Único!



Ele tinha um olhar sombrio quando cruzou o corredor e abriu a porta. Suspirou, mais tranqüilo quando a viu ali, sentada na borda da cama, de braços cruzados.

- Então, você está aí – murmurou, fechando a porta e se aproximando.
- Acho que estou. – ela lhe respondeu.

Outro suspiro.

- Não tem motivos para ficar emburrada.
- Tenho.
- Só por que eu não quero fazer o que você está pedindo? É demais para mim Dora, você já sabia disso.

Ela não respondeu.

- Dora, por favor…
- Você nunca faz o que eu te peço, Remo. Esse é o problema principal. O que custa?
- Custa muito. Especialmente a minha reputação. Eu sou um lobisomem, pelo amor de merlim, Tonks!
- E daí? Seria um lobisomem um pouco diferente, apenas.
- Um pouco? Um pouco?
- Está certo! – ela assumiu, se levantando e o encarando. – Ficaria bastante diferente! Mas não seria assim tão grave!

Lupin suspirou, pedindo paciência para os anjos e arcanjos.

- Meu amor… - falou num rosnado. – Você não pode estar falando sério. Eu não posso acreditar que está brigando comigo só por causa disso.
- Só por causa disso? – a voz dela saiu chocada. – Quando foi a última vez que você fez algo que eu lhe pedi?

Ele também se levantou, dando as costas e indo até a janela.

- Ok, Tonks, eu sei que já faz algum tempo que eu não faço o que você me pede, eu assumo e prometo a partir de agora tentar te agradar mais. Tudo bem assim?
- Tudo bem. Mas vai fazer o que eu pedi?

Lupin se virou para encará-la, perplexo, mas a encontrou com um sorrisinho.


- Você não pode estar falando sério…

Ela riu.

- Você não pode ter acreditado que eu realmente falava.

Outro suspiro, dessa vez aliviado.

- Poxa, Tonks… - desabafou, passando os dedos por entre os cabelos. – Você estava começando a me assustar.

Tonks se aproximou, ainda rindo.

- Eu não iria jogar nossa relação por água abaixo por causa disso. Só Merlim sabe o quanto demorei para te conquistar.

Ele também sorriu, enlaçando a cintura da moça enquanto esta passava os braços por seu pescoço e lhe dava um rápido beijo.

- Mas podia ter pegado mais leve, não é? Eu estava começando a pensar em aceitar sua proposta.

Tonks se afastou, com uma surpresa aparentemente divertida.

- Duvido! Você não faria…!
- Talvez sim. Não iria querer te perder, Dora, depois eu dava um jeito de desfazer.

Ele se arrependeu no momento em que viu a expressão da esposa, como quem tramava alguma coisa.

- Ah, não! Por favor, Dora! Esqueça o que eu lhe falei! Não vamos começar de novo!
- Ei! Calma! – ela lhe deu um leva tapa no ombro, enquanto ria. – Não precisa se preocupar, sou um pouco louca, mas nem tanto. Não iria mesmo te obrigar a fazer isso. Mas que fica engraçado imaginar você assim…

Lupim fechou a cara, frente aos risos desenfreados da esposa.

- Eu não vejo nada de engraçado. Ia ficar ridículo!
- Não ia não! – ela falou, se aproximando e tentando diminuir o riso. – Combinaria comigo!
- Você é mulher, Tonks, e ainda sim, muitas pessoas falam de você quando passa, imagine eu!
- Tudo bem, amor. De qualquer forma, rosa não combina muito com você mesmo.
- Que bom que você pensa assim. Por favor, Dora, não me venha mais com essas idéias. Imagine se Sírius fosse vivo e soubesse que você quase me forçou a pintar o cabelo de rosa. Viraria a piada do século.

Tonks não resistiu e voltar a gargalhar.

- Seria mesmo. Mas tudo bem, eu não vou mais insistir que você pinte o cabelo. Deixe ele assim, combina com você.
- Ótimo. Agora prometa que não vai mais vir com essas idéias malucas.

Ela hesitou.

- Vamos, Dora, prometa!
- Ok, ok, eu prometo!
- Mesmo? Nunca mais vai querer me fazer pintar o cabelo?
- Prometido!
- E nem vai brigar comigo, ou fingir que briga de novo? Lembre que em um desses momentos eu posso acabar tendo um ataque do coração.
- Tudo bem, meu lobisomem cor de rosa, eu prometo.
- Tonks!
- É brincadeira amor!
Ele sorriu, e voltaram a se beijar.

- E que tal algumas mechas?
- Tonks!

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