Chaves? Que chaves?



Bem aqui estou de novo, não pode ser tão ruim assim, o ar do campo belga, o lago, minha casa, é lembranças de infância... Pensei enquanto seguia para minha velha casa, olhando tudo atentamente, a grama era verde, as árvores floridas e balançavam com o vento, a estrada de terra, em poucos minutos veria aquele lago de águas escuras e chegaria em casa.
Desci do táxi e agradeci o motorista, com as minhas malas na mão suspirei fundo, o portão estava aberto, entrei e segui até a casa. Cada passo me lembrava os dias vividos ali que me trazem calafrios mas também muitas alegrias. Tentei abrir a porta e... Trancada!

- Justine, está ai? Justine!

Sentei em cima das minhas malas e esperei alguém, o que ia fazer? Odeio ficar esperando, odeio mesmo! Olhei a casa, era grande, bege com colunas de granito, as portas eram duplas com detalhes dourados, e a maçaneta não tinha fechadura e era...
Comecei a rir de mim mesma, como sou lerda!
Por Merlim, esqueci como a casa é trancada! Peguei minha varinha e apontei para a maçaneta.

- Alorromora!

Houve um estalo e as portas se abriram para mim. Fazia anos que não entrava aqui, mas estava tudo idêntico! A sala vermelha e creme, o piano branco de cauda, os enfeitos de mamãe, até o mesmo sofá!

- Justine! Jus querida!

Uma garota de seus 25 anos veio até mim, tinha cachos loiros que iam até a linha dos ombros, um sorriso animador, olhos verdes, pele clara como a minha e alta, corri até ela e a abracei bem forte.

- Senti tanto sua falta Jus! Fazem quase 8 anos!

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