, eu roubei ela de Gilmore Girls, pois tem um episódio (eu não lembro qual) em que a Lorelai diz alguma coisa desse tipo que a Rory perguntou quando criança. Lembrando que o mundo de HP não pertence a mim, e sim a J.K. Rowling.

Este é o meu presente de dia das crianças para a criança que existe dentro de mim e de todas as pessoas! É uma pena elas serem esquecidas às vezes, e eu acho importante nos lembrarmos de deixá-la sair de vez em quando. (Ui, que filosófico!).

Se eu fiz ela em homenagem a alguém? Sim!

Nannyy Potter!!!!

Adoro-te pessoa do cora!!! (L) Não perca a criança em você, siiiiim criatura?? Ou quem vai te mandar socos por Sedex sou eu! (rsrsrsrsrsrsrs) Lûv ya, miga de net! [?]

Só isso! Obrigada aos que comentarem, certo?

Bjooooos, tia Juh! ;***


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