Capitulo Unico



Enquanto a chuva cair....




Tudo pode acontecer...








Hermione jogou o livro de Historia da Magia com raiva na mesinha individual da Biblioteca. Colocou a cabeça apoiadas nas mãos, com uma expressão de profundo tédio e raiva. Por incrível que pareça, ela não estava nem um pouco a fim de saber como os anões ganharam a guerra dos Kiingyes, em 1789. Não queria saber quem fora o anão revolucionário que liderara essa guerra. Literalmente, não conseguia pensar em mais nada. Seu pensamento só se direcionava a uma coisa. Ou melhor. Alguém.
A muito tempo já tinha admitido que gostava dele. Talvez desde o quarto ano. Ou mais. A principio achara que era só uma atraçãozinha passageira. Até ria dos seus sentimentos, como se fosse uma bobagem. Porém, agora ela não agüentava mais de tanta dor no seu coração. Seu amor já era tão grande que não conseguia mais agüentar. Não sabia ao certo o que estava sentindo naquele momento. Seria amor? Odio? Ou será que um pouquinho dos dois? Não importava. Não conseguia mais tirar da sua mente aquele garoto.



Rony Weasley.
Quanta bobagem... - Pensou a garota - Ela nunca gostou de vc. E nunca vai gostar. Afinal, as vezes parece que ele me odeia! - Pensou, raivosa.
Eles nunca paravam de brigar! Ele sempre discordava dela, ela sempre achava que ele era um desmiolado. Bom, um desmiolado muito charmoso.
A garota deu uma risada ao pensar nisso. Rony não era um tipo de garoto bonitão, que atraia todas as garotas. Afinal, ela não ligava muito para essas coisas. Se fosse por beleza, ela estaria apaixonada pelo Harry. Ele tinha uma beleza diferente. Mas interior do que fisicamente.. Ele era alegre, brincalhão, fofo, displicente, as vezes, quando não estavam brigando, ele era muito carinhos e compreensivo com ela. E, não poderia faltar, desmiolado.
As vezes pensava que ele poderia até amar ela também ( - Palavra engraçada... Amar... - Pensou, sem se dar conta ). Quantas vezes ele já não ficara bravo só de ver que Hermione estava escrevendo para Vitor? Gostava tanto de ver as cenas de Rony que escrevia na frente do garoto só por prazer.

Mas as vezes ele fazia exatamente ao contrario! Chamava ela de CDF (Coisa que detestava), brigava incansavelmente com ela... Meu Deus, quantas vezes ele já não brigaram numa ronda de monitores?
Lembro rapidamente de uma coisa que Ginny havia lhe dito. Ela era a única que sabia.


-"Mione, vc já ouviu o ditado: O Ódio anda lado a lado com o amor?" - Disse a ruivinha, num ar maternal, uma vez, na Ordem da Fênix.
Hermione parou de pensar um pouco, estava com sono... estava quase dormindo.... Pousou a cabeça de leve entre os braços, em cima dos montes de livros jogados e abertos sob a mesa.
Já havia cochilado quando ouviu um barulho de passos na biblioteca, vazia, a não ser por ela e por Madame Pince Levantou a cabeça. Vinha alguém em sua direção. Eram passos conhecidos. Muito conhecidos.




Era Rony.


Como ele poderia aparecer a sua frente enquanto ela pensava justamente nele? Naquele momento pensava em como queria que ele estivesse ali, com ela. Não como amigo, mas como...



- Mione, já são 10:00- Disse o ruivo, olhando para o relogio no pulso - Temos que fazer a ronda e voltar a torre da Grifinória...


- É mesmo... Tinha me esquecido - Disse a garota, sonolenta. Tanto que cambaleou ao tentar se levantar.


Com isso, Rony estendeu lhe a mão, para ajudar ela a levantar.


- Viu só? Penou com sigo mesma - Ele pode ser muito gentil, quando quer... - E ele a levantou, puxando, com cuidado, a sua mão, fazendo que ela se encostasse nele, de frente. Estavam muito próximos um do outro. Ela conseguia ouvir a respiração ofegante de Rony em seu pescoço. Seus narizes já se encostavam levemente. E, pôr um rápido segundo, seus lábios se encostaram. Hermione, ofegante, desviou a cabeça. Falou, um tanto timida:


- Bom, err... tipo... acho que... bom, n-nos t-temos-s que fazer a ronda... Não t-emos?


