Epílogo.

Os anos se passaram...

Harry andava pelo salão de sua casa em Godric's Hollow, sem prestar atenção no burburinho de conversas, risos e músicas. O lugar fora magicamente ampliado, e agora estava parecendo um campo de quadribol muito decorado. Era o aniversário de dez anos de Tiago, seu primeiro filho, e que a cada hora ficava mais impaciente, enquanto bisbilhotava uma pilha de presentes ao lado de alvo, seu irmão mais novo. Tiago tinha um ar de rebeldia precoce, o que lembrava muito o pai de Harry, e Alvo mais parecia uma versão miniatura dele.
Ele correu os olhos pelo salão. Gina conversava com Fleur e usava um vestido preto com uma gargantilha de rubis, o que a deixava ainda mais bonita. Agarrada à sua mão havia uma garotinha de uns 6 anos, com cabelos flamejantes, uma verdadeira miniatura dela.
Harry também viu Luna Lovegood , conversando animadamente com Neville sobre a extinção de Bufadores de Chifre Enrugado. Neville era professor de Hogwarts, e sempre presenteava Harry e Gina com plantas esquisitas.
Mais adiante estava Teddy, se exibindo para Victoire e suas amigas, mudando a cor do cabelo para um azul brilhante, enquanto elas aplaudiam animadas. Victoire era loira e tão bonita quanto Fleur.
Harry foi até Rony e Hermione, que bebiam cerveja amanteigada perto de Percy. Rony visivelmete atrapalhado, tentando apartar a discussão entre os dois filhos:

- Mas pai, ele puxou o rabo do meu gato! - exclamou Rose indignada, segurando um filhote laranja, enquanto Hugo fazia careta.

- Chega de briga ,vocês dois! - ouviu-se a voz de Hermione. Hugo olhou para o chão aborrecido; implicar com a irmã mais velha era seu passatempo preferido.

- Eu aposto que os seus não dão tanto trabalho assim. - Rony olhou para Harry- Pra eles sossegarem só com poção do sono...

- Então deixe Tiago e Alvo jogarem quadribol na sua sala...Com uma bola de cristal, como eles fizeram ontem...

- Ora, ora se não são os melhores aurores do ministério! - interrompeu o sr. Weasley -as coisas melhoraram com a nova comissão de aurores. Não se tem notícia de ataques a muito tempo...

- Onde está o meu neto? - perguntou a sra.Weasley, fazendo os outros se sobressaltarem.

- Hãm...Qual deles exatamente? - Hermione perecia confusa, devido à grande quantidade de Weasleys no salão. Gina se aproximou deles, seguida de um menino de cabelos muito ruivos.
- Esse - disse a sra. Weasley, fazendo cara de quem diz que um mais um é dois, apontando para Tiago, e em seguida se afastaram. Gina se lembrou da noite em Hogwarts, em que a mãe xingara Belatriz Lestrange de vaca e sentiu uma vontade incontrolável de rir.

- Hermione, como está indo com o F.A.L.E ? - Harry perguntou, observando-a.

- Ah, tudo ótimo! - ela falou, com um tom alegre na voz - Estamos reunindo cada vez mais pessoas que querem a libertação dos elfos domésticos, contamos com o apoio de muita gente. Nós temos em casa um elfo livre, tudo bem que ele tem uma certa adoração por objetos dos trouxas, mas decidiu ficar por vontade própria!

- É porque tem um quarto só pra ele com um monte de coisas dos trouxas. Ar-condicionado, dvd e até um tal de mp3 - Rony sussurrou para Harry - Duvido muito que qualquer elfo doméstico largaria um conforto desses...

Do outro lado do salão, um casal de gêmeos sorria com um olhar maroto para uma mesa com várias taças de uísque de fogo. A garota olhava fixamente para a maior taça, a uma curta distância deles.

- Vamos lá, você consegue... - disse Fred, tremendo de ansiedade.

- Ah, não me apresse porque você nem sabe fazer isso! - retrucou Ana, olhando friamente para o irmão. A taça começou a se deslocar lentamente pela mesa.

- Só mais um ...

Ana se assustou. Ouviu-se um barulho de vidro se quebrando. os dois se viraram lentamente e deram de cara com a mãe, de braços cruzados.

- Reparo. Muito bem, o que é que vocês estão querendo? - falou Vera, num tom irritado e ao mesmo tempo maternal. - Tomar uísque de fogo escondidos? Vocês sabem que não podem fazer magia fora de Hogwarts...

- Mas eu não uso a varinha para fazeras coisas levitarem. Basta eu querer.- explicou Ana, revirando os olhos.