- É,é... a-ac-cho q-que s-si-im... V-vamos...






Já haviam quase terminado o turno, e eles nem tinha se falado direito. Estavam com uma vergonha sem tamanho, que as únicas coisa que falavam era - Acho que é para lá, Rony -, ou, - estou com fome Mione. Passaram vários e vários minutos assim. Sem quase se falar, a não ser por uma ou duas frases de vez em quando.

O silencio já era constrangedor quando Hermione, finalmente, resolveu falar alguma coisa:

- Escuta Rony, bom, aquilo lá na biblioteca foi uma bobagem... Não deveria ter acontecido....


Rony estava tão vermelho quanto seus cabelos.


- C-claro que não foi nada... Eu só te ajudei a se levantar...


- É... Foi só isso. Não aconteceu nada.


- É, nada...


- É. Nós não nos beijamos. Só chegamos perto demais um do outro


- Exatamente! Foi exatamente isso...

- É. Foi só uma bobagem...

Depois dessa breve e timida conversa eles não se falaram mais. Não só pela vergonha, mas também,, porque estavam demasiados ocupados para trocarem uma palavra se quer. Encontrarem alguns alunos da Lufa Lufa do primeiro ano, que corriam de um lado para outro feito loucos, e que foram obrigados a voltar a sua Sala Comunal com um feitiço de "prender pernas". Acharam também um outro grupinho perdido pêlos corredores, desta vez do ultimo ano, com as cabeças juntas, como se observasse alguma coisa muito importante. Como os alunos se recusaram a mostra o que era, Rony acabou por ter que fazer um feitiço convocatório.

Acabou sendo uma prova de transfiguração roubada do armário pessoal da Profª. McGonagall, e que logo foi confiscada por Hermione. Os alunos foram mandados para os seus respectivos professores chefes.



- Belo feitiço, Rony...


- Obrigado.

- Mas...


- Sabia que tinha um mas...


- Engraçadinho.. Vc por pouco não errou na mira e quase um aluno da corvinal sai voando em nossa direção.


- Só vc mesmo...



Passaram por uma certa Mulher Gorda muito sonolenta, que resmungou alguns palavrões em francês quando eles entram na sala, fazendo - os rir.
Logo que chegaram a confortável sala comunal, eles viram uma bela coruja de penagem negra, segurando no bico uma carta.


Hermione, já sabendo de quem era, já apanhou a carta da coruja, que voou dem direção a janela.


- Finalmente chegou...


- Finalmente o que Mione?

- Uma carta do, do.. do... do Vítor...


- Vc ainda se corresponde com aquele otário ?


- Ele não é otário, Rony!


- Ele é sim! É um otário idiota e retardado!


- Rony! O que ele te fez?


- E-eu, e-u , bom, Eu não vou com a cara dele e pronto!


- Seu bobo!


- E vc é uma CDF!


- Vc é um babaca!


- Sabe tudo!


- Tolo!


- Chata!


- Idiota!


- Quer saber? Fique ai se correspondendo com esse idiota! Eu vou sair!


- Mas vc não po..!


- Nem vc, nem nigume vai me impedir!


E saiu quadro a fora, deixando Hermione sem saber o que fazer.









Hermione ficou paralisada. O que faria agora? Não conseguia sair do lugar em que Rony a deixara, mas, tinha que ir atras dele. Ele poderia ser pego, e levar uma detenção. Não queria isso, apesar de terem brigado, ela ainda gostava dele. Mesmo que ele tenha ofendido ela, ela ainda o amava, mesmo que relutantemente.


Por fim, acabou por correr em sua direção, deixando a Mulher gorda ainda mais birrenta, e falando mais palavrões em francês.


Hermione correu, e correu até não ter mais fôlego. Sabia, por instinto talvez, que ele estava nos jardins. Mas, chovia pesado. Em menos de 2 minutos em baixo da chuva e a garota já estava complemente encharcada. Grossas gostas de chuva lhe caiam no rosto, na roupa e nos cabelos, que, agora molhados, insistiam em bater em sua face. Correu em volta dos enormes jardins da escola, mas não via ninguém. Andando devagar em meio a chuva, já tinha perdido as esperanças e o fôlego de encontrar Rony naquela tempestade. Estava quase desistindo quando viu uma figura ruiva sentada em um banco.


Mesmo que com medo, ela foi em direção do garoto.

Rony estava com as pernas dobradas em cima do banco. Escondia a cabeça entre os braços. Estava igualmente encharcado. Seus cabelos vermelhos escorriam molhando em seus braços. Pelo barulho, ainda que imperceptível, se misturado com o barulho trovões e raios da chuva que teimava em piorar, dava se pra perceber que estava chorando. Hermione estranhou. Nunca o vira chorar. Já tinha até chegado a conclusão que o garoto era à prova de emoções, quando viu aquela cena, esse pensamento se esvaiu de sua mente.



- Rony! Gritou a garota, a uns 6 metros de distancia - Saia daí! Vc pode ficar doente!


Rony levantou a cabeça, assustado:


- O que vc esta fazendo aqui, Hermione?


- Vim ver aonde vc estava! Rony, por favor, saia já desta chuva!


- Achei que vc estava ocupada mandando a resposta pro Vitinho! E, alias, eu não sou o único que esta na chuva!


- Eu sei! Mas eu só estou aqui pra levar vc pra dentro!


- Eu não sou nenhuma criança pra vc ficar me vigiando, ou mandar em mim!


- Mas vc age como uma! Por favor Rony! O Filch pode pegar nós aqui!


- Se vc se emporta, va embora, e me deixe aqui! Eu não me importo!


- Rony, larga de ser tolo!


- Me deixe sozinho! Vá escrever pro Vitinho, vai!


- Até hoje eu não intendo porque essa sua atitude em relação ao Vitor!


Antes vc o idolatrava, mas agora vc o despreza!


- Se vc ainda não descobriu, não sou eu que vou lhe dizer!


- Me diga pelo menos POR QUE!!


- Por uma simples razão! - Disse Rony furioso, se levantando rapidamente do banco - Por que eu te amo! É isso! EU TE AMO!


Hermione levou a mão a boca, assustada.


- O-oo q-que que vc disse???


- Foi bem isso que vc ouviu! Eu te amo! Sempre te amei! Eu só comecei a detestar aquele paspalho porque ele começou a sair com vc! Quantas vezes eu vou ter que repetir?? Eu te amo!


Lágrimas caiam no rosto do garoto, se confundindo com a chuva. Seus olhos estavam vermelhos, e fundos.


- E-eu, e-eeeu, b-bom..


- Hermione, nem precisa dizer mais nada, eu sei que vc não gosta de mim. Agora, pôr favor, vê se não me segue...


E entrou pela porta do castelo, deixando Hermione mais um vez sozinha, sem se quer dar uma chance para ela lhe dizer que também o amava.





Os dias se passaram e Rony continuava a ignora La. Harry, que já tinha ouvido as ambas as partes, tentava fazer de tudo para aproxima-los, em vão. Hermione, portanto, não contava com a ajuda de ninguém. Contara para Ginny, mas não sabia se a garota poderia ajudar:


- Mione, vc sabe muito bem que meu irmão é um tapado as vezes. Mas, acho que ele tem razão de ficar chateado com vc! Ele faz uma declaração de amor p/ vc logo depois que vê vc com uma carta de outro garotas nas mãos!


Disse Ginny, enquanto andavam no corredor.


- Eu sei! Mas, eu tinha acabado de receber a carta!


- Olha, eu acho que só tem um jeito de reverter a situação...


- Como?


- Vc gosta mesmo do Ron?


- Lógico. Eu, bom, eu acho que eu amo ele...


- Não! Vc precisa ter certeza!


- Está bem, a quem eu estou enganando... Eu amo o desmiolado do seu irmão..


Ginny riu.