- As varinhas deles estão comigo. O que eles aprontaram dessa vez? - perguntou Jorge, sem conseguir ficar sério. - Vocês são bruxos de doze anos e.. - "Quase treze, pai!" interromperam os dois ao mesmo tempo - ... e sabem que não podem ser expulsos da escola se um dia quiserem assumir as Gemialidades Weasley. A diretora McGonagall me falou sobre a bagunça de Ana e Fred, os arteiros de Hogwats. - Ele encarou os dois e acrescentou baixinho : - Por outro motivo, vocês têm uma reputação a manter. - Ele sorriu e continuou - Vocês dois são autênticos gêmeos Weasley , e têm que colocar Hogwarts de cabeça pra baixo. Com moderação, é claro! - Ele fez uma cara séria e em seguida piscou para os filhos - Agora vão.

Ana e Fred correram e se sentaram na janela, como dois anjinhos inofensivos. Jorge se virou para Vera e disse, confiante:

- Sabe, eles obedecem. É triste, mas precisamos ser severos de vez em quando...


Harry e Gina tinham se sentado lado a lado nas poltronas coloridas. No centro do salão Tiago e Alvo brincavam com um pomo de ouro, presente de Rony. Tiago deixava o pomo escapar e em seguida capturava-o com um salto, para os olhares perplexos e admirados dos convidados. Alvo fazia o mesmo, às vezes o deixando voar mais alto, sorrindo para as pessoas que o aplaudiam. Isso fez Harry se recordar de seu pai na lembrança de Snape, em seu quinto ano em Hogwarts... seu filho Tiago e o avô eram tão parecidos, tinha quase a mesma personalidade e o mesmo talento para quadribol.

Ele largou mais uma vez o pomo, pronto para pegá-lo...

- Nem pensar! - Lílian deu um pulo e capturou-o com agilidade impressionante, seus cabelos ruivos esvoaçantes. Ela deu um olhar debochado ao irmão, correndo em seguida para abraçar Gina, diante dos aplausos.

- Sabe, acho que podemos montar um time de quadribol só com Potters e Weasleys - disse Gina, abraçando orgulhosa a filha.

- Ela será tão boa quanto você, herdou o seu talento - confirmou Harry - Mas por enquanto temos apanhadores demais na família...

Gina sorriu colocando sua mão por cima da dele, no seu dedo uma aliança com faiscantes diamantes. Os olhos dele encontraram os dela, sedutores e castanhos.

Ela é perfeita, pensou Harry, e a cada dia que passa fica mais bonita... Gina deslizou a mão pelo rosto dele, afastando os cabelos da testa, deixando à mostra sua famosa cicatriz.
- Não dói a anos, não é? - ele confirmou com a cabeça - Desde que passamos a ter uma vida sem grandes aventuras... - ela disse com um olhar malicioso.

- Temos três filhos que não sossegam nem pra dormir e você diz que não temos aventuras? - ele brincou - Mas se você quiser nós podemos pular de uma vassoura em um ninho de dragões ou...

- Não, obrigada. - disse Gina piscando para ele - A vida já é bastante emocionante com eu sendo apenas a sra. Potter...

Eles riram e voltaram a atenção para os filhos. Ainda temos toda a vida pela frente, pensou Harry. Só então notou que haviam pessoas a mais naquele lugar.
Sirius sorria serenamente, encostado em uma das colunas do salão e assim como os pais, Tiago e Lílian, apreciavam a brincadeira das crianças. Fred, Lupin, Tonks... todos estavam ali, mas Harry percebeu, nenhum deles parecia tomar conhecimento da presença dele. Snape também observava-os, sorrindo com uma certa arrogância. Eles tinham a mesma expressão de quando Harry os vira pela última vez. Ele sentiu um movimento ao seu lado e se deparou com Gina olhando na mesma direção onde ele sabia que estava Fred, jovem como antes.
Era como se ele tivesse usado o pomo da ressureição, pois os via através do véu. Mas o pomo se perdeu para sempre, pensou Harry, passeando os olhos em torno de si. Só então ele percebeu uma única pessoa que o observava, de olhos muito azuis através dos óculos de meia-lua. O olhar de Dumbledore e Harry se cruzaram por um instante. Dumbledore sorriu e acenou para ele.
Naquele momento, Tiago fez uma captura espetacular do pomo. Harry e Gina desviaram o olhar repentinamente para o filho, agora agradecendo os aplausos. Harry voltou a atenção ao lugar onde Dumbledore estivera. Um segundo depois haviam desaparecido.
Gina fitou Harry com uma expressão intrigada.

- Será que isso foi...real? - ela perguntou, com um tom mais calmo na voz - Não poderia ser coisa da nossa cabeça?

Harry parou por um instante, pensativo. Tomou a mão dela entre a sua, e com a outra acariciava seu rosto. Ela chegou mais perto, olhando bem no fundo daqueles olhos tão verdes... Ele sorriu e disse baixinho, de um modo que só Gina poderia escutar:

- É claro que foi imaginação nossa. Mas isso, de modo algum significa que não seja real.

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Fim.