- É, vc tem razão, ele é um desmiolado mesmo...


- Mas... O que vc acha que eu tenho que fazer?


- Bom, é simples, faz a mesma coisa que ele fez: Se declara para ele!


- O que?


- É lógico! Vc tem que preparar uma situação, bem romântica, porque, pode não parecer, mas o Rony é bem romântico...


- Mas nada sutil...


- É, mas, nenhum homem é sutil. Bom, continuando, vc tem que preparar uma situação certa, para vc falar que ama ele...


- Aonde...


- Bom, pelo que vc disse, ele te contou nos jardins... Acho que tem que ser lá também.


- É, eu vou pensar bem. Obrigado...


- É, tchau





E as garotas tomaram corredores separados.





Hermione pensou muito no que Ginny disse. Chegou a conclusão que a ruivinha estava certa.



Logo depois da aula de feitiços ter terminado, a garota não desceu para ir jantar. Foi até o corujal, e, sentando - se num único canto da sala que não estava coberto de titicas, começou a escrever







Rony,






Eu sei bem que vc não quer falar comigo. Esses últimos dias vc esta me evitando, e, pode até não parecer, mas eu estou sofrendo muito. Pôr favor, preciso esclarecer uma coisa com vc. Me encontre hoje, nos jardins á 9:30, naquele mesmo lugar. Peço-lhe que não me deixe esperando.





Abraço, Hermione.






Hermione leu e releu o bilhete. Estava legível e claro. Entregou para uma coruja cinzenta que se encontrava ao seu lado naquele momento. A corujinha pareceu bastante agradecida por terem lhe dado a tarefa.
- Entregue esse bilhete para Rony, agora, por favor..
A coruja pareceu entender, tanto que acenou brevemente com a cabeça.







Hermione olhou no relogio. Já eram 9:00 horas. Desceu as escadas e foi ao jardim.



Lá se sentou no mesmo banco. Olhava a cada minuto o relógio. Rony não aparecia. Estava nervosa. Não sabia o que fazer. Agora, já tinha combinado. Não tinha como fugir.


Começou a chover. A mesma chuva grossa e pesada.


Olhava de um lado para o outro, até que encontrou o garoto, andando em sua direção.


- O-o que que vc quer me dizer, Hermione?



Hermione se levantou e andou um pouco até o garoto. Tremia. Talvez de frio, ou talvez de nervosismo.


- Rony, preciso lhe esclarecer uma coisa..


- Vai gozar da minha cara?


- É logico que não! N-naquele dia, vc foi embora e não me deixou esclarecer uma coisa..


- Vai dizer que sente muito, tudo bem, Hermione... Eu já disse q...


- Não seu tolo! Eu vou dizer que eu amo vc!


- Ah?


- Nossa, a Ginny tem razão, mas, é isso mesmo. Eu te amo! Vc nem deixou eu pelo menos tentar te dizer isso!


- V-vc fal-la serio???


- Muito serio!


- Mas vc num tem nada com o Krum?


- Não, e nunca tive. Bom, por parte dele teria mas... Ah, quer saber, deixa o Vitor de lado.


- É, vc tem absoluta razão - Riu o garoto, que se enclinou e a beijou, um beijo bom e demorado, que se misturava com o gosto da chuva em seus lábios. Se afastou um pouco e disse: - Vc não sabe como eu estou feliz de saber que vc também gosta de mim, Hermione.


- Que bom que vc também


- Hermione - Disse, vermelho, tomando as mãos molhadas da garota - vc aceita ser minha namorada?


- Acho que a resposta é obvia.. É claro que sim - Respondeu, radiante.


- Alguem já te disse que vc é a garota mais linda que existe?


- Se alguém disse, o que eu duvido, não teria tido tanta importância, porque não era vc falando..


- Eu te amo- Disse, beijando Hermione


- Também te amo, Rony


E se beijaram e se abraçaram apaixonadamente. Em meio a chuva, em meio aos trovões, em meio as gotas de chuva que caiam sobre seus corpos. Mais nada importava. Só que se amavam, e que nada mais atrapalharia seu amor.





- All Need’s Love (Todos precisam amar) -

